quarta-feira, janeiro 19, 2011

MARIA CRISTINA FRIAS - MERCADO ABERTO

Avanço da internet no celular esbarra em pré-pago
MARIA CRISTINA FRIAS

FOLHA DE SÃO PAULO - 19/01/11

A expansão dos serviços de internet e o uso de aplicativos em celulares encontra obstáculos para se adaptar ao volumoso mercado de telefones pré-pagos do Brasil.
Com cerca de 160 milhões de aparelhos no país, os pré-pagos representam aproximadamente 80% do mercado brasileiro -nos EUA a penetração deles é só de 20%.
"O massivo uso de dados por pré-pagos é uma preocupação na área", diz Maurício Falck, da Amdocs, multinacional de tecnologia do setor.
O modelo de cobrança e a comunicação com o usuário são alguns aspectos que precisam ser aprimorados, segundo Erasmo Rojas, da 4G Americas (associação que reúne o setor).
Outra dificuldade é a renda, segundo Eduardo Tude, da consultoria Teleco.
"O gasto mensal desse cliente é baixo, assim como seu poder aquisitivo para comprar o aparelho smartphone. As operadoras vão privilegiar primeiro o pós, enquanto ampliam a capacidade das redes ", diz Tude.
O ideal seria que o mercado se revertesse em majoritariamente pós-pago, para facilitar a cobrança. Mas a inversão levaria muitos anos, segundo Rojas. Sistemas híbridos de cobrança, que aliam pagamentos anteriores e posteriores ao uso, são uma opção, segundo Falck.
Mais de 70% das empresas do setor dizem que querem incluir novos serviços de pacote de dados e conteúdo segundo pesquisa da Amdocs.
O modelo híbrido deve ser oferecido por 63% delas.
A pesquisa aponta que os sistemas de cobrança e infraestrutura atuais estão defasados. Quase 50% das empresas dizem ser necessárias mudanças em plataformas.

Confiança em pequenas e médias cresce no Brasil

O HSBC lança amanhã o Índice de Confiança das Pequenas Empresas SBCM (Small Business Confidence Monitor), uma pesquisa semestral desenvolvida pela subsidiária do banco em Hong Kong.
O principal resultado da pesquisa é a continuidade do aumento da confiança nos negócios das pequenas empresas dos mercados emergentes, que passou de 122 pontos para 126 pontos de julho a dezembro de 2010.
O índice varia de 0 a 200 pontos, o maior nível de confiança. Abaixo de 100, o indicador aponta área negativa.
A América Latina e um conjunto de quatro países árabes (Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes e Qatar) registram o maior aumento no indicador.
O Brasil, com 129 pontos e alta de nove pontos em relação a julho de 2010, está em sétimo lugar dentre os países que mais subiram no índice.
Quase um terço das pequenas e médias empresas pesquisadas na América Latina planejam se tornar internacionais, segundo o banco.
O índice de confiança na Ásia quase retomou o nível anterior ao da crise financeira, conforme a pesquisa.
Quedas de confiança foram registradas no indicador global (118 pontos para 114 pontos) e no dos países desenvolvidos (115 para 105).

PÉ NO ASFALTO

O grupo português Auto Sueco amplia presença no Brasil. A empresa comprou em junho passado a Vocal, revendedora de caminhões e ônibus da Volvo, e agora inicia a expansão da rede.
Com investimentos de R$ 16 milhões, o grupo vai inaugurar em fevereiro uma concessionária em Guarulhos (SP). Será a oitava unidade da rede no Estado de São Paulo.
A concessionária será instalada em uma área de 20 mil m2, dos quais 5.000 m2 serão de área construída.
"Para 2011, a missão será consolidar a presença em território paulista", diz Mário Oliveira, responsável pela Vocal no Brasil.
O grupo Auto Sueco está presente em 12 países, na Europa, na África e nas Américas, e atua na comercialização de automóveis e caminhões, no setor de reparação de vidros, reciclagem de pneus, entre outros.
"Pelo potencial de crescimento da economia e pelos investimentos em infraestrutura, o Brasil terá, cada vez mais, papel de destaque para o grupo", diz Oliveira.

Medicamento... 
A Furp (Fundação para o Remédio Popular), laboratório oficial da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, teve em 2010 o melhor semestre da história e superou em 30% a média de anos anteriores.

...popular 

Mais de 1,3 bilhão de unidades farmacêuticas foram fabricadas de julho a dezembro. O número é resultado de ações de modernização do processo fabril. A Furp se prepara para iniciar as atividades da fábrica em Américo Brasiliense, que está em fase de certificação pela Anvisa.

Desistência 

Quase 30% das pessoas que visitaram o varejo no final do ano deixaram de gastar uma média de US$ 132 por problemas relacionados ao atendimento, falta de produto e de atendente e longas filas, segundo pesquisa mundial da Motorola Solutions com a Research Now.

Viajante...
 
A Bradesco Saúde lança o serviço Bradesco Saúde Concierge, as Vacinas do Viajante. O cliente pode solicitar vacinas recomendadas para seu destino, seja no Brasil ou no exterior.

...vacinado 

O serviço pode ser feito em domicílio ou em clínicas selecionadas do Rio de Janeiro, de São Paulo e de Belo Horizonte.

Tecido 

O polo têxtil e confeccionista de Santa Catarina fechou 2010 responsável por 21% do volume produzido no país, segundo o Iemi (Instituto de Estudos e Marketing Industrial). A região registrou, nos últimos três anos, crescimento de 12,5% em seu parque fabril.

NORDESTE ATACADISTA
O Nordeste dobrou a sua participação no comércio brasileiro no atacado nos últimos dois anos, segundo estudo da consultoria Nielsen.
A região passou a ser responsável por 26% dos gastos do setor em 2010.
Com isso, o Nordeste é o principal responsável por compras no atacado, de acordo com a pesquisa.
Até 2009, a liderança era da Grande São Paulo, cuja participação atual é de 23%.
Desde 2008, o mercado atacadista cresce no Brasil. A consultoria estima que, desde então, 3,1 milhões de residências passaram a realizar suas compras dessa maneira.
No que diz respeito aos supermercados, as compras no atacado subiram de 18% para 26% em dois anos.
O aumento do gasto médio da população brasileira é o principal motivo para a ocorrência desse fenômeno.
No período, cada extrato social passou a gastar ao menos 12% a mais com compras, diz a Nielsen.
A frequência com que as pessoas das classes média e baixa vão ao supermercado cresceu, desde 2008, 14% e 16%, respectivamente, afirma a consultoria.

Com JOANA CUNHA, ALESSANDRA KIANEK e VITOR SION

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