domingo, dezembro 11, 2011

QUEM FOI QUEM - Recapitulando - LUIS FERNANDO VERISSIMO

O GLOBO - 11/12/11
Ló é a mulher que vira uma estátua de sal. Jó é o que aguentou toda sorte de provação de Deus mas não perdeu a fé. O pão é de Ló, os escravos que jogavam caxangá eram do Jó. Ninguém sabe como se joga caxangá.

Manet é o do Almoço na Grama e do Olympia, Monet é o das ninfeias e da pintura que deu nome ao impressionismo. Os dois usavam barba.

Francis Bacon era um pintor irlandês mas houve outro Francis Bacon, inglês, filósofo, estadista e cientista nascido no século dezesseis, que não pintava.

Billy Wilder é o do Quanto Mais Quente Melhor e do Se Meu Apartamento Falasse, William Wyler é o do Ben-Hur e do A Princesa e o Plebeu. Robert Wise não tem nada a ver com nenhum dos dois.

Von Sternberg e Von Stroheim. Esta é difícil. Josef von Sternberg nasceu em Viena e emigrou para os Estados Unidos. Na Alemanha, dirigiu Marlene Dietrich em vários filmes, o mais conhecido sendo O Anjo Azul, antes de voltar para Hollywood, onde morreu. Eric von Stroheim também nasceu em Viena. Era ator, além de diretor. Um dos seus papéis mais notáveis foi o de um oficial alemão em A Grande Ilusão, de Jean Renoir. Foi ele que fez o mordomo no Sunset Boulevard, do Billy Wilder. Tanto no caso de Sternberg quanto no de Stroheim, judeus de origem proletária, o aristocrático “von” foi acrescentado aos seus nomes depois. Não é grave não saber distinguir os dois. Dizem que eles mesmos, quando se encontravam, tinham dificuldade em decidir quem era quem.

Jean Renoir, diretor de A Grande Ilusão, era filho do pintor Claude Renoir.

Calvin Klein é o das roupas, Kevin Kline é o ator.

Espera aí um pouquinho. Calvin Kline é o ator, Kevin Klein é o das roupas. Não. Kevin Kline é o ator, Calvin Klein é o das...

Ou será o contrário? Não tenho certeza de mais nada.

Faça o seguinte: esqueça tudo que está escrito aí em cima.

Não sei mais nem se o pão não é de Jó.

Nenhum comentário:

Postar um comentário