domingo, maio 01, 2011

RENATA LO PRETE - PAINEL DA FOLHA


Bola dividida
RENATA LO PRETE
FOLHA DE SÃO PAULO - 01/05/11

Em privado, o governo federal manifesta temor de que as diferenças entre Geraldo Alckmin e Gilberto Kassab, a cada dia mais visíveis, comprometam o projeto da sede paulistana da Copa de 2014. O comitê respaldado pela Fifa conta com representantes do governo do Estado e da prefeitura, que divergem sobre pontos como a alternativa para a Copa das Confederações, em 2013 (nova Arena do Palmeiras ou Pacaembu), e a política de isenções para a construção do Itaquerão (Alckmin rejeita; Kassab baixou pacote de alívio fiscal aos investidores). O único ponto de consenso é a convicção de que ambos serão responsabilizados pelo PT caso São Paulo não abra a competição.

Areia 
Contribuiu para o atrito governo estadual-prefeitura a ida de Gilmar Tadeu Alves, do PC do B do ministro Orlando Silva (Esporte), para a nova secretaria municipal encarregada da Copa.

Relógio 

Preocupa o comitê paulista a indefinição quanto aos horários dos jogos. Como a Fifa só fecha a grade após negociar os direitos de TV, o planejamento de trânsito fica prejudicado.

Sr. Google 1 
Ainda que, no registro da agenda oficial, alguns encontros sejam a dois, é raro algum ministro despachar com Dilma sem a presença do assessor especial Anderson Dorneles, sombra da presidente.

Sr. Google 2 
Munido de laptop abastecido com uma infinidade de dados do governo, Anderson é acionado toda vez que o ministro recita números e outras informações, não raro fornecendo matéria-prima para Dilma pegar o incauto no pulo.

Sorte grande 

Nos dias que antecederam sua refiliação ao PT, Delúbio Soares ocupou o Twitter para reproduzir as mensagens de apoio que recebeu. Normalmente, o tesoureiro do mensalão utiliza o microblog para postar seus artigos e notícias simpáticas ao governo petista, além de chamar a atenção dos seguidores toda vez que a Mega Sena acumula.

Esquece 

Na contramão de petistas de São Paulo que estimulam, mais ou menos veladamente, a candidatura de Gabriel Chalita a prefeito da capital, Lula não aprova a ideia. Sem prejuízo de nutrir simpatia pelo deputado, de saída do PSB para o PMDB, o ex-presidente considera que "Chalita é do Alckmin".

Oremos 

Tão logo volte de Roma, onde assiste hoje, ao lado de Chalita, à cerimônia de beatificação de João Paulo 2º, Michel Temer vai procurar Campos Machado, presidente do PTB-SP. O vice já opera para engordar o tempo de TV de seu candidato.

Locomotiva 
Chalita e Paulo Skaf, desafetos no PSB, terão de conviver no PMDB, para onde também o presidente da Fiesp migrará. Ele espera ser candidato ao governo novamente em 2014. Já o partido quer vê-lo disputando uma cadeira de vereador no ano de vem, puxando voto para a bancada.

Dois pesos 
A reposição salarial dos demais servidores do ensino paulista não deve acompanhar o índice de 36%, escalonado até 2014, oferecido aos professores da rede. Quem acompanha a área de perto teme que o tratamento diferenciado venha a comprometer a produtividade nas escolas.

Espuma 
Depois da debandada de quase metade da bancada de vereadores, os novos dirigentes do PSDB paulistano, sob a orientação do governador Geraldo Alckmin, prometem uma rodada de filiações para adensar a chapa de pré-candidaturas à Câmara Municipal em 2012. Os nomes dos "reforços" são guardados a sete chaves.
com FABIO ZAMBELI e ANA FLOR

tiroteio
"Nunca se fez no PT uma verdadeira autocrítica de responsabilidades e erros. Quem fez campanha nas ruas sentiu na pele o que foi o episódio do mensalão."
DO DEPUTADO ESTADUAL RAUL PONT (RS), cuja corrente foi voto vencido no escrutínio que selou a volta de Delúbio Soares ao partido.

Contraponto

Solução radical

Na primeira reunião do "Conselhão" sob o governo Dilma, terça-feira passada, o Planalto inovou no controle do tempo dos escalados para falar. Os cinco minutos disponíveis para cada um eram marcados por um cronômetro projetado sobre telão instalado no Salão Nobre do palácio. Ao final dos cinco minutos, aparecia, em letras garrafais e acompanhada de ponto de exclamação, a palavra "esgotado".
Como nem assim os conselheiros respeitaram o limite estipulado, um assessor da Presidência desabafou:
-Da próxima vez teremos que tocar uma sirene!

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