quarta-feira, julho 13, 2011

ILIMAR FRANCO - O rompimento

O rompimento
ILIMAR FRANCO
O GLOBO - 13/07/11

 A decisão da presidente Dilma de impor um ministro dos Transportes ao PR está sendo vista como um rompimento. Na defensiva, o partido não tem como reagir. Seus dirigentes ainda trabalham para recompor a relação política e esperam ser ouvidos quando for nomeado o novo diretor do Dnit. Um líder governista, apreensivo, disse ontem que a presidente Dilma está queimando parte da gordura que recebeu do ex-presidente Lula.

PMDB e PT divergem no Senado
Os dois principais partidos da base do governo Dilma voltaram a bater cabeça ontem na reunião da Comissão de Assuntos Econômicos do Senado. O PMDB queria deixar em suspenso os requerimentos para convocar a ministra Ideli Salvatti (Relações Institucionais) e os petistas Expedito Veloso e Serys Slhessarenko para prestar depoimento sobre o caso dos “aloprados”. A proposta dos peemedebistas era que a votação fosse adiada para agosto, depois do recesso parlamentar. O governo e o PT não aceitaram, preferindo derrubar os requerimentos ontem. O presidente da comissão é o petista Delcídio Amaral (MS).

"A presidente Dilma teve a coragem de agir e de fazer. Tirou o que tinha que tirar. Fez aquilo que os seus antecessores, o sr. Lula e o sr. Fernando Henrique, não souberam fazer em seus respectivos governos” — Pedro Simon, senador (PMDB-RS)

ESPERTEZA. Com a decisão do STF, de que a Lei da Ficha Limpa não valeu nas eleições de 2010, a Mesa da Câmara restabeleceu o mandato, conquistado nas urnas, pela deputada Janete Capiberibe (PSB-AP). O PT perdeu uma cadeira, que era ocupada pela Professora Marivania. O líder do partido, Paulo Teixeira (SP), tentou evitar que isso ocorresse. Ele procurou a oposição para que seus representantes na Mesa pedissem vista do processo, para impedir que a decisão fosse tomada.

Mal-estar
A insatisfação na base aliada não está restrita ao PR. Depois que a presidente Dilma afastou o ministro Alfredo Nascimento após uma acusação contra ele, todo mundo acha que pode ser o próximo. Floresce o clima de desconfiança.

Briga pelo Dnit
O PR está dividido quanto ao futuro da diretoria-geral do Dnit. Enquanto o senador Blairo Maggi (PR-MT) quer a permanência de Luiz Antonio Pagot, o senador Clésio Andrade (PR-MG), presidente da CNT, quer indicar um aliado seu.

O quarto senador do Rio

O vice-governador do Rio, Luiz Fernando Pezão, chegou ontem ao Senado acompanhado do senador Aécio Neves (PSDB-MG), a quem recorreu para pedir a votação de um empréstimo para o estado. Em plenário, Aécio fez piada com sua fama de ficar mais no Rio do que em Minas. “O empréstimo é extremamente relevante para o Rio, representado pelos senadores Lindbergh, Crivella e Dornelles, e, como uma quarta opção eventual, com o apoio de todos nós”, disse o mineiro, rindo.

Ganhando tempo
O governo brasileiro não apoia o projeto de decreto legislativo do senador Roberto Requião (PMDB-PR) que anula a concessão da Ordem do Cruzeiro do Sul ao ex-presidente Alberto Fujimori. Por isso, segurou sua votação na Câmara. 

Marina, a volta 
Os militantes históricos do PV, como o ex-deputado Fernando Gabeira (RJ) e o líder Sarney Filho (MA), acreditam que a ex-ministra Marina Silva voltará para o partido. A ordem entre os verdes é não hostilizar sua candidata a presidente.

 SOBRE a insatisfação do PR na Câmara com o governo, o líder do PTB na Casa, Jovair Arantes (GO), minimiza: “Isso é igual queijo, cura com o tempo.” 
 ORGULHO DE MIM. Num aparte, ontem, no Senado, Cristovam Buarque (PDT-DF) fez um elogio a si mesmo: “Fico orgulhoso de ver o aparte que eu lhe dei escrito aqui publicado junto com seu (Pedro Simon) discurso.”
● A MINISTRA Miriam Belchior (Planejamento) contesta informação publicada aqui: “Nego com veemência. O ministério não encaminhou qualquer tipo de proposta para criação de um segundo secretário-executivo.” 

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