quarta-feira, abril 20, 2011

ROLF KUNTZ - Déficit de seriedade na LDO


Déficit de seriedade na LDO
ROLF KUNTZ
O ESTADO DE SÃO PAULO - 20/04/11

Há um grave déficit de seriedade no projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) enviado ao Congresso - o primeiro do governo da presidente Dilma Rousseff. Ao contrário do déficit fiscal, esse não aparece como resultado financeiro da execução do Orçamento. Aparece no começo, como componente da elaboração da proposta. É parte de um estilo de governo, implantado na administração anterior e ainda em vigor, embora a nova gestão tenha dado inicialmente sinais de mudança. O Executivo continua empenhado em operar com o máximo de conforto, o mínimo de regras e nenhuma preocupação com itens como competência, eficiência e qualidade - apesar, mais uma vez, das promessas da presidente ao anunciar suas linhas de trabalho.

O governo tenta de novo impedir a interrupção de obras em caso de indícios de irregularidades. A decisão, segundo a proposta, deve caber à Comissão Mista de Orçamento. Além disso, tenta impor uma nova disciplina ao Tribunal de Contas da União (TCU), limitando o poder dos técnicos para apontar obras sujeitas a bloqueio. Pelo menos um ministro do tribunal deve sancionar essa classificação. É mais um capítulo de uma briga iniciada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Até agora o Executivo só cuidou de contestar a fiscalização. Nenhum esforço foi feito, seriamente, para melhorar os projetos, para adequá-los às normas, nem para tornar mais eficiente a sua gestão.

O baixo grau de execução de projetos incluídos no Orçamento-Geral da União é bem conhecido. Os desembolsos equivaleram a 64,5% do total programado para 2010. O desempenho relativo a exercícios anteriores foi pior: pagamento de 45,6% em 2007, 11,2% em 2008 e 56,3% em 2009. A maior parte do dinheiro desembolsado correspondeu sempre a restos a pagar. Os números foram organizados pela Contas Abertas, organização especializada no acompanhamento de finanças públicas.

Só por alucinação ou má-fé seria possível atribuir esse desempenho apenas a dificuldades criadas pelo TCU e pelos órgãos de proteção ambiental. Além disso, o baixo grau de execução ocorre também na administração indireta.

O exemplo mais comentado, neste momento, é a lentidão das obras de modernização e ampliação de aeroportos para a Copa de 2014. Segundo números do governo, atualizados até 23 de março, foram contratados só R$ 294,5 milhões dos R$ 5,6 bilhões previstos. Efetivamente aplicados, só R$ 137,7 milhões. Essa aplicação equivale a 2,5% do valor total programado. O melhor resultado foi conseguido nas obras do Aeroporto do Galeão, com investimento realizado de R$ 60 milhões - 8,7% do previsto.

Essa lentidão afeta a maior parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Os balanços de execução têm sido inflados com financiamentos imobiliários - incluídos empréstimos para compra de imóveis usados. Para o chamado PAC orçamentário foram autorizados entre 2007 e 2010 R$ 96,44 bilhões. O desembolso chegou a R$ 58,74 bilhões, 60,9% do investimento previsto. No primeiro trimestre de 2011 houve um recorde, com pagamento de R$ 5,5 bilhões, mas R$ 5,4 bilhões eram restos de anos anteriores.

Apesar de tudo, o PAC é usado para disfarçar os problemas fiscais. O governo tem sido autorizado a descontar da meta de superávit primário os valores aplicados no programa. Desta vez foi pedida autorização para abater até R$ 40,6 bilhões dos R$ 139,8 bilhões fixados como resultado primário de 2012. O déficit de seriedade aparece, portanto, em vários itens orçamentários, em geral interligados.

A miséria gerencial é em grande parte uma consequência do desmonte da administração pública, confundido em alguns momentos com democratização e modernização.

A demolição começou no governo Sarney. Avançou de forma desastrosa no mandato do presidente Fernando Collor de Mello. Os tucanos ensaiaram uma reforma administrativa, quase sem resultado prático. Suas contribuições foram outras. Funções econômicas privatizáveis foram privatizadas e a economia nacional ganhou com isso. A política monetária foi restaurada. A responsabilidade fiscal virou lei e a política econômica foi reconstruída sobre três fundamentos - metas de inflação, câmbio flutuante e metas de superávit primário.

A gestão petista manteve o tripé, hoje um tanto instável, mas ao mesmo tempo retomou a destruição da capacidade administrativa. Os quadros e a folha de salários foram inflados, mas sem aumento da eficiência e da qualidade. Em algumas áreas, o aparelhamento produziu desastres. O avanço sobre a LDO é apenas mais um capítulo dessa história.

ROBERTO DaMATTA - O trivial miúdo (e graúdo) do mundo


O trivial miúdo (e graúdo) do mundo
ROBERTO DaMATTA
 O Estado de S.Paulo - 20/04/11

Terremotos recorrentes (parece castigo..., diz uma amiga...) no Japão; mudanças políticas radicais, com direito a confronto político em forma de tempestade de pedra no chamado mundo árabe; e transgressão inclassificável no Brasil. Neste nosso país, onde os juristas de bela tradição romana, aperfeiçoada na Faculdade de Direito de Coimbra que o Marquês de Pombal queria destruir em nome das luzes, vivemos um gesto que é a um só tempo crime, loucura, covardia, vingança e celebrizarão patológica. Ou seja: é um ato irredutível que fala de múltiplas carências coletivas, mas que se realizou, como tudo o que é humano, individualmente. Num outro pedaço do mundo, a terra e os sistemas políticos se sacodem; na nossa casa, estremecemos todos porque não somos capazes de nos pensar também como ingratos, covardes, canalhas e loucos varridos. Se Deus existe e, mais que isso, é brasileiro, o que significa esse massacre insano de crianças num lugar sagrado: uma escola? Debaixo de Deus, pensamos que uma lei vai conter esses gestos insanos.

Ainda vivemos a plenitude daqueles etnocentrismos que garantem um país tropical, sem preconceitos, repleto de santos, abençoado por Deus e bonito por natureza. O insólito amplamente divulgado e batido obriga a pensar seriamente nos problemas a serem corrigidos, remediados e evitados. A autovisão otimista não exclui o olhar realista, ela apenas impede o risco da recaída num otimismo fora de ordem. De qualquer modo, atordoa testemunhar essa celebrização por meio de um ato inclassificável numa sociedade na qual a celebrização que aristocratiza e permite tratamento diferenciado é moeda corrente e a malandragem, o "eu não sabia" e o crime constam como um bom método para obtê-la. É preciso repensar - e a mídia tem o dever de dar o exemplo - o modo de lidar com essas fraturas que surgem a contragosto num Brasil mais igualitário e livre, mas sem os seus remédios usuais deste estilo de vida: o bom senso e a internalização de limites por meio de um sistema educacional primário eficiente e universal.

* * * *

"Somos afinal "mudernos", temos um pouquito de tudo!" Foi o que me disse faz uns dias, um amigo português - estou na dúvida se devo chamá-lo de Manuel ou de Joaquim - ao se referir ao Portugal dos fados, do bacalhau e das belas amizades e, hoje, das contas a pagar.

O Manuel dramatizava a dívida e a dúvida (só antropólogos como o Marcos Lanna perceberam como essas palavras não têm nada a ver com o futuro, mas com um passado estabelecido quando uma pessoa recebe algo de outra). Ele se referia ao Portugal que se amarrou ao globo pela Europa, e assim contraiu uma enorme dívida. Poupo-me de expor, no economês que permeia as páginas mais técnicas e sérias dos jornais, os detalhes da coisa. Mas posso afiançar que os portugueses a consideram feia e vergonhosa - quase um fim de mundo, exatamente como fazemos no Brasil.

E aí temos um problema trivial: quem é o responsável pelo desastre, a esquerda ou a direita? O governo ou a oposição? O passado ou o presente? O rei ou o papa? O antigo ou o moderno? Todos - dizem Manuel e Joaquim -, menos nós e os do nosso partido, grupo ou coalizão. Pois lá, como aqui, há acordos e coalizões de modo que no universo do consumo que individualiza, produz autoestima e iguala, espatifou-se a clara, honesta e boa para culpar divisão do mundo entre certos e errados. Entre uma esquerda (dos puros) e uma direita (dos ímpios). "Veja, diz-me o Manuel com o rosto pálido, em que enrascada (os "r" dobrados vão por conta de sua fala) estamos metidos!"

De fato, como viver num mundo horizontal e mais igualitário, vendo-o por meio de critérios verticais e hierárquicos? Como ver o Portugal moderno e liberal, se o método para julgá-lo passa por altos e baixos, cristãos e judeus, ricos e pobres, todos ilimitados porque o horizontal é balizado por fronteiras, mas o vertical contém o que conhecemos de sobra neste nosso abençoado Brasil: o mais ou o menos; e, mais que isso, o "mais ou menos" que, pressupondo múltiplos pontos de vista (e verdades), tudo justifica e impede atribuir responsabilidades e definir prioridades permitindo adiar. Ou seja: escolher não escolher!

Poucos enxergam - tem a ver com o tal "liberalismo". Com esse estilo de vida cujo princípio básico é não gastar mais do que se ganha. Com a obrigação de permanentemente ser obrigado a calibrar interesses individuais e coletivos. E disso decorre algo odioso e patético: somos obrigados a escolher; temos que admitir que os recursos são escassos; que o mundo se transforma e não vai para onde queremos; que o ganho de hoje pode ser a perda de amanhã; e - valha-nos Deus! - que existem mesmo limites. Limites, bom senso, equilíbrio, suficiência, competição e eficiência. Tudo o que o estilo de viver hierarquizado inibe e esconde, pois o Rei pode tudo. Talvez até mais do que Deus.

Vi, com a clareza dos marginais, como a crise portuguesa falava do Brasil, tal como a nossa hiperinflação sanada pelo maldito Plano Real falava de Portugal. Essa entrada tardia no mundo em que estado e sociedade se equilibram. Num universo onde a competição e a inércia (entre nós também chamada de jeitinho ou malandragem) começam a ser depuradas das suas consequências negativas. Não é fácil o confronto das velhas tradições, lidas como princípios imutáveis e naturais, no confronto com o universo do mercado no qual tudo que se pensava como sólido se desmancha no ar. Ou assim parece.

ILIMAR FRANCO - Acordo fechado


Acordo fechado
ILIMAR FRANCO
O GLOBO - 20/04/11

O governo fechou uma proposta comum de Código Florestal. Apenas dois ou três itens irão a voto, sendo que o mais importante deles envolve a agricultura familiar e a pequena propriedade rural. O Meio Ambiente quer que as propriedades de até quatro módulos (ou 150 hectares) também sejam obrigadas a ter uma Reserva Legal. A Agricultura e o Desenvolvimento Agrário sustentam que estas deveriam
ser isentas dessa obrigação. 

Palocci é o avalista
A unificação das posições do governo na votação do Código Florestal foi patrocinada pelo ministro Antonio Palocci (Casa Civil). O acordo final ocorreu na noite de anteontem. Sentaram-se à mesa para bater o martelo os ministros Luiz Sérgio (Relações Institucionais), Wagner Rossi (Agricultura), Izabella Teixeira (Meio Ambiente) e Afonso Florence (Desenvolvimento Agrário); o presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS); e o relator, Aldo Rebelo (PCdoB-SP). A expectativa do Planalto é votar na próxima semana. A presidente Dilma Rousseff, sobre
o adiamento da votação, defendido por petistas, comentou ontem: “Eu quero votar”.

"O acordo dá segurança jurídica à agricultura e garante aos ambientalistas desmatamento zero no futuro” — Wagner Rossi, ministro da Agricultura

A V INTERNACIONAL. O ex-presidente Lula quer organizar, no Brasil, um evento internacional para discutir os rumos da esquerda
no mundo. Nas viagens que fez ao exterior desde que deixou a Presidência da República, ele tem debatido com dirigentes de esquerda a organização dessa reunião. A realização de internacionais é uma tradição socialista. A primeira ocorreu em 1864. Depois disso ocorreram outras três.

Braços do povo
O ex-presidente Lula disse ontem, a prefeitos do PT de São Paulo, que eles precisam incorporar a política em suas administrações, assim como ele fez na Presidência. “Toda vez que precisei, fui para os braços do povo”, disse Lula.

Lamentações
Já os prefeitos do PT reclamaram com o ex-presidente Lula do decreto assinado por ele cancelando os restos a pagar de 2007, 2008 e 2009. Também se queixaram da burocracia da Caixa Econômica para liberar emendas parlamentares.

Saíram os vetos para a lei da APO

O prefeito Eduardo Paes vetou ontem os incisos III e IV do artigo quarto da lei na qual o Rio ratifica a criação da Autoridade Pública Olímpica. Paes explica que eles “poderiam gerar dificuldades para o bom andamento das tarefas necessárias para a realização das Olimpíadas”. Umdeles dizia que qualquer delegação da prefeitura à APO teria de ser submetida à Câmara de Vereadores. Outro que a APO não poderia representar a cidade junto ao Comitê Olímpico Internacional e outras entidades.

Na torcida

Os paulistas que fiquem atentos. Ao anunciar como será o trabalho de fiscalização das obras da Copa de 2014 pelo TCU, anteontem,
seu relator, ministro Valmir Campelo, fez uma apaixonada defesa de Brasília para sediar a abertura da Copa.

Suscetível
O prefeito Gilberto Kassab deu a tarefa de montar o PSD em Minas ao presidente da CBIC (Câmara da Indústria da Construção), Paulo
Safady Simão, e não a um político, para não comprar briga com o senador Aécio Neves (PSDB-MG).

 PAUTA TRABALHISTA. O presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), convidou as centrais sindicais para um café da manhã no dia 27. Vai tratar das votações da redução da jornada e do fim do fator previdenciário.
 DESALINHADOS. O PT ainda não se definiu, mas o PCdoB está lançando a pré-candidatura do vereador Netinho de Paula à prefeitura de São Paulo. 
● AH, BOM. O Ministério do Planejamento informa que os balanços do PAC, menina dos olhos da presidente Dilma Rousseff, passaram a ser semestrais. Antes, eram feitos a cada quatro meses.

SONIA RACY - DIRETO DA FONTE


Rouba monte
SONIA RACY
O ESTADO DE SÃO PAULO - 20/04/11

Não bastasse a queda do preços das ações de suas empresas na bolsa, Eike Batista terá que enfrentar a ira do governo do Estado. Ante sua grande influência na China, o empresário foi escalado para convencer a Foxconn, com seus US$ 12 bilhões de investimentos, a se instalar no Rio. Deixando Sampa para trás. Atendendo a singelo pedido de Sérgio Cabral.

Yes, they can
E por falar em Eike, seu filho Thor sai na noite carioca acompanhado por vários seguranças. E pelo menos dois deles têm entrado nos recintos... armados. Quem tenta impedi-los recebe carteirada na cara: são policiais com direito a porte de armas.

Moral hazard
Está difícil de convencer a família Schahin. O Fundo Garantidor de Crédito só dará empréstimo para a concretização da venda do Banco Schahin para o BMG com garantias sólidas dos vendedores. O FGC não quer repetir o caso Silvio Santos. O apresentador saiu do problema do Panamericano sem qualquer ônus.

Geométrica

Não se sabe qual será o resultado do Copom hoje, mas José Roberto Mendonça de Barros, da MB Associados, não está otimista em relação à inflação. Acredita que a "moça" pode vir a dar um susto no País no terceiro trimestre do ano.

Desafio

Enquanto FHC e Lula se pegavam pela mídia, anteontem, Paul Singer era convidado ilustre do Instituto FHC, onde participou do painel A Cultura de Transgressões no Brasil. Singer falou para auditório lotado, onde estavam, entre outros, Celso Lafer, José Gregori, Leôncio Martins Rodrigues, José Pastore... e FHC.

Pergunta: o futuro Instituto Lula vai encher uma plateia de petistas, algum dia, e convidar um tucano para falar?

Fila A

Sabe quem Pierre Cardin fez questão de convidar para a primeira fila do seu desfile no Shopping Iguatemi, dia 26? Fernando Collor. Quando moço, o senador desfilou para o estilista. E Cardin já se hospedou na casa dos Collor de Mello, em Maceió, nos anos 70.

Pincel mágico
Em setembro, cem obras de Anita Malfatti ocuparão o Museu Oscar Niemeyer, de Curitiba.

Síndrome da China
E o São Paulo chega na... China. A cúpula do clube assina hoje um convênio com a delegação de Qingdao. Para quê? Intercâmbio de técnicos e know-how. A ideia é que o tricolor receba no Centro de Treinamento de Cotia atletas chineses, e também envie profissionais para lá.

Reforma tricolor
Ânimos à flor da pele no estádio do Morumbi. Fonte tricolor garante estar nos finalmentes a conclusão de venda dos naming rights da arena de 25 mil lugares. Os recursos servirão para pagar a construção da cobertura do estádio orçada em R$ 120 milhões.

Extremos
Aposentado, Ronaldo perdeu o medo de engordar. Entretanto, sua ex Milene Domingues briga por se manter na linha. Está no Spa 7 Voltas com o filho, Ronald, a tiracolo.

Questão de peleAnderson Birman, da Arezzo ainda não sabe o que fará com as peles recolhidas das suas lojas anteontem. Pensa em doá-las, vendê-las ou leiloá-las. A renda, entretanto, já tem destino certo: vai para instituição de caridade. Alguma relacionada à proteção de animais? "Não. Já tem muita criança e velhinho precisando de ajuda", afirma o empresário.

Quem vem
Jon Lee Anderson, autor de biografias sobre Che Guevara, Augusto Pinochet e Fidel Castro, é um dos nomes confirmados para o Congresso Internacional de Jornalismo Cultural. Ele acaba de voltar da Líbia, onde cobriu o conflito para a The New Yorker.

Evento da Revista Cult e do Sesc. Em maio, em São Paulo.

CELSO MING - Continua aquecido


Continua aquecido
CELSO MING
O ESTADO DE SÃO PAULO - 20/04/11

O nível da atividade econômica continua alto demais para os objetivos do governo, que pretende desacelerar o crescimento do PIB de 7,5% para alguma coisa em torno dos 4%.

Ontem, tanto os níveis de desemprego (veja gráfico) como a evolução da renda (mais 18,8% em 12 meses) aferidos pelo IBGE mostraram que o mercado de trabalho continua aquecido. É uma situação mais do que confirmada pela Receita Federal, que apurou um avanço de 13% na arrecadação do Imposto de Renda Retido na Fonte no primeiro trimestre. Afora isso, a arrecadação no mesmo período cresceu 12% em termos reais, ou seja, descontada a inflação. (Veja, ainda, o Confira.)

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E o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, avisou que não tem a menor importância o avanço mais lento na abertura de vagas com carteira registrada (dados do Caged) porque continua de pé a projeção oficial de criação de mais 3 milhões de postos de trabalho em 2011.

São elementos que reforçam as apostas em que o Comitê de Política Monetária (Copom) optará hoje por um aumento dos juros básicos (Selic) de 0,5 ponto porcentual e não de apenas metade disso.

O Banco Central também não pode desprezar o impacto do salário mínimo de 2012 sobre os preços da economia ainda em 2011. O reajuste do mínimo já contratado para o ano que vem será alguma coisa entre 13,3% e 14,3%, dependendo ainda do que vier a ser a inflação deste ano medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), calculado pelo IBGE.

Trata-se de um reajuste inflacionário, não só porque deverá vigorar num ambiente já marcado pela escassez de mão de obra, mas também porque assume um adicional de produtividade da força de trabalho muito superior ao que será de fato. Isso significa que o salário mínimo será fator de alta dos custos, não propriamente na indústria, onde a remuneração do trabalhador em geral é mais alta, mas, principalmente, no setor de serviços.

Esta não é uma crítica ao tamanho do salário mínimo de 2012. É apenas a aceitação de que este é um elemento crucial na paisagem que vai definir a evolução dos preços em 2012 e, mesmo, antes disso. Qualquer empresário já está se preparando para incorporar esse reajuste não apenas à estrutura de custos de sua empresa, como também ao provável impacto (ainda que temporário) sobre o consumo.

As consequências desse forte reajuste deverão ser ainda maiores sobre as finanças do setor público. Não menos que 66,5% dos aposentados da Previdência Social recebem o equivalente ao salário mínimo e a maior parte dos funcionários das prefeituras e dos Estados ganha o mesmo. Isso significa também grande impacto nas contas do INSS. Esse forte reajuste vai, portanto, aumentar as despesas do setor público e dificultar a obtenção do superávit nominal, o fator mais importante no reequilíbrio das finanças públicas.

A atual estratégia da política monetária do Banco Central é a de aceitar mais inflação em 2011 para, ao longo de 2012, finalmente empurrá-la para o centro da meta. Esse reajuste do mínimo será obstáculo para que isso aconteça, porque criará renda que, por sua vez, criará demanda. Falta saber de que maneira o Banco Central pretende compensar esse impacto com outras medidas de contra-ataque à inflação.

ANTONIO DELFIM NETTO - Gradualismo


Gradualismo
ANTONIO DELFIM NETTO

FOLHA DE SÃO PAULO - 20/04/11

Estamos num momento interessante. De um lado, existe um otimismo moderado do governo com relação à possibilidade de manter a inflação sob controle, fazê-la retornar a 4,5% no final de 2012 e conseguir um crescimento médio do PIB em torno de 4,5% no biênio 2011-12. De outro, há um pessimismo exagerado de alguns analistas do mercado financeiro. Estaríamos às portas de um profundo desarranjo fiscal e de perda completa da ancoragem da expectativa da taxa de inflação.
O primeiro diagnóstico sugere uma política econômica cuidadosa e vigilante para acomodar um razoável crescimento com aumento da inclusão social.
O segundo diagnóstico prescreve uma ação drástica: um choque monetário para recuperar a "credibilidade" do Banco Central, supostamente perdida em 2010. Os dois têm custos e riscos sociais e políticos muito diferentes e é natural que o poder incumbente procure minimizá-los.
O segundo diagnóstico é apoiado numa visão que não corresponde à realidade que estamos vivendo.
Quando se analisa o que ocorre no mundo e se compara com o que nos acontece, verificamos que a situação fiscal (deficit nominal e relação dívida/ PIB), mesmo não sendo a que gostaríamos, está longe de ser um desastre, e que a nossa taxa de inflação batendo no teto de tolerância da "meta" não está mais fora de controle do que a de qualquer outra do mundo emergente.
Um dramático choque fiscal e um significativo aumento da taxa de juro real (já a maior do mundo e três vezes maior do que a do segundo colocado) poderia nos levar de volta à recessão. Não tenhamos ilusões.
É impossível "calibrar" os efeitos de tal choque. Uma vez iniciado, ele se incorporará às expectativas dos trabalhadores que, com o risco de perderem seus empregos, cortarão seu consumo e dos empresários que, com medo de perderem o equilíbrio de suas finanças, reduzirão a produção e adiarão seus investimentos.
Quem "calibra" para reduzir o crescimento a 3% poderá acabar reduzindo-o para -1%.
Diante desses riscos, é claro que a estratégia cuidadosa do governo parece muito melhor: reduzir o crescimento real das despesas de custeio para ficar abaixo do crescimento provável do PIB e, além da manobra dos juros, introduzir medidas macroprudenciais para colaborar no ajuste da demanda.
Quando o Banco Central alonga o período da política monetária e aceita a possibilidade da taxa de inflação superar momentaneamente a "meta", ele não está desistindo do combate à inflação.
Está apenas tentando reduzir os custos sociais e políticos do ajuste necessário. Se não atingir o objetivo, poderá mudar a ênfase dos seus instrumentos e pagará um pouco mais caro por isso.

MARIO MESQUITA - Ventos de proa


Ventos de proa 

MARIO MESQUITA
FOLHA DE SÃO PAULO - 20/04/11

A RECUPERAÇÃO da economia mundial pode estar entrando em um período de turbulência. As fontes de incerteza são diversas e atingem as principais economias maduras.
Nesse ambiente, as perspectivas para os preços de ativos de economias emergentes, embora ainda promissoras, estão envoltas em maior risco.
A recuperação da economia japonesa foi atingida pelos desastres naturais e o subsequente problema nuclear. Por um lado, persistem restrições do lado da oferta, ocasionadas pela escassez de energia, e, por outro, há um natural recolhimento das intenções de realização de gastos discricionários por parte da população. É certo que em algum momento, nos próximos trimestres, os esforços de reconstrução irão adicionar dinamismo à atividade econômica, mas tal processo pode se mostrar demorado.
Na Europa, conquanto persista o descolamento entre atividade nas economias centrais, em especial a alemã, e a periferia mediterrânea, a retomada segue sob o risco de uma deterioração nas finanças públicas das economias em crise.
Ainda que as autoridades econômicas europeias continuem a negar a hipótese de reestruturação, parece haver consenso nos mercados de que a reestruturação da dívida pública grega é apenas uma questão de tempo. As trajetórias da dívida pública de outros países, como Irlanda e Portugal, também são vistas com bastante cautela.
As questões que se colocam são, portanto, o que ocorreria com economias mais relevantes e os bancos, em caso de uma moratória da Grécia. Até recentemente, parecia haver uma redução da sensibilidade dos preços dos ativos espanhóis ante os desenvolvimentos nas economias periféricas em crise, mas esse quadro parece ter se alterado nos últimos dias.
Ademais, uma moratória provavelmente afetaria também os bancos gregos, que têm relações com o sistema bancário no resto do continente. É plausível que o grande prejuízo fique com o Banco Central Europeu (BCE), que, em última instância, poderia requerer recapitalização. Mas não se pode descartar, a priori, riscos de contágio da dívida pública para a dívida bancária.
A grande dificuldade, no caso europeu, é que a união monetária precedeu a união fiscal (se é que esta última vai de fato acontecer). Assim, não há mecanismos automáticos de socorro "federal" aos governos da periferia. Nesse contexto, os programas de ajuda devem ser negociados praticamente caso a caso, o que aumenta o risco político -ainda mais porque regras de governança e tradições dentro da União Europeia requerem decisões por consenso.
Nos EUA, a questão fiscal também ganha proeminência. Não se trata de temor quanto a uma moratória, mas sim da deterioração das perspectivas fiscais em ambiente político conturbado. Em que pese o anúncio de um programa de consolidação fiscal de médio prazo pelo presidente Barack Obama, os mercados, e as agências de classificação de risco, continuam céticos, em boa parte porque não enxergam ambiente para convergência entre democratas e republicanos -situação que não deve se tornar mais simples à medida que aproximam as eleições de 2012.
Simplificando as posições, parece que os democratas preferem um programa de ajuste mais gradual, e que combine contenção de gastos com algum aumento de impostos sobre os segmentos de alta renda, ao passo que os republicanos defendem um ajuste mais rápido, nos moldes do programa econômico do novo governo britânico, voltado para o corte de gastos e a redução do tamanho do Estado.
O desfecho mais provável, a despeito das posições aparentemente irreconciliáveis, é algum tipo de solução de compromisso, mas que implique uma posição fiscal mais contracionista a curto prazo do que anteriormente esperado.
Assim, depois de um primeiro trimestre com atividade decepcionante, a recuperação americana pode ter de enfrentar um período em que o mix de políticas fiscal e monetária é menos favorável, a menos que o aperto fiscal venha a ser compensado por uma nova rodada de expansão monetária quantitativa. Resumindo, os ventos de proa e o risco político para a recuperação mundial, especialmente nas economias maduras, parecem ter ganho força. 

ANTONIO PRATA - A vaca, o urubu e Sidney, de Jequiaçu


A vaca, o urubu e Sidney, de Jequiaçu
ANTONIO PRATA

FOLHA DE SÃO PAULO - 20/04/11

FAZ UNS DOIS MESES, escrevi sobre os fins, concomitantes, de uma vaca e um namoro. A vaca, colocada numa canoa para atravessar um rio, caía na água e acabava levada para o meio do mar. Ao testemunhar a cena, da praia, uma mulher brigava com seu namorado, que não tinha feito coisa alguma para evitar que pusessem a bichinha na sacolejante embarcação, momentos antes, quando a tragédia já se anunciava.
A situação foi inteiramente inventada, nem sei se vacas boiam, afundam ou se é possível transportá-las em canoas. Sidney Mourinho, contudo, morador de Jequiaçu, Paraná, está convencido de que me baseei em sua separação, ocorrida cinco dias antes da publicação da crônica -muito embora, até receber seu e-mail na semana passada, eu jamais tivesse ouvido falar de Jequiaçu, muito menos deste seu filho, não sei se ilustre, mas, sem dúvida, solitário e iracundo: Sidney Mourinho.
Minha história e a dele realmente são parecidas. Na minha, um namoro acaba com a morte de uma vaca. Na dele, o casamento termina com o falecimento de um urubu. Para além disso, no entanto, não há semelhanças, como verá o leitor.
Sidney e Letícia estavam casados fazia um ano e, segundo ele, eram felizes. Como todo sábado, assistiam ao "Caldeirão do Huck", na sala do apartamento, no 12º andar. "Subitamente, o vidro da janela partiu-se em mil pedaços e um vulto precipitou-se" entre eles e a TV.
Demoraram alguns segundos para entender o que se passava, e mais um pouco para aceitar o que viam: ali, sobre o porcelanato, entre cacos de vidro, debatia-se um urubu ensanguentado.
"Faz alguma coisa! Sidney, Sidney!" Quanto mais a mulher berrava, mais o urubu se debatia. Sidney tentou pegar o bicho com duas almofadas e atirá-lo pela janela, mas ele escapou, e, pior, soltou um terrível grasnado. "Mais feio que corvo, que coruja, quase um balido de bode." Sidney temeu que Letícia tivesse um treco. "Eu sempre fui da paz, não mato nem barata, mas, quando vi, tinha agarrado a ave hedionda com as próprias mãos e quebrado o seu pescoço."
A mulher ficou encarando-o por quase um minuto, atônita. Então, levantou-se, saiu pela porta e nunca mais voltou. Duas semanas depois, Lívia e Leandra, irmãs dela, foram lá pegar suas coisas. Sidney e Letícia não se falaram mais. Ele diz que não entendeu, até hoje, como um urubu desgovernado rompeu a janela da sala, por que a mulher o deixou nem como a história teria chegado até meus ouvidos.
Sobre as atitudes do urubu e de Letícia, eu não saberia dizer nada, Sidney, mas uma coisa eu te garanto: a minha história não teve nada a ver com a sua. É realmente uma coincidência que seu casamento tenha terminado num sábado, em Jequiaçu, diante da morte de um urubu, e o namoro dos meus personagens tenha acabado na quarta, nesta página de jornal, por conta da vaca transatlântica. Mas coincidências são só isso, eventos que coincidem num mesmo momento ou num mesmo local. Torço de verdade para que a Letícia recupere-se do trauma e volte para você. E para que os urubus de Jequiaçu se comportem como os de todo o resto do mundo e não colidam mais com sua janela.
Até mais e boa sorte, meu caro. 

MÔNICA BERGAMO - A VIDA SEGUE


A VIDA SEGUE
MÔNICA BERGAMO
FOLHA DE SÃO PAULO - 20/04/11

Foragido da Justiça e suspeito de estar vivendo no Líbano, o médico Roger Abdelmassih, 67, vai ser pai. Sua mulher, a procuradora Larissa Maria Sacco, 32, que o acompanha na fuga, está grávida de gêmeos. Roger já tem cinco filhos adultos do primeiro casamento -ele ficou viúvo há cerca de três anos.

A VIDA SEGUE 2

É a segunda tentativa do casal de ter filhos: Larissa já ficou grávida no ano passado, mas perdeu o bebê.

QUESTÃO DE ESTADO

As festas de 1º de Maio da CUT voltam a ser patrocinadas, neste ano, por várias estatais. Na lista estão Banco do Brasil, Eletrobras, Petrobras e CEF (Caixa Econômica Federal). Bradesco, Brahma e Sesi também investiram na comemoração.

CARNE SECA
Além do comício, a central fará uma semana de festas em torno do tema "Brasil-África". No sábado, 30, servirá feijoada a preços populares para uma multidão no vale do Anhangabaú, onde se apresentarão vários artistas. O ator Danny Glover será a atração internacional. Nelson Mandela, à distância, e Lula serão homenageados.

LULA LÁ

O ex-presidente deve ir ao evento da CUT.

E pode aparecer também na comemoração das outras centrais sindicais.

CONVIDADO VIP
E Aécio Neves, convidado da Força Sindical para o seu 1º de Maio, não tinha confirmado presença até ontem.

VITRINE VIVA
Na quinta-feira, 28, às 10h20, as pessoas que passarem em frente ao shopping Iguatemi de SP terão uma surpresa. Na vitrine da C&A, voltada para a avenida Faria Lima, Gisele Bündchen exibirá, durante dez minutos, as roupas da coleção que assinou para a loja.

NO PAPEL

A equipe do U2 já trabalha para a banda voltar ao Brasil na Copa de 2014. O desejo de Bono de se apresentar no mar de Copacabana começa a tomar forma: o show poderá ser feito em cima de um porta-aviões estacionado perto da praia. Barcos e iates teriam autorização para se aproximar e ver o espetáculo. Telões podem ser instalados na areia. A equipe acha que não será difícil conseguir patrocínio para o evento.

O MAIOR
Outra ideia, caso o show no mar não vingue, é instalar um palco de 180º em Copacabana. A equipe de Bono acredita que o público pode ser recorde. A data imaginada para a apresentação, gratuita, é a véspera da final da Copa. No dia seguinte, os integrantes do U2 assistiriam à partida ao lado da presidente Dilma Rousseff no Maracanã.

TEM QUEM QUEIRA
O empresário Anderson Birman, da Arezzo, diz que recebeu inúmeros pedidos ontem para que não recolhesse as peças da marca feitas com pele de raposas e coelhos. Mas manteve a decisão de retirar os acessórios das lojas após manifestações contrárias à marca no Twitter e no Facebook. As peças recolhidas ainda não têm destino. "Estou motivado a debater com os internautas sobre o que deve ser feito."

APRENDIZ

E Birman afirma que "está sendo um aprendizado lidar com redes sociais". "Em outra época, teria chamado três consultores para trabalhar em cima do comunicado que soltamos. Não seria algo de bate-pronto, como fui obrigado a fazer. E aprendemos a diferença entre o que é definitivamente legal e o que é politicamente controverso."

NAS NUVENS
A peça "A Lua Vem da Ásia", dirigida por Moacir Chaves, estreou no CCBB-SP. Após o espetáculo, o ator Chico Diaz circulou por coquetel ao lado da assistente de direção, Gisela de Castro, e do cineasta Alexandre Stockler, entre outros.

CURTO-CIRCUITO

Zico organiza exibição da final da Copa do Rei, em tela de cinema, precedida por almoço. No Cinemark do shopping Eldorado, a partir das 12h30.

Paulo Vanzolini comemora 87 anos com shows no sábado, às 22h30, e no domingo, às 21h, na Casa de Francisca.

O DJ Marky lança com festa no Lions o CD "FabricLive.55". À meia-noite. Classificação etária: 18 anos.

Marcos Chaves mostra sete novas obras de arte na mostra "Alucinação à Beira-Mar". Abertura às 19h de hoje, na galeria Laura Alvim, no Rio.

com DIÓGENES CAMPANHA, LÍGIA MESQUITA, THAIS BILENKY e CHICO FELITTI

JOSÉ SIMÃO - Santa Ceia! Fica, vai ter bolo!


Santa Ceia! Fica, vai ter bolo! 
JOSÉ SIMÃO

FOLHA DE SÃO PAULO - 20/04/11

E sabe o que o Roberto Carlos vai cantar nos seus 70 anos? "Jesus Cristo, eu ainda estou aqui" 


BUEMBA! BUEMBA! Macaco Simão Urgente! O esculhambador-geral da República! E o site Comentando mudou o nome do PSDB: Partido dos Sem Documentos e Bafômetro.
E sabe o que o Roberto Carlos vai cantar nos seus 70 anos? "Jesus Cristo, eu AINDA estou aqui." Rarará! E esta: "Campanha do Desarmamento paga arma na hora". Vão começar a roubar arma pra vender pro desarmamento. Rarará!
Páscoa Urgente! Olha a placa: "Vendo ovos de Páscoa. Falar com Ovídio". Rarará! Semana do sofrimento: Tiradentes enforcado na quinta, Cristo crucificado na sexta e foram todos pra praia. Não vai sobrar ninguém em São Paulo pra gente dar uma coelhada rápida? Semana Santa: menos ovo e mais galinhagem!
E amanhã é Tiradentes. Ninguém mais sabe quem é Tiradentes. Perguntaram prum menino na escola: "Você sabe quem é Tiradentes?". "Sei, Tiradentes é um feriado." Isso! Tiradentes é um feriado. Tiradentes foi enforcado, esquartejado e salgado porque não queria pagar imposto, o Quinto! Por um quinto, ele foi enforcado. Se fossem os impostos de hoje em dia, ele seria passado numa máquina de moer carne. Virava hambúrguer. Almôndega! Quibe mineiro! Tiradentes devia ser o padroeiro dos brasileiros: todo mundo com a corda no pescoço! E os impostos no Brasil não são altos. Nós é que somos baixos. Rarará!
E sabe o que Cristo falou pros apóstolos na Santa Ceia? "FICA, VAI TER BOLO!" Rarará! Aliás, sabe o que Cristo falou pros apóstolos na Santa Ceia? "De sobremesa, nós vamos ter quindim." E os apóstolos: "MAS NÃO ERA BRIGADEIRO?". Rarará!
E diz que o garçom perguntou pra Cristo: "Cada um paga a sua ou o Senhor vai pagar a conta toda?". E tinha garçom na Santa Ceia? Claro! Você acha que era self-service? Por quilo? Quilão! E sabe por que não tinha japonês na Santa Ceia? Porque ele tava tirando a foto! A foto dos apóstrofos, como diz o Lula. Rarará! E sabe o que Jesus disse pro crucificado da direita? "Chega mais perto pra sair no santinho."
E eu blasfemo, mas sou católico apostólico baiano. ACREDITO EM TUDO! Eu sou devoto de Nosso Senhor do Bonfim! Um dia fui pra igreja do Bonfim com uma amiga, entrei, ajoelhei e fiz o sinal da cruz. E ela: "Mas você não disse que era ateu?". Sou ateu místico! E eu tô devendo uma promessa pra São Judas Tadeu até hoje! Nóis sofre, mas nóis goza! Que eu vou pingar o meu colírio alucinógeno! 

ANDRÉ MELONI NASSAR - O agro em Brasíndia


O agro em Brasíndia
ANDRÉ MELONI NASSAR
O Estado de S.Paulo

Resgatando e adaptando o termo cunhado por Edmar Bacha, nos anos 1970, do país fictício Belíndia, lanço a ideia de Brasíndia, contrafactual do agro brasileiro com produtividade e estrutura produtiva da Índia.

O agro em Brasíndia tem rendimento por hectare indiano. Nesse país, assumindo o mesmo volume produzido atualmente no Brasil, as principais lavouras (grãos, frutas, vegetais, cana-de-açúcar e mandioca) ocupariam 108 milhões de hectares, em vez dos 61 milhões hoje ocupados. Na Índia, essas mesmas lavouras ocupam cerca de 120 milhões de hectares.

A área de soja em Brasíndia seria de 51 milhões de hectares, em vez dos 24 milhões atuais. A de milho, outro produto que usa muita terra, seria de 22,7 milhões de hectares, e não de 14 milhões. A de cana-de-açúcar já estaria em mais de 10 milhões de hectares, e não nos 8,5 milhões. O feijão brasileiro, tão importante na nossa alimentação, teria 9 milhões de hectares, e não os 4 milhões atuais.

Assumindo uma área ocupada igual à atual (61 milhões de hectares), mas com produtividade indiana, o nível de produção seria sensivelmente menor. Nesse caso, a produção de soja e de milho em Brasíndia seria 57% e 39% menor. Para os níveis de produção de carne que o Brasil tem hoje, Brasíndia seria importadora de soja e milho.

Na cana-de-açúcar, a produção seria 109 milhões de toneladas menor, ou seja, Brasíndia produziria menos 15 milhões de toneladas de açúcar ou menos 8,5 bilhões de litros de etanol. Ou seríamos um exportador muito menor de açúcar, ou não haveria mistura de álcool anidro na gasolina. Manga, laranja e, sobretudo, maçã seriam produtos de luxo. Comeríamos mais bananas porque, grande exceção da amostra de produtos analisada, a produtividade na Índia é maior que no Brasil.

A dobradinha feijão com arroz custaria muito mais ao consumidor, porque a oferta desses produtos seria 55% e 26% menor. Curiosamente, a produção de leite em Brasíndia não seria muito diferente da do Brasil, pois a produtividade por vaca aqui e na Índia é parecida. Diferentemente dos setores agrícolas, a produção de leite no Brasil ainda tem muita eficiência a ganhar - talvez porque a produção de subsistência ainda seja relevante no setor.

As diferenças não estão só no volume produzido ou na área ocupada. As estruturas de produção do setor agrícola do Brasil e da Índia são inversas. A Índia tem cerca de 129,2 milhões de estabelecimentos rurais, ocupando uma área agrícola (sem incluir pastagens e vegetação nativa) de 158,3 milhões de hectares. O Brasil tem 5,2 milhões de estabelecimentos rurais, ocupando 72,6 milhões de hectares (sem incluir pastagens e vegetação nativa), e 330 milhões de hectares quando incluímos pastagens e florestas. A simples relação entre área e número de estabelecimentos já dá noção de que os dois países estão em mundos opostos.

Enquanto 83% e 41% do total de estabelecimentos e de área ocupada se concentram em propriedades menores que 2 hectares na Índia, para a mesma faixa no Brasil os valores são 20% e 0,3%; 47% e 97% do número de estabelecimentos e de área ocupada concentram-se nas propriedades maiores que 10 hectares no Brasil, na Índia essas propriedades praticamente não existem.

Os dados da estrutura produtiva saltam ainda mais aos olhos quando abertos por produto. Enquanto o tamanho médio do produtor de soja é de 72 hectares no Brasil, na Índia ele usa 0,7 hectare. O latifundiário indiano aparece na cana-de-açúcar, superando o módulo médio de 1,3 hectare. No Brasil, o tamanho médio na cana é de 29 hectares. No milho, que é um pouco menos distante, o tamanho médio é 6 hectares no Brasil e 1,8 hectare na Índia. Mesmo em frutas, em que a escala das unidades produtivas é naturalmente menor, o tamanho médio na produção de manga é o dobro no Brasil em comparação com a Índia. Apenas na batata encontramos propriedades maiores na Índia que no Brasil.

Em Brasíndia, para manter o nível de produção atual do Brasil, em vez de 193 mil estabelecimentos produzindo cana-de-açúcar, teríamos 4,2 milhões. Na soja, o número é difícil de acreditar: 216 mil ante 23,9 milhões. No arroz, os atuais 396 mil estabelecimentos não dariam conta e teríamos 2 milhões deles. No milho seriam três vezes mais chegando a 6 milhões de estabelecimentos. Haja produtor de arroz e milho pedindo ajuda ao governo federal!

Se, para alguns, ainda temos muita gente produzindo leite no Brasil, 1,3 milhão de estabelecimentos, em Brasíndia seriam necessários seis vezes mais estabelecimentos para dar conta da produção. Aqui, no Brasil, a média é de 9,4 vacas em lactação por estabelecimento produtor, ao passo que na Índia é de 1,5.

Brasíndia seria, de fato, uma grande e ineficiente fazenda, com muito mais terra alocada para agricultura e muito mais gente vivendo e produzindo mal no campo. Provavelmente estaríamos produzindo menos, exportando quase nada - para a felicidade de alguns -, a produção seria na sua grande maioria de base familiar e de subsistência, utilizadora de baixa tecnologia. A maior área alocada para produção levaria a uma maior conversão de vegetação natural, o que tornaria insustentável a manutenção de instrumentos como a reserva legal e, possivelmente, a criação de grandes reservas de conservação. O consumidor urbano estaria gastando mais de sua renda com alimentação e o contribuinte - como se não fossem a mesma entidade - não estaria contente com os subsídios que seria obrigado a dar ao setor agrícola.

É bom pensarmos em Brasíndia para nos darmos conta do que foi conquistado pelo agro brasileiro nas últimas décadas. Seja ele de base empresarial ou familiar, mas sempre com orientação comercial, é um modelo de agro que melhor atende ao objetivo de atacar a escassez de alimentos que se avizinha no mundo.

MARIA CRISTINA FRIAS - MERCADO ABERTO


Carioca investe em shopping e abre escritório em SP
MARIA CRISTINA FRIAS
FOLHA DE SÃO PAULO - 20/04/11

A incorporadora e administradora de shopping centers Ancar Ivanhoe pretende investir R$ 680 milhões até outubro de 2012 no país, em novos empreendimentos, expansões e reformas.
A lista inclui uma das maiores obras de expansão do varejo carioca neste ano, do shopping Nova América, no Rio, que envolve R$ 280 milhões. Estão previstos investimentos em pontos de São José dos Campos e Rio.
Outro grande projeto, com mais R$ 280 milhões, deve ser inaugurado em 2012 em Campinas, segundo o copresidente Marcelo Carvalho.
Possíveis aquisições neste mercado também estão sendo estudadas, mas a Ancar Ivanhoe não comenta.
Com quase quarenta anos de atuação e sede no Rio de Janeiro, a empresa -uma das poucas no setor que ainda não abriu capital- inaugura neste mês seu primeiro escritório em São Paulo.
"A decisão de abrir esse novo ponto se deve à expansão natural dos negócios. Vamos para o quinto empreendimento no Estado, em Campinas", afirma Carvalho.
No ano passado, seus shoppings venderam R$ 6,3 bilhões, alta de 16,5% sobre o ano anterior, de acordo com o empresário.

Preço de commodities deve continuar elevado
O preço dos produtos agrícolas deve se manter alto no curto prazo, de acordo com análise de conjuntura da MB Associados.
Mudanças inesperadas no clima podem elevar os preços a patamares ainda mais elevados, segundo o estudo.
A queda na produção da soja argentina e a falta de espaço para plantações nos Estados Unidos devem pressionar o preço da commodity.
O valor das carnes também permanecerá alto nos próximos meses, já que a oferta se reduzirá depois dos meses de maio e junho, segundo a consultoria.
O preço do frango, que havia caído, deve se recuperar com o aumento da demanda. Os consultores preveem crescimento de até 15% no valor para compensar a elevação dos insumos.
O único produto analisado cujo preço pode apresentar queda é o arroz. Isso porque a oferta da mercadoria na região do Mercosul aumentou em relação ao ano passado.

INSTALAÇÃO SUECA

Mais de 15 empresas suecas entraram no mercado brasileiro em 2010, segundo o Conselho de Comércio Exterior da Suécia.
O principal segmento das companhias é o de tecnologia de ponta.
Com as instalações, a receita da indústria sueca no Brasil foi de cerca de R$ 28,4 bilhões no ano passado, de acordo com a entidade.
As importações brasileiras da Suécia somaram US$ 1,7 bilhão em 2010.

AULA NO EXTERIOR

Cerca de 35 colégios de ensino médio dos Estados Unidos e do Canadá participam hoje de evento em São Paulo.
A intenção da Tabs (Association of Boarding Schools), organizadora da feira, é aumentar o processo de internacionalização das escolas.
"Há interesse crescente dos brasileiros em estudar nos EUA", diz a diretora da entidade Annie Lundhal.
São esperadas 150 famílias. O valor médio, com moradia, é de R$ 60 mil por ano.

Recebeu... 
O novo prédio do Hospital Samaritano, em Higienópolis (SP), fica pronto no próximo dia 26. A obra tem 35 mil metros quadrados, cinco pavimentos, um deles, apenas para UTI, com 21 salas.

...alta 
O centro cirúrgico ficará em andar exclusivo, com dez salas. O edifício terá ainda 80 apartamentos, um pavimento com laboratório, além de um andar para exames de imagem. Foram investidos mais de R$ 70 milhões na obra feita pela construtora Serpal.

Receita 
A rede de farmácias Pague Menos abriu no primeiro trimestre nove pontos de venda. A empresa fechou 2010 com 403 unidades e R$ 2,23 bilhões de faturamento.

Natureza 
A Faber-Castell recebeu o certificado do Forest Stewardship Council, de que 95% de seus lápis são feitos com material reflorestado.
com JOANA CUNHA, ALESSANDRA KIANEK, VITOR SION e LUCIANA DYNIEWICZ

DORA KRAMER - Apatia aguda


Apatia aguda
DORA KRAMER
O ESTADO DE SÃO PAULO - 20/04/11


De duas, uma: ou a fidelidade de Gilberto Kassab a José Serra não é tão profunda quanto diz o prefeito ou o papel de Serra na cartada de Kassab ao esvaziar o PSDB e o DEM não é tão anódina quanto assegura o ex-governador.
Nenhum dos dois se movimenta com clareza suficiente para permitir a elucidação do dilema enunciado. Pelo menos por ora não é possível enxergar a olho nu o que realmente se passa e o que verdadeiramente se pretende com a sangria desatada traduzida na saída de seis ou sete vereadores paulistanos do PSDB com destino, boa parte deles, ao PSD.
Serra diz que não tem nada a ver com os movimentos de Kassab e que tentou por todos os meios e modos evitar a saída dele do DEM.
Kassab corrobora a versão, não perde a chance de acentuar sua admiração e lealdade a Serra, mas também diz para quem quiser ouvir que se o seu guia genial tiver juízo reconhece que a chance do Planalto passou e se recolhe de vez à planície.
É algo que se diga de alguém por quem se devota tanto apreço? Como essa análise de Kassab já frequenta colunas de notas na imprensa supõe-se que Serra tenha conhecimento dela.
Não exibe, contudo, sinais de contrariedade. Tática? Pode ser: não ganha nada se indispondo com Kassab por tão pouco.
Sim, mas e o PSDB?
Não obstante os pormenores envolvidos na decisão dos vereadores, fato é que a debandada coletiva não ocorre por acaso, mas com o claro objetivo de causar impacto e dar a impressão de desmonte. Justamente na cidadela mais importante dos tucanos.
Serra não teria influência bastante junto a Kassab para evitar esse tipo de derrota política? Parece natural que ao menos tivesse ascendência sobre a seção regional do partido que seus aliados o julgam merecedor de presidir, e acionasse esse poder para conter o êxodo.
No discurso em que reconheceu a derrota presidencial José Serra disse um "até breve". Se com isso quis indicar disposição de prosseguir na luta, em tese seria do interesse dele a preservação física do PSDB. Mas não se vê um gesto. Nem dele nem da direção nacional do partido ou do governador Geraldo Alckmin, cuja voz se levanta para "lamentar".
Não dá para perceber a razão, mas é como dizia Leonel Brizola diante de situações anômalas que não conseguia de imediato compreender: "Algo há".
Se não houver, então o caso é de pura apatia partidária aguda.
Foi mal. A senadora Gleisi Hoffmann (PT) tentou desqualificar cobrança do senador Álvaro Dias (PSDB) para que o Ministério Público investigue a oferta de propina que teria provocado o recuo na indicação do ministro Cesar Asfor Rocha para o Supremo, dizendo que o tucano é especialista em repercutir denúncias feitas por jornais e revistas. No caso específico, a Veja.
Sempre diligente em seu ofício, desta feita a senadora tropeçou ao esquecer que ninguém esquece que o PT, quando oposição, não só fazia da imprensa sua caixa de ressonância como municiava jornais e revistas com dados muitas vezes sigilosos de comissões parlamentares de inquérito para produzir suas denúncias.
O desdém com o papel dos meios de comunicação pode ser um atalho quando se precisa de um instrumento de defesa. Mas também é um indicativo de que não se dispõe de nenhum outro mais convincente.
Inflação. Há um cálculo político por trás da resistência do governo em agir com mais rigor no combate à inflação: o receio de que uma "pancada" muito forte derrube o crescimento e com ele os índices de popularidade da presidente da República.
Petistas se arrepiam só de pensar na possibilidade de que o governo Dilma enfrente as consequências que enfrentou o governo Fernando Henrique a partir da crise do câmbio de 1999.
Mano a mano. Uma hipotética disputa eleitoral entre Lula e FH teria necessariamente de obedecer a uma preliminar: que nenhum dos dois nem os respectivos grupos tivessem acesso às ferramentas do poder. 

RENATA LO PRETE - PAINEL


Use com moderação
RENATA LO PRETE
FOLHA DE SÃO PAULO - 20/04/11

Além de defender que o PT avance sobre a tão falada "nova classe média" em SP, Lula recomendou ontem a prefeitos e deputados do partido dar prioridade absoluta às alianças e, de olho nas pesquisas, evitar "aventuras" com chances remotas de triunfo nas urnas. O ex-presidente sinalizou que concentrará energias na articulação partidária, argumentando que sua superexposição em palanques pode mais atrapalhar do que ajudar em eleitorados como o da capital paulista, onde não seria "tão bom de voto assim". Disse ainda reiteradas vezes que o objetivo central da estratégia para 2012 é pavimentar o caminho para a reeleição de Dilma Rousseff dois anos depois.

Pai da matéria 

Em meio à reunião petista, Lula discorreu longamente sobre Barcelona x Real Madrid, que assistiu in loco na tarde de sábado. Derramou-se em elogios ao estádio Santiago Bernabéu, lotado, e ao bom comportamento do público.

Tutu 1 
Depois de participar do evento da Inconfidência em Ouro Preto e antes de voar para Comandatuba (BA), Dilma almoçará amanhã na fazenda do ex-ministro Walfrido dos Mares Guia em Santo Antônio do Leite.

Tutu 2 
Estão confirmadas as presenças do governador Antonio Anastasia (PSDB), do prefeito de BH, Márcio Lacerda (PSB), do governador Jaques Wagner (PT-BA), dos ministros Alexandre Padilha (Saúde), Ana de Hollanda (Cultura), Fernando Bezerra (Integração), Miriam Belchior (Planejamento), e dos generais José Elito (GSI) e Enzo Peri, comandante do Exército.

#nãofuieu 
Além de negar publicamente a versão de que Lula teria lhe pedido para não aumentar os juros no final do ano passado, o ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles, agora à frente da Autoridade Pública Olímpica, fez um périplo por gabinetes importantes do governo para conter o potencial de dano da história.

Pesos e medidas 
O poder de atração de Gilberto Kassab sobre os vereadores não se reproduziu na Assembleia Legislativa, onde a base de Geraldo Alckmin (PSDB) é majoritária. Dos sete deputados estaduais do DEM, apenas um confirmou mudança para o PSD do prefeito.

E eu com isso? 
Anteontem, enquanto a casa caía no PSDB paulistano, José Serra mandava bala no Twitter com comentários sobre formações históricas do seu Palmeiras e o senador Aloysio Nunes participava, em Washington, de seminário da indústria farmacêutica.

Mais um? 
Nem mesmo a oferta da secretaria-geral do partido deve ser suficiente para segurar Adolfo Quintas, o que aumentaria para sete o número de baixas tucanas. O vereador, dono de forte influência na subprefeitura de Ermelino Matarazzo, admite em privado que teria dificuldades para se afastar de Kassab em ano pré-eleitoral.

Alicerce 
Pressionado por atrasos de até cinco anos, o governo paulista assumirá a contratação de empreiteiras para construção de fóruns, hoje compartilhada com as prefeituras. Com 24 obras e 32 pedidos para novos prédios, a Secretaria de Justiça montou núcleo de engenharia que cuidará da elaboração de projetos e fiscalização dos cronogramas.

E-gov 
Célio Bozola, ex-HP, será o diretor-presidente da Prodesp, empresa mista responsável pelo processamento da execução orçamentária do Estado, pela folha do funcionalismo e pelo sistema de acesso gratuito à Internet em postos públicos no interior e Grande SP.

com FÁBIO ZAMBELI e ANA FLOR

tiroteio

"Aqui em São Paulo o PSDB vive sua melhor fase. Nunca estivemos tão fortes."
DO SECRETÁRIO PARTICULAR DE GERALDO ALCKMIN, FÁBIO LEPIQUE, no Twitter, um dia depois da debandada de 5 dos 13 vereadores tucanos em meio à crise no diretório municipal, por ele considerada "bobagem". Ontem, mais um integrante da bancada informou que se desligará do partido.

contraponto

Peão de boiadeiro

Delcídio Amaral (PT-MS) presidia reunião da Comissão de Assuntos Econômicos do Senado quando começou a perceber uma rápida e expressiva queda no quórum. Incomodado, o petista pediu a permanência de todos no plenário, lembrando que ainda havia um projeto importante na pauta. Ao perceber que seu alerta não surtira efeito nenhum, resolveu apelar:
-Olha, eu vou segurar os senadores aqui mais um pouco, nem que seja no laço!