sexta-feira, fevereiro 18, 2011

ILIMAR FRANCO

Concurso de beleza 
ILIMAR FRANCO
O GLOBO - 18/02/11

Os líderes do governo, Cândido Vaccarezza (PTSP), e do PT, Paulo Teixeira (SP), reclamaram do líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDBRR), em reunião com o ministro Antonio Palocci. Temem que Jucá, na votação do salário mínimo, a exemplo do que fez nas MPs da Bolsa Atleta e do Refis, faça concessões, aceitando um mínimo maior, ficando com a Câmara a tarefa ingrata de restabelecer o valor de R$ 545 para que a presidente Dilma Rousseff não tenha que vetar. 

Petistas querem enquadrar o Senado

No encontro com Palocci, na quarta-feira, Vaccarezza e Teixeira lembraram que, na MP que cria a Bolsa Atleta, o relator, senador Álvaro Dias (PSDB-PR), incluiu emenda para que clubes sociais formadores de atletas olímpicos recebam recursos oriundos das loterias, via CEF. Essa proposta fora rejeitada na Câmara, a pedido do governo. Em outra MP, na qual Jucá era o relator, foram retirados do texto artigos que permitiam às empresas que aderiram ao chamado “Refis da Crise” o uso de precatórios federais para abater parte de juros e multas cobrados sobre o total nenegociado. Com isso, o texto voltou para a Câmara.

NUNCA ANTES NA HISTÓRIA DESTE PAÍS. A bancada do PMDB

na Câmara votou em peso no mínimo da presidente Dilma Rousseff. Isso não aconteceu nos governos FH e Lula, que o partido também apoiava. O líder do PMDB, Henrique Alves (RN), foi o vitorioso da noite. No PT, nove deputados faltaram com o governo. No Salão Verde: PMDB 1 x 0 PT. Os petistas têm a chance de empatar no Senado. A bola está no Salão Azul.

Ausentes de luxo
Faltaram à emblemática votação do mínimo um ministro do governo Lula, Edson Santos (PT-RJ), um vice- líder do governo, Gilmar
Machado (PT-MG), um ex-líder do PT, Fernando Ferro (PE), e o presidente do PT mineiro, Reginaldo Lopes.

Incentivo

Todos os ministros entraram em campo na votação do mínimo. Foram estimulados. O Planalto mandou a todos o seguinte recado: se fosse aprovado um mínimo superior a R$ 545, todas as pastas passariam por novos cortes no Orçamento.

Gilberto Carvalho está marcando Paim
O governo escalou o secretário-geral da Presidência, Gilberto Carvalho, para conversar com o senador Paulo Paim (PT-RS) sobre as votações de interesse do governo. Eles já tiveram um encontro. Nele, Carvalho lembrou a Paim que, a despeito de suas posições simpáticas à opinião pública, para ele sair do sufoco nas últimas eleições para o Senado, foi preciso que o ex-presidente
Lula e a presidente Dilma entrassem em campo. 

Porta arrombada
As senadoras protestaram. Nenhuma delas participava da Comissão da Reforma Política. O presidente José Sarney (PMDB-AP)
agiu rápido e criou duas novas vagas para as senadoras Ana Amélia (PP-RS) e Ana Rita (PT-ES). 

Repartindo o bolo
Durante a votação do salário mínimo, anteontem, o senador Eduardo Braga (PMDB-AM) e o ex-deputado Paulo Rocha (PT-PA) discutiam no plenário da Câmara a divisão de cargos no Banco da Amazônia, na Eletronorte, na Sudam e na Suframa.

 FIDELIDADE. Ao contrário da Câmara, o líder do PDT no Senado, Acir Gurcacz (RO), garante que os quatro senadores trabalhistas votarão com o governo no salário mínimo.
 REFORMA POLÍTICA. O PT não gosta da proposta do “distritão” defendida pelo vice Michel Temer. Os petistas avaliam que ela não permite a adoção do financiamento público das campanhas.
 A PRESIDENTE Dilma Rousseff está programando uma agenda com reuniões sistemáticas destinadas a dialogar com intelectuais sobre os dramas do país.

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