terça-feira, maio 24, 2011

RENATA LO PRETE - PAINEL DA FOLHA


Parece, mas não é
RENATA LO PRETE
FOLHA DE SÃO PAULO - 24/05/11

Na véspera da votação do Código Florestal, o governo entrou em campo ontem para tentar desfazer a impressão, consolidada no Congresso, de que teve de ceder na negociação do texto para aliviar a pressão sobre o ministro Antonio Palocci, na berlinda depois da revelação do salto em seu patrimônio.
Dilma passou parte da manhã debatendo o código. Pediu aos ministros de partidos aliados que agissem e disse divergir da proposta costurada na semana passada. Ainda que o gesto tenha impacto duvidoso no plenário hoje, a ordem é evitar que se fixe a ideia de que o Planalto negligenciou a votação, mesmo discordando de pontos defendidos pela maioria ruralista.

Tenho dito 
No encontro de ontem com ministros de partidos aliados, um dos presentes quis colocar o caso Palocci na pauta. Dilma reagiu na hora: "Não quero tratar deste assunto. Não vou misturar os temas".

Reflexões 
De um senador aliado, sobre as reações da base governista à crise na Casa Civil: "Há uma diferença entre apoio e solidariedade. Apoio é o aplauso na hora do acerto. Solidariedade é o apoio na hora do erro. Por ora, o governo tem tido apoio. Até porque nunca foi solidário com ninguém".

Base 1 
Administrador da empresa de Palocci até dezembro passado, Celso dos Santos Fonseca é hoje chefe de gabinete da Finep (Financiadora de Estudos e Projetos), subordinada ao Ministério da Ciência e Tecnologia. O presidente do órgão, Glauco Arbix, também é ligado ao chefe da Casa Civil, assim como o diretor de inovação, João Alberto De Negri.

Base 2
Foi na Finep que o governo acomodou Luiz Azevedo, que deixou a Secretaria de Relações Institucionais após encaminhar a líderes partidários a nota na qual se procurou justificar o salto patrimonial de Palocci com base em exemplos de administrações passadas.

Que frio! 
O sistema de ar-condicionado do Palácio do Planalto voltou a incomodar Dilma ontem. No final da manhã, a presidente, que ainda se recupera de uma pneumonia e vinha preferindo trabalhar no Palácio da Alvorada por causa do ambiente mais arejado, reclamou da baixa temperatura do equipamento.

Samba no pé 

Contundido desde a semana passada, Orlando Silva (Esporte) apareceu ontem no Planalto para a reunião sobre o código numa cadeira de rodas. Colegas logo quiseram saber se o ministro havia se machucado no samba, já que é assíduo frequentador das casas do gênero em Brasília.

In pectore 
Nas mais recentes conversas no Bandeirantes, Geraldo Alckmin sinaliza simpatia pela candidatura de Bruno Covas à prefeitura paulistana, caso José Serra não entre no páreo.

Vigilância 
Após instalar na CDHU um aliado de Paulo Maluf (PP), o governo paulista criou núcleo na Corregedoria Geral para monitorar a Secretaria da Habitação.

Bola da vez 
Hoje com seus principais assessores envolvidos no escândalo das fraudes em licitações da empresa municipal de saneamento, o prefeito de Campinas, Dr. Hélio (PDT), tinha seu passe disputado até bem pouco tempo por dirigentes do PSD, PTB e PSB.

Visita à Folha 

Clovis Torres, vice-presidente da Bahia Mineração, visitou ontem a Folha. Estava com Amine Darzé, gerente de comunicação, Beth Alves e Andrew Greenlees, da CDN Comunicação Corporativa.

tiroteio
"Vou defender nosso espaço até a última hora. São Paulo não ficará de lado. Serra está preparado para a presidência, o ITV ou qualquer cargo importante no partido."
DO PRESIDENTE DO PSDB-SP, PEDRO TOBIAS, criticando o que chama de tentativa de isolamento dos paulistas na convenção tucana.

contraponto

Olho clínico
Durante audiência pública na Câmara sobre novas regras para os planos de saúde, Silvio Costa (PTB-PE) questionava duramente as margens de lucro das operadoras, que, na sua avaliação, estariam em patamar muito acima do aceitável.
Subitamente, o deputado, incomodado com o silêncio na mesa, dirigiu-se ao representante dos convênios médicos presente ao evento e disparou:
-Cuidado, em olho grande só entra cisco!

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