A rebelião dos mimados
REVISTA VEJA
MARCELO SPERANDIO
Ele usa um moletom da grife americana GAP, óculos de 500 reais da italiana Ray Ban e exibe um sorriso de quem está com a vida ganha. Na imagem acima, o "rebelde" esparramado na cadeira é o retrato fiel do grupo de estudantes que, às 23h55 da última terça-feira, invadiu a reitoria da Universidade de São Paulo (USP). Como crianças que não aceitam ser contrariadas, eles resolveram partir para a bagunça e a pirraça. O estiloso garoto mimado da USP juntou-se a outros cinquenta birrentos que arrombaram a porta da garagem da administração central da universidade e, com pedaços de pau nas mãos, deixaram um rastro de destruição por onde passaram. Tudo porque eles querem - mas, coitadinhos, a lei não deixa - que o campus da Universidade de São Paulo não seja mais policiado pela PM e se torne um território livre para fumar maconha. A maioria dos vândalos escondeu o rosto atrás de um capuz, mas o rebelde de GAP preferiu não contaminar o visual.
Em apenas um dia entre os manifestantes, VEJA constatou que vários deles são filhinhos de papai que circulam em carros cujo preço supera 50000 reais. Entre os "rebeldes" que saíram da reitoria ocupada para tomar banho, trocar de roupa e comer um prato quentinho em casa (revolução tem limite), um assumiu a direção de um Polo Sedan e outro embarcou em seu Kia Soul. Os invasores representam só 0,06% dos 80000 estudantes da USP. A maioria dos alunos é a favor da presença da PM no campus. Em maio, antes de a polícia patrulhar intensivamente a USP, o estudante Felipe de Paiva foi assassinado em uma tentativa de assalto na universidade. Zélia de Paiva, mãe de Felipe, vê os protestos como capricho de uma minoria que quer usar drogas impunemente, pondo em risco toda a comunidade universitária. "Se a polícia já estivesse na USP no dia em que meu filho foi morto, talvez ele estivesse vivo", diz Zélia.
A baderna teve início na quinta-feira 27, quando policiais flagraram três alunos consumindo maconha. Para evitar que o trio fosse levado a uma delegacia, um grupo tentou intimidar os policiais, cercando a viatura e começando a arruaça. Em poucos minutos, um carro de som do Partido da Causa Operária (PCO) apareceu e pôs-se a incitar a violência. A turba apedrejou a viatura. A PM reagiu. O prédio da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas foi invadido. Depois de uma assembleia em que se decidiu pela desocupação, os "rebeldes" mimados invadiram a reitoria. A Justiça determinou a reintegração de posse do prédio. VEJA gravou um desses mauricinhos falando o seguinte: "A PM não vê quem fuma, ela procura. Se a questão é segurança, por que procurar maconheiro, gente?". Esse menino precisa de castigo, papai.
Em apenas um dia entre os manifestantes, VEJA constatou que vários deles são filhinhos de papai que circulam em carros cujo preço supera 50000 reais. Entre os "rebeldes" que saíram da reitoria ocupada para tomar banho, trocar de roupa e comer um prato quentinho em casa (revolução tem limite), um assumiu a direção de um Polo Sedan e outro embarcou em seu Kia Soul. Os invasores representam só 0,06% dos 80000 estudantes da USP. A maioria dos alunos é a favor da presença da PM no campus. Em maio, antes de a polícia patrulhar intensivamente a USP, o estudante Felipe de Paiva foi assassinado em uma tentativa de assalto na universidade. Zélia de Paiva, mãe de Felipe, vê os protestos como capricho de uma minoria que quer usar drogas impunemente, pondo em risco toda a comunidade universitária. "Se a polícia já estivesse na USP no dia em que meu filho foi morto, talvez ele estivesse vivo", diz Zélia.
A baderna teve início na quinta-feira 27, quando policiais flagraram três alunos consumindo maconha. Para evitar que o trio fosse levado a uma delegacia, um grupo tentou intimidar os policiais, cercando a viatura e começando a arruaça. Em poucos minutos, um carro de som do Partido da Causa Operária (PCO) apareceu e pôs-se a incitar a violência. A turba apedrejou a viatura. A PM reagiu. O prédio da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas foi invadido. Depois de uma assembleia em que se decidiu pela desocupação, os "rebeldes" mimados invadiram a reitoria. A Justiça determinou a reintegração de posse do prédio. VEJA gravou um desses mauricinhos falando o seguinte: "A PM não vê quem fuma, ela procura. Se a questão é segurança, por que procurar maconheiro, gente?". Esse menino precisa de castigo, papai.
"O problema hoje é a falta de senso crítico, não só na juventude, mas em todos que um dia foram jovens. A credibilidade que se dá à indústria cultural atualmente atinge seu auge. "Repetindo a mesma mentira várias vezes é possível fazer os homens acreditarem que o céu é o inferno" disse Adolf Hitler. É muito cômodo acreditar que os estudantes invadiram a reitoria porque queri...am fumar maconha em paz e vazar com a PM dali, afinal é o que diz a globo, e é exatamente nisso que é melhor que se acredite, pois se todos soubessem quantos motivos legítimos aqueles estudantes possuem para tomar esta atitude não seria nada vantajoso. De repente poderia acontecer de todos começarem a lutar pelos seus direitos, e não é isso que se quer. Imagine você se todos nós juntos, nos rebelássemos sempre que algo nos incomoda e fere nossos direitos de cidadãos, de estudantes, de professores ou mesmo de pessoa humana, pensante e sentinte. Imagine você se todas as vezes diante de um caso de corrupção, roubo público, abuso de autoridade, nossa população se posicionasse como estão fazendo os estudantes da USP. Naturalmente que a política que rege nosso país, a do pão e circo, desabaria. É muito mais proveitoso manter todos interessados nas telenovelas, acreditando piamente que aqueles jovens são um bando de desocupados fazendo algazarra. Que são mesmo rebeldes sem causa, assim como se dizia dos militantes de 64, os quais grande parte pertencia mesmo à USP onde o CRUSP era metralhado diariamente durante a madrugada. Não. É melhor que se acredite nos jornais, e que não os deixem dar entrevista. Se de fato a verdade sobre as coisas fosse divulgada seríamos obrigados a sair desta ideologia de culto ao comodismo, à praticidade e a eficiência de um sistema que prega à massificação do pensamento e a banalização dos interesses coletivos. O que acontece na USP, acontece lá justamente devido a uma certa qualidade de educação que conhecemos bem (ou na realidade não tanto). E não é difícil ficar sabendo já que dentro dos campus são publicados jornais e manifestos. Jornais e manifestos esses que dissertam e esclarecem perfeitamente a situação ainda com muita elegância, assim como fizeram no quinto congresso, onde alguns dos motivos para o que acontece agora já estavam sendo razão de descontentamento e protesto, quando a mídia divulgou que eram também uns bagunceiros acampando na frente do prédio. Pros que moram em São Paulo e querem saber as inúmeras razões para invadir a reitoria a imprensa uspiana está disponível de graça no pátio da SanFran. Pros desinteressados existe, claro, a rede globo. “Um grupo que não sustenta uma opinião clara não está em condição de fomentar nenhum debate, pois insiste em se esconder atrás da representatividade para justificar sua inércia” trecho de texto sobre a reitoria publicado nas páginas “O Canhoto” distribuídas no campus da São Francisco em junho de 2008. " Eloisa G.
ResponderExcluir"É muito cômodo acreditar que os estudantes invadiram a reitoria porque queri...am fumar maconha em paz e vazar com a PM dali, afinal é o que diz a globo, e é exatamente nisso que é melhor que se acredite, pois se todos soubessem quantos motivos legítimos aqueles estudantes possuem para tomar esta atitude não seria nada vantajoso. De repente poderia acontecer de todos começarem a lutar pelos seus direitos, e não é isso que se quer." Concordo inteiramente com a Eloisa G.
ResponderExcluir"Mimada está a imprensa. Mimada por uma sociedade que toma como verdade qualquer informação. Imprensa essa que fez nome e se acomodou atrás de um prestígio ignorante. Está é muito mimada. Além de tudo folgada. Imprensa essa que surgiu com o compromisso de falar a verdade, de informar o povo com transparência e hoje não tem mais nenhum compromisso com isso. Está é mais compromissada em manter todos na linha, bem quietinhos, ganhar dinheiro com isso usando de difamação para instituir ainda mais seu império de alienação. Realmente muito mimada por uma sociedade e uma realidade em que se ganha mais sendo colunista da veja do que doutor em filosofia. Revista é fácil de ler tem figura e tudo mais, já livro é mais difícil, precisa ter qualquer interesse pra isso. Se mimados são estudantes que lutam por uma educação de qualidade e vão contra abusos de autoridade escondida e fixada atrás desse mesmo “prestígio”, como chamamos um colunista qualquer escondido atrás de um computador metendo o pau numa revolução dentro de uma sociedade que precisa tanto em todos os sentidos evoluir? Se mimado é quem não se acomoda dentro de toda a alienação instaurada, o que é alguém que continua tentando alienar? Que critica sem nenhum argumento visando distorcer realidades para que a ignorância se prolifere gerando mais violência? Também tem carro bom quem trabalha. Quem pesquisa compromissado com a verdade e faz o país andar pra frente. É por essas e outras que o prêmio Machado de Assis foi entregue ao Ronaldinho Gaucho. Aliás, porque qualquer um mereceria um carro melhor do que esses estudantes que apanharam e muito da PM por querer uma realidade melhor? Realidade essa que não tinha nada a ver com fumar maconha. Informe-se antes de julgar. Ainda bem que muita gente compromissada com qualquer coisa estava lá pra não deixar mentiras impunes. E o seu compromisso, é com o que? Interessante que ir ver o que pensa da situação do país a mãe de um estudante da USP assasinado que não tem nada com o movimento estudantil todo mundo vai. O que dizem as mães de filhos honestos assasinados todos os dias nas favelas do nosso Brasil, às quais não é dispensada a mesma força policial que foi para violentar tais estudantes, que não agiram com violência em nenhum momento, ninguém vai." Eloisa G.
ResponderExcluirOi Eloisa G. Até concordo com essa coisa toda, industria cultural, manipulação de opinião, rede globo e tal. Mas, já que os coitados dos estudantes em momento algum souberam dizer qual é afinal a grande causa pela qual se rebelaram (e olha que a imprensa quis até gravar as assembleias), talvez você possa dizer por eles o por quê desse auê todo...
ResponderExcluirExatamente.... afinal, qual é a GRANDE CAUSA??? A situação política dos país? A má distribuição de renda? As injustiças sociais com as minorias e os menos favorecidos? Se são esses os fatores que movem a GRANDE CAUSA, por quê os pobres estudantes com suas roupas de grife, cabeças pensantes, mentes brilhantes e intelectuais da USP só se manifestaram quando prenderam 3 maconheiros? Por quê não houve manifestação semelhante na morte do estudante Felipe de Paiva? Ah, fala sério!! Bando de intelectuais imbecis que só sabem ''pensar'' com a cabeça cheia de fumaça ou pó!!!
ResponderExcluirBando de vagabundo que tem condições de pagar uma universidade particular e vão tomar vagar de pobres e ainda fazer baderna. tem é que prender mesmo e na pancada estes marginais.
ResponderExcluirExatamente. Por qual motivo essa rebelião deu-se somente agora?? Todos esses problemas já são de conhecimento de todos há tempos... Mas por qual motivo somente agora esses jovens foram se revoltar e aprontar toda essa baderna??? Muita informação e conhecimento mas pouca sabedoria e prática na hora errada. Nunca houve um tempo com tanta corrupção escandalosa desse jeito, como estamos vendo.. e aí? Alguns desses jovens foram ao Palácio do Planalto protestar? E olha que eles tem condições de sobra de irem até lá e ficarem o tempo que for necessário... Concordo que a população brasileira vai exatamente conforme o que a Globo publica. Mas se esses jovens tivessem mesmo razão.. será que teria tido essa repercussão toda??
ResponderExcluir"Bando de badernixxxta! Tudo criado a leite de pêra, ovomaltino e pão com mortadela!" Prof. Gilmar Away
ResponderExcluirNossa estou impressionada com os fortes argumentos de vocês "eles nem sabem explicar a causa". Se é óbvio que a mídia esta sendo parcialista, vocês acham que mostraria o que o outro lado quer dizer? Claro que não! Se se interessam em saber a verdade, discute-se autonomia da faculdade, fechamento repentino do cursinho da USP por ordem do reitor, corrupção do reitor e discussão sobre como tem ocorrido a atuação policial dentro do campus. A prisão dos tais maconheiros ocorreu DEPOIS QUE JA ESTAVA OCORRENDO UMA PASSEATA PELO CAMPUS (EM PROL DO CURSINHO FECHADO). Prender 3 maconheiros foi uma ótima estrategia para fazer parecer que o movimento estudantil preocupava-se com isto.
ResponderExcluirsimplesmente VAGABUNDOS,não ha outra palavra!!! e burros pois , mal sabem, que ,todos os nomes desses alunos vão entrar pra uma lista negra, e nunca serão contratados em nenhuma empresa !!!
ResponderExcluirMaconheiros ou estudantes? Essa esquerda está no século XIX!
ResponderExcluirMaconheiros ou estudantes? Essa esquerda está no século XIX!
ResponderExcluirO que queriam os ‘desocupados’ da ocupação?
ResponderExcluirhttp://bit.ly/shnpL9