sexta-feira, abril 15, 2011

ROLF KUNTZ - Brasil se opõe a cartilha para gestão de fluxos de capitais



Brasil se opõe a cartilha para gestão de fluxos de capitais

ROLF KUNTZ

O Estado de S.Paulo - 15/04/11

O Brasil se opõe a qualquer tentativa de estabelecer códigos de conduta ou esquemas de política para gestão do ingresso de capitais, dirá o ministro da Fazenda, Guido Mantega, em seu discurso amanhã na reunião do Comitê Monetário e Financeiro do Fundo Monetário Internacional (FMI). "Os governos devem ter flexibilidade e liberdade para adotar as políticas que julguem adequadas, inclusive medidas macroeconômicas e prudenciais e controles de capitais", diz a versão do texto conhecida ontem.

O Comitê, formado por 24 ministros, fixa orientações e atribui tarefas ao FMI em nome dos 185 países-membros. Politicamente é o órgão mais importante. O ministro lembrará em seu pronunciamento a liberdade atribuída aos países-membros no artigo 6.º do Acordo Constitutivo do Fundo para exercer os controles quando fosse necessário regular os movimentos internacionais do capital. Essa liberdade foi considerada necessária desde o início pelos fundadores da instituição.

O Brasil, segundo ele, faz e continuará fazendo "tudo que julgar necessário e adequado às suas circunstâncias para enfrentar os desafios decorrentes de grandes e voláteis fluxos de capital".

O ministro apontará em seu discurso os fatores com potencial para perturbar a recuperação da economia mundial. As ameaças mais importantes, segundo ele, são derivadas da instabilidade de várias economias europeias. Igualmente preocupantes, segundo ele, são os riscos associados às políticas adotadas em alguns grandes países, como, por exemplo, as políticas monetárias "ultraexpansionistas". A referência é aos EUA e à política frouxa do Fed, o banco central americano.

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