quarta-feira, junho 01, 2011

RENATA LO PRETE - PAINEL DA FOLHA


No quintal dos outros
RENATA LO PRETE

FOLHA DE SÃO PAULO - 01/06/11
Apesar de ter dado um "pause" momentâneo na entrega de cargos do segundo escalão, para afastar a ideia de que negocia a blindagem de Antonio Palocci, o Planalto abriga hoje nova rodada da disputa entre PT, PMDB e PSB, que segue a toda nos bastidores.
Petistas têm encontro agendado com o ministro Luiz Sérgio (Relações Institucionais) para tratar do leque de indicados a postos federais nos Estados, muitos deles sob o guarda-chuva da Integração Nacional -pasta comandada pelo PSB. Já Dilma recebe os presidentes dos partidos aliados, cheios de críticas à tentativa do PT de avançar sobre a "cota alheia".

Sujeito oculto 
Ainda intrigados com o bate-boca entre Palocci e Michel Temer, peemedebistas se dizem convencidos de que, no telefonema em questão, o ministro acionou o viva-voz para que gente bem mais importante do que Luiz Sérgio (Relações Institucionais) e Cândido Vaccarezza (PT) ouvisse a ameaça feita ao vice.

Identifique-se 
Vaccarezza foi barrado na manhã de ontem quando entrava no Anexo 2 da Câmara. O segurança lhe pediu "o crachá". Uma funcionária tratou de apresentar o líder do governo ao policial legislativo.

Reprise 
Diante das revelações feitas por Eduardo Suplicy (PT-SP) sobre atividades da empresa de Palocci, petistas lembravam ontem que, em 2005, o correligionário deu sua assinatura à abertura da CPI dos Correios.

Deixa pra lá 
Luiz Henrique (SC), um dos "independentes" do PMDB que ensaiaram assinar o requerimento de CPI para o caso Palocci, agora desilude a oposição: "Se houvesse CPI, a conclusão seria encaminhada ao Ministério Público mesmo".

Tanto faz 
O grupo do PMDB que fechou acordo para não assinar o pedido diz confiar plenamente no parecer do procurador-geral da República, seja ele contra ou a favor de Palocci.

De saída 1 
Ellen Gracie decidiu se aposentar do Supremo Tribunal Federal. O pedido deverá ser apresentado nas próximas semanas, antes do recesso de julho. No meio jurídico, há a expectativa de que Dilma indique uma mulher para essa cadeira.

De saída 2 
Gracie, 63, foi a primeira mulher a chegar ao Supremo, escolhida em 2000 por FHC. Durante o governo Lula, a ministra tentou, sem sucesso, obter vaga em duas cortes internacionais: primeiro no Tribunal de Haia, depois na OMC.

O meu e o seu 
Em almoço ontem, Michel Temer e Eduardo Campos (PSB-PE) selaram um armistício: o PMDB não retalia o deputado Thiago Peixoto (GO), hoje secretário do governo de Goiás, de saída para o PSB. Em troca, Campos não encrenca com a filiação de Gabriel Chalita (SP) ao PMDB, a ser selada neste sábado.

Cerco 
Já o vice-presidente do PSB, Roberto Amaral, disse que defenderá na Executiva do partido a ida à Justiça para exigir de volta o mandato de Chalita, aposta do PMDB para a disputa da prefeitura paulistana.

Café com leite 
Marcelo Garcia, consultor do DEM que presta serviços a Antonio Anastasia em Minas, será um dos elaboradores da nova política de assistência social do governo paulista.

Visita à Folha 
Miguel Srougi, professor titular de Urologia da Faculdade de Medicina da USP e presidente do Conselho Consultivo do Instituto Criança é Vida, visitou ontem a Folha, a convite do jornal, onde foi recebido em almoço.

com LETÍCIA SANDER e RANIER BRAGON

tiroteio
"O painel histórico do Senado confeccionado pelo Sarney deveria trazer uma advertência: não vale para o vestibular."
DO SENADOR PEDRO SIMON (PMDB-RS), sobre a galeria de imagens montada para contar a história da Casa e que excluía episódios como o impeachment de Fernando Collor. Diante da péssima repercussão da iniciativa, Sarney, que até anteontem a defendia, determinou a recolocação do evento.

contraponto

Serviço de demolição

Em jantar anteontem, senadores do PMDB discutiam, entre outros pontos de atrito com o Planalto, o projeto para reduzir a margem de manobra do Executivo na edição de MPs. Embora ele tenha sido endossado pelo líder do governo, Romero Jucá (PMDB-RR), Dilma rejeitou a iniciativa e determinou recuo.
Em tom de brincadeira, um dos comensais perguntou quem ali assumiria a tarefa de dizer a todos os líderes partidários que o que era consenso já não vale mais. Diante da falta de voluntários, alguém sugeriu:
-Indicaremos um líder para desmanche de acordos!

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