quinta-feira, dezembro 15, 2011

MARIA CRISTINA FRIAS - MERCADO ABERTO

FOLHA DE SP - 15/12/11


PPP de trens regionais formará um único pacote com todas as linhas

As ferrovias para interligar São Paulo a cidades do interior serão feitas por uma grande parceria público privada, em um único pacote.

"A empresa ou o consórcio interessado no empreendimento deverá operar todo o conjunto", diz o secretário de Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes.

De certo, serão três expressos regionais, mas poderão vir a ser quatro, se o trem-bala não sair do papel.

"A linha Campinas, Guarulhos, São José dos Campos é uma possibilidade se o TAV [trem de alta velocidade] desistir do trecho a partir de Campinas. Não queremos entrar em conflito com o TAV", afirma o secretário.

O projeto mais adiantado é o da ferrovia para Jundiaí, que já tem o projeto funcional. O percurso São Paulo até aquela cidade, hoje feito em duas horas em trens da CPTM, será de cerca de 25 minutos, sem nenhuma parada intermediária, a uma velocidade máxima de 180 km por hora.

O trajeto de 45 km, com 14 km de túneis, tem orçamento estimado em R$ 3 bilhões.

Está prevista uma estação metropolitana na Água Branca (zona oeste da cidade), que receberá tanto o trem de Jundiaí quanto o de Sorocaba.

Essa segunda linha, cujo projeto funcional ficará pronto entre fevereiro e março, poderá ter uma parada em São Roque. O terceiro trajeto, para Santos, terá estação em Santo André ou Mauá.

UNIÃO
Cerca de 50 empresários e executivos de tecnologia da região de Campinas se uniram para formar uma empresa chamada Inova Ventures Participações, para investir em "startups".

Os primeiros investimentos escolhidos serão anunciados nesta semana.

A nova empresa, que pretende seguir o modelo do Vale do Silício, tem como um dos sócios o Núcleo Softex Campinas, que reúne firmas de software da região.

Cerca de 400 empresas do setor de Campinas tiveram R$ 1 bilhão de faturamento anual, segundo o Núcleo.

VITRINE ÍNTIMA
A Valisere vai fechar 2011 com 30 unidades abertas no país. A marca de lingerie feminina, que desde a primeira metade do século 20 só vendia seus produtos em multimarcas, inaugurou a primeira loja no varejo no ano passado.

Para 2012, estão previstas outras 30. Serão três próprias e o restante, franquias, segundo Benny Rosset, executivo que está à frente da empresa.

"A expansão pode ser maior, se acharmos pontos favoráveis", afirma.

As unidades próprias terão localizações nobres, segundo Rosset, para ampliar a exposição da marca e estimular as vendas em lojas multimarcas.

CARRO VERDE
A venda de carros elétricos e elétricos híbridos deve chegar a 15% do total em 2020, de acordo com estudo da consultoria BCG.

Hoje, a participação desses veículos no mercado global é de cerca de 3%. No Japão, chega a 10%. Nos EUA, a 3% e na China, a 1%.

Poucos consumidores, porém, estão dispostos a gastar mais pelos veículos ecologicamente corretos.

Entre os americanos, 56% não pagariam preços superiores aos dos carro normais. Entre europeus e chineses, esse número é de 48% e 34%, respectivamente.

Na Europa, 9% dos consumidores pagariam entre

US$ 4.500 e US$ 6.000 a mais por um veículo "verde".

No total, 6.593 pessoas foram ouvidas.

TRANSFERÊNCIA CARA
O Rio de Janeiro é a segunda cidade mais cara do continente americano e a 22ª do mundo para empresas que transferem seus funcionários de país, segundo a consultoria ECA International.

São Paulo e Brasília aparecem no ranking mundial em 29º e 33º, respectivamente.

O preço das commodities, a inflação e a valorização do real fizeram com que as cidades ficassem mais caras. Em 2008, o Rio figurava no 141ª lugar do ranking.

O aumento do custo de vida no Brasil ajuda as empresas a enviarem funcionários para fora, mas dificulta a vinda de "talentos seniores".

Por causa da inflação, Buenos Aires foi uma das cidades em que o custo de vida mais aumentou (no ranking, passou da 163ª posição para a 95ª).

PATENTE VAZIA
As companhias de tecnologia gastam mais de US$ 80 bilhões por ano na compra de patentes que não são desenvolvidas, segundo estudo da Universidade de Boston.

Entre os principais motivos apontados para a realização dessa prática estão a aquisição de patentes amplas que cobrem tecnologias já existentes e a preocupação em invadir áreas pesquisadas por outras empresas.

O setor de fabricação de softwares é um dos que mais adotam o procedimento, de acordo com os pesquisadores James Bessen, Jennifer Ford e Michael Meurer.

O estudo, finalizado em setembro passado, será publicado na próxima semana.

com JOANA CUNHA, VITOR SION e LUCIANA DYNIEWICZ

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