terça-feira, março 15, 2011

MARIA CRISTINA FRIAS - MERCADO ABERTO

Depois do Brasil, fundo Carlyle mira o Peru
MARIA CRISTINA FRIAS

FOLHA DE SÃO PAULO - 15/03/11

Depois de investir mais de US$ 2 bilhões na compra de participações em empresas no Brasil -como a operadora de turismo CVC e a Scalina, dona da TriFil-, o Carlyle, segundo maior fundo de investimentos do mundo, mira agora o Peru.
A empresa fechou acordo para negócios conjuntos com o Credicorp, maior grupo financeiro daquele país, com US$ 17,5 bilhões em ativos.
A ideia, com a parceria, é aproveitar o crescimento da classe média peruana e comprar participações de empresas nas áreas de consumo, varejo, saúde, educação e também logística.
O negócio foi inspirado na parceria que o Carlyle mantém com o Banco do Brasil desde julho do ano passado, em que estão previstas aquisições do controle de empresas nacionais que buscam exportar produtos e serviços.
No fundo brasileiro, estão disponíveis R$ 400 milhões em recursos.
De acordo com Juan Carlos Félix, diretor do Carlyle para a América do Sul, o conhecimento que o Credicorp possui sobre o mercado peruano ajudará na prospecção de negócios. Até o fim do ano, o Carlyle deve montar um escritório no país.
Além do Peru e do Brasil, a Colômbia é outro mercado de interesse para o Carlyle, que já mira a aquisição de participações em companhias de consumo e serviços.
Com cerca de US$ 98 bilhões em recursos sob sua gestão, o Carlyle tem até US$ 300 milhões para colocar na região andina.

SEM ARMAS PARA A LÍBIA


Antes que a determinação do Conselho de Segurança da ONU para o embargo à venda de armas à Líbia tenha sido internalizada no Brasil, o setor brasileiro de material de defesa e segurança cessou os negócios com o país.
A indústria sente os efeitos da desaceleração.
"A venda é submetida ao Ministério das Relações Exteriores. Até por prudência, restringimos. Mas há comércio com os vizinhos, que procuram se armar para se proteger", diz Carlos Pierantoni Gamboa, vice-presidente-executivo da Abimde (que reúne o setor de itens de defesa e segurança, como munição, pistolas e jatos).
A indústria até agora não recebeu comunicado oficial do governo com uma orientação sobre a lista dos países com os quais pode ou não comercializar.
"Quem faz as compras, geralmente, são os governos oficiais, e neste momento estão todos em xeque. Agora os países atuam com suas reservas. É natural que se aguarde", diz André Bertin, da BCA, de proteção balística.
Como as compras do governo brasileiro são menos vultosas, o setor fica muito dependente das exportações, segundo Pierantoni.
"O governo nos incentiva com exportações, com apoio da Apex", diz.
Como alternativa, o setor investe em negócios com países da América Latina e outros africanos que passaram a procurar produtos brasileiros, como Angola e Namíbia.

BRINQUEDO EM PARTES

Ainda na luta contra o avanço do importado chinês, o setor de brinquedos brasileiro vai se aliar a fabricantes do Paraguai, do Uruguai e da Argentina.
"Estamos fazendo um acordo com o Mercosul. A ideia é aproveitar algumas condições mais favoráveis que os países vizinhos possuem em custo de mão de obra, taxa de juros e tributação para produzir partes e peças", afirma Synésio Batista, presidente da Abrinq (Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos).
O objetivo, segundo ele, não é tornar o Brasil uma linha de montagem, mas transferir aos vizinhos a produção de apenas alguns componentes como rodinhas para carrinhos, olhos, cabelos e sapatos de bonecas, além de dados e peças para jogos. "É uma complementação industrial."
O projeto deve entrar em operação em abril.
No momento, os empresários brasileiros estão promovendo a capacitação dos fabricantes parceiros e enviando máquinas que serão emprestadas aos vizinhos. "Queremos ficar livres da dependência do ambiente europeu e asiático."

Desembarque 
O porto de Navegantes (SC) recebeu 7.207 contêineres em fevereiro -aumento de 21% nas importações em relação ao mesmo período de 2010. Plásticos e derivados foram os principais produtos comercializados.

Atuação... 
Com a expansão dos negócios na Argentina, no México e na Espanha, a Bionexo -empresa brasileira que disponibiliza uma plataforma eletrônica para compras hospitalares- criou a posição de CEO global.

...global 
O até então presidente da empresa no Brasil, Maurício De Lázzari Barbosa, assume o novo cargo. Em 2010, a Bionexo movimentou R$ 1,6 bilhão -30% a mais do que em 2009. A empresa espera para este ano aumentar em 35% o movimento em sua plataforma on-line.

Regulação
O advogado Floriano de Azevedo Marques Neto foi eleito presidente da Asier (Associação Iberoamericana de Estudos de Regulação) para os próximos dois anos. A Asier é formada por juristas especializados em regulação e serviços públicos.

RECLAMAÇÕES


As mulheres entre 31 e 40 anos são as que mais prestam queixa no Procon-SP, segundo o Sindec (Sistema Nacional de Informações de Defesa do Consumidor).
Em São Paulo, cerca de 13% das reclamações às empresas no primeiro bimestre de 2011 foram realizadas por pessoas com esse perfil.
Em todas as faixas etárias, as mulheres são responsáveis por mais atendimentos que os homens.
Os jovens de até 20 anos apresentaram 293 queixas entre janeiro e fevereiro. O número representa aumento de 51,8% em relação ao mesmo período de 2010, mas ainda não chega a 2% do total.
O número de pessoas atendidas no primeiro bimestre de 2011 foi de 16,9 mil ou 17,5% a mais que em 2010.

Neurociência 
O primeiro laboratório especializado em neuromarketing do Brasil vai ser inaugurado amanhã, em São Paulo, pela FGV Projetos. Especialistas da Universidade de Londres e do Mindlad Internacional, ambos da Inglaterra, devem participar de palestra no evento de abertura do laboratório.

Protestos 

Em fevereiro, foram protestados 64,9 mil títulos, o que representa um crescimento de 31,5% na comparação com janeiro, segundo o Instituto de Estudos de Protesto de Títulos da Seção São Paulo. O levantamento foi realizado entre os dez tabeliães de protesto da capital.

Mãos... 
A ArcelorMittal vai dar início hoje ao seu programa de treinamentos para este ano, com curso gratuito para pedreiros e mestres de obra.

...à obra 
A meta é capacitar mais de 2.000 profissionais neste ano no Brasil. Por meio de um caminhão-escola, serão ministradas aulas sobre leitura básica de projetos, fundações e outras disciplinas.

DESCOBERTA DO BRASIL

A alemã Roto-Frank negocia a compra de uma empresa brasileira do setor de ferragens para entrar no mercado nacional.
As negociações, que já acontecem há dois anos e devem acabar em 2011, envolverão até R$ 30 milhões.
"Precisamos conhecer melhor o mercado do Brasil e é isso que buscamos nessa aquisição", diz o diretor da empresa para América Latina, Nikolaus Knops.
A empresa, que negocia com várias produtoras de maçanetas, trincos e dobradiças, mas fechará acordo com apenas uma, deseja transferir tecnologia em troca de expertise sobre o Brasil.
A companhia já fechou quatro parcerias em 2011 com esse objetivo.
Caso a negociação demore mais que o previsto, a alemã abrirá filial na região Sul do país.

com JOANA CUNHA, ALESSANDRA KIANEK , VITOR SION e CAMILA FUSCO

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