domingo, maio 08, 2011

MARIA CRISTINA FRIAS - MERCADO ABERTO


Mamadeira e Laptop
MARIA CRISTINA FRIAS

FOLHA DE SÃO PAULO - 08/05/11

Secretaria de Políticas para as Mulheres planeja campanha para que os pais dividam os cuidados com os filhos

O debate sobre o papel da mulher no mercado de trabalho e as responsabilidades dos homens nos cuidados domésticos ganhará corpo no segundo semestre.
A Secretaria de Políticas para as Mulheres, do governo federal, planeja iniciar campanha pelo compartilhamento das tarefas com os filhos e a casa.
"Queremos trazer o debate para a sociedade. Estão previstas campanhas na mídia e em empresas", diz Maria Angélica Fernandes, secretária de articulação institucional e ações temáticas.
"As mulheres teriam mais tempo para fazer cursos e melhorar a formação, o que ajudaria a reduzir a diferença salarial com os homens", afirma Fernandes.
Outra questão defendida pela secretária é o aumento da licença-paternidade, de 5 dias para 30 dias.
Uma licença maior garantiria às mulheres suas posições no mercado de trabalho, segundo Natália de Oliveira Fontoura, coordenadora de igualdade de gênero do Ipea.
"A desigualdade na licença traz desigualdade no campo de trabalho", de acordo com Fontoura.
O incremento da licença dos pais é visto como instrumento para estreitar a diferença salarial entre os homens e as mulheres.
"A diferença média nas mulheres com curso superior é de 42%", diz Regina Madalozzo, professora do Insper.
Do lado das empresas, a flexibilidade de horário, tanto para homens como para mulheres, e o posicionamento mais ativo do presidente são instrumentos que ajudariam a reduzir a diferença salarial, segundo Madalozzo.

"Não adianta só a licença-maternidade aumentar se a paterna não acompanha. Consolida a responsabilidade na mulher"
MARIA ANGÉLICA FERNANDES
secretária de articulação institucional e ações temáticas da Secretaria de Políticas para as Mulheres

"A licença-maternidade de seis meses é um grande ganho, mas, ao mesmo tempo, ela fortalece a visão de que a mulher é a responsável pelos cuidados"
NATÁLIA DE OLIVEIRA FONTOURA
coordenadora de igualdade de gênero do Ipea

LEITO DE LUXO

Hospitais de ponta constroem novos prédios e deslocam áreas administrativas para liberar espaço e abrigar mais pacientes.
A falta de leitos deixou de ser característica só de instituições públicas em São Paulo, à medida que se expandiu a renda e, com ela, o acesso a planos especiais de saúde.
Muitos hospitais têm em curso obras de ampliação.
No Albert Einstein, um investimento de R$ 1,5 bilhão pretende, entre outros projetos, elevar para 720 o número de leitos em 2012. Hoje há 600 leitos, ante 480 há cerca de três anos.
"É o crescimento da economia. Apesar das expansões, há uma tendência a falta de leitos", diz Claudio Lottenberg, presidente do hospital. "Possivelmente teremos de fazer mais no futuro."
O Sírio-Libanês deve dobrar seus atuais 350 leitos.
"Deslocamos áreas administrativas para transformar em leitos", diz o superintendente Paulo Chap Chap. "Frequentemente não se consegue hospedar. Com o passar das horas, conseguimos, mas cria desconforto."
Outro exemplo recente é o Hospital Samaritano de SP, que acaba de abrir mais um prédio, para o novo complexo de 60 mil m2. São 19 andares com 23 leitos de UTI, 80 de internação e dois andares de medicina diagnóstica, segundo José Antônio de Lima, superintendente. O investimento é de R$ 180 milhões.

MONTADORAS ESPORTIVAS

O futebol é o esporte que mais recebe verbas de patrocínios das 20 maiores montadoras do mundo, segundo a consultoria Sport + Markt.
Os investimentos dessas companhias na modalidade foram superiores a R$ 570 milhões na temporada 2010/ 2011, o que representa 31,7% do total de R$ 1,8 bilhão.
Futebol americano e beisebol aparecem com 19,1% e 8,3%, respectivamente.
"Os valores investidos devem crescer mais nos próximos anos com a entrada das montadoras chinesas", diz o sócio-diretor da consultoria, Cesar Gualdani.

O QUE ESTOU LENDO

Jennifer Gao, sócia-diretora da Armstrong Holdings
A chinesa Jennifer Gao, sócia-diretora da firma de investimentos Armstrong Holdings, de Nova York, começou a ler "The Three Faces of Chinese Power: Might, Money and Minds", de David Lampton, editora University of California Press. "Nem bem comecei, e o livro já prende muito a atenção", diz ela, que, na adolescência, deixou Xangai para viver nos Estados Unidos, onde se formou em matemática e fez seu MBA. "[A obra] explica para o mundo as razões pelas quais os dois países, EUA e a China, tão desesperadamente, precisam um do outro e terão de trabalhar juntos para viver melhor, porque um não pode excluir o outro."

HORA DO CAFÉ

com JOANA CUNHA, ALESSANDRA KIANEK, VITOR SION

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