O Itaquerão é nosso
Revista Veja
Ou, pelo menos, a conta é. Ao contrário do prometido, o estádio do Corinthians será bancado com dinheiro público e custará 820 milhões de reais.
Otávio Cabral
Otávio Cabral
O governo de São Paulo não colocará um tostão no estádio do Corinthians. Nenhum tostão"(governador Geraldo Alckmin, em maio de 2011).
"A prefeitura de São Paulo reafirma sua decisão de não utilizar recursos públicos para a construção de nova arena na cidade de São Paulo, pois entende que o seu papel é fazer investimentos em obras de infraestrutura urbana que melhorem ainda mais o cotidiano dos paulistanos" (nota da prefeitura de São Paulo, em junho de 2010).
"Os estádios serão construídos com dinheiro privado. Não haverá um centavo de dinheiro público para estádios" (ministro do Esporte, Orlando Silva, em dezembro de 2007).
Na última quarta-feira, os autores das frases acima se reuniram num palanque para anunciar o que todo mundo já sabia: o estádio do Corinthians - ou Itaquerão, como ficou irremediavelmente conhecido - será construído quase integralmente com dinheiro público. Hoje, ele está orçado em 820 milhões de reais. Desse total, a prefeitura bancará mais da metade por meio de incentivos fiscais. O governo federal contribuirá com 65 milhões de reais vindos de isenção de impostos. O restante será financiado com juros camaradas pelo BNDES, que o Corinthians pagará ao longo de quinze anos - desta vez, não com dinheiro público, mas "do público". Como a primeira parcela só deverá ser quitada depois da inauguração do estádio, o clube não terá de tirar um centavo dos seus cofres para erguê-lo: os pagamentos virão das rendas de jogos e shows a ser realizados no local. Tanta generosidade levou o presidente do clube, Andrés Sanchez, a verter lágrimas de gratidão durante a cerimônia. Ao contribuinte também não faltam motivos para chorar. O mais recente foi anunciado pelo governador Geraldo Alckmin: se for confirmado como local de abertura da Copa do Mundo de 2014, o Itaquerão precisará ter sua capacidade aumentada para 65.000 lugares (o projeto atual prevê 48.000). Nesse caso, quem abrirá a carteira será o estado de São Paulo. Geraldo "Nenhum tostão" Alckmin se comprometeu a pagar a diferença, cujo custo previsto é de 80 milhões de reais.
Partiu de Kassab o mais frágil argumento para justificar a construção, com dinheiro público, de mais um estádio numa cidade que já conta com uma arena do porte do Morumbi e tem problemas crônicos de transporte, saúde e educação. Disse o prefeito que a obra servirá para revitalizar a combalida Zona Leste da cidade. "Além do enorme retorno financeiro que a Copa do Mundo proporcionará. A região ganhará uma área para shows e eventos que vai oxigenar sua economia." O Engenhão, estádio erguido no Rio para ser uma das sedes dos Jogos Pan-Americanos de 2007, está aí para provar que a tese do prefeito pode ser apenas futurismo barato. Quatro anos depois da inauguração da arena, o bairro do Engenho de Dentro tem infraestrutura precária e não recebeu nenhum benefício. "O estádio sozinho muda muito pouco a vida de um bairro.
No caso do Engenhão, a região não ,foi alvo de intervenções públicas para melhorar o transporte, a saúde, a qualidade de vida . Não é um exemplo a ser seguido", afirma o economista carioca Sérgio Besserman.
Um dia antes da cerimônia que emocionou o presidente do Corinthians . a prefeitura da cidade francesa de Bordeaux anunciou o vencedor da licitação para a construção do novo estádio que sediará o campeonato europeu de futebol de 2016. O projeto foi assinado pela mesma empresa que ergueu o estádio chinês Ninho de Pássaro. Com capacidade para 43 000 pessoas, custará o equivalente a 375 milhões de reais. A diferença, segundo o Corinthians, se deve ao fato de que. ao contrário do estádio de Bordeaux, o Itaquerão será uma arena de "padrão Fifa". Ah, sim: o estádio de Bordeaux não consumirá um centavo de dinheiro público. E, nesse caso, não se trata de promessa.
Saídas do mesmo punho
A construção do Itaquerão e a possibilidade de sediar a abertura da Copa são apostas de Gilberto Kassab para tentar fazer seu sucessor em 2012 e, dois anos depois, disputar o governo de São Paulo. Mas, antes disso, o prefeito terá de resolver um problema mais premente: conseguir até o fim de setembro a licença para que o partido que criou, o PSD, possa participar das eleições do ano que vem. No papel, a fundação de um partido tem dois requisitos. O primeiro é fazer um registro em cartório - o PSD já superou essa fase, ao protocolar seu programa de 21 páginas, no qual examinou documentos entregues pelo partido à Justiça e atestou que assinaturas atribuídas a pessoas diferentes têm como origem "o mesmo punho escritor". Dez desses supostos apoiadores compareceram a um cartório eleitoral da Zona Leste de São Paulo para reconhecer se era autêntica sua assinatura. Oito disseram não ter assinado nada.
Antes disso, o Ministério Público em São Paulo já havia aberto uma investigação para apurar o uso de funcionários públicos municipais, em horário de expediente, na coleta de assinaturas para o PSD. Também já era alvo de apuração uma lista de apoio que, por influência do dono de uma fábrica, quase todos os funcionários assinaram. Em Santa Catarina, a polícia investiga se mortos "assinaram" a ata de fundação. No Paraná, foram encontradas cinco assinaturas de eleitores analfabetos. No Rio de Janeiro e no Amazonas, juízes eleitorais detectaram que assinaturas de eleitores foram falsificadas.
Com base nessas denúncias, o DEM, ex-partido de Kassab, pede à Justiça Eleitoral que convoque os eleitores para conferir a autenticidade de todas as assinaturas antes de conceder o registro definitivo ao PSD. A coleta de assinaturas de eleitores como requisito para a fundação de uma sigla pode ser uma etapa burocrática de uma lei anacrônica. Mas driblá-Ia, ou permitir que terceiros o façam, é ilegal e desonesto. O cartão de visitas do PSD já chega manchado.
"A prefeitura de São Paulo reafirma sua decisão de não utilizar recursos públicos para a construção de nova arena na cidade de São Paulo, pois entende que o seu papel é fazer investimentos em obras de infraestrutura urbana que melhorem ainda mais o cotidiano dos paulistanos" (nota da prefeitura de São Paulo, em junho de 2010).
"Os estádios serão construídos com dinheiro privado. Não haverá um centavo de dinheiro público para estádios" (ministro do Esporte, Orlando Silva, em dezembro de 2007).
Na última quarta-feira, os autores das frases acima se reuniram num palanque para anunciar o que todo mundo já sabia: o estádio do Corinthians - ou Itaquerão, como ficou irremediavelmente conhecido - será construído quase integralmente com dinheiro público. Hoje, ele está orçado em 820 milhões de reais. Desse total, a prefeitura bancará mais da metade por meio de incentivos fiscais. O governo federal contribuirá com 65 milhões de reais vindos de isenção de impostos. O restante será financiado com juros camaradas pelo BNDES, que o Corinthians pagará ao longo de quinze anos - desta vez, não com dinheiro público, mas "do público". Como a primeira parcela só deverá ser quitada depois da inauguração do estádio, o clube não terá de tirar um centavo dos seus cofres para erguê-lo: os pagamentos virão das rendas de jogos e shows a ser realizados no local. Tanta generosidade levou o presidente do clube, Andrés Sanchez, a verter lágrimas de gratidão durante a cerimônia. Ao contribuinte também não faltam motivos para chorar. O mais recente foi anunciado pelo governador Geraldo Alckmin: se for confirmado como local de abertura da Copa do Mundo de 2014, o Itaquerão precisará ter sua capacidade aumentada para 65.000 lugares (o projeto atual prevê 48.000). Nesse caso, quem abrirá a carteira será o estado de São Paulo. Geraldo "Nenhum tostão" Alckmin se comprometeu a pagar a diferença, cujo custo previsto é de 80 milhões de reais.
Partiu de Kassab o mais frágil argumento para justificar a construção, com dinheiro público, de mais um estádio numa cidade que já conta com uma arena do porte do Morumbi e tem problemas crônicos de transporte, saúde e educação. Disse o prefeito que a obra servirá para revitalizar a combalida Zona Leste da cidade. "Além do enorme retorno financeiro que a Copa do Mundo proporcionará. A região ganhará uma área para shows e eventos que vai oxigenar sua economia." O Engenhão, estádio erguido no Rio para ser uma das sedes dos Jogos Pan-Americanos de 2007, está aí para provar que a tese do prefeito pode ser apenas futurismo barato. Quatro anos depois da inauguração da arena, o bairro do Engenho de Dentro tem infraestrutura precária e não recebeu nenhum benefício. "O estádio sozinho muda muito pouco a vida de um bairro.
No caso do Engenhão, a região não ,foi alvo de intervenções públicas para melhorar o transporte, a saúde, a qualidade de vida . Não é um exemplo a ser seguido", afirma o economista carioca Sérgio Besserman.
Um dia antes da cerimônia que emocionou o presidente do Corinthians . a prefeitura da cidade francesa de Bordeaux anunciou o vencedor da licitação para a construção do novo estádio que sediará o campeonato europeu de futebol de 2016. O projeto foi assinado pela mesma empresa que ergueu o estádio chinês Ninho de Pássaro. Com capacidade para 43 000 pessoas, custará o equivalente a 375 milhões de reais. A diferença, segundo o Corinthians, se deve ao fato de que. ao contrário do estádio de Bordeaux, o Itaquerão será uma arena de "padrão Fifa". Ah, sim: o estádio de Bordeaux não consumirá um centavo de dinheiro público. E, nesse caso, não se trata de promessa.
Saídas do mesmo punho
A construção do Itaquerão e a possibilidade de sediar a abertura da Copa são apostas de Gilberto Kassab para tentar fazer seu sucessor em 2012 e, dois anos depois, disputar o governo de São Paulo. Mas, antes disso, o prefeito terá de resolver um problema mais premente: conseguir até o fim de setembro a licença para que o partido que criou, o PSD, possa participar das eleições do ano que vem. No papel, a fundação de um partido tem dois requisitos. O primeiro é fazer um registro em cartório - o PSD já superou essa fase, ao protocolar seu programa de 21 páginas, no qual examinou documentos entregues pelo partido à Justiça e atestou que assinaturas atribuídas a pessoas diferentes têm como origem "o mesmo punho escritor". Dez desses supostos apoiadores compareceram a um cartório eleitoral da Zona Leste de São Paulo para reconhecer se era autêntica sua assinatura. Oito disseram não ter assinado nada.
Antes disso, o Ministério Público em São Paulo já havia aberto uma investigação para apurar o uso de funcionários públicos municipais, em horário de expediente, na coleta de assinaturas para o PSD. Também já era alvo de apuração uma lista de apoio que, por influência do dono de uma fábrica, quase todos os funcionários assinaram. Em Santa Catarina, a polícia investiga se mortos "assinaram" a ata de fundação. No Paraná, foram encontradas cinco assinaturas de eleitores analfabetos. No Rio de Janeiro e no Amazonas, juízes eleitorais detectaram que assinaturas de eleitores foram falsificadas.
Com base nessas denúncias, o DEM, ex-partido de Kassab, pede à Justiça Eleitoral que convoque os eleitores para conferir a autenticidade de todas as assinaturas antes de conceder o registro definitivo ao PSD. A coleta de assinaturas de eleitores como requisito para a fundação de uma sigla pode ser uma etapa burocrática de uma lei anacrônica. Mas driblá-Ia, ou permitir que terceiros o façam, é ilegal e desonesto. O cartão de visitas do PSD já chega manchado.
FIELZÃO X MORUMBI - LAUDO NATEL A FAVOR DO ITAQUERÃO
ResponderExcluirColegas,
Enquanto o Timão vai construíndo nosso Estádio em Itaquera a todo vapor, vemos figuras bambis retorcendo-se de ira e inveja contra o erguimento da nossa Casa.
Em um passado não muito distante, entre as décadas de 50 e 70 o 5a0 Paulo ergueu seu contestadíssimo Estádio. Contestado por tratar-se de uma equipe pequena que já havia falido duas vezes e conseguiu concluir seu Estádio justamente no período em que o Governador Biônico da Ditadura era o Presidente do Clube, Laudo Natel. Como nesse período a lei que imperava era a lei do silêncio e do medo, poucas manifestações eram feitas contra os desmandos dos militares e seus representantes, pois a maioria delas terminavam em celas de prisões infernais.
Até o próprio 5a0 Paulo já informou que o Morumbi foi construído com dinheiro público, só que esta semana, pasmem, Laudo Natel confidencia ao jornal "O Estado de São Paulo" que não houve uso de dinheiro público no Morumbi.
Vcs acreditam nesse Senhor?
Eu jamais acreditaria em uma palavra de qualquer um dessa turma da Ditadura que tanto fez padecer o Povo deste País!
O próprio clube informa que o dinheiro público foi utilizado, agora vem esse cidadão e diz que não. Existe um velho ditado entre os calhordas e vigaristas de toda a espécie, negar até a morte.
Infelizmente para a Sociedade Brasileira o Ministério Público é conivente com esse tipo de coisa e serve só para perseguir o Povo e as realizações do Povo. Para perseguir o Corinthians o Ministério Público dispõe de um exército de promotores ávidos por causar todo tipo de dano, já quando se trata desses milhões que foram gastos nesse faraônico Morumbi, calam-se todos e fazem vista grossa para esta que foi a maior vergonha do Estado de São Paulo.
Quem não se lembra daquele fatidico jogo entre 5a0 Paulo e Corinthians no Morumbi que resultou numa pisoteamento de várias mulheres e crianças, tudo porque foi lançada uma bomba do estacionamento do Morumbi contra os torcedores do Corinthians? E qual foi o pronunciamento do Promotor naquela época? Isso mesmo, foi culpar a torcida do Corinthians, só que mais tarde foi desmascarado e o caso foi encerrado sem nenhuma condenação ao Morumbi e seus dirigentes.
Tenho a impressão que esses promotores são todos torcedores do 5a0 Paulo, pois nada fazem contra essa instituição, eles podem aprontar o que for como fizeram ao longo da história e fica tudo por isso mesmo.
A promotoria é tão rápida no gatilho que dispõe de tempo para atendimento das demandas do Conselheiro do 5a0 Paulo, Aurélio Miguel, ASAP. Enquanto outras prioridades para a população são deixadas de lado para satisfazer às vontades clubísticas desse dito que julga-se acima da Lei, sabendo que o Ministério Público jamais investigará o processo com o qual o 5a0 Paulo se apoderou do Patrimônio do Germânia e como o 5a0 Paulo "ganhou" o terreno do Morumbi e construiu esse VERGONHÃO Paulista.
O 5a0 Paulo pegou o terreno do Germânia durante a Ditadura Militar e já passou da hora de devolverem o que tiraram injustamente daquela gente. Isso foi um "crime de guerra", um abuso da elite política bambi que dominava o Brasil naquela época!
É uma vergonha esse Ministério Público que não faz nada contra esse uso de dinheiro público no Morumbi.
A questão ao Ministério Público é quando irão cobrar que o 5a0 Paulo devolva aos cofres públicos cada centavo que lhes foi cedido.
O que seria bom para o Povo é que tivemos políticos de verdade que peitassem e fechassem esse Ministério Público de uma vez por todas pois trata-se de um orgão sujeito a esse tipo de politicagem e que não tem nenhum serviço notório prestado ao Povo e serve apenas como uma sangria para os cofres público com uma folha salarial invejável às grandes empresas.
Fonte:
http://www.youtube.com/watch?v=zOs0cpCdJj4