terça-feira, outubro 25, 2011

ILIMAR FRANCO - A faxina acabou


A faxina acabou
ILIMAR FRANCO
O GLOBO - 25/10/11

O líder do DEM no Senado, Demóstenes Torres (GO), diz que "a faxina acabou", com a permanência do ministro Orlando Silva (Esporte). Ele acredita que a oposição vai retomar a parcela do eleitorado, do Sul e do Sudeste, que a presidente Dilma conquistou com as quedas de Palocci, Nascimento, Rossi e Novais. "Vamos retomar o discurso de combate à corrupção que ela dividia conosco", resume. A oposição também aposta nas investigações da Procuradoria Geral da República.

O xadrez petista
Os deputados José Guimarães (PT-CE) e Jilmar Tatto (PT-SP) estão juntos trabalhando por um acordo interno no partido para que eles dividam a liderança da bancada nos próximos dois anos. O martelo não foi batido. Os principais obstáculos são os deputados Henrique Fontana (PT-RS) e Ricardo Berzoini (PT-SP). A preocupação do primeiro é com a imagem do partido, já que um assessor de Guimarães foi pego com dinheiro na cueca no escândalo do mensalão. E Berzoini resiste em dar mais poder para Guimarães, que é da tendência Construindo um Novo Brasil. Há petistas que acham precipitado tratar desde já da sucessão.

"O Rio tem 15 milhões de eleitores. E é um contraponto à força dos tucanos em Minas e São Paulo. No dia 10, nós vamos parar o Rio” — Lindbergh Farias, senador (PT-RJ), sobre o ato dos royalties do Rio

SOLUÇÃO ADIADA. O parecer que o relator do Código Florestal, senador Luiz Henrique (PMDB-SC), apresentará hoje traçará apenas princípios de uma política de crédito e incentivos econômicos para a recuperação de reservas legais e áreas de proteção permanente (APPs), e dará um prazo para a regulamentação pelo governo federal. Como a equipe econômica é contra o pagamento por serviços ambientais, os ruralistas não querem abrir essa discussão agora para não travar a votação.

Desarmados
A bancada do Rio reclama que o governador Sérgio Cabral não deu retorno da conversa com a presidente Dilma, na sexta-feira, sobre royalties. O projeto, que prejudica o Rio, está na Câmara. Ele volta a se reunir com Dilma amanhã.

Filiações eleitorais 
No Brasil, 15,3 milhões de eleitores são filiados aos partidos, segundo o TSE. O que tem mais filiados continua sendo o PMDB, com 2,4 milhões; depois vem o PT, com 1,5 milhão. Na oposição, quem tem mais é o PSDB, com 1,4 milhão.

Royalties: Serra critica frouxidão
O ex-governador José Serra critica o Congresso por não adotar regras mais rígidas para o uso das receitas do petróleo por estados e municípios. Ele defende que nos três primeiros anos esse dinheiro deveria ser usado em investimentos fixos e, a partir do quarto ano, em custeio das ações decorrentes daqueles investimentos. No caso dos estados mais ricos, como São Paulo, ele sugere criar um fundo e usar apenas o rendimento em áreas como Educação, Saúde ou Previdência.

Liquidação
O primeiro-ministro de Portugal, Pedro Coelho, quer as estatais brasileiras na privatização. A presidente Dilma o recebe na quinta-feira. Estão à venda: GALP (petróleo), TAP (aviação) , RTP (televisão), EDP (energia) e ANA (aeroportos).

O primeiro
Reconduzido na Anatel, o economista João Rezende, ligado ao ministro Paulo Bernardo (Comunicações), será o primeiro petista a assumir a presidência da Anatel. No governo Lula, o cargo foi ocupado por nomes do PDT e do PMDB.

A BANCADA. O PSD anuncia amanhã, em evento em Brasília, que sua bancada na Câmara será de 56 deputados federais, a terceira maior da Casa. O novo partido ultrapassou o PSDB.

O SENADOR Aécio Neves (PSDB-MG) esclarece que votou a favor do projeto de royalties aprovado, mas, que na votação anterior, apoiou proposta do senador Francisco Dornelles (PP-RJ) porque ela destinava R$ 791 milhões a mais para Minas Gerais.

O GOVERNADOR Sérgio Cabral (RJ) continua apostando num veto da presidente Dilma na nova lei de redistribuição dos royalties do petróleo.

ILIMAR FRANCO com Fernanda Krakovics, sucursais e correspondentes

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