quarta-feira, outubro 19, 2011

PAULO SANT’ANA - Meus 40 anos


Meus 40 anos
PAULO SANT’ANA
ZERO HORA - 19/10/11 

Não foi por demagogia que ontem exaltei a preocupação que devem ter as empresas – e as repartições públicas – com o bem-estar de seus funcionários.

É que eu tenho tradição nesse ramo. Tanto que o fumódromo de Zero Hora tem uma placa de bronze me elegendo como seu patrono. Fui um dos lutadores por melhores condições aos fumantes do nosso jornal e da Rádio Gaúcha.

E fui também um dos batalhadores por serem colocadas mesas com cadeiras no bar da Redação, o que foi feito e melhorou as condições humanas do bar, que, apesar de acanhado ainda para as nossas aptidões, ganhou um ar mais simpático e acolhedor.

Durante muito tempo vigorou na Redação uma mentalidade retrógrada e reacionária: a de que, se for dado conforto ao bar, as pessoas não sairão de lá e trabalharão menos.

Nada disso. Quanto mais conforto tiverem, mais e melhor trabalharão, essa é a verdade alcançada pela atual direção, que melhorou sensivelmente o aspecto e o funcionamento do bar.

Enquanto isso, muito me honra que, preparando o aniversário de quatro décadas em que me dedico a Zero Hora e à RBS, que ocorrerá no próximo mês de novembro, nosso jornal lançou domingo um site especial em minha homenagem, contendo aspectos dessa minha trajetória jornalística há 40 anos.

Os leitores poderão colaborar nesse site, recordando sua relação com meu trabalho, o que mais lhes tocou em minhas colunas e no meu comportamento público e profissional.

E, por fim, honra-me muito também que foi lançado um concurso entre alunos universitários e do Ensino Médio.

Eles mandarão textos como se fossem eu, que serão analisados por uma equipe selecionadora e finalmente os 10 mais qualificados terão seus trabalhos publicados no Blog do Editor e o vencedor final terá seu texto publicado inteiramente em minha coluna. Ontem, em Pelotas, por onde passei rapidamente, havia pessoas me dizendo que vão escrever no meu lugar e querem ser vencedoras.

Obrigado pela iniciativa do jornal. Mas eu quero dizer que mereço. Foram 40 anos de trabalho em Zero Hora e na RBS nos quais coloquei toda a minha dedicação e fidelidade aos leitores, telespectadores e ouvintes e também fidelidade à minha empresa.

Foi uma aventura espetacular a que tive nestas quatro décadas. Confesso que vivi, que participei, que chorei, que ri, tenho certeza de que não passei em vão e, principalmente, fiz rir, fiz chorar, toquei as pessoas e tive a felicidade, modéstia à parte, de entender o que elas queriam e sonhavam, este talvez seja o meu maior mérito.

Obrigado ao público, meus agradecimentos aos meus colegas e aos meus empregadores. Estes últimos, nos meus primeiros meses de trabalho, em 1971, resistiram à tentação de me demitir, porque no meu início eu causei escândalo e impacto estrepitoso, lançando um estilo diferente e revolucionário, que agrediu um pouco o segmento conservador e tradicionalista das plateias.

Mas depois tudo se ajeitou e deu nisso, que valeu a pena.

Foi e tem sido sensacional este meu personagem.

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