terça-feira, outubro 04, 2011

RENATA LO PRETE - PAINEL



Tática de alto risco
RENATA LO PRETE
FOLHA DE SP - 04/10/11

Começa a se delinear um racha na tropa liderada por Sérgio Cabral (PMDB) na batalha dos royalties do petróleo. Embora unidos na crença de que os blocos já licitados deveriam ser excluídos da redistribuição, parlamentares do Rio divergem quanto à forma de pressão.
A escalada retórica de Cabral, que ontem voltou a emparedar Dilma Rousseff ao cobrar publicamente da presidente o veto a qualquer mudança nesse sentido eventualmente aprovada pelo Congresso, constrange alguns aliados. Para eles, a guerra aberta tende a ser perigosa, seja porque a posição do Rio é minoritária, seja porque Dilma não gosta de ser tratada assim.

Olha eu aqui Segundo observador privilegiado, a questão eleitoral contaminou de vez o debate sobre os royalties: "Está todo mundo no Rio competindo para ver quem fala mais alto. Não pelo Estado, mas pelos votos".

Nem vem Representantes da bancada do Rio desdenham da versão segundo a qual o Planalto seria apenas observador do litígio. Notam que o relator do projeto em discussão no Senado, Vital do Rego (PMDB-PB), não sai do Ministério da Fazenda.

Dia seguinte Quando voltar da Europa, Dilma enfrentará pressão renovada para arbitrar a encrenca dos royalties. Os governadores já pediram audiência.

Não é comigo Em conversa com representantes da Fifa, a presidente sinalizou que não pretende se envolver na questão da meia entrada para estudantes, tema regido por legislação estadual, em jogos da Copa. O provável é que a entidade máxima do futebol negocie esse ponto diretamente com os Estados.

Sujou Termo assinado pela Prefeitura de São Paulo com o comitê local de organização da Copa permite a aplicação da logomarca dos patrocinadores oficiais do evento em banners e postes, na contramão da Lei da Ficha Limpa de Gilberto Kassab.

Deflação 1 A despeito das aspas coloridas, a entrevista de Roque Barbiere (PTB) foi considerada, no Palácio dos Bandeirantes e na Assembleia, um recuo em relação à acusação original do deputado, segundo quem até 30% de seus pares venderiam emendas ao Orçamento paulista. Agora, ele admite que pode ter "exagerado" e promete entregar ao Ministério Público informações relativas a "pelo menos um caso".

Deflação 2 Para completar, a declaração de que é "impossível" atender sua base com R$ 2 milhões em emendas vocaliza um pleito generalizado dos colegas e foi interpretada como senha para a solução do problema.

O quinteto Os senadores Eduardo Suplicy (PT-SP) e Pedro Simon (PMDB-RS) e os deputados Luiza Erundina (PSB-SP), Aldo Rebelo (PC do B-SP) e Chico Alencar (PSOL-RJ) são os únicos parlamentares finalistas nas seis edições do Prêmio Congresso em Foco. Neste ano, os vencedores serão conhecidos somente na noite da premiação, no próximo 7 de novembro.

Temperatura 1 Sai nesta semana o ganhador da licitação realizada para escolher o instituto que fará pesquisas para o Palácio do Planalto. Estão no páreo Ibope, Vox Populi, CP2, Pesquisa e Planejamento, GFK e Meta.

Temperatura 2 Tão logo anunciado o resultado, o governo pretende que o instituto vá a campo medir o grau de conhecimento e a avaliação dos programas já anunciados por Dilma, além de realizar diagnósticos mais precisos a respeito de temas como a saúde pública.

com LETÍCIA SANDER e FÁBIO ZAMBELI

tiroteio

"O Cabral e o Lindbergh estão jogando para a plateia, e acham que ninguém percebe. Eles estão mais atrapalhando do que ajudando o Rio de Janeiro."
DO DEPUTADO ANDRÉ VARGAS (PT-PR), sobre a atitude beligerante do governador peemedebista e do senador petista no debate sobre a redistribuição dos royalties do petróleo.

contraponto

Força do exemplo


Certa vez, quando presidia sessão do STF, Sydney Sanches notou que um advogado dormia a sono solto no plenário. Chamou então o "capinha" -como são conhecidos os auxiliares dos ministros- e pediu que advertisse o dorminhoco: ou se punha em alerta, ou teria de sair.
O "capinha" cutucou o advogado, transmitiu a mensagem e, depois de ouvir a resposta, voltou ao presidente:
-Ele disse que continuará a dormir até o senhor acordar também o ministro ali...
Era Paulo Brossard, famoso por "apagar" nas sessões.

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