sábado, junho 25, 2011

RUTH DE AQUINO - A ousadia do moleque

A ousadia do moleque
RUTH DE AQUINO
REVISTA ÉPOCA
Época
RUTH DE AQUINO é colunista de ÉPOCA
raquino@edglobo.com.br
Lindoooo. Mlk, arrebentaaaa. Na linguagem dos fãs no Twitter, estamos falando do “muleke” Neymar. O moicano de 19 anos que bordou nas chuteiras seu lema: ousadia num pé, alegria no outro. Com seus dribles de gênio e saltos de bailarino, esse menino de Mogi das Cruzes libertou no campo o orgulho brasileiro, contra os perdidos uruguaios. “Tu, em campo, parecias tantos, e, no entanto, que encanto! Eras um só.” Os versos são de Armando Nogueira, dedicados a Nilton Santos. Vale roubar a rima nesta semana de poesia, porque Neymar também tem Santos no sobrenome.
Neymar é “da Silva Santos” e por isso levará o nome do clube de batismo para onde for, na certidão e no passaporte. Mesmo quando for sequestrado pelos bárbaros do Norte. É Neymar da Silva Santos Júnior, mas o chamam de rei da América e do mundo. “E as palavras, eu que vivo delas, onde estão?”, perguntou Armando Nogueira ao descrever o transe da multidão em torno de Tostão, no fim da Copa de 1970. Onde estão as palavras para descrever a saudade antecipada desse garoto que reinventa o chute, desvia o trajeto lógico da bola e faz um gol tão seco e desconcertante que o goleiro do Peñarol se pergunta se seu reflexo falhou? Porque o Sosa ainda esbarrou na bola. Mas ela serpenteou com veneno divino para o canto do gol até beijar a rede por dentro.
“Estando alegre, as coisas acontecem naturalmente. Ainda mais sendo ousado, partindo para cima do adversário. Foi isso o que o nosso time fez.” Neymar disse isso em abril, quando o Santos venceu o São Paulo. Naquele jogo, não fez gols, mas ajudou Elano e Ganso a marcar. “O entrosamento é tudo. Só de olhar, já sabia onde o Ganso estava.” Agora, na final da Libertadores, no Pacaembu, os amigos deram o troco. Ganso recebeu a bola de Arouca e devolveu de letra. O volante Arouca esticou para Neymar à esquerda. O camisa 11 tinha tantas opções na cartilha dos treinadores. Poderia avançar mais em direção ao gol. Ou enfeitar. Mas, naquela fração de segundo em que o craque não pensa, só mira, ele surpreendeu a Muricy e a todos com o chute rasteiro, preciso e rápido.
Com dribles de gênio e saltos de bailarino, Neymar deu um show no campo. Dá para ele continuar como é?
Quase fez mais um, no finalzinho, aos 45, mas uma trave caprichosa tirou dele o título de artilheiro da Libertadores. Deu show para as câmeras e a torcida. Corria meio parabólico, ria, espichava os cabelos. Sem camisa, abaixou o calção e quase tirou a cueca junto. O corpo é esguio, 64 quilos em 1,74 metro, ainda não foi bombado pelo futebol europeu para aguentar o tranco de zagueiros altos. E Neymar se ajoelhou. Chorou aos soluços como só menino chora. Para ser beijado, consolado, mimado pelos adultos. Viajou no dia seguinte com estilo pop. Blazer, boné, calça justinha, brincos em profusão. “A cabeça ainda está um pouco confusa, mas é só felicidade. Já troquei o chip e agora o pensamento é só na Seleção.”
As chuteiras de Neymar não são da humildade. Mas da petulância que deixa irados os adversários com a ingrata missão de marcar seus passos no gramado. Ele foi o atleta que mais driblou e mais sofreu faltas na Libertadores.
Ah, Neymar. Não dá para pedir que você continue como é. Podemos evitar o exílio precoce? Os urubus milionários que falam estrangeiro abriram as portas para você. Os galácticos espanhóis pagam sua multa de € 45 milhões e muito mais. Mas a gente quer que você e Ganso derrotem o Barça de Messi & Cia. no Mundial dos Clubes em dezembro. A gente quer ver você por aqui até a próxima Copa. Não dá para esperar que você se comporte como Nilton Santos, que vestiu por 16 anos a camisa do Botafogo e foi eleito em 1998 para a Seleção do século por jornalistas do mundo inteiro. O mundo é outro.
Mas dá para esperar que você não seja vaiado por se fazer de morto no campo? Que você não inche seus músculos naturais, não engorde com bebida, não se renda ao apelo do cai-cai, não fique acomodado nem marrento com a fama, não vire escravo das baladas e boladas – e não se esqueça da ousadia e alegria? É pedir muito a um moleque que vai ser pai antes dos 20 anos e tem o mundo a seus pés?

ANCELMO GÓIS - Coisa civilizada

Coisa civilizada
ANCELMO GÓIS
O GLOBO - 25/06/11

Chico Buarque, eleitor de Lula e Dilma, consultado, autorizou os organizadores de uma festa para celebrar os 80 anos de FH, dia 30, em Brasília, a tocarem no ato a versão de “Vai passar” usada na campanha para prefeito de São Paulo, em 1985, quando o ex-presidente foi derrotado por Jânio Quadros. FH foi colega na USP e amigo de Sérgio Buarque de Hollanda, pai de Chico.

Delta na rede

Acredite. O site da Delta (construtoradelta.com.br) ficou fora do ar ontem durante toda a tarde por excesso de visitas.

Calma, santas!

Rogéria e Jane Di Castro, travestis boa gente, causaram rebuliço ontem no Santos Dumont. É que, no embarque para a Parada Gay em São Paulo, não conseguiam calar o apito do raio-X. Foi um tal de abre bolsa e tira cinto, até que, sem jeito, chamaram alguém para revistá-las.

No que...
Na iminência de ser, digamos, apalpada, Rogéria começou a gritar que “poderia ser acusada de tudo, menos de terrorista”. Foi quando, ufa!, descobriram que o apito eram causado por... grampos de cabelo. A fila toda aplaudiu o desfecho.

Boal e Zelito

“Augusto Boal — Teatro do Oprimido”, documentário de Zelito Viana, ganhou a Margarida de Prata, prêmio da CNBB. Há 35 anos, o cineasta recebeu a mesma premiação por “Morte e vida Severina”, baseado na obra-prima de João Cabral de Melo Neto.

Outra vida
Rodrigo Lacerda, autor, entre outros, do romance “Outra vida”, trocou a Editora Objetiva pela Companhia das Letras. No contrato com a nova casa, comprometeu-se a escrever três livros. Um deles sobre seu avô, Carlos Lacerda.

Alô, alô
Estudo da Latam Wireless Matrix mostra que, em cinco anos, o número de celulares no Brasil saltou de 88 milhões para 210 milhões.
E mais: graças à queda das tarifas, causada por concorrência, o brasileiro fala 40% mais no celular hoje do que em 2005.

Segue...

Segundo o estudo, nestes cinco anos, a alta concorrência e o crescimento do mercado de celular gerou, para os usuários brasileiros, uma economia de R$ 7,5 bi por mês. É que a tarifa média por minuto no país caiu a menos da metade no período (de R$ 0,33 para R$ 0,14), fora o imposto.

Já...

Os assinantes de telefonia fixa, diz o mesmo estudo, padecem por falta de competição. Acumularam os mesmos R$ 7,5 bi de economia, mas... durante todos os cinco anos.

Tragédia anunciada

A morte do turista francês Charles Pierson, 24 anos, ontem, ao cair do bondinho de Santa Teresa, nos Arcos da Lapa, no Rio, talvez pudesse ter sido evitada. Em maio, a 20a- Câmara Cível do Rio ordenou que a Central Logística, órgão estadual que cuida dos bondinhos, recuperasse todo o sistema — inclusive, veja só, o gradil sobre os Arcos.

Acabou o papel
A 7a- Câmara Cível do Rio mandou soltar 23 acusados de tráfico em Resende. O motivo surpreende: o caso estava parado há dois anos porque, acredite, faltou papel para reproduzir 13 volumes dos autos na comarca da cidade.

Cena carioca
Ontem de manhã, um Fiat do Sindicato dos Empregados dos Edifícios cruzava a Rua Voluntários da Pátria, em Botafogo, convocando
para uma assembleia. Uma senhorinha comentou: “É bom não menosprezar, os bombeiros começaram assim.”

Largo do Machado

Hoje, às 11h, uma turma que sofre com o abandono do Largo do Machado corre um abaixo- assinado, pedindo socorro. A campanha tenta conscientizar os frequentadores de que eles também têm responsabilidade na conservação. Eu apoio.

Michael pelado
Hoje, nos dois anos redondos da morte de Michael Jackson, a boate de saliência para casais 2A2, em Copacabana, faz um tributo ao Rei do Pop. Rapazes saradões, com fantasias de vários clipes do cantor americano, farão strip-tease.

ILIMAR FRANCO - Rebelião à vista



Rebelião à vista
ILIMAR FRANCO
O GLOBO - 25/06/11

O Ministério da Fazenda está comemorando. Conseguiu convencer a presidente Dilma a não prorrogar o decreto que cancela, em 30 de junho, as emendas parlamentares ao Orçamento de 2009. A Fazenda argumentou que seria uma sinalização negativa, podendo comprometer o esforço fiscal e o combate à inflação. A prorrogação era uma das principais demandas da base aliada.

A guerra dos royalties
O senador Francisco Dornelles (PP-RJ) diz que a bancada do Rio está disposta a aderir à Frente Parlamentar em Defesa da Democratização na Distribuição dos Royalties do Petróleo, que será lançada quarta-feira por congressistas de estados não produtores, desde que ela não avance sobre campos já licitados. “E que ela tenha mais o sentido de democratização do que o de agressão ao Rio”, afirmou Dornelles. Já o senador Lindbergh Farias (PT-RJ) propõe a criação da Frente pela Democratização do Fundo de Participação dos
Estados. “A União distribui R$ 39 bi (de FPE), dos quais só R$ 560 milhões vão para o Rio”, disse ele.

"O que não podemos aceitar é essa incompetência de não chegarmos a um acordo para dividirmos nosso pré-sal” — João Pedro, senador (PT-AM)

CONFUSÃO ARMADA. Não coloquem na mesma sala os senadores Demóstenes Torres (DEM-GO) e Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM). Em visita ao Amazonas, ele criticou a bancada do estado por se abster na votação de uma medida provisória que tratava da produção de tablets e prejudicava a Zona Franca de Manaus. “Isso é um desrespeito”, disse ela, em discurso no plenário. “Fazem o que o Palácio (do Planalto) quer e agora o culpado sou eu? ”, respondeu Demóstenes.

Convencimento

O governo enviará aos senadores da base aliada um kit com argumentos a favor do Regime Diferenciado de Contratações Públicas (RDC) para as obras da Copa e das Olimpíadas, que flexibiliza as regras para as licitações desses eventos.

Fim do sigilo
Como só há uma Medida Provisória na pauta, que aumenta a capacidade de financiamento do BNDES, o Senado pode votar nesta semana o projeto, em regime de urgência, que acaba com o sigilo eterno dos documentos oficiais.

Funprevi paga pensões irregulares

O Fundo Especial de Previdência do Município do Rio (Funprevi) paga irregularmente cerca de 3.000 pensões vitalícias para filhas solteiras. Esse benefício foi extinto pela Constituição de 1988. Uma promoção da Procuradoria Geral do município do Rio, de 2006, diz que “a partir de outubro de 1988, não há como adquirir direito à pensão vitalícia, pautada em legislação discriminatória de gênero”.

Outro caminho
Dando sequência às consultas que tem feito, Marina Silva se reúne neste fim de semana com Fernando Gabeira e o deputado Alfredo
Sirkis (PV-RJ) para discutir sua saída do PV. Ela anda às turras com o presidente do partido, José Luiz Penna.

Bom trânsito
Com o traquejo do Ministério das Relações Institucionais, o ministro Alexandre Padilha (Saúde) tem sido elogiado por parlamentares.
Há casos de pedido de audiência atendido em 24 horas. Isso deve ajudar na votação da emenda 29.

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● A PRESIDENTE Dilma pretende nomear segunda-feira o líder do governo no Congresso. Depois da reação da Câmara, ela recuou da intenção de colocar o senador Eduardo Braga (PMDB-AM) nesse posto.
● DEPOIS DE se reunir com os maiores empresários do agronegócio no lançamento do Plano Safra 2011-2012, a presidente Dilma lança sexta-feira o Plano Safra da Agricultura Familiar, em Francisco Beltrão (PR).
● DO SENADOR Delcídio Amaral (PT-MS), defendendo o sigilo do valor de referência para licitação das obras da Copa: “Daqui a pouco os padres serão obrigados a revelar o que ouviram no confessionário”.

EDITORIAL - O ESTADÃO - O visto de Battisti é ilegal


O visto de Battisti é ilegal
EDITORIAL
O Estado de S. Paulo - 25/06/2011

Por 14 votos a 2, 1 abstenção e 3 ausências, o Conselho Nacional de Imigração - vinculado ao Ministério do Trabalho e integrado por 9 representantes de Ministérios, 5 de sindicatos, 5 de entidades patronais e 1 da comunidade científica - concedeu visto de permanência ao ex-terrorista italiano Cesare Battisti. Com isso, ele poderá viver e trabalhar por tempo indeterminado no Brasil.

Pela ordem jurídica vigente, a decisão do Conselho Nacional de Imigração é ilegal. Ela colide com a Lei 6.815/81, que criou o órgão e define a situação jurídica dos estrangeiros no Brasil. O inciso IV do artigo 7.º dessa lei proíbe taxativamente a concessão de visto "ao estrangeiro que foi condenado ou processado em outro país por crime doloso, passível de extradição segundo a lei brasileira".

É justamente esse o caso de Battisti. Ele foi condenado à prisão perpétua pela Justiça italiana por quatro assassinatos cometidos na década de 1970, quando integrava a organização terrorista Proletários Armados para o Comunismo. No momento em que Battisti foi processado, julgado e condenado, a Itália vivia em plena normalidade política e constitucional, ou seja, sob democracia plena.

Battisti também já foi condenado no Brasil pela primeira instância da Justiça Federal à pena de dois anos em regime aberto, convertida em pagamento de multa e prestação de serviços à comunidade, por usar passaportes franceses falsificados, encontrados quando foi preso pela Polícia Federal, em 2007, a pedido do governo italiano. Ele recorreu, mas a decisão foi mantida há cinco meses pelo Tribunal Regional Federal da 2.ª Região. No inciso II do artigo 7.º, a Lei 6.815 também proíbe a concessão de visto "ao estrangeiro considerado nocivo à ordem pública".

Por mais que se apresente como perseguido político, Battisti, do estrito ponto de vista técnico-jurídico, não preenche os critérios previstos pela legislação para a obtenção de visto de residência. Por isso, a Procuradoria-Geral da República - o órgão encarregado pela Constituição de "defender a ordem jurídica" - não tem outra saída a não ser contestar judicialmente a decisão do Conselho Nacional de Imigração e exigir o cumprimento do direito positivo.

Foi com base nessa legislação que, em 2009, a Procuradoria-Geral da República emitiu um parecer contrário à concessão de asilo a Battisti - posição que foi endossada pelo Comitê Nacional para os Refugiados, uma comissão interministerial encarregada de receber os pedidos de refúgio e determinar se os solicitantes reúnem as condições jurídicas necessárias para serem reconhecidos como refugiados. Surpreendentemente, o então ministro da Justiça, Tarso Genro, desprezou as duas decisões e concedeu o status de refugiado político a Battisti.

Classificando a iniciativa de Genro como "grave e ofensiva", o Ministério de Assuntos Estrangeiros da Itália recorreu ao Supremo Tribunal Federal, acusando o governo brasileiro de não cumprir o tratado de extradição firmado pelos dois países em 1989. Mas, em vez de dar uma solução clara e objetiva ao caso, em 2010 a Corte, numa decisão ambígua, autorizou a extradição, mas deixando a última palavra ao presidente da República. Pressionado pelo ministro da Justiça, por um lado, e pelo governo da Itália, por outro lado, Lula deixou claro que concederia asilo a Battisti - o que só fez no último dia de seu mandato - e pediu à Advocacia-Geral da União um parecer que fundamentasse sua decisão. Cumprindo a determinação, o órgão desprezou a legislação e preparou um parecer político, dando as justificativas "técnicas" de que o presidente precisava para decidir pela permanência de Battisti no País, com o status de imigrante.

O governo italiano voltou a recorrer e o Supremo, para perplexidade dos meios jurídicos, também agiu politicamente, ignorando tanto o tratado de extradição firmado entre o Brasil e a Itália quanto a própria legislação brasileira sobre estrangeiros. Essa desmoralização das instituições jurídicas foi aprofundada ainda mais com a concessão do visto de permanência a Battisti, pelo Conselho Nacional de Imigração.

JORGE BASTOS MORENO - Corrida de cavalo

Corrida de cavalo
JORGE BASTOS MORENO
O GLOBO - 25/06/11

 Se o PT não atrapalhar, com Dilma ou Lula, em 2014 teremos uma eleição retrô. O neto de Tancredo versus o neto de Miguel Arraes.
Já em clima de campanhas municipais, Eduardo Campos está duas prefeituras à frente de Aécio Neves. O governador de Pernambuco
tem sido visto despachando na Gávea Pequena, no Rio, e no Viaduto do Chá, em São Paulo, enquanto seu oponente geme na cama. De dor, maliciosos! Pela queda do cavalo. Por esse excesso de velocidade, Aécio não é multado.

PMDB caiu na vida 
 Ironia da vida. Quando se aventurou a sair do PMDB para fundar o PP, a senha de Tancredo foi: “O meu PMDB não é o PMDB de Arraes, e o PMDB de Arraes não é o meu PMDB”. Hoje, o PMDB não é mais de nenhum dos dois. É de Eduardo Cunha e do líder Henrique Alves.

O estilo é o homem
 Tancredo usava a direita para governar com a esquerda. E, Arraes, o contrário.

DNAs trocados
 E o que era virtude no avô de um, estranhamente passou a ser defeito no neto do outro. O prazer pela bebida. O bruxo de Paes
 Eis o balaço que Paes dará no coração do adversário: Solange Amaral, ex-candidata de Cesar Maia à prefeitura e pivô do rompimento deste com Paes, será nomeada secretária municipal da Prefeitura do Rio. Na cota do PSD. É o poder de articulação do
chefe da Casa Civil, Pedro Paulo, cuja fama já chegou a Brasília. PP tem futuro!

O pito do índio

 Programa literalmente de Índio é passar alcoolizado à noite pela Bartolomeu Mitre, no Leblon. Aquela blitz é tão permanente que já virou UPP.

FH sobre Dilma: ‘Pintou um clima entre nós’

 Vejam só a conversa entre FH e Moreira Franco, que o visitou esta semana em São Paulo:
— Depois da carta da Dilma, ninguém te segura mais, né?
— Você leu?! Agora sim acho que pintou um clima!
— E o que vais fazer agora?
— Primeira providência: decretei que ninguém mais fala mal da Dilma nesta casa. Está proibido falar mal dela!
— Inclua o Sarney. Ninguém mais fala também mal do Sarney nesta sua casa! Certo?
FH murchou.

Tamanho é documento? O de Pitanga é dossiê
 Depois de meia hora, lado a lado com ele, na sala vip do Municipal, esperando a chegada da Dilma, é que Mercadante percebe
a presença de Haddad. E começa a debater com ele quem tem o menor orçamento da união. Parecia o avesso daqueles concursos de pipoca que o ator Antônio Pitanga promovia, quando menino, nas ladeiras do Pelourinho.
— Esse cara deveria é lutar para ter o mesmo critério que o meu. E não querer mudar o usado para Educação — comentou Haddad, afastando-se do invejoso.

Golpe baixo
 Que comissão de ética que nada! O caso do deputado Acelino Popó é de cassação sumária e por minoria simples. Não contente em tentar ensinar golpes de defesa para a deputada Manuela D’Ávila, nos corredores da Câmara, o espertinho agora quer dar aula de boxe para a minha Deusa no clube do Congresso. Por que Popó não dá aulas para o Maguila, que, segundo meu amigo Mièli, é tricampeão de boxe pela... TV Bandeirantes?

Seis por meia dúzia
 Ninguém me contou. Eu vi! O comando do PT discutindo perfil do sucessor de Haddad no MEC: jovem, ousado, respeitado no meio acadêmico, conhecido da juventude e militante do partido. Tirando esse negócio aí de “militante do partido”, acho que o nome deles para a Educação é o do próprio ministro Fernando Haddad.

Que maravilha!
 Versão de Palocci:
— O Zé Dirceu não gosta de mim porque acha que eu ajudei a derrubá-lo. Mas não acho que tenha trabalhado para a minha queda. Torcido, talvez. Eu acho que quem trabalhou contra mim foi o Berzoini. O Zé Dirceu é disciplinado, focado. Ele trabalha por um projeto, e, por um projeto, preserva pessoas. Já o Berzoini é um trapalhão. É um Hezbollah. Para derrubar uma pessoa, Berzoini compromete
qualquer projeto, se enrola na própria bomba, aperta o detonador, mesmo sabendo que vai junto.

Que delícia!
 A versão de Dirceu:
— Palocci, pelo contrário, esteve sempre comigo e eu com ele. Eu o defendi muito agora. Só que o PT sempre o considerou um homem do “establishment”, não do PT. O sistema o botou lá, serviu-se dele o que pôde e depois jogou o bagaço fora. Eu discordo radicalmente dessa análise.

CELSO MING - Obama aciona as reservas


Obama aciona as reservas
CELSO MING
O Estado de S. Paulo - 25/06/2011


Por iniciativa do governo Barak Obama, os países industriais sócios da Agência Internacional de Energia, diante da quebra das exportações da Líbia, decidiram liberar 60 milhões de barris (de 159 litros) de petróleo de suas reservas estratégicas para ajudar a suprir o consumo mundial. Antes dos conflitos que no momento paralisam a produção, as exportações líbias alcançavam 1,3 milhão de barris diários.

Os Estados Unidos, sozinhos, fornecerão metade da oferta adicional dos seus estoques estratégicos. A divulgação da decisão, negociada secretamente ao longo de algumas semanas, provocou pronta baixa dos preços do petróleo, tanto em Nova York como em Londres, os dois mais importantes mercados (veja, abaixo, no Confira). Mas, se o objetivo foi reduzir os preços, persistem as dúvidas sobre a eficácia dessa decisão.

Em primeiro lugar, o aumento da oferta, de 2 milhões de barris diários nos próximos 30 dias, parece de longe insuficiente para garantir a alta do consumo que vem vindo aí com o verão no Hemisfério Norte, quando cresce o consumo de gasolina e de óleo destinado à produção de energia elétrica que vai acionar os aparelhos de ar-condicionado. O consumo mundial de petróleo oscila hoje na altura dos 89 milhões de barris diários (veja gráfico). A liberação de 2 milhões de barris diários por um único mês não passa de 2,2% do consumo. Em todo o caso, essa iniciativa extraordinária passa também a advertência de que as grandes potências estão em condições de agir, caso seja necessário.

Não ficaram claras as verdadeiras razões para a tomada dessa decisão. Em princípio, a liberação de reservas estratégicas só deveria ser feita sob grave ameaça à segurança, situação que não se verifica agora. A última liberação de reservas estratégicas, por exemplo, aconteceu em 2005, quando o ex-presidente americano George W. Bush autorizou a utilização de 21 milhões de barris para atender às necessidades criadas pela desorganização do parque petrolífero do Estado de Louisiana, em consequência dos estragos provocados pelo furacão Katrina.

Autoridades do governo Obama chegaram a mencionar a necessidade de enfrentar os especuladores que estariam puxando para cima os preços e, nessas condições, produzindo inflação. Também lembraram ser preciso enfrentar a falta de determinação da Organização dos Países Exportadores de Petróleo em aumentar a oferta para compensar o estancamento das exportações da Líbia. São argumentos conflitantes. O primeiro tenta atacar uma suposta alta artificial dos preços; o segundo, uma redução real da oferta.

Mas a insignificância dos volumes liberados dá a entender que esta deve ser entendida como um resposta política de fôlego curto do presidente Obama, que vai perdendo popularidade, num momento em que os preços do galão de gasolina nos postos de combustível oscilam entre US$ 3,60 e US$ 3,80, altos demais para os padrões americanos.

Essa intervenção passa, ainda, um recado ambíguo: de um lado, avisa que as autoridades estão determinadas a agir sempre que a puxada dos preços colocar em risco a estabilidade da economia; de outro, deixa implícito que as reservas terão de ser repostas e, lá na frente, se tornarão fator adicional de demanda.

CONFIRA

O gráfico mostra a queda das cotações do petróleo depois de anunciado o uso de 60 milhões de barris das reservas estratégicas globais.

Piorou. A revisão do PIB dos Estados Unidos no primeiro trimestre apontou avanço mais baixo: de 1,9% ao ano. As apostas se situavam em 2%.

Tombo. Ações de bancos começaram a cair com a percepção de que o problema fiscal dos países quebrados se liga a problemas patrimoniais dos bancos.

SANDRA CAVALCANTI - Laranja madura na beira da estrada...


Laranja madura na beira da estrada...
 SANDRA CAVALCANTI
O ESTADÃO - 25/06/11

... tá bichada, Zé, ou tem marimbondo no pé!


Que saudades do grande Ataulfo Alves! Sou da geração que, graças a Deus, viveu momentos belíssimos da música brasileira de verdade. Período de letras inteligentes, limpas, sábias, solidárias. Sustentando melodias realmente musicais. Período ainda livre das escravaturas eletrônicas, dos metais tonitruantes e dos alto-falantes poderosíssimos... Além disso, eram todas em português. Lembro-me bem de quando ele apresentou esse samba, numa roda entre amigos, tocando ele mesmo o seu violão.
Foi esse samba que me veio à memória quando li a mensagem que a presidente da República, Dilma Rousseff, enviou ao professor Fernando Henrique Cardoso, que está sendo muito festejado pelos seus provectos 80 anos de idade.

Embora tenha vindo para o Rio de Janeiro muito criancinha, gosto de pensar que nasci em Belém. Uma linda cidade onde, até hoje, a língua portuguesa é muito bem cuidada e respeitada. Os paraenses falam bem, escrevem certo e conservam muitas peculiaridades... Uma delas, que sempre achei divertida, é o uso maroto do termo "disque" (diz que...).

Todo paraense, mesmo os transplantados, como eu, tem o hábito de usar essa espécie de ressalva antes de narrar fatos ou dar informações que possam ser dignas de certa desconfiança. Normalmente dizemos assim: "Disque" Fulano deixou a Beltrana por conta da Sicrana... Ou então: "Disque" o prefeito vai pagar os precatórios. Ou ainda pior: "Disque" a situação financeira do País vai melhorar...".
O mais famoso de todos os "disques" ocorreu quando, numa entrevista em Paris, o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que não sabia de nada sobre o mensalão. Nem ele nem o José Dirceu, nem a Dilma Rousseff, nem o Gilberto Carvalho, enfim, ninguém sabia de nada. Na língua de Belém, a notícia correu assim: "Disque" Lula e o pessoal dele não sabiam de nada! Os deputados que recebiam a boladinha todo mês "disque" achavam que o dinheiro vinha do céu!

No episódio dos aloprados, outra vez a mesma coisa: "Disque" Lula e o pessoal dele não sabiam de nada. Em seguida, no primeiro escândalo das chamadas consultorias petistas, os que frequentavam aquela casa chique e lucrativa em Brasília não sabiam de coisa alguma. Só o caseiro Francenildo.
Este, quando perguntado, não usou o "disque". Foi direto e simples ao dizer: o Palocci também vem aqui. Afirmou e confirmou.

Contra ele, outro "disque": "Disque" que o dinheiro na conta do caseiro foi para ele fazer a denúncia! Ficou provado que não era. Então, quem mandou violar o sigilo da conta do rapaz? "Disque" que foi o diretor da Caixa Econômica Federal... Cabeças caíram. Depois apuraram que foi o próprio então ministro da Fazenda, Antônio Palocci.

Agora, temos outros "disques"na praça... "Disque" que o Palocci ficou muito rico de repente. "Disque" que comprou por R$ 6 milhões um apartamentaço em São Paulo. E mais um baita escritório, lá também. Diante disso, caiu o Palocci, como caiu o Dirceu e como caiu a Erenice Guerra. E a presidente? Sabia de alguma coisa. "Disque" não! No melhor estilo Lula...

Durante os oito anos de governo de Fernando Henrique Cardoso e os oito anos de Lula, os petistas e seus compadres populistas desferiram, o tempo todo, flechas, dardos, balas e obuses contra o plano da recuperação econômica do Brasil. Projeto iniciado no governo de Itamar Franco e levado a extraordinário êxito pelo governo FHC, pela equipe que é, hoje em dia, mundialmente aplaudida e até imitada. Lula não teve coragem de alterar o sucesso, mas tentou roubá-lo. Falou o tempo todo em herança maldita!

O alvo preferido era sempre FHC. Como eram também os tucanos. Era o DEM. Era a "zelite" alfabetizada e com diploma. Eram os loiros de olhos azuis... Eram os produtores rurais bem-sucedidos.
Infelizmente, na área política, o sucesso tucano não se repetiu. E graças aos seus próprios erros o País caiu nas garras do populismo sindical.

Mesmo mantendo espertamente os benefícios do Plano Real e da Lei de Responsabilidade Fiscal, nunca o País caiu nas mãos de um grupo de dirigentes tão incompetentes, tão despreparados e tão gananciosos.

Os índices brasileiros em educação, saúde publica, condições sanitárias, criatividade tecnológica, produção científica e segurança pública nunca estiveram tão baixos. Em todos os setores, os sintomas de perda de velocidade já estão sendo percebidos.

Então, por que as pesquisas de opinião ainda revelam que o povo acredita neles? É o resultado do uso e abuso, intenso, desleal e cruel, de todos os modernos recursos de comunicação. Os gastos com a propaganda foram simplesmente inacreditáveis!

Dizia Abraham Lincoln que é possível iludir a todos por algum tempo, iludir pouca gente o tempo todo, mas é impossível iludir toda gente por todo o tempo.

Esses limites estão chegando. A "herança maldita" do Plano Real, assim como foi definida por Lula, Dirceu, Dilma e seu séquito, passou a ser considerada um maravilhoso presente para o País. E quem não tentou golpes de mão para impedir a posse de seu sucessor passou a ter diploma de estadista.
É isso o que aparece agora, na afetuosa e novelesca carta de parabéns que a presidente da República enviou a Fernando Henrique Cardoso.

Lá, em Belém, o pessoal deu risada quando contaram que "disque" a presidente chamou FHC de querido. Será?

Laranja madura
na beira da estrada
tá bichada, Zé,
ou tem maribondo no pé!

ZUENIR VENTURA - Impossível guardar segredo

 Impossível guardar segredo
ZUENIR VENTURA
O GLOBO - 25/06/11


Antes, foi o Wikileaks, que mostrou como era possível revelar documentos confidenciais que se acreditavam secretos, vazados de governos ou empresas. Agora, são os hackers de um certo grupo autodenominado Lulz Security, que estão promovendo uma espécie de terrorismo virtual. Depois de atacarem servidores da CIA, FBI, Sony e das tevês Fox e PBS, passaram a praticar atentados entre nós por meio de uma inédita avalanche de acessos - só em uma madrugada houve mais de dois bilhões, sendo 300 mil ao mesmo tempo. Utilizando o seu braço nacional LulzSecBrazil, invadiram sites como o da Presidência da República, Petrobras, Receita Federal, Portal Brasil, Secretaria de Comunicação, Ministério dos Esportes, Senado, IBGE, além de postarem em uma rede social link com supostos dados pessoais da presidente Dilma Rousseff e do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, que reagiu assim: "Quero manifestar publicamente minha indignação. Isso mostra o quanto é necessário investir em tecnologia para blindar nosso mundo digital."

Realmente, por mais que autoridades procurem tranquilizar a população afirmando que não chegou a haver violação de dados e que não há perigo disso, os cyberataques tornaram evidente a vulnerabilidade dos sistemas de segurança da Web e a impossibilidade de se guardar segredos, seja no plano institucional, seja no pessoal. Vivemos de fato num mundo definitivamente escancarado, menos pelo saudável desejo de transparência e mais pelo gosto de fuçar o escondido, de espiar pelo buraco da fechadura (não esquecendo o Big Brother de "1984", de George Orwell, primeiro a decretar o fim da privacidade).

Por isso é que se trata de um atentado à memória nacional essa história de "sigilo eterno" para documentos públicos secretos - além de inútil. Será que os senadores Fernando Collor e José Sarney, principais defensores da ideia (Dilma já foi contra, depois a favor, agora de novo contra), acreditam na possibilidade de segredo para sempre? Será que acham mesmo que um mau passo dado no passado ou uma zona de sombra encoberta podem ser escondidos ad infinitum? Nunca ouviram falar em retorno do recalcado, isto é, a volta com mais força do que se tentou soterrar? Pode até demorar, assim como foram precisos mais de cem anos para se descobrir que o homem do famoso autorretrato da "orelha cortada" não era Van Gogh, mas seu irmão Theo. Custa, mas se descobre.

Guardar documento confidencial em um arquivo equivale a confiar segredo pessoal a um amigo. Como advertiu Mário Quintana no "Poema da discrição":

"Não te abras com teu amigo

Que ele um outro amigo tem

E o amigo do teu amigo

Possui amigos também."

SONIA RACY - DIRETO DA FONTE

A seis mãos
SONIA RACY
O ESTADÃO - 26/06/11

Se há um legado que Dilma quer deixar para o País é o da melhor gestão. De olho nessa meta, a presidente pediu para Gleisi Hoffmann para, em conjunto com Miriam Belchior, se concentrar no tema. Herança do governo Lula, o Instituto de Desenvolvimento Gerencial, de Vicente Falconi, assinou contrato ainda na gestão de Paulo Bernardo, no Planejamento, para trabalhar nesse sentido. Mas o esforço pouco avançou barrado pela gigantesca "burrocracia".

A "Dilma da Dilma", reconhecida por sua maneira eficiente de gerir assuntos complicados, não pretende perder mais tempo.

Quem diria: a nova chance de colocar a casa em ordem está sendo protagonizada por três mulheres.

Estaduuuucho

Revelação significativa de Yoshiaki Nakano, em debate fechado, ao falar sobre gastos públicos. Contou ali que na época em que foi secretário da Fazenda de Mario Covas, chegou a contratar a FGV para fazer uma radiografia da pasta. O resultado chocou: tudo funcionaria com somente 10% dos servidores existentes, se o padrão de comparação fosse a iniciativa privada.

A análise foi engavetada visto a dificuldade de se demitir no setor público. Dúvida cruel: se isso acontecia na mais bem equipada secretaria estadual do País...

Pódium

Claudia Ito, executiva do GP Brasil de F1, desembarca, hoje, em Valência, durante o GP da Europa, com missão especial: garantir Interlagos entre as últimas provas do mundial de 2012.

China e Bahrein também brigam pelas vagas.

Mágico-maestro

A companhia de teatro francesa Philippe Genty desembarca por aqui em julho. Apresenta o espetáculo Voyageurs Immobiles no Municipal de São Paulo. Também irá ao Rio.

Genty é famoso por misturar ilusionismo, marionetes e atores, sem o uso da palavra.

Zás-trás


Orhan Pamuk, que vem participar do Fronteiras do Pensamento, em dezembro, não pretende ficar nem um dia a mais no País.

O Nobel de Literatura marcou um "book tour" pelo Chile, Uruguai e pela Argentina para divulgar seu novo livro, O Museu da Inocência.

Way out


Tania Bulhões aposta na exportação. Fechou contrato de venda da sua louça Plumário Brasileiro - inspirada em desenho indígena - para a Barneys, Bergdorf Goodman, Bloomingdale"s e Michael C. Fina, em Nova York. Bem como para a Gearys, em Los Angeles, e outras mais pelos EUA. "Um novo passo na história dos nossos produtos", comemora a empresária.

Os compradores americanos conheceram as coleções quando as peças estavam sendo produzidas em Limoges, França.

Biógrafos, atenção

O projeto de lei que veta censura aos biógrafos pode ser votado logo, logo. A proposta está na Comissão de Educação, da Câmara dos Deputados, antes de seguir para a última etapa na Comissão de Constituição e Justiça.

Biógrafos 2

Além do livro Roberto Carlos em Detalhes, de Paulo César de Araújo, são muitos os casos em que artistas ou familiares têm ido à Justiça, com sucesso, para impedir a publicação de trabalhos que exponham suas vidas.

Biógrafos 3


Questionado, Fernando Morais sai em defesa do projeto: "Isso é importante para a história do País, não para nós. A vida de uma pessoa pública é pública. Censurar previamente é escandaloso ".

Na frente


Fernando Pimentel se reúne com os empresários quinta. Quem organiza é Manuel Tavares de Almeida, da Câmara Portuguesa.

Histórias colecionadas nos dez anos do hotel Emiliano foram reunidas em livro. Lançamento quinta, na Cultura do Conjunto Nacional.

A São Paulo Companhia de Dança se apresenta no Teatro Municipal. Dias 21 e 22 de julho.

Danilo Gentili estreia seu programa Agora é tarde. Quarta, na Band.

No embalo da Copa e da Olimpíada, Carlos Miguel Aidar coordena o primeiro curso de Direito Desportivo da FGV. Inscrições até dia 8.

De Dentro Para Fora/De Fora Para Dentro, premiada exposição de grafites acolhida pelo MASP em 2010, ganhará este ano versão internacional. O museu vai expor arte urbana de seis artistas europeus e americanos.

Jô Soares deu show no bar The Orleans, na Vila Madalena. Na plateia para assistir a banda do Derico, seu colaborador, o apresentador cantou várias versões melódicas para o mesmo verso: "Tire seu dedinho bem depressa do meu c*/Porque ele está doendo para chuchu".

SÍLVIA FELISMINO - A Receita fora do Plano Estratégico de Fronteiras

A Receita fora do Plano Estratégico de Fronteiras
SÍLVIA FELISMINO
O ESTADÃO - 25/06/11


Em 8 de junho a presidente Dilma Rousseff anunciou um pacote de medidas para ampliar o controle e a vigilância nas fronteiras terrestres do País. O projeto visa a neutralizar o crime organizado, reduzir os índices de criminalidade, coordenar e planejar a execução de operações militares e policiais e intensificar a presença das Forças Armadas na faixa de fronteira.

O que chamou a atenção no Plano Estratégico de Fronteiras foi a ausência da Receita Federal, que evidencia uma situação que o Sindicato Nacional dos Analistas Tributários da Receita Federal do Brasil (Sindireceita) vem denunciando nos últimos anos: a distância entre as ações da administração central da Receita Federal e as políticas prioritárias do governo.

Cabe destacar que a Receita Federal, de acordo com a legislação, tem precedência sobre os demais órgãos no controle aduaneiro. É, portanto, no mínimo, estranha essa situação, já que prioritariamente o órgão e seus servidores são os responsáveis por controlar a entrada, a permanência, a movimentação e a saída de pessoas, veículos e mercadorias de portos, aeroportos, pontos de fronteira e recintos alfandegados, ou embarque e desembarque de viajantes, procedentes do exterior ou a ele destinados.

A segurança das fronteiras terrestres do Brasil definitivamente entrou na pauta do governo, que agora adota medidas efetivas para cobrir uma extensão de quase 17 mil quilômetros de divisas com dez países. As ações serão executadas em 11 Estados e 710 municípios, que abrangem uma população de 10,9 milhões de brasileiros. É nesse contexto que se faz necessário questionar o que tem feito a administração da Receita Federal no que diz respeito ao controle aduaneiro. Todas as ações serão executadas sem a participação do órgão, que é o único que mantém presença, ainda que deficitária, na maioria dos 31 pontos de passagem terrestre ao longo da faixa do território que vai do Oiapoque (RR) ao Chuí (RS). A Receita Federal não apenas se omite, mas atua em sentido contrário, ao reduzir a presença de servidores nesses postos de fiscalização.

O Sindireceita já denunciou no livro Fronteiras Abertas - Um Retrato do Abandono da Aduana Brasileira, lançado em dezembro de 2010, a precariedade dessas unidades. Por meio de medidas administrativas a Receita vem reduzindo o efetivo de servidores que atuam nos postos de fronteira. Uma dessas medidas, que segue em sentido contrário ao esforço feito pelo governo federal, foi a edição do Decreto n.º 7.213/2010, que prevê que as atividades de fiscalização de tributos em operações de comércio exterior serão supervisionadas e executadas apenas por auditor fiscal.

Na prática, a mudança no Regulamento Aduaneiro retira os analistas tributários das atividades de fiscalização, controle e combate ao contrabando, tráfico de armas, drogas, munições e outros crimes. A própria direção do órgão parece não se importar com o fato de que em muitos pontos da fronteira a presença do Estado brasileiro é exercida apenas por analistas tributários, que são os responsáveis pelas ações de vistoria veículos, bagagens e demais atividades de controle aduaneiro, que estão deixando de ser executadas.

Essa medida é mais um exemplo das contradições internas da Receita Federal, que ao tomar decisões dessa natureza fragiliza ainda mais o já comprometido trabalho de fiscalização nas fronteiras e, ao invés de melhorar a atuação do Estado, age na contramão da solução desse grave problema.

Relatos de servidores chegam de todas as partes do País dando conta de que a situação denunciada no livro do Sindireceita se torna pior a cada dia. Um dos principais problemas está na redução do efetivo em unidades importantes, como a Inspetoria de Tabatinga, no Amazonas. Em 2010, quando visitada pela equipe do Sindireceita, o efetivo da Inspetoria era de apenas dois servidores - um auditor e um analista tributário. Hoje a unidade conta apenas com um servidor, que é responsável pelo controle aduaneiro nessa região da tríplice fronteira Brasil-Colômbia-Peru. No começo da semana passada a direção nacional do Sindireceita recebeu a comunicação de que a Superintendência da Receita Federal da 2.ª Região Fiscal, que compreende os Estados da Região Norte, pretende retirar 11 analistas tributários das alfândegas do Porto de Belém e do Aeroporto Internacional da mesma cidade, transferindo esses servidores das áreas de fiscalização para atividades-meio do órgão.

Num momento em que o País está atento ao debate sobre a necessidade de mais investimentos em segurança, é preciso chamar a atenção de todos para o quadro dramático da aduana brasileira. Cabe mais uma vez lembrar que o controle aduaneiro está diretamente ligado ao combate ao flagelo da insegurança pública. O Brasil não conseguirá superar esse obstáculo se não retomar o efetivo controle de suas fronteiras, o que envolve o combate incessante ao tráfico de drogas, armas e munições, ao contrabando e à pirataria. Sem mais servidores e investimentos em infraestrutura, aquisição e manutenção de veículos adaptados a cada região, o Estado brasileiro seguirá travando uma batalha desigual contra o crime organizado, que conhece e explora todas essas deficiências.

Em meio a tantas denúncias, é ainda mais constrangedor perceber que, em reforço à visão tosca que a administração central tem sobre a área aduaneira, parte das soluções para os problemas emperra no corporativismo exacerbado de gestores que fazem a opção por defender privilégios de uma categoria de servidores, tendo a oportunidade de decidir em favor da sociedade e do País.

Neste momento em que a fragilidade da aduana brasileira está exposta, é preciso também ficar atento a atitudes oportunistas de grupos interessados muito mais em manter a situação atual do que realmente agir em favor da sociedade.

RUY CASTRO - De todos os tempos

De todos os tempos
RUY CASTRO
FOLHA DE SÃO PAULO - 25/06/11 

RIO DE JANEIRO - O site da revista britânica "NME" -"New Musical Express"- perguntou a seus leitores quais eram os "20 maiores cantores de todos os tempos". Dez milhões de pessoas responderam. Deu Michael Jackson na cabeça, seguido por Freddie Mercury, Axl Rose, John Lennon, David Bowie, Robert Plant, Paul McCartney etc. Dos 20, os únicos "antigos" são Ray Charles e Elvis Presley. Todos os outros são pós-1960.
Pelo visto, a música popular não existia até então. Frank Sinatra, por exemplo, de 1939 a 1982 -para quem acha isso importante- ganhou 31 discos de ouro, nove de platina, três de platina dupla, um de platina tripla e dez Grammys. Sua voz foi trilha sonora para mais beijos que a de qualquer cantor no século 20. E nenhum outro foi tão respeitado por músicos e musicólogos. Mas, para os leitores da "NME", ele não existiu.
Bing Crosby, muito menos. Ainda para quem gosta desses números, de 1927 a 1962 o campeoníssimo Bing emplacou 396 gravações nas paradas americanas; Sinatra, 209; Elvis, 149; os Beatles, 68; e nenhum outro roqueiro chegou sequer perto. Dessas, Bing pôs 38 no 1º lugar; os Beatles, 24; Elvis, 18. E calcula-se que, somente até 1980, Bing tenha vendido 400 milhões de discos. Mas, para os leitores da "NME", ele também não existiu.
Assim como não existiram Al Jolson, Louis Armstrong, Bessie Smith, Billie Holiday, Ella Fitzgerald, Judy Garland, Nat "King" Cole, Billy Eckstine, Mel Tormé, Peggy Lee, Doris Day, Sarah Vaughan, Tony Bennett e muitos mais, que construíram a canção americana. Cantores de outras línguas, como Carlos Gardel, Charles Trenet, Orlando Silva, Edith Piaf, Amália Rodrigues, João Gilberto, nem pensar.
A noção de "todos os tempos" dos leitores da "NME" é deliciosamente curta -vai só até a esquina. Além desta, há apenas uma caverna escura e sem fim.

WALTER CENEVIVA - Índios na Carta Magna e na vida

Índios na Carta Magna e na vida
WALTER CENEVIVA
FOLHA DE SÃO PAULO - 25/06/11 

No passado, é evidente que houve o esbulho de terras, mas o limite da Constituição de 1988 é a base da garantia


UMA CHAMADA na primeira página da Folha nesta semana me recordou a importância permanente do índio no confronto entre os que pensam no aproveitamento útil das terras e os que defendem o direito próprio dos silvícolas. Para o direito nacional, a discussão tem por base terras que os índios ocupavam em 5 de outubro de 1988, quando aprovada a Constituição.
Ao contrário do que geralmente se pensa, a expressão "terra indígena" não se refere a propriedade de caciques, tribos ou índios, mas a área integrada ao patrimônio da União (art. 20, inciso XI, da Carta), com obrigação de preservar a posse dos silvícolas que tradicionalmente a ocupavam naquele outubro. Que ali tinham sua habitação, caça, pesca e deambulação, assim caracterizando a habitualidade, inspiradora do legislador. A União teve cinco anos para comprovar a tradição da posse.
Bom estudo recente de meu conhecimento sobre o problema indígena, publicado em livro, é de Luiz de Lima Stefanini, tirado em separata da "Revista do Tribunal Regional Federal da 3ª Região" (n. 105, janeiro/fevereiro, 2011, 246 págs.). O volume traz, em apêndice, o voto exemplar do ministro Carlos Ayres Britto, no STF, na demarcação da terra Raposa/ Serra do Sol.
José Renato Nalini, no prefácio, recorda que navegantes e exploradores europeus usurparam áreas continentais aos donos da terra. Eram peles vermelhas norte-americanos, astecas, maias, incas centro e sul-americanos, mais tupis e tapuias deste lado do Atlântico. Nalini assinala a qualidade do "minucioso retrospecto da normatividade incidente sobre as terras indígenas" na manifestação judicial de Stefanini, em que define a "integridade étnica das populações aqui encontradas pelos colonizadores". No passado, deixa bem evidente que houve o esbulho de terras indígenas, mas o limite temporal da Constituição -5 de outubro de 1988- é a base da garantia.
Stefanini, além de cuidadoso exame dos aspectos jurídicos, recompõe o perfil histórico da ocupação, para sustentar a existência e a aplicabilidade do direito indígena como um direito social, no avançar os dados de sua proteção patrimonial.
Discute aspectos relevantes da indisponibilidade dos direitos indígenas, até chegar ao art. 231 da Constituição, onde situa o reconhecimento de organização social, dos costumes, línguas, crenças e tradições dos índios e de seus direitos originários sobre as terras tradicionalmente ocupadas. Interpreta o parágrafo 1º do dispositivo, ao definir a tradicionalidade quando detectada a ocupação de terras "habitadas em caráter permanente" por índios e usadas para atividades produtivas.
A habitualidade é o centro da discussão, pois a Carta Magna diz (parágrafo 6º do artigo) nulos e extintos os atos de ocupação por não índios, quando ausentes domínio e posse das terras, a que se refere o dispositivo. A mesma excludente se aplica à exploração da riqueza natural do solo, de rios e lagos nele existentes, ressalvado o relevante interesse da União.
Quer o leitor tenha posição contrária, quer favorável à população indígena em face do agricultor ou do minerador não índio, a leitura de Stefanini será certamente profícua, pela informação ampla, tanto no espaço da história quanto no direito aplicável.

KÀTIA ABREU - A política vai mudar

A política vai mudar
KÁTIA ABREU 
FOLHA DE SÃO PAULO - 25/06/11

O Estado sabe tratar os muito pobres e os de renda alta, mas não tem o que dizer à nova "classe média"


QUEM OBSERVA a nossa vida política apenas em sua superfície pode pensar que estamos sempre repetindo os mesmos dramas. De fato, a classe política parece não mudar nunca, e o nosso sistema político funciona sem sentido de propósito ou finalidade. Nossa vida pública está muito apartada da sociedade.
Por isso, as últimas eleições transcorreram em clima de indiferença e até mesmo de apatia, deixando a sensação de que nenhuma ideia havia sido vencedora ou derrotada. No entanto, abaixo dessa superfície estão ocorrendo movimentos importantes, que darão novas feições à política de amanhã.
A principal mudança, capaz de mexer com toda a estrutura e o funcionamento da sociedade, é o grande e rápido crescimento das populações que ganham entre dois e dez salários mínimos, que chamamos de nova classe média.
É um movimento recente, iniciado a partir de 1993, com o fim da grande inflação, e que tem continuado por quase duas décadas, devido aos crescimentos da economia e do emprego. É um movimento de escala inédita em nossa história. Em 1993, esse grupo representava 32% da população; pouco tempo depois, em 2009, já era algo em torno de 53% -cerca de 100 milhões de pessoas.
O segmento numericamente dominante da população brasileira ultrapassou o limiar da condição econômica em que a preocupação quase que exclusiva é com as tarefas de sobrevivência física.
Ao livrarem-se desse estágio primitivo de existência, essas populações não apenas têm acesso a novos bens de consumo, mas, principalmente, tornam-se aptas a novas formas de convívio humano e de participação social, o que lhes abre as portas para uma mais elevada vida cívica. Essa nova vida vem carregada de expectativas em relação ao futuro, pois, afinal, ao perceberem que começaram a se mover na estrutura social, as pessoas querem seguir em frente.
Esse fenômeno provocará grandes transformações no reino político, porque esses grupos são naturalmente portadores de uma nova agenda e de uma nova atitude, para não dizer de uma nova esperança em relação ao sistema político e ao Estado. Eles não compartilham o mal-estar com a civilização e a crise de valores das classes de renda alta.
São grupos que se veem a si mesmos como vivendo uma situação de progresso e, por isso, encaram o futuro de forma otimista. Sabem também que contam consigo e com o seu trabalho, e não com o Estado e suas ajudas, para continuar a progredir.
Nosso sistema político não está acostumado nem preparado para lidar com esses grupos sociais. Até agora, a agenda do Estado e dos políticos mirava as classes de alta renda e cultura e a imensa maioria dos brasileiros de baixa renda, cultivando aqueles e dominando estes com ferramentas longamente desenvolvidas durante toda a nossa história de extrema polarização econômica e social. Os grupos médios, que agora chegam subitamente e em grande número, não têm como se satisfazer com os modos tradicionais de ação do Estado brasileiro. Seu progresso inicial ainda é pequeno e eles ambicionam naturalmente muito mais.
O Estado brasileiro tem sabido tratar com os muito pobres, com os programas de transferência de renda e as práticas clientelistas. Também sempre soube atender as classes de renda alta ao permitir, por exemplo, que o sistema tributário taxe relativamente menos as pessoas de renda alta, em comparação com outros países. Mas não tem o que dizer aos "novos brasileiros".
Há pontos comuns entre a ascensão desses novos grupos e a das novas classes de agricultores brasileiros que criaram o agronegócio: visão positiva do futuro, disposição para correr riscos e crença no trabalho e no esforço individual para a conquista da prosperidade.
O que eles querem do Estado e dos políticos? Que se garanta a todos oportunidade de acesso ao conhecimento e à propriedade individual, que essa propriedade seja respeitada e que se estimule e se valorize o trabalho produtivo. Que se cuide do estado geral de saúde da economia. E que suas liberdades individuais sejam intocáveis.
A chegada desses novos cidadãos vai fazer do Brasil uma democracia real e da política uma coisa muito diversa do que ela é hoje.

JOSÉ SIMÃO - Ueba! Parada da Disparada Gay!

Ueba! Parada da Disparada Gay!
JOSÉ SIMÃO
folha de são paulo - 25/06/11 

Eu acho hilário aquelas bichas evangélicas que viraram homens. As bibas viraram heteras. Rarará!


BUEMBA! BUEMBA! Macaco Simão Urgente! O esculhambador-geral da República! Feriadão de Corpus Christi! Ou como me disse um taxista: "Bom feriado! Bom Habeas Corpus". Rarará! O taxista tá certo! Feriado é um habeas corpus!
E olha o folheto imobiliário que recebi hoje: "Casa-loft, obra conjunta de dois arquitetos e um apaixonado". Dois arquitetos e um apaixonado é Parada Gay! Rarará!
E o Twitter do dia: "Na física, Lei de Newton. Na lógica, Lei de Murphy. E na Parada Gay, Lady Gaga". Rarará! Parada Gay: a lei da Lady Gaga!
Amanhã Parada Gay. Ops, Disparada Gay. Porque biba não tem parada nem pra tirar foto 3x4! Treze quilômetros de biba! A maior minoria do planeta! E diz que vai ter pré-venda pro show do Ricky Martin em agosto! Vão leiloar o armário do Ricky Martin.
Polêmica: a Prefeitura de São Paulo pediu ou não pediu roupa discreta na Parada Gay? Se pediu, é piada pronta. Roupa discreta é armário! Já imaginou a parada inteira de camisa social azul?! E diz que Parada Gay no Ceará é ponto de ônibus: as bibas passam de carro e os bofes vão entrando! E a maior biba do mundo foi Santos Dumont. Que adorava voar! Rarará!
E eu acho hilário aquelas bichas evangélicas que viraram homens. Viraram heteras. Apareceu na televisão um evangélico dizendo: "Quando eu era gay, ficava na frente do espelho com uma espiga de milho na cabeça imitando a Wanderléa". Rarará! E um recado para os homofóbicos: todo pitbull é uma Lassie enrustida. Rarará!
E a Marta vai? O Quindim Loiro! O Dragão Queen! E perguntaram pruma drag: "O movimento drag queen nasceu em Londres ou Nova York?". "Eu acho que nasceu aqui em casa mesmo." E diz que drag gasta tanto tempo pra se montar que não sobra tempo pra ser montada! Rarará! E Parada Gay em Portugal é Portugays!
O Brasil é lúdico! Faixa no interior do Pará: "Forrozão do Cheira Peido! Nesse domingo churrascada de um porco por conta do Cheira Peido". E essa faixa de confecção estendida em frente a Prefeitura de Cacoal, Rondônia: "Roupas para Quadrilha". Rarará! Deve ser terno com maleta 007!
E em Rio Branco, no Acre, tem um forró chamado Point da Rabada. Rarará! E trabalhar em feriadão dá entôjo, papêra, calo seco, barriga d'água e zumbido no zovido!
Nóis sofre mas nóis goza.
Que eu vou pingar o meu colírio alucinógeno!

MÔNICA BERGAMO - NOVAS TECLAS

NOVAS TECLAS
MÔNICA BERGAMO
FOLHA DE SÃO PAULO - 25/06/11

O pianista Gilberto Tinetti apresenta hoje e amanhã no Theatro São Pedro um concerto de Franz Liszt; "Ele abriu a tática pianista para os lados, inclusive pôs o pianista para tocar de lado no palco", diz Tinetti

HISTÓRIA VIVA

André Sturm, novo diretor do MIS (Museu da Imagem e do Som), está pedindo R$ 1 milhão a mais para o orçamento do museu, que hoje é de R$ 9 milhões. Ele quer incrementar a programação com cursos e palestras diárias.

HISTÓRIA VIVA 2
Sturm retomará também o projeto que registra depoimentos para formar uma história oral do cinema, da fotografia e da música no Brasil. Convidará os cineastas Hector Babenco e André Klotzel, entre outros, para falarem de suas experiências.

PARADA MUNDIAL
Parlamentares de países como Zimbábue, Mali, Canadá, Austrália, Tanzânia, Nepal e Chipre irão à Parada LGBT, amanhã. Eles vieram a SP participar de uma reunião do Fundo Global de Luta Contra a Aids, a Tuberculose e a Malária. Prolongaram a estada para ir ao evento.

LUTA NA OSCAR FREIRE
A rua Oscar Freire vai receber a partir de julho treinos esporádicos de José Aldo, Minotauro e Minotouro, lutadores de Ultimate Fighting Championship. Um ringue octógono, fechado para o público, ocupará o segundo andar da loja da Pretorian, marca que patrocina os atletas.

CERVEJA DA CHINA

Duas empresas chinesas participarão da Brasil Brau, maior evento cervejeiro do país, que acontece em julho no Rio. É a primeira vez que chineses expõem na feira.

FERA LITERÁRIA
A escritora argentina Pola Oloixarac, convidada da Festa Literária de Paraty, quer estrear no Brasil um maiô de oncinha que comprou na loja do estilista Marc Jacobs. Trará também na bagagem um computador com uma pasta chamada O Brasil de Dilma, onde armazena músicas de Gal Costa e Caetano Veloso. É o que diz em entrevista à revista "Marie Claire" de julho.

JAZZ DO BEM
A cantora de jazz americana Jane Monheit se apresentou em jantar beneficente ao Tucca, associação que cuida de jovens e crianças com câncer. Luly, Fabio e Lucinha Vidigal receberam Carola Matarazzo, Claudia Epelman, Roberta Spera e Pierre Moreau, entre outros.

SENSO CRÍTICO

Reportagens e editoriais da "Folha Universal", jornal da Igreja Universal do Reino de Deus, do bispo Edir Macedo, são usados como material de leitura na quinta série da Escola Estadual Gonçalves Dias, na zona norte de SP. A professora de redação, Mara Regina Aparecida Trindade dos Santos, diz que este é o único jornal que utiliza em sala. "Serve para formar senso crítico dos alunos. Mas não quero converter ninguém", diz.

LIVRE-PENSAR
A coordenadora pedagógica do colégio, Márcia Coltre Cordeiro, afirma que "o foco é na leitura dos textos, e não no seu conteúdo". O MEC afirma que a escolha do material de leitura complementar fica a critério do professor, que tem liberdade de adotar os livros, jornais ou revistas que julgar adequados.

CRESCIMENTO MÉDIO
Projeção da FGV-Rio, que a "Exame" publica nesta semana, mostra que até 2014 o contingente de pessoas que pertencem às classes A e B deve passar de 20 milhões para 31 milhões -um crescimento de 50%. O incremento da classe C será de 20%, saltando de 94,9 milhões para 113 milhões de pessoas.

BONECA
A arquiteta Brunete Fraccaroli vai ganhar da Mattel uma boneca Barbie com o seu rosto na próxima terça.

CURTO-CIRCUITO

Leon Cakoff comemora seu aniversário hoje com festa no Alto da Lapa, às 19h.

O espetáculo "Suma Daqui, Menino!" estreia hoje, às 16h, no Teatro João Caetano. Classificação etária: 6 anos.

Isaac Karabtchevsky rege hoje, às 21h, o terceiro concerto da temporada 2011 da Sinfônica Heliópolis na Sala São Paulo. Classificação: livre.

Marcelo Jeneci toca hoje, às 15h, na praça Dom José Gaspar, no Centro. Angela Ro Ro se apresenta às 16h. Classificação etária: livre.

com DIÓGENES CAMPANHA, LÍGIA MESQUITA, THAIS BILENKY e CHICO FELITTI

MIRIAM LEITÃO - Calma, rapazes


Calma, rapazes
MIRIAM LEITÃO
O GLOBO - 25/06/11
Uma foto nos jornais da semana passada mostra Dilma num encontro com governadores. Ela está na frente, cercada por um mar de homens, atrás está Ideli Salvatti. A foto informa: as mulheres começam a chegar no poder que é quase inteiramente masculino no Brasil, como em todos os países, alguns mais, outros menos. Tudo está como antes, as mulheres deram apenas um passo à frente.

Darão outros. Isso é certo. Mas ao volante, no trânsito, quando homens erram é normal; quando mulheres erram vem a frase: "Está vendo? Só podia ser mulher". Na política, qualquer erro será comentado com a mesma atitude. Por outro lado, algumas mulheres reagirão às críticas dizendo que são machistas.

É erro recusar qualquer crítica como sendo machismo; é erro apostar no fracasso só porque as mulheres comandam a Presidência e alguns ministérios-chave. Elas não darão certo por serem mulheres e terem algum dom especial dado pela condição feminina; nem estão condenadas ao fracasso por serem mulheres. Elas têm o direito de governar, errar e acertar, como todos outros. Há mulheres honestas e desonestas; hábeis e inábeis; capazes e incapazes. Como os homens.

Faça uma lista de homens incompetentes que assumiram ministérios, que fizeram feio, que cometeram erros. Ela será extensa, portanto não precisa concluí-la porque não haverá tempo suficiente para tão longa lista. Esse é um assunto complicado em que as palavras podem ser sempre mal interpretadas até entre pessoas que compartilham a mesma visão de mundo, a mesma história, os mesmos valores.

As duas mulheres das quais a presidente Dilma se cercou na última mudança no Ministério não parecem ter as qualidades que se espera dos cargos - capacidade de negociação em Ideli; experiência em Gleisi Hoffmann - mas se falharem, o erro será tratado como coletivo, como uma falha do gênero, como o erro da mulher que faz alguma barbeiragem no trânsito. Apontar essas falhas não é apostar no fracasso delas; é natural a crítica como seria natural se fosse dirigida aos homens.

O que fica de uma leitura dos jornais, comentários, análises e piadas, em geral de mau gosto, sobre o governo Dilma é a sensação de que se instalou uma república de mulheres no Brasil. O poder ainda é essencialmente masculino aqui. Os homens têm 25 dos 27 governos estaduais; mais de 90% dos mandatos na Câmara; mais de 85%, no Senado; 86% dos cargos de direção nas 500 maiores empresas do país. Mulheres ocupam menos ministérios no Brasil do que no governo de Michelle Bachelet no Chile. No mundo inteiro o poder é essencialmente masculino.

Há quem diga que não importa se é mulher ou homem, o importante é que seja competente. Parece simples e meritório o argumento, mas ele deixa de notar as estatísticas acima. O fato é que, apesar de não haver qualquer evidência de que competência ou a falta dela é atributo de gênero, são os homens que governaram a República desde que ela foi proclamada em 1889. Esse monopólio foi quebrado por Dilma Rousseff no dia primeiro de janeiro de 2011. Então importa sim que haja mulheres nos cargos para que se comece a construir a igualdade de oportunidades e comece a ser desmontado um abusivo e odioso monopólio.

Só o mérito nunca rompeu a inércia que dá aos dominantes o domínio como se ele fosse uma capitania. Por isso cada passo desse avanço é importante. A presidência de Dilma Rousseff tem a preocupação de quebra do monopólio dos homens em cargos estratégicos. Ótimo. Mas isso não significa que foi montado um "clube da luluzinha", basta constatar que os homens continuam maioria; nem isso significa que as mulheres não cometerão erros.

A ideia de que exista uma forma feminina de governar é a repetição da visão de que homem é razão, mulher, sentimento; mulher, amor; homem, paixão; mulher é vênus, homem é marte; ou qualquer uma dessas ridículas definições de supostas diferenças que seriam determinadas pelo gênero. Cada pessoa governará com sua capacidade, temperamento, estilo, virtude e defeito que não são condições dadas pelo gênero.

Outro dia, a mais um dos inúmeros empresários que reclamam comigo do suposto apagão de mão de obra que o Brasil estaria vivendo, perguntei se ele poderia explicar, neste contexto de suposta escassez, a razão para o desemprego da mulher ser tão alto. Ele fez cara de espanto e expliquei que pelos dados do IBGE é assim: se for homem, o desemprego é 5%; se for mulher, é 8%. O número das mulheres é de país em crise - afinal os EUA se debatem em grave crise pelos 9% de desemprego. Ele não tinha ideia, alegou que gosta mais de trabalhar com mulher e disse que não sabia explicar o fato. Não há explicação além da discriminação. As mulheres brasileiras pelas estatísticas estão mais qualificadas do que os homens. E têm sido discriminadas.

O preconceito contra as mulheres não acabará porque uma mulher governa o Brasil. O poder continuará por muito tempo majoritariamente masculino no país. As mulheres vêm avançando devagar na política, no mercado de trabalho, nos feudos antes exclusivamente masculinos. Muitas vezes, apesar de todos os méritos, as mulheres serão barradas, como foram no passado. . O poder ainda é masculino. Mas não o será eternamente.

MERVAL PEREIRA - Governabilidade

Governabilidade
MERVAL PEREIRA
O GLOBO - 25/06/11
O debate que está sendo travado entre o Senado e o Executivo em torno das medidas provisórias tem aspectos mais funcionais, como a preocupação do presidente José Sarney de não receber mais MPs com prazo de votação expirado ou excessivamente reduzido, que não permitam uma análise pelos senadores.

Ou aspectos mais políticos, como a alteração que o senador Aécio Neves, como relator da proposta de emenda constitucional do próprio presidente do Senado, apresentou, na prática subordinando as medidas provisórias - que se transformaram em um instrumento do hiperpresidencialismo - à decisão do Congresso.

O fato é que as medidas provisórias se tornaram imprescindíveis para o Executivo, a ponto de o ex-presidente Lula ter dito que é impossível governar sem elas, e a presidente Dilma ter reagido à iniciativa do senador Aécio Neves com uma espontaneidade inusual: "Logo na minha vez querem tirar esse instrumento de governabilidade", teria comentado.

As medidas provisórias entram em vigor assim que editadas, e o governo quer que essa prerrogativa continue. O senador Aécio Neves propunha que elas só vigorassem depois de serem analisadas por uma comissão mista do Congresso, que teria um prazo mínimo para verificar se a medida se enquadra nas exigências legais, coisa que hoje não é levado em conta pelo Congresso, que aceita medidas provisórias que não têm nem urgência nem relevância, e também as que tratam de diversos assuntos desconexos ao mesmo tempo.

O mais provável é que o Congresso não imponha ao Executivo nenhuma restrição, e que o Senado apenas ganhe mais tempo para analisar as medidas provisórias, ficando cada Casa com um prazo fixo determinado para a análise do conteúdo das emendas, ao contrário de hoje, quando o prazo é conjunto e quase sempre gasto na Câmara, por onde entram as MPs.

O líder do governo Romero Jucá está negociando um acordo que estabeleça prazo de 70 dias para a Câmara analisar as MPs, outros 40 para o Senado e 10 para votar eventuais emendas.

As medidas provisórias são talvez a principal razão para que a taxa de aprovação das propostas do Executivo tenha, no sistema brasileiro, um índice semelhante à de regimes parlamentaristas.

Essa constatação está no trabalho "Instituições políticas e governabilidade - desempenho do governo e apoio legislativo na democracia brasileira", em que os cientistas políticos Argelina Figueiredo e Fernando Limongi apresentam estatísticas que mostram que a taxa de sucesso das propostas de todos os presidentes da República, desde a redemocratização, é de 85%, próxima da obtida em sistemas parlamentaristas, e muito maior do que a que se verificou entre 1945 e 1964.

Esse e outros estudos indicam que o Executivo tem capacidade de pautar o Congresso e fazer aprovar a sua agenda legislativa.

Um trabalho recente sobre a reforma do sistema eleitoral da Câmara dos Deputados, já analisado aqui na coluna, realizado em conjunto pelo cientista político Octavio Amorim Neto, da Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas da Fundação Getulio Vargas do Rio, o geógrafo Bruno Cortez, do IBGE, e Samuel Pessôa, economista do Instituto Brasileiro de Economia (IBRE), da FGV-Rio, se refere a esse trabalho de Argelina Figueiredo e Fernando Limongi, destacando um aspecto não muito analisado.

Como as principais características do atual sistema, como o voto proporcional e a lista aberta, existiam também no período democrático de 1946 a 1964, o que diferencia aqueles tempos de instabilidade e radicalização políticas com os da redemocratização, quando o Executivo tem capacidade de organizar sua coalizão congressual com mais sucesso e eficiência?

Segundo Figueiredo e Limongi, a diferença entre os dois regimes democráticos reside no fato de o atual ter mantido as extensas prerrogativas legislativas conferidas ao presidente pelos militares.

Assim, uma série de faculdades dos presidentes do período pós-autoritário não existia para aqueles que governaram antes de 1964: ter iniciativas exclusivas em projetos orçamentários e tributários; iniciar emendas constitucionais; editar medidas provisórias; editar leis sob requerimento de delegação do Congresso; solicitar urgência; e impor restrições a emendas parlamentares.

Figueiredo e Limongi mostram ainda que os líderes partidários da fase democrática atual também detêm uma série de poderes que os seus antecessores, antes do regime militar, não possuíam: determinar a agenda do plenário; representar a bancada; retirar projetos de lei das comissões por meio de requerimento de urgência; e indicar e substituir membros das comissões mistas, de CPIs e das comissões do orçamento.

Um dos autores do trabalho sobre a reforma eleitoral para a eleição da Câmara, o cientista político Octavio Amorim Neto, retoma um de seus pontos já desenvolvidos em outros trabalhos: é possível afirmar que, no atual período democrático, o excesso de fragmentação e personalismo resultantes das regras do jogo político é contrabalançado por poderes excepcionalmente fortes do Executivo e das lideranças partidárias, quando se compara com o período de 1946 a 1964.

Assim, alguns dos mais citados "defeitos" do sistema político nacional, como a ampla autoridade constitucional do presidente e a fragmentação do Congresso, são, na verdade, características que, até certo ponto, se neutralizam.

A governabilidade, do ponto de vista do Executivo, estará assegurada com a manutenção das regras das medidas provisórias, mas o Congresso terá perdido uma oportunidade de se afirmar como um dos poderes da República se não encontrar meios de pelo menos limitar os excessos que o Executivo vem cometendo no uso das medidas provisórias.

RENATA LO PRETE - PAINEL

Lista de chamada
RENATA LO PRETE
FOLHA DE SÃO PAULO - 25/06/11

Causou espécie no Planalto a ausência de ministros em Brasília na sexta-feira pós-feriado. A "esticada" mais ou menos generalizada foi percebida porque os palacianos, trabalhando ontem, deram com o nariz na porta várias vezes ao tentar localizar integrantes do primeiro escalão de Dilma Rousseff. Logo no início do governo, a presidente surpreendeu a equipe ao marcar sua primeira reunião ministerial numa sexta.
Tudo indica que os ocupantes da Esplanada terão dificuldade em repetir o esquema no próximo feriado com "ponte". A nova chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, foi incumbida de passar o recado adiante.

Forca 
O Congresso abandonou por completo o "day after" do Corpus Christi, derrubando até as sessões de discursos, típicas desse dia da semana. Até as 13h de ontem, 10 dos 513 deputados federais tinham aparecido na Câmara. No Senado, Cristovam Buarque (PDT-DF) não conseguiu abrir a sessão porque havia menos de 5 dos 81 integrantes da Casa.

Repaginação 
A Câmara lança em agosto licitação para reforma de mais três blocos de apartamentos funcionais, com custo estimado de R$ 30 milhões. Seis outros blocos já estão em reformas.

Por que não? 
Liderados por Roberto Rodrigues, 12 ex-ministros da Agricultura que solicitaram audiência com Dilma para discutir o novo Código Florestal estão incomodados com o silêncio da presidente. O pedido foi feito há cerca de 20 dias. Durante a tramitação do texto na Câmara, ela recebeu ex-ministros do Meio Ambiente.

Eu não 
O vereador Arthur Orsi (PSDB), que dirigiu "carta aberta" a José Dirceu sobre o escândalo de corrupção em Campinas, nega ter, antes disso, procurado o ex-ministro para tratar das eleições de 2012 na cidade: "Nunca, em nenhum momento da minha vida, tive contato com esse cidadão".

Viral 
O Ministério da Justiça pretende se reunir no início da próxima semana com os relatores do projeto que caracteriza como crime a ação de hackers. A ideia é propor ajustes antes da votação do texto na Comissão de Ciência e Tecnologia da Câmara, prevista para quarta.

É isso aí 
Coordenador de mídias sociais da campanha de Dilma, Marcelo Branco defendeu ontem no Twiiter os ataques que derrubaram páginas do governo na internet. Acha que, sem invasão, trata-se de uma forma "legítima de protesto virtual".

Como assim? 
Ex-titular da Previdência, o senador José Pimentel (PT-CE) foi cobrar explicações do atual ministro, Garibaldi Alves (PMDB-RN), para o fato de um indicado do deputado peemedebista Raimundão ter assumido uma recém-inaugurada agência do INSS em Juazeiro do Norte.

Sob nova direção 

Garibaldi ponderou que o nome havia sido aprovado pelo presidente do INSS. Embora disposto a não entrar em briga, deixou claro que a indicação seria mantida.

Sem essa 
Comentário do líder do PMDB na Câmara, Henrique Alves (RN), sobre o assédio ao primo Garibaldi: "É proibido proibir".

Fica frio 
Indicação conjunta de PSB, PMDB e PT do Ceará, o novo presidente do Banco do Nordeste, Jurandir Santiago, assumiu recomendando aos diretores que trabalhem como se não houvesse "prazo de validade" para seus mandatos -a despeito dos diversos lobbies por substituições nesses cargos.

com LETÍCIA SANDER e RANIER BRAGON

tiroteio


"Aécio e Indio criaram a 'ética etílica' na política: fuja do bafômetro, mas não se esqueça de dizer que, para os outros, a Lei Seca e as blitze são sensacionais."
DO DEPUTADO ANDRÉ VARGAS (PT-PR), comentando a atitude do senador tucano e do ex-deputado, agora no PSD, quando abordados pela polícia no Rio.

contraponto

Tela quente
Ao sair ontem de um evento, Geraldo Alckmin comentou com jornalistas ser fã de cinema, acrescentando que, dali a poucas horas, assistiria a uma sessão dupla em casa na companhia da mulher. Ato contínuo, o governador ligou para Lu Alckmin, descobriu quais seriam os filmes e informou aos repórteres:
-O primeiro é "O Turista". O segundo, um filme de ação com Tom Cruise. Ela disse que é bem explosivo... De volta ao celular, o governador provocou a mulher:
-Mas não é caixa eletrônico não, né?

VALDO CRUZ - Na contramão

Na contramão
VALDO CRUZ
FOLHA DE SÃO PAULO - 25/06/11


De repente, ‘descobrimos’ algo escrito há 23 anos, desconectado da conjuntura atual.

Mais uma da nossa Constituição cidadã, que teve avanços inegáveis para a volta da nossa democracia, mas que também criou absurdos.

Um deles, quem não se lembra, era tão estapafúrdio que nunca foi colocado em prática: a famosa letra morta do tabelamento dos juros no Brasil em 12% ao ano.

Agora, ficamos ‘sabendo’ que o aviso prévio na dispensa de trabalhadores é proporcional, sendo no mínimo de 30 dias, a ser regulamentado por lei.

Até parece uma proteção, mas pode funcionar exatamente no sentido oposto. Claro que a existência do aviso prévio é um direito necessário.

Mas soa irreal imaginar, como chegaram a dizer ministros do STF, que a cada três ou seis anos o trabalhador teria direito a mais 30 dias de aviso antes de ser demitido.

O STF cumpriu sua missão ao nos ‘lembrar’ que o aviso prévio é proporcional, como previsto na Constituição.

Mas legislar sobre o tema, como sugere, pode ser temerário do ponto de vista econômico. Afinal, estaria indo na contramão de um mundo cada vez mais competitivo.

Em vez de reduzir os encargos trabalhistas, poderia fazer o contrário, aumentando o nosso chamado custo Brasil.

A Constituição deve, com certeza, fixar os direitos básicos dos trabalhadores.

Mas estamos numa época em que a legislação deveria abrir cada vez mais espaço para as negociações livres e diretas entre empresários e seus empregados.

Agora entraremos num dilema político. O Congresso tem de assumir seu papel e resolver essa questão trabalhista regulamentando a Constituição.

O melhor caminho seria manter os 30 dias de aviso prévio, algo já assimilado pelo mercado de trabalho.

A dúvida é se nossos congressistas terão coragem de encarar tema que pode implicar perda de popularidade ou vão preferir a saída mais fácil, a do populismo trabalhista.