quinta-feira, novembro 10, 2011

MARIA CRISTINA FRIAS - MERCADO ABERTO


Excesso de oferta de hotelaria para a Copa preocupa o setor, aponta estudo
MARIA CRISTINA FRIAS
FOLHA DE SP - 10/11/11

A euforia de investir em construção de hotéis para recepcionar os turistas durante a Copa pode deixar um estoque de quartos prejudicial, que começa a alertar o setor. Cidades como Belo Horizonte, Manaus e Salvador já entraram em uma fase considerada crítica, tanto na categoria de hotéis econômicos quanto na de médio padrão, de acordo com relatório que será divulgado hoje pelo Fohb (entidade que reúne empresas do setor). Em Belo Horizonte, o estudo aponta uma oferta atual total de 6.074 apartamentos para uma demanda de 4.506 unidades, que geram uma taxa de ocupação de 74%. Uma oferta adicional de 4.765 derrubaria a ocupação para 52% após 2015.

O setor teme que os preços sejam pressionados para baixo diante de uma demanda inferior após os jogos. "Falou-se tanto na capacidade de leitos e agora há uma situação crítica de oferta excessiva. A Copa deveria ser vista como um Réveillon no Rio. Um evento que acaba", diz Roberto Rotter, presidente do Fohb. Natal, Porto Alegre e Recife indicam um risco moderado no médio padrão, ou seja, ainda há espaço para investimento. "Construir muito pode ser bom para quem incorpora, mas ruim para o investidor que fica com essas unidades", diz Diogo Canteras, da empresa de assessoria em investimentos HotelInvest.

São Paulo, Rio e Curitiba ainda não têm risco. Nessas cidades, o investimento é menos intenso devido a preço de terrenos. Ainda assim, Flávio Dino, da Embratur, incentiva o investimento. "Vamos dobrar o número de turistas."

"Trabalhamos com cenário de incentivo ao investimento. Teremos mais turistas estrangeiros"
FLÁVIO DINO
presidente da Embratur

"O grande receio da indústria são os maus investimentos"
DIOGO CANTERAS
presidente da HotelInvest

FUNCIONÁRIO EM PERIGO
Os países que compõem o grupo de emergentes Bric foram considerados destinos de alto risco por empresários, segundo estudo da International SOS, consultoria em gerenciamento de riscos à saúde. O Brasil ficou em 16º lugar na lista dos países onde funcionários em viagem de negócios correm mais riscos. No total, 600 empresas foram consultadas. Dessas, 95% afirmaram que enviaram funcionários para países de alto risco em 2010. Os problemas apontados foram falta de cuidados médicos, crimes, acidentes de trabalho e rodoviários.

Alta do varejo nacional desacelera em 2011, diz estudo
O crescimento das vendas de varejo desacelerou no primeiro semestre deste ano. Em todas as regiões do país, os resultados foram inferiores aos registrados em 2010, de acordo com levantamento da Cielo. A desaceleração mais acentuada ocorreu no Norte e no Centro-Oeste, onde as altas passaram de 24% para 13% e de 13% para 6%, respectivamente.

No Brasil, o aumento passou de cerca de 14,5% para 12%, segundo a pesquisa. "Com o mercado de empregos aquecido, o varejo é o último setor da economia a sentir os efeitos da crise, mas esses números já são reflexo indireto da situação da Europa e dos Estados Unidos", afirma o presidente da companhia, Rômulo Dias. Na região Sudeste, o aumento foi de 10% para 9%.

"O Sudeste tem um comportamento mais estável, como se fosse um país de primeiro mundo", diz Dias. Os setores que apresentaram maior alta nos seis primeiros meses deste ano foram os de artigos farmacêuticos e de postos de gasolina. No terceiro trimestre de 2011, o volume financeiro total da Cielo cresceu 20,3%, em relação ao mesmo período do ano passado.

Batismo... Ainda sem nome anunciado, o balcão de energia recém-formado por Ecom, Comerc, Grupo Delta, CMU, Solenergias e Capitale acaba de definir que se chamará BBCE (Balcão Brasileiro de Comercialização de Energia).

...e novos pais Outros agentes do mercado de energia livre aderiram na última semana, de acordo com a BBCE. Foram Bolt, Tradener, Kroma, Diferencial, Nova Energia e Safira. Devem chegar mais cinco até o final do mês.

Taça... A vinícola Salton vai investir cerca de R$ 10 milhões em uma nova linha de produção, para elevar sua fabricação em mais de 4 milhões de litros de vinhos e espumantes em Bento Gonçalves, no Rio Grande do Sul.

...cheia A tecnologia será importada da Itália. A empresa gaúcha espera que as novas máquinas promovam um incremento de até 80% na capacidade de produção da fábrica. A vinícola tem hoje cerca de 50 rótulos diferentes.

com JOANA CUNHA, VITOR SION e LUCIANA DYNIEWICZ

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