domingo, dezembro 04, 2011
MARIA CRISTINA FRIAS - MERCADO ABERTO
FOLHA DE SP - 04/12/11
Laboratórios criam joint venture para entrar em novo mercado
Fabricantes de medicamentos se unirão em uma joint venture no próximo ano para colocar no mercado brasileiro remédios biossimilares ("genéricos" de drogas biológicas, criadas a partir de organismos vivos).
"Até o primeiro trimestre de 2012, [a joint venture] deve estar constituída e operando", diz o presidente do Aché Laboratórios, José Ricardo Mendes da Silva.
"Cada empresa continuará desenvolvendo seus produtos, mas estaremos juntos para suportar o volume de investimentos em pesquisa."
Com a queda da patente de três remédios biológicos até 2014, as empresas que produzirem os biossimilares passarão a competir por US$ 1,2 bilhão por ano, segundo a Pró Genéricos (associação da indústria de genéricos).
"A expectativa é conseguir 50% desse mercado", afirma o presidente da associação, Odnir Finotti.
A previsão da entidade é que, com concorrência, haja redução de até 20% no preço dos medicamentos. O governo federal deverá ser o maior beneficiado.
Essas três drogas comprometem cerca de 30% do orçamento do Ministério da Saúde para compra de remédios.
Quatro empresas já estão em fase de registro dos remédios, ainda segundo Finotti, que não revela quais são elas.
O presidente do Aché diz que, das três drogas que perderão patente, o laboratório trabalha em duas há três anos.
"Entre US$ 50 milhões e US$ 60 milhões são investidos [para desenvolver cada medicamento]", diz Silva.
A EMS afirma que também desenvolve biossimilares, mas não confirmou se fará parte da joint venture.
INTERIOR APERTADO
Sem espaço para novas instalações na cidade de São Paulo, as empresas também começam a ter problemas na busca por locais para galpões e parques industriais no interior do Estado.
Das regiões analisadas pela consultoria imobiliária Binswanger Brazil nos últimos 12 meses, apenas duas delas não apresentaram taxa de vacância inferior a 10% -índice considerado sob forte pressão da demanda.
"A situação menos crítica é a do Vale do Paraíba, que mantém taxa de vacância acima de 12% por apresentar muitos imóveis antigos", diz Rafael Camargo, diretor da companhia.
"A região ficou para trás neste trimestre com o desenvolvimento de Campinas, Sorocaba e Jundiaí."
O valor mais caro de locação do metro quadrado foi de R$ 28,00, registrado na região da Grande Campinas, que também engloba as cidades de Jaguariúna e Indaiatuba.
FINANCIAMENTO LOCAL
Os desembolsos dos FIDCs (Fundos de Investimento em Direitos Creditórios) dedicados a fornecedores da Petrobras atingiram R$ 604 milhões na última quinta-feira.
Desde que a operação foi criada pela companhia, em 2009, 58 fornecedores já se utilizaram dessa forma de financiamento, que permite a antecipação de recebíveis contratuais sem pagamento de IOF (Imposto sobre Operações Financeiras).
Com a medida, a Petrobras pretende incentivar os investimentos da sua cadeia de fornecedores brasileiros para atingir a meta de comprar até 70% de conteúdo nacional.
Os recursos dos FIDCs são obtidos a partir da emissão de cotas de participação, compradas por investidores como fundos de pensão, seguradoras e outros segmentos do mercado de capitais.
Hoje, no Brasil, há cerca de 340 FIDCs com patrimônio líquido total de aproximadamente R$ 52 bilhões.
NEYMARZINHO
O craque Neymar, do Santos, deve entrar para a Turma da Mônica -reforçando o time de Pelezinho e Ronaldinho Gaúcho, que já foram parar nos quadrinhos.
Mauricio de Sousa, 76, criador dos personagens, está otimista com a possibilidade de lançar Neymarzinho.
O empresário, porém, tentou sem sucesso publicar histórias com o personagem
Ronaldo Fenômeno, em 2002. Não conseguiu porque o Real Madrid, dono dos direitos de imagem do craque à época, não aceitou.
"Se Neymar tivesse ido para o exterior [ele recebeu propostas de clubes espanhóis e ingleses], seria impossível. Os times de fora vetam", conta. "Mas, caso fique no Brasil, podemos até incluir o Santos no contrato." Procurada, a direção do clube não quis comentar as negociações.
COM QUE ROUPA
PARA ENCALORADOS
No verão dos europeus, muitas grifes apresentaram ternos leves sem gravatas e até sem camisas.
"Não é exatamente tendência, mas uma forma mais casual de se vestir. Vale lembrar que se deve atentar ao ambiente e à ocasião", afirma Mariana Nassralla, da Salvatore Ferragamo no Brasil. Novidades nas camisas: a gola "guru" (padre) substitui a gravata e pode entrar um lenço retrô no pescoço, segundo a direção da Zegna. Em pauta, peças sem forro e tecidos levíssimos. Como na alfaiataria do brasileiro Ivan Aguilar.
"Costume com camiseta confere uma leve modernidade ao jovem executivo", diz.
com JOANA CUNHA, VITOR SION e LUCIANA DYNIEWICZ
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