quinta-feira, setembro 22, 2011

ILIMAR FRANCO - O enterro


O enterro
ILIMAR FRANCO
O GLOBO - 22/09/11



Apesar da pregação do ex-presidente Lula, o PT e o PMDB não chegaram ontem a um acordo sobre a reforma política. "Não aceitamos a lista", resume o presidente do PMDB, senador Valdir Raupp (RO). "A proposta de financiamento público é irreal", acrescenta o líder do PMDB na Câmara, Henrique Alves (RN). A despeito do lero-lero pró-reforma, a proposta do relator Henrique Fontana (PT-RS) desandou por falta de apoio político.

Rasgação de sedaA secretária de Estado americana, Hillary Clinton, ao cruzar ontem, na ONU, com o embaixador do Brasil nos Estados Unidos, Mauro Vieira, comentou o discurso da presidente Dilma: "Estupendo, sobretudo no que falou da mulher."

O QUE É ISSO, Sarney!? Um grupo de familiares de desaparecidos políticos realizava ato pela aprovação da Comissão da Verdade, na manhã de ontem, no gramado do Congresso, quando foi surpreendido por seguranças do Senado. Disseram ter ordem para não permitir a manifestação e começaram a arrancar do solo dezenas de cruzes feitas de pau, que representavam os parentes perseguidos e que foram mortos no regime militar.
Não é por falta de recursos financeiros que os líderes dos países desenvolvidos ainda não encontraram uma solução para a crise. É por falta de recursos políticos e de clareza de ideias" - Dilma Rousseff, presidente da República, na Assembleia da ONU

O SENADOR e presidente da Confederação Nacional dos Transportes (CNT), Clésio Andrade (MG), ex-PR, vai se filiar ao PMDB. Ele recebeu convite ontem.

O EX-DEPUTADO Severino Cavalcanti, prefeito de João Alfredo (PE), reapareceu. Pediu votos para o TCU para a deputada Ana Arraes (PSB-PE): "Do pai dela (Miguel Arraes) não gostava não. Mas dela eu gosto".

O MINISTRO Moreira Franco (Assuntos Estratégicos), na reunião de Altos Representantes nas Questões de Segurança, ontem, na Rússia, foi instigado a falar sobre os programas sociais que criaram uma nova classe média no Brasil.

O PT no governo Dilma: quem é quem?A participação dos petistas no governo Dilma é hegemonizada pela tendência Construindo um Novo Brasil. Com 41 deputados e 11 senadores, a CNB tem 12 ministros. A proporção é de um ministro por 4,3 votos no Congresso. A Mensagem, com 21 deputados e um senador, tem três ministros. Cada 7,3 votos dá direito a um ministro. O Movimento PT, com oito deputados, tem um ministro; e a Articulação de Esquerda, reduzida a um deputado e um senador, tem um ministro no governo.

Cabo eleitoralO ex-presidente Lula ainda estava no Palácio do Jaburu, na reunião sobre reforma política, quando a deputada Ana Arraes (PSB-PE) foi eleita para o TCU. Eles falaram ao telefone. Lula foi efusivo: "Minha ministra, meus parabéns!"

Mirando o futuroO economista Edmar Bacha será o coordenador de um grupo de trabalho organizado pelo Instituto Teotônio Vilela, do PSDB, para atualizar as bandeiras e o programa partidário. As propostas serão submetidas ao partido em outubro.

ConstrangimentoA obsessão americana por segurança gerou escaramuças diplomáticas ontem no hotel Waldorf Astória. Estavam hospedados lá os presidentes Obama e Dilma. Ministros brasileiros foram barrados e submetidos a detectores de metais.

O nó do financiamento públicoMesmo que os políticos deem declarações favoráveis ao financiamento público, muitos líderes partidários o consideram inviável. Eles temem a reação da opinião pública e avaliam que, para arcar, com realismo, com o custo das campanhas, será preciso muito dinheiro. Ontem, na reunião do Jaburu, foi feito um exercício relativo às eleições municipais do ano que vem. Nele, fixou-se que o financiamento total seria de R$3 bilhões. Feita a divisão pelo número de candidatos a prefeito e a vereador, nos mais de cinco mil municípios do país, deu uma receita por candidato de R$4 mil. Não se faz campanha por esse valor no Brasil.

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