quarta-feira, agosto 24, 2011

ILIMAR FRANCO - O revolto PMDB


O revolto PMDB
ILIMAR FRANCO
O GLOBO - 24/08/11

O vice Michel Temer não conseguiu conter a ala do PMDB que contesta a hegemonia do PT no governo. Um grupo de 35 deputados fechou questão a favor da votação da Emenda 29 (Saúde) e coleta a assinatura dos demais 44 deputados da bancada. Eles ameaçam entrar em obstrução após votar o Pronatec e o Supersimples. O líder Henrique Alves (RN) negocia com a ministra Ideli Salvatti (Relações Institucionais) saída que evite o impasse. Ressentimento com a hegemonia petista
A ala descontente do PMDB, reunida por quatro horas anteontem à noite com o vice Michel Temer, reclamou: 1. "a participação do PMDB no governo Dilma (ministérios) foi reduzida em relação ao governo Lula"; 2. "não participamos da definição das políticas públicas, como os planos Brasil Sem Miséria e Brasil Maior"; 3. "nossa preocupação é com a força política do partido nas eleições municipais". Temer pediu calma e ponderou que "gradualmente exerceremos maior influência no governo Dilma". No governo Lula, o PMDB não integrou o primeiro ministério de Lula. Só foi integrado depois do mensalão.

"Confio no império do bom senso" - Edison Lobão, ministro (Minas e Energia), apelando para um entendimento entre os estados para a distribuição dos royalties.

FORA DE CONTROLE. Os tucanos não se conformam com a posição adotada pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, contrária à instalação de uma CPI da Corrupção. Cobrado pelo presidente do PSDB, deputado Sérgio Guerra (PE), na foto, Fernando Henrique afirmou que cabe ao partido decidir sobre a realização ou não de uma CPI, mas que ele, pessoalmente, vai apoiar a presidente Dilma sempre que achar que ela está certa.

Firmes e frouxosA cúpula do DEM chamou os líderes do PSDB para uma reunião ontem à tarde. O Democratas reclamou da tibieza da oposição do PSDB e cobrou um maior engajamento dos tucanos na luta para criar a CPI da Corrupção no Congresso.

NeutraOs partidos foram informados, pelo Palácio do Planalto, que a presidente Dilma não está apoiando nem vai apoiar nenhum dos candidatos à vaga de ministro do TCU. Ela não quer que o governo se envolva. Há vários candidatos aliados.

O PPS e o regime militarO PPS bateu cabeça ontem na Câmara. Quando o presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), tentou impedir os funcionários dos Correios de assistir à sessão, o presidente do PPS protestou: "Não imaginava que o PT um dia ia fechar as galerias. Isso acontecia no regime militar". Mais tarde, ao defender a permanência dos mesmos funcionários, o líder Rubens Bueno (PR) disse: "Nos bons tempos da ditadura militar esse plenário ficava lotado. Na ditadura, os militares, à paisana, enchiam essas galerias e ouviam a oposição".

Me dê motivoDo líder do PMDB, Henrique Alves (RN), para a vice da Câmara, Rose de Freitas (ES): "Você quer tirar o Pedro Novais do Turismo. Ele é um companheiro de seis mandatos. O partido não vai virar as costas para ele. Ele não foi citado pela PF".

VetoAo pedir para conversar com o PSDB sobre a criação da Comissão da Verdade, o ministro José Eduardo Cardozo (Justiça) perguntou se poderia levar o ministro Celso Amorim (Defesa) e o assessor especial José Genoino. Ouviu um não.

APONTADO como candidato que poderia unir o governador Geraldo Alckmin (PSDB) e o prefeito Gilberto Kassab (PSD) na eleição para a prefeitura de São Paulo, o Senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB) terá de transferir seu título para concorrer. Seu domicílio eleitoral é de São José do Rio Preto.

O EX-MINISTRO Nelson Jobim continua participando das reuniões da Afirmação Democrática, ala do PMDB formada por ex-eleitores do tucano José Serra.

GOVERNADORES de 21 estados querem mudar o indexador de suas dívidas de IGP + 6% para IPCA + 2%.

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