sábado, abril 16, 2011

JORGE BASTOS MORENO - Ao “mercado”


Ao “mercado”
JORGE BASTOS MORENO

Coluna Nhenhenhém

O GLOBO - 16/04/11


 Prestem muita atenção na reunião do “Conselhão”, marcada para o dia 26 de abril. Guido Mantega, da Fazenda, e Alexandre Tombini, do Banco Central, falarão sobre o momento econômico. Dilma ainda pensa em chamar gente de fora para participar dessa reunião.

À Praça
 Desisto de intrigar o governador Sérgio Cabral com o prefeito Eduardo Paes. Ali é caso de paixão. Paixão danada. O que não os impede de continuarem a falar mal um do outro. Vou investir agora na falsa amizade de Palocci com Guido Mantega.

Sem dias
 O balanço dos cem dias de Lula fora do poder é mil vezes superior aos primeiros cem dias dele no governo: dez viagens ao exterior. Sem contar a grana das palestras.

Nova profissão
 Bobos são os outros “ex”. FH e Lula transformaram o ócio na atividade mais produtiva e rentável do país. Os dois comercializam udo. Até autógrafos. Até por esse “bate-boca” de agora querem cobrar.

Desova 

 Lula é muito esperto. Lembram do Luiz Dulci, cuja única missão era escrever discurso para um presidente que falava de improviso?
Descobriu-se agora que, durante oito anos, Lula não jogava seus textos no lixo. Guardava-os. São mais de oito mil discursos que só agora Lula começou a ler. Como palestras.

Agenda
 De Lula para um amigo: — Essa mídia não sabe de nada. De 15 em 15 dias eu janto com a Dilma no Alvorada ou almoço com ela em São Paulo. Portanto, intrigas têm valor zero entre nós!

Pajelança do PMDB em pleno velório
 Aviso logo: é absolutamente verdadeira a história que vou contar. Não sou desses repórteres que, quando os fatos acabam, mesmo assim continuam escrevendo. Já fui. No caso em questão, como diz Ancelmo, há testemunhas. Por isso, darei nomes aos bois. No velório de Zé Alencar, Renan e Jucá sequestraram Palocci e o levaram para o gabinete do vice, onde já se encontrava Sarney.
Foram rezar pelas almas desempregadas do PMDB. Velas, terços e lista dos cargos nas mãos, começaram a viasacra pelo Dnit. Debruçado sobre o mapa do fisiologismo, Renan descobriu:
— Êpa! Achei uma vaga! Olha este cara aqui. Está lá desde os tempos do DNER. Deve estar desanimado com a rotina. E Sarney, que nunca nomeia ninguém:
— Como é o nome do cidadão? Renan diz e informa que o sujeito era do tempo de Afonso Camargo, ministro dos Transportes. Sarney pondera:
— Não façam isso! Esse funcionário é a alma do Dnit. Sem ele, o Dnit para. Ele praticamente criou o Dnit. Querem trazer problemas para a presidente?
(A história prossegue no próximo bloco)

Memória
 Palocci concorda e o funcionário é mantido. Jucá, de sua parte, puxa o mapa do Ministério da Agricultura. Temer, dono da pasta, se
estremece todo. Cargos lotados e duplicados. Volta-se ao critério de tempo de serviço. Descobriram uma funcionária nomeada quando Pedro Simon era ministro da pasta. Novamente, Sarney apela:
— Essa senhora é a memória viva do ministério. Tem a agenda das safras agrícolas na cabeça. Tirá-la de lá é o fim das commodities e a volta da inflação. Antes de irem para o próximo mapa, Palocci sugere:
— Vamos parar por aqui. Refaçam a lista e marquem os cargos do “projeto memória” do governo. São “imexíveis”. Realmente, Renan e Jucá são muito gulosos. Devem ter deixado Sarney constrangidíssimo. A sorte do Sarney é que ele não nomeia ninguém. Ainda bem.

Problema à vista 
 Durante audiência com o ministro Haddad, Marta Suplicy confirmou sua candidatura à prefeitura de São Paulo. Há um acordo informal de que, se o senador Suplicy quiser ser o candidato, os outros postulantes, que não são poucos, retirarão seus nomes. É crer para ver.

Santíssima Trindade 
 Eleito pelas funcionárias do Senado como o mais bonito parlamentar da casa, Lindberg Farias foi modesto:
— Eu, lindo? Lindas são Carolina Dieckmann, Renata Vasconcellos e a Mariana Ximenes. Falou para me agradar. Elas nem são tão bonitas assim.

Partidão
 Serra e Dilma estão mandando seus amigos todos para o novo partido do prefeito Kassab. Nada mais coerente. O nome do partido é PSD
— Partido do Serra e da Dilma.

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