quinta-feira, dezembro 08, 2011

Enquadrados - ILIMAR FRANCO

O GLOBO - 08/12/11


O Planalto deu uma dura nos líderes institucionais da Câmara, do PT e do PMDB, que querem destinar R$1 bilhão do Orçamento para reajustar salários do Judiciário e do Ministério Público. Os governistas abandonaram a tese do confronto e adotaram o discurso do convencimento. Eles agora tentam ganhar os ministros Guido Mantega (Fazenda) e Miriam Belchior (Planejamento) para o reajuste. A presidente Dilma bateu o pé contra.

Catarse no PMDB
A reunião ontem da bancada do PMDB, que reconduziu o líder Henrique Alves (RN), virou um muro de lamentações. Deputados reclamaram de o partido estar sub-representado no governo, de não serem atendidos por ministros do próprio partido e da não liberação das emendas parlamentares. “O governo nos pede milhões para a DRU e nos dá uma merreca. Ninguém é capacho”, berrou o deputado Newton Cardoso (MG). “Do que adianta ter ministro do PMDB, se não somos atendidos? Eu chego ao final do ano com a paciência esgotada”, afirmou o deputado Marllos Sampaio (PI), candidato à prefeitura de Teresina.

É uma questão de prioridade. Ou paga juros, ou paga para a Saúde” 

— José Agripino, senador e presidente do DEM (RN), em defesa da emenda Tião Viana, que destina 10% da receita do governo federal para a Saúde

André Coelho/21-11-2011

DOMINADO. 
No debate da Emenda 29, ao defender a proposta que destina 10% da receita da União para a Saúde, a oposição cobrou o voto do senador Jorge Viana (PT-AC). Ele é irmão do governador Tião Viana (AC), que quando senador, em 2008, aprovou o aumento da receita da Saúde, depois derrubado na Câmara. Apesar dos apelos, Jorge está alinhado com o governo, que quer manter os atuais 7% da receita para a Saúde.

Ponto final
Numa audiência no Palácio do Planalto, esta semana, um dos presentes perguntou de chofre para a presidente Dilma se ela pretendia acabar com a Secretaria das Mulheres. Consta que ela respondeu: “Não está na minha pauta”.

Fazendo água
A emenda da oposição à DRU tinha na tarde de ontem 26 assinaturas, uma a menos do que o necessário para ser protocolada. O objetivo da oposição é apresentar a emenda para retardar a votação. Os senadores Ricardo Ferraço (PMDB-ES) e João Durval (PDT-BA) retiraram seus apoios, a pedido do governo. Dessa vez, a oposição não contou com a assinatura dos senadores Ana Amélia (PP-RS) e Cristovam Buarque (PDT-DF).

Resistência
A despeito da comparação com os fatos que levaram à demissão de Antonio Palocci, a presidente Dilma está determinada a manter o ministro Fernando Pimentel (Desenvolvimento). Seus assessores dizem que “ele é o ministro dela”.

NUNCA antes na história do PMDB. O deputado Henrique Alves (RN) foi reconduzido, pela sexta vez, para liderar a bancada do partido na Câmara.

A PRESIDENTE Dilma conversou ontem com os senadores Jorge Viana (PT-AC) e Luiz Henrique (PMDB-SC), relatores do Código Florestal no Senado. A presidente elogiou o desempenho de ambos.

O NOME do presidente da Força Sindical, deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), para o Ministério do Trabalho é o deputado Brizola Neto (PDT-RJ).

ILIMAR FRANCO com Fernanda Krakovics, sucursais e correspondentes

E-mail para esta coluna: panoramapolitico@oglobo.com.br

Novo Código
A bancada do PMDB na Câmara fechou questão ontem a favor da votação do Código Florestal ainda neste ano. Insatisfeito com o texto aprovado no Senado, o deputado ruralista Ronaldo Caiado (DEM-GO) quer adiar para o ano que vem.

Reação
A cobiça dos petistas pelo Ministério das Cidades está gerando uma forte reação no PP. Seus dirigentes chegaram à conclusão que talvez seja melhor se alinhar pela permanência do ministro Mário Negromonte do que perder a pasta.

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