domingo, novembro 27, 2011

Gays e Aids - ANCELMO GOIS



O GLOBO - 27/11/11



Alexandre Padilha divulga amanhã dados que mostram o crescimento da Aids entre jovens gays, de 15 a 24 anos.
Há 12 anos, para cada 12 homossexuais com Aids, havia dez heterossexuais. Em 2010, a relação subiu de 16 para dez.

Verba da campanha...

O ministro da Saúde minimiza a redução da verba, este ano, da campanha do Dia Mundial de Combate à Aids (dia 1oagora): — O Dia Mundial é só uma das campanhas da Aids no ministério. O importante é que, no total, ampliamos de R$ 14 milhões para R$ 15 milhões os gastos em várias campanhas contra Aids. E gastaremos outros R$ 15 milhões até o carnaval.

Avenida Chile

A Rádio Petróleo diz que o diretor Renato de Souza Duque deseja deixar a Petrobras. Nesse caso, Dilma aproveitaria para fazer algumas mexidas. Mas não agora. A conferir.

Politicamente correto

Acredite. Semana passada, um fiscal do Ibama parou um cacique e perguntou se ele tinha... licença para usar as penas de seu cocar. O índio, claro, disse que não e... teve o cocar apreendido e ainda levou uma multa! A história, verdadeira, chegou a Dilma, que ficou uma fera, e mandou lembrar ao fiscal que índio usa cocar desde sempre.

Salsichas

A Marfrig deve mesmo ficar com os ativos da BRFoods que o Cade mandou vender para sacramentar a fusão Sadia- Perdigão.

À flor da pele 
Dilma tem estado mais emotiva nas aparições públicas. A presidente não conteve as lágrimas nos eventos recentes com ex-perseguidos políticos e deficientes físicos, nem o sorriso sincero quando esteve com os atletas do Pan.

O DOMINGO É de Gal Costa, 66 anos, a grande cantora brasileira que finaliza um novo CD de inéditas, seu primeiro desde 2005. A diva da MPB posa aqui para a foto do disco, que se chamará “Recanto”. Produzido por Caetano Veloso, autor de todas as 11 faixas, o CD é assunto há um ano nas rodas da MPB. Gal gostou do resultado. “Foi desafiante e uma delícia. Me sinto renovada.” Chega às lojas dia 6 de dezembro

Caso Sean
Terça, finalmente, o STF julgará o mérito da liminar dada em 2009 pelo ministro Marco Aurélio para que o menino Sean ficasse no Brasil até a decisão final do caso. Nela, Silvana Bianchi, a avó, pedia que Sean fosse ouvido para dizer se queria ficar ou ir para os EUA com o pai. Mas a liminar seria revogada pelo então presidente do Supremo, Gilmar Mendes, na véspera de Natal, lembra?, e o garoto foi entregue naquele mesmo dia ao consulado americano.

Em tese...

Se o STF der a ordem agora, Sean terá de voltar já ao Brasil.

Fonfom do Paulinho

Um Karmanguia de Paulinho da Viola é exibido no Salão de Automóveis Antigos, em São Paulo. Xodó do mestre, foi comprado em 1989 e está inteiro. O modelo, raridade, é um conversível numerado. No Brasil, foram fabricados apenas 171. O de Paulinho é o número 150.

Menino gênio
Uma raridad e está saindo pela gravadora austríaca SanCtus: o primeiro disco gravado por Nelson Freire, em 1957, com a Orquestra do Teatro Municipal do Rio, regida pelo maestro Nino Stinca. Freire tinha só 13 anos.

Segue...

A apresentação do CD é da escritora e pianista Gilda Oswaldo Cruz, radicada na Espanha e grande amiga de Freire.

Última aula

A direção do tradicional Colégio da Providência, fundado há 159 anos, em Laranjeiras, no Rio, comunicou sexta aos pais que a escola vai fechar. Oficialmente, diz que ficará em obras durante 2012. Mas, a Rádio Cantina desconfia que o prédio vai virar condomínio.

Bíblia Rabínica

A Biblioteca Nacional vai abrir
dia 12 d e dezembro uma exposição com alguns dos mais preciosos tesouros de sua coleção de Bíblias. Entre as obras, destaca-se a “Segunda Bíblia Rabínica” (Veneza, 1524-1525), considerada, por séculos, o texto padrão da Bíblia Hebraica. Outra atração será uma Bíblia alemã (foto), de 1692, que tem a particularidade de ser católica, editada a partir da tradução de Lutero.

Os novos gladiadores

O país do futebol também é agora o país... das lutas marciais — principalmente, a que atende pelo nome de MMA, com direito à narração de Galvão Bueno e destaque na novela “Fina estampa”, da TV Globo. Mas a porradaria é polêmica. A atriz Carolina Dieckmann, por exemplo, a Teodora da novela, que acaba de ser deixada por Wallace Mu (Dudu Azevedo), um lutador de MMA, diz que não consegue assistir às lutas:

— Não aguento ver os golpes. A atriz que vive sua ex-sogra na trama, Lília Cabral, assiste para acompanhar o marido. Mas diz que também sente aflição, fica nervosa com os socos:
— Fico preocupada com os machucados e se, depois de tanto apanharem, ainda conseguem lutar. Sempre acho que eles precisam cuidar dos hematomas antes de continuar. Até o autor de “Fina estampa”, Aguinaldo Silva, é fã. Tanto que incluiu a luta na novela:
— Intuí que será o esporte da moda nos próximos anos. O boxe, por exemplo, já era, sempre foi cheio de maracutaias. Já o MMA se empenha em parecer sério. Além disso, os brasileiros são verdadeiras estrelas desse esporte.

A lista de fãs é eclética. Vai, acredite, da cantora Sandy e do ator Wagner Moura à filósofa Viviane Mosé, que explica o fenômeno entre os brasileiros:
— No ringue, a gente assiste a essa força excessiva que a vida tem, como tsunami, sendo canalizada. É como se víssemos ali um excesso contornado, já que é um confronto combinado e com regras. Eu assisto e adoro, e sei que as mulheres são as mais entusiasmadas. Acho que é pela luta diária, que, sem um pouco de agressividade, não dá certo
— acredita. O psicanalista Luiz Alberto Py também arrisca uma explicação para a paixão das mulheres pelos combates do MMA:
— As mulheres gostam muito porque o macho forte atrai a fêmea. Além disso, é violência, mas não é ódio. É um rival, mas não um inimigo. Acho que as pessoas sempre gostaram, mas agora estão tendo coragem de assumir. Malvino Salvador, que vive o pai do filho de Teodora em “Fina estampa”, vê beleza na luta:
— Há uma plasticidade nos movimentos que existe também no balé
e no kung fu. É uma arte baseada em muito treino e conhecimento
adquirido ao longo dos anos.

Celso Athayde, fundador da Central Única de Favelas, que acaba de
liberar um espaço da ONG para uma luta na Cidade de Deus, achava
uma “selvageria”. Mas, hoje, vê com outros olhos:
— Ao contrário do futebol, ali, dar porrada está na regra. E o atleta tem de ter uma concentração, uma determinação ímpar para estar no ringue. Dudu Azevedo, o Wallace Mu da novela, compara o octógono (ringue do MMA) a uma “releitura moderna das arenas da Roma Antiga”:
— É uma febre, uma paixão mundial.

A polêmica é tão grande que também não há unanimidade na turma da coluna. Aqui são três contra o MMA e uma a favor. Mas aí é outra história.

Ana Cláudia Guimarães

COM ANA CLÁUDIA GUIMARÃES, MARCEU VIEIRA
E DANIEL BRUNET

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