sexta-feira, julho 15, 2011

MARIA CRISTINA FRIAS - MERCADO ABERTO

Produção de mel de abelha ganha nova rota no Brasil
MARIA CRISTINA FRIAS
FOLHA DE SP - 15/07/11

A expansão da cultura de cana, o preço da mão de obra e do arredamento do pasto no Estado de São Paulo nos últimos anos criaram uma nova "rota das abelhas" no Brasil.
O Nordeste ganha relevância como produtor.
"São Paulo ficou saturado. Hoje o apicultor tem dificuldade para arrendar pasto apícola no Estado, enquanto no Nordeste há muitas áreas livres e mão de obra de agricultores familiares ", diz Joelma Brito, da Abemel (associação de exportadores).
Um "clima de oportunidade" impulsiona a produção nordestina, segundo Brito.
"Abelhas só começam a ser criadas no Nordeste de forma racional nos anos 1980. Depois veio apoio do Banco do Nordeste. A exportação é relativamente recente", diz Darcet Souza, da Universidade Federal do Piauí.
A base da extração do mel é feita pelas abelhas por meio das flores, ausentes na produção de cana. "O avanço da cana pode ter impactado São Paulo. Houve desmatamento do cerrado", diz Souza.
O professor cita a introdução do agrotóxico, que interfere na aceitação no exterior.
As culturas silvestres, em plantações de cipó uva e assa-peixe, por exemplo, produzem mel mais claro e de maior qualidade.
O preço internacional é baseado em aspectos rigorosos como cor, umidade e quantidade de contaminantes.
Em maio, as exportações de mel no país tiveram alta no valor (US$ 8,2 milhões) e queda em volume (2,6 mil toneladas), segundo o Sebrae.
"Hoje, acabamos buscando mais em Minas e no Paraná", afirma Raul Ferreira, da Apis Flora, fabricante de derivados como própolis, mel e fármacos.

Fiesp e FGV vão avaliar a gestão das prefeituras de São Paulo
A Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) e a FGV-SP anunciam hoje a criação de um prêmio para avaliar as 645 prefeituras do Estado de São Paulo.
Além de indicadores de saúde e educação, a análise levará em conta a transparência e a responsabilidade fiscal na gestão dos municípios.
"Não faremos um ranking, queremos divulgar experiências positivas", diz o presidente da Fiesp, Paulo Skaf.
As cidades serão separadas em três categorias, conforme o número de habitantes. Só serão avaliados os municípios que se inscreverem.
"Imaginamos que cerca de 20% das prefeituras participarão", diz o coordenador do projeto Francisco Fonseca.
O prefeito de São Carlos, Oswaldo Barba (PT), vê a iniciativa com bons olhos e diz que pretende participar.

PROCURAM-SE ESCRITÓRIOS
A taxa de vacância de escritórios na cidade de São Paulo deve voltar a cair nos próximos meses, de acordo com a CB Richard Ellis. O índice, que chegou a 3,5% em abril, passou para 4,2% depois do lançamento de um estoque de 48 mil m2.
"Os empreendimentos que entraram no mercado serão absorvidos em pouco tempo", diz o diretor da consultoria Adriano Sartori.
A queda deve ocorrer de forma gradual e dependerá da rapidez com que as empresas ocuparão os imóveis após o fechamento dos contratos, segundo Sartori.

COLMEIA
Uma recente fiscalização na China pelo órgão regulador de saúde local baniu grande parte da produção de própolis por falsificação, abrindo espaço para o mercado brasileiro na demanda chinesa.
A Apis Flora, fabricante de fitoterápicos e produtos à base de mel, própolis e plantas medicinais, acaba de assinar contrato para exportar 12 toneladas de extrato de própolis para o país.
Com o aumento no volume, a China passa a representar 80% das vendas externas da empresa, que terá de receber novos recursos para ampliar mais uma vez a capacidade de produção.
A fábrica em Ribeirão Preto recebeu, nos últimos meses, injeção de cerca de R$ 10 milhões, para atender os requisitos da Anvisa para a produção de medicamentos.
"Com isso, nos tornamos farmacêutica e agora começamos a fazer pesquisas para ter outros produtos, como uma pomada cicatrizante à base de própolis", afirma Raul Ferreira, sócio da Apis Flora.

GIRASSOL
Para criar um salgadinho com novos valores nutricionais, a PepsiCo investiu R$ 57 milhões.
Os recursos foram aplicados na adaptação da linha de produção de seis fábricas no Brasil e no desenvolvimento técnico do produto.
O novo Cheetos, que será lançado neste mês em todo o país, terá redução de 25% de sódio e de 75% de gordura saturada. A mudança na gordura se deve ao uso do óleo de girassol.
Para viabilizar esse projeto, a companhia fechou uma parceria com produtores de girassol nos Estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul.
"A parceria é estratégica. Um dos grandes problemas do projeto era a garantia de que teríamos a quantidade necessária do óleo", afirma Patricia Kastrup, vice-presidente da PepsiCo para a área de alimentos.
Cerca de 70% do óleo utilizado vem da parceria com os produtores. "Com treinamento e apoio técnico, temos segurança com a qualidade da matéria-prima."
A companhia já estuda transferir a tecnologia para outras linhas e países, segundo Kastrup.

Logística 
O investimento em processos de logística interna pode reduzir em até 80% o custo das empresas para estocagem de produtos, segundo pesquisa do grupo Imam (Inovação e Melhoramento na Administração Moderna).

Papelaria 
A Newell Rubbermaid acaba de trazer para o mercado brasileiro a Sharpie, de marcadores de texto. Com 80% do mercado americano e presença em mais de cem países, a marca começa a ser vendida neste mês no Brasil.

com JOANA CUNHA, ALESSANDRA KIANEK e VITOR SION

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