quinta-feira, março 31, 2011

MARIA CRISTINA FRIAS - MERCADO ABERTO

"Fator Egito" influencia conflitos em obras
MARIA CRISTINA FRIAS
FOLHA DE SÃO PAULO - 31/03/11

A onda de manifestações, que começou nos canteiros da usina de Jirau, é influenciada por um "fator Egito", de multiplicação de conflitos, segundo especialistas.
"Quando se percebe que pessoas unidas podem derrubar um ditador, fica reforçada a ideia de que é possível abalar um poder instituído", diz Rafael Alcadipani, professor da FGV-SP, especialista em cultura organizacional. "Não é uma relação que se prove cientificamente. Quando a pessoa vê que está submetida a um regime de dominação, ainda que não se possa comparar o regime de um ditador ao de um capataz de obra, há reação", afirma.
"Há opressão em ambas as relações. E os operários não são tratados da maneira mais delicada."
Para Carlos Zveibil Neto, da Apeop (que reúne empresas de obras públicas de SP), "as imagens de fogo divulgadas mostram que a reivindicação forte dá resultado."
Zveibil Neto alerta para o risco de uma maior contaminação em outros Estados e setores como mineração.
Para Wilmar Santos, presidente da federação de trabalhadores da construção pesada, a inspiração não é tão longínqua e o movimento é mais uma reação em cadeia.
"O momento é propício. Trabalhadores do Sudeste têm recebido 40% a mais do que no Nordeste", diz. "A tendência é que reivindicações se estendam para óleo e gás e mineração."
Para o presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção, Paulo Simão, irregularidades devem ser investigadas, mas existe disputa entre sindicatos, "por trabalhadores, para mostrar quem oferece mais".
"É inadmissível ocorrer também no Rio, no Porto [do Açu] do Eike Batista." Funcionários da obra estão em greve pelo pagamento de horas extras e melhores condições de trabalho. "Já há acordos. Não há necessidade do acordo nacional, reivindicado pelas centrais. Empresas querem resolver distorções."

Atrasos geram perdas de R$ 1,6 bilhão por ano para aéreas
As companhias aéreas brasileiras têm um prejuízo anual de ao menos R$ 1,6 bilhão por conta de atrasos nos voos domésticos, segundo a Sociedade Brasileira de Pesquisa em Transporte Aéreo.
O valor leva em conta apenas os gastos das empresas com os custos operacionais decorrentes da falta de pontualidade nas decolagens, de acordo com o presidente da entidade, Erivelton Guedes.
"Os atrasos ocorrem por uma série de fatores como problemas climáticos, de infraestrutura e de regulação do setor. As maiores interessadas em resolver a questão deveriam ser as companhias, mas elas repassam os gastos ao consumidor com aumento das tarifas", diz Guedes.
O índice de voos atrasados ou cancelados das seis maiores empresas do país foi de 17,1% em 2010. Esse número continuava o mesmo até o dia 28 de março deste ano.
Os atrasos não geram consequências negativas apenas para os passageiros de um voo, mas de vários, pois ocorre um efeito em cascata, segundo o ex-presidente da Infraero Adyr da Silva.
"As companhias acabam precisando reforçar suas tripulações e reorganizar as conexões, o que gera perda da eficiência", afirma Silva.
Além dos problemas financeiros, a falta de pontualidade arranha a nossa imagem, diz o diretor da Azul, Adalberto Febeliano. A TAM diz que trata dos atrasos individualmente e a Gol afirma que tem melhorado os índices de pontualidade.

DIÁRIA ECONÔMICA
A administradora mineira Vert Hotéis, em parceria com o grupo hoteleiro Wyndham, planeja lançar dez empreendimentos em São Paulo nos próximos cinco anos, todos de segmento econômico.
"O investimento deve ser de R$ 800 milhões a R$ 1 bilhão", diz Érica Drumond, diretora-presidente da Vert.
Além da capital, estão na rota cidades como Campinas e Ribeirão Preto, que devem receber a bandeira Ramada Encore, de baixo preço e "fachada prazerosa", segundo Drumond.
Os recursos envolvem desde pesquisas até construção e vendas.
A empresa tem em andamento, com inaugurações a partir deste ano até 2013, outros seis empreendimentos, com investimentos de R$ 400 milhões no Rio e em Minas, que também inclui projeto de luxo.
O mercado brasileiro ainda é considerado propício, segundo Drumond.
"É claro que não adianta aumentar o número de leitos sem resolver os gargalos nos aeroportos, mas temos números favoráveis que estimulam investimentos. São Paulo ainda absorve muito", diz.

LICITAÇÃO ON-LINE
O site de licitações do Banco do Brasil já movimentou R$ 4,7 bilhões em 2011. O valor é 81% superior ao registrado no mesmo período do ano passado.
Desde que a iniciativa foi lançada, em 2001, foram abertas 293 mil licitações eletrônicas, que movimentaram R$ 67,7 bilhões. Em 2011, foram 8.300 transações.
Os negócios do site têm sido realizados por prefeituras, governos estaduais e empresas públicas.

Saúde 

O remédio Afinitor, da farmacêutica Novartis, foi aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária para dois novos tratamentos de tumor. O medicamento é a primeira forma não cirúrgica aprovada para pacientes com tumor cerebral benigno associado à esclerose tuberosa.

Novo mercado 

A brasileira Hebron Farmacêutica fechou acordo para ingressar no mercado da Guatemala a partir de agosto. A empresa planeja vender cerca de 100 mil medicamentos na América Central nos próximos dois anos, especialmente para os segmentos feminino e pediátrico.

FUNDO PARA CARDÍACO
O fundo de investimento Geração Futuro Dividendos FIA, criado há dez meses com foco em empresas boas pagadoras de dividendos, principalmente dos setores financeiro e de energia elétrica, ultrapassou R$ 44 milhões de patrimônio.
A rentabilidade da aplicação no período foi de 24%, ante 10% de alta da Bolsa.
Depois da crise, clientes pediam ativos conservadores, que não caíssem tanto em tempos de turbulências, conta Wagner Salaverry, sócio do Banco de Investimentos Geração Futuro.
"É recomendável para quem têm mais medo de perder do que vontade de ganhar muito na Bolsa", diz Salaverry. "Os dividendos seguram para não perder tanto na crise, mas o fundo sobe menos quando a Bolsa vai bem."

Verde 
A Embalixo produzirá, em parceria com a Braskem, sacos de lixo feitos com matéria-prima 100% renovável, de acordo com as empresas. O plástico utilizado na fabricação do produto é feito a partir de cana-de-açúcar, e não de petróleo. Serão lançados sacos de cinco tamanhos.

TV 
O publicitário Sérgio Lopes, da Conteúdos Diversos, e a produtora Silvia Prado, da Cinema Animadores, fecharam parceria com o inglês Jesse Cleverly (ex-BBC). O primeiro projeto deles será uma série infantil cujo investimento inicial está estimado em R$ 5 milhões.

com JOANA CUNHA, ALESSANDRA KIANEK e VITOR SION

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