sexta-feira, maio 13, 2011

ILIMAR FRANCO - Renda do petróleo



Renda do petróleo 
ILIMAR FRANCO
O GLOBO – 13/05/11



O governador Sérgio Cabral (PMDB-RJ) e o senador Aécio Neves (PSDB-MG) conversaram ontem sobre a distribuição dos royalties do petróleo. O tucano diz que recebeu sinal verde para negociar nos seguintes termos: não se mexe na destinação dos recursos dos poços que estão em produção; e, nos poços do pré-sal que ainda vão ser explorados, os recursos serão divididos entre os 27 estados. “Não é racional continuar na tese de que os produtores vão ter tudo”, resumiu Aécio.
São Tomé: ver para crer
Logo após o líder do governo, Cândido Vaccarezza (PTSP), anunciar, na noite de anteontem, que havia acordo para votar o Código Florestal, a ministra Izabella Teixeira (Meio Ambiente) chegou ao Congresso para checar o relatório de Aldo Rebelo (PCdoBSP). “Uma coisa é acordo fechado no Executivo, outra é o texto no Congresso”, disse ela. Ao encontrar Rebelo, ela perguntou: “Temos texto?”. Ele
respondeu: “Parece que temos”. Uma hora depois, Vaccarezza anunciava a desistência de votar a matéria, prevendo a derrota do governo. “Isso é coisa de Câmara de Vereadores. Eles pensam que a gente é bobo? Que não sabe ler?”, disse um assessor, que acompanhava a ministra.
“Está virando briga de botequim” — Jovair Arantes, deputado (GO) e líder do PTB, após o relator do Código Florestal, Aldo Rebelo, atacar o marido de Marina Silva
SALVADOR DA PÁTRIA. O líder do PMDB, Henrique Alves (RN), recebeu um telefonema do ministro Antonio Palocci (Casa Civil),
por volta das 17h de anteontem, pedindo apoio para jogar para um decreto presidencial autorizações, caso a caso, para a manutenção
de atividades consolidadas em margens de rios. “Peço um voto de confiança”, disse Palocci. Naquela noite, quando o plenário se
rebelou contra o decreto, Henrique Alves pôs o PMDB em abstenção, evitando a derrota do governo.
Areia
As relações entre o líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP), e o líder do PT, Paulo Teixeira (SP), não são boas. Rola uma competição. Eles bateram cabeça durante todo o processo de negociação do Código Florestal.
Foguetório
O adiamento da votação do Código Florestal foi comemorado como vitória na oposição. “Minoria, não temos muito o que fazer, além
de aproveitar os momentos de divisão da base do governo”, resumiu o líder do DEM, ACM Neto (BA).
Cada coisa é uma coisa
Enquanto o ex-senador Marco Maciel (DEM-PE) anunciou ontem que desistiu de integrar os conselhos de administração da CET de São Paulo e da SPturis, nem sinal de que o ex-deputado Raul Jungmann (PPS-PE) fará o mesmo. Ele recebe R$ 6.000 por mês por integrar o conselho da Prodam. Maciel abriu mão de uma renda de R$ 12.000 por mês. Jungmann diz apenas que não há chance de ele ir para o PSD, do prefeito Gilberto Kassab.
Santo de casa
Nem tudo são flores na formação do PSD. A direção do DEM avalia que o novo partido não serviu para fortalecer o prefeito Gilberto Kassab justamente em São Paulo. São 76 os prefeitos demistas no estado, e destes, Kassab só levou seis.

Veto

O PMDB não quer nem ouvir falar na hipótese de o ex-deputado Flávio Dino (PCdoB-MA) ser nomeado para a presidência da Embratur. Dino é adversário político da família Sarney. Aliás, o PMDB quer que Mário Moyses (PT) fique lá.
CONSTATAÇÃO. Há dois anos a Câmara dos Deputados funcionava de terça a quinta-feira. Era a semana de três dias. A partir deste ano a semana é de dois dias: terça e quarta-feira.
BATALHA JUDICIAL. Para o DEM, fundadores de partido são aqueles que constam do registro em cartório. Para o PSD, fundadores serão aqueles que subscreverem a criação do partido no TSE.
● DE ALIANÇA NO DEDO. O ministro Fernando Haddad (Educação) já disse “sim” ao presidente Lula. Sim, ele é candidato à prefeitura de São Paulo. Só falta o PT.

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