sexta-feira, abril 01, 2011

MARCELO SUANO

Nova lenda urbana
MARCELO SUANO
O Globo - 01/04/2011

Será a substituição de Roger Agnelli, presidente da Vale, mais uma dessas lendas urbanas? Uns dizem que sim, outros dizem que não. O fato é que, nos últimos dois anos, periodicamente surgem notícias de que o governo quer substituir Agnelli na presidência da empresa. As razões nunca são postas na boca de quem de direito: os acionistas.

São sempre veiculadas a partir de "fontes" e referem-se a um eventual desagrado político com a gestão do atual presidente. Curiosamente, nunca se critica a sua gestão como administrador. Nem mesmo seus resultados. Como se a futrica política fosse muito mais importante do que entregar resultados claros e concretos.

Outro dia, um analista de mercado dos Estados Unidos comparou o desempenho de Roger Agnelli com o de Jack Welch, que dirigiu a GE. Agnelli conseguiu realizações semelhantes, em termos de criação de valor para seus acionistas por ano, às que Welch conquistou em seus 20 anos de GE. Finalizou seu raciocínio dizendo que se Agnelli morasse nos Estados Unidos teria se transformado em um guru empresarial.

Evidentemente que os principais acionistas da Vale devem ser aqueles que escolhem o presidente da empresa. Incluindo a Previ, fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil. Porém, a questão política tem afetado desnecessariamente o valor da empresa com evidente prejuízo para os seus acionistas.

Relatórios de bancos apontam perdas no valor das ações de muitos bilhões de dólares. A quem interessa desvalorizar a Vale a partir de futricas e intrigas? Este é o enigma que está na cabeça de muita gente, inclusive dos mais de 250 mil trabalhadores brasileiros que investiram seus depósitos de FGTS nas ações da empresa. Ou os 3,5 milhões de beneficiários dos fundos de pensão que são acionistas controladores da empresa. Será que eles querem perder dinheiro em nome de sabe-se lá o quê?

A gestão da Vale não deveria ser um problema político de governo. Até mesmo pelo fato inconteste que a gestão da empresa é altamente lucrativa para o Brasil. Os números em termos de empregos, impostos, divisas e investimentos são excepcionais.

De qualquer maneira, essa discussão é emblemática: trata-se de opor um país no qual regras e contratos não são respeitados ao Brasil que, como disse Obama em seus discursos em Brasília e no Rio durante sua visita oficial, não é mais uma promessa de futuro, e sim o próprio futuro.

2 comentários:

  1. Anônimo11:56 AM

    Put, se é o marcelo suano que estou pensando - um que eu vi no programa Conversas Cruzadas.

    O cara é uma Mala, muito pedante e o pior, que fala sem pensa nas bobagens que fala.

    Helena Marques.

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  2. Anônimo7:40 PM

    Adoro conversas cruzadas! Principalmente qdo massacram os esquerdinhas!

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