domingo, setembro 11, 2011

ILIMAR FRANCO - Fazendo água

Fazendo água
 ILIMAR FRANCO 
O GLOBO - 11/09/11
 
O Minha Casa Minha Vida está patinando. Turbinado pela presidente Dilma para chegar aos dois milhões de casas construídas até 2014, ele pode afundar. Foi contratado um milhão de casas, mas apenas 30% estão em execução. As construtores enfrentam novo problema, nas grandes cidades: a valorização dos terrenos. A Copa do Mundo está inflando as folhas de pagamento. Especialistas avaliam que o governo terá de aumentar a contrapartida para garantir o programa.

Lavando as mãos

O líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP), vai orientar a base do governo a votar a favor do destaque da oposição, à
Emenda 29, que suprime do texto a cobrança da alíquota de 0,01% das operações financeiras. A Contribuição Social da Saúde terá sido criada, mas não vai gerar qualquer efeito financeiro. Para tal, será preciso aprovar uma Lei Complementar. O governo federal não
vai patrociná-la. Os governadores estaduais que se virem. Em 2002, a União investiu R$ 13 bilhões na Saúde, mais R$ 11 bi da CPMF. No ano passado, sem CPMF, foram R$ 62 bi, e a previsão de gasto para este ano é de R$ 72 bi.

A CPMF fez um raio X da bandidagem. A carga tributária não caiu com seu fim. O que caiu foi o poder fiscalizatório da lavagem e da sonegação” — Ideli Salvatti, ministra das Relações Institucionais

BOLA FORA. Pré-candidato do PSDB à prefeitura do Rio de Janeiro, o deputado Otávio Leite rodou a baiana para impedir que o PSDB patrocinasse ação, no STF, contra a política de cotas do governador Sérgio Cabral, pela qual 20% das vagas nos concursos públicos do estado são para negros e índios. Leite justifica sua ação: “É uma barbaridade política, o PSDB não é um partido de direita.”

Na berlinda
Expectativa no Congresso com a atitude que a OAB adotar diante de propostas para reduzir o número de recursos nos julgamentos. A quantidade de recursos é considerada um dos fatores que favorecem a impunidade no país.

Reduzir custos

O PSDB é contra o projeto de reforma política do relator Henrique Fontana (PT-RS). Mas os tucanos gostariam, pelo menos, de aprovar uma proposta limitando os gastos das campanhas dos candidatos a deputados federais e estaduais.

Oposição: o povo na rua e a CPI
Mesmo sendo tratados pelos manifestantes anticorrupção com a mesma desconfiança dos governistas, os partidos de oposição querem capitalizar o movimento para pressionar o Congresso a criar uma CPI para investigar o governo Dilma. O líder do PSDB no Senado, Álvaro Dias (PR), viu na caminhada “o apelo pela CPI”. E alfinetou: “Os discursos desta tribuna com o talento de um Pedro Simon, de um Cristovam Buarque e de tantos outros não satisfazem a expectativa da sociedade.”

Os faxineiros
Nada irrita mais os senadores que estimulam a presidente Dilma a manter a faxina do que o líder do governo no Congresso, senador José Pimentel (PT-CE), afirmar que, historicamente, o discurso anticorrupção serviu ao golpismo.

Egos
O protagonismo do senador Pedro Simon (PMDB-RS) no apoio à faxina da presidente Dilma gera ciúmes. Consta que a ideia original foi do senador Jarbas Vasconcelos (PMDBPE). Hoje aliados, eles quase sempre divergiram no partido.


ÂNCORA. Nem todo mundo no PSB gostou do protagonismo do governador Eduardo Campos (PE), presidente licenciado do partido, no programa de propaganda na TV que foi ao ar na semana passada.
A ASSESSORIA 
da senadora petista Marta Suplicy garante que “ela não está desistindo de concorrer à prefeitura de São Paulo”, pois este “é o melhor momento dela” e o “cenário é totalmente favorável”

VIROU MODA. A exemplo do ministro Guido Mantega (Fazenda), o presidente do BC, Alexandre Tombini, também consome aquelas balinhas de gengibre.

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