sexta-feira, janeiro 14, 2011

MARIA CRISTINA FRIAS - MERCADO ABERTO

Balança comercial de máquinas pesadas fecha 2010 com deficit
MARIA CRISTINA FRIAS

FOLHA DE SÃO PAULO - 14/01/11

A balança comercial de máquinas pesadas feitas sob encomenda, chamadas de não seriadas, fechou mais um ano no vermelho.
Em 2010, as importações ultrapassaram US$ 5,6 bilhões, ante exportações de US$ 4,2 bilhões, deficit de US$ 1,47 bilhão, segundo a Abdib (Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base).
Bens de capital sob encomenda são máquinas e equipamentos fabricados para necessidades específicas de indústrias ou de empreendimentos, diferentemente das máquinas feitas em série.
Apesar de negativa, a balança empatou na comparação com o ano anterior. Em 2009, as importações superaram as exportações em US$ 1,51 bilhão.
"O saldo negativo estancou. Em 2011, esse cenário tem de mudar, pois historicamente o Brasil é superavitário no setor", diz Paulo Godoy, presidente da entidade.
A tendência de deterioração começou em 2007. Com os primeiros sintomas da crise, o saldo da balança no setor despencou. Em 2008, fechou negativo pela primeira vez desde 2004, em US$ 11 milhões. Em 2009 e em 2010, fechou no vermelho.
"Agora vamos observar atentamente a eficácia dos efeitos das medidas tomadas pelo governo de incentivo ao exportador", diz Godoy.
O ressarcimento de créditos tributários será acompanhado de perto, segundo a entidade. Câmbio e concorrência da China também preocupam.

MAIS CAIXAS ELETRÔNICOS
Os bancos devem aumentar o número de caixas eletrônicos nos próximos anos, diz o diretor de tecnologia da Febraban (Federação Brasileira de Bancos), Gustavo Roxo.
De 2008 para 2009, o aumento foi de apenas 1,9%, pois o foco era a implantação dos equipamentos para pessoas com deficiência, em especial surdos e cadeirantes.
"A tendência da sociedade é o autoatendimento. Após três anos com foco na acessibilidade, agora é hora de voltar a termos maior crescimento nesse setor", diz Roxo.
Em 2010, o Banco do Brasil registrou 200 milhões de transações a mais que em 2009. O volume movimentado foi de R$ 473 bilhões.
A projeção do HSBC também é de crescimento. A quantidade de dinheiro movimentada nos terminais no ano passado deverá ser superior em R$ 1,5 bilhão, na comparação com 2009. O valor pode chegar a R$ 55 bilhões.
Além dos caixas eletrônicos, o diretor de tecnologia da Febraban também espera aumento do número de transações via internet.

Atrás da... Pequenas e médias empresas brasileiras aumentarão em 81% seus investimentos em tecnologia em 2011, acima da média dos mercados emergentes, de 69%, segundo a IBM. O país fica atrás apenas da Índia, onde 84% das companhias gastarão mais com TI.

...Índia Na média global, mais de 50% das empresas pretendem aumentar seus orçamentos de TI nos próximos 12 meses, ante 20% em 2009, segundo a pesquisa que ouviu 2.000 empresas de médio porte em 22 países.

De olho no lance A Câmara de Comércio Brasileira no Reino Unido constituiu um comitê para os grandes eventos esportivos que ocorrerão no Brasil. Participam dele os escritórios Demarest no Brasil e Noerr na Europa, além de empresas.

Plástico Cresce o número de brasileiros que preferem cartões de débito a dinheiro ou cheque. Segundo estudo encomendado pela Visa, que inclui todas as marcas, 65% dos entrevistados dizem usar cartões de débito. Quase 80% afirmam que recorreram ao plástico nos últimos 30 dias.

Preocupação... Curitiba é a capital em que a população tem maior interesse em companhias que investem em preservação ambiental. Cerca de 80% das pessoas dizem que são muito interessadas no tema, segundo estudo da empresa de pesquisa Market Analysis com mais de 1.600 entrevistas. Belo Horizonte e Brasília têm baixo interesse.

...ambiental Na opinião dos pesquisados, as ações mais importantes que uma empresa deve exercer para ser socialmente responsável na proteção do meio ambiente são reciclagem (34%) e reflorestamento (23%).

ARQUITETURA NO ATAQUE
A Asbea (Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura) e a Apex (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos) fecharão até março acordo para renovar sua parceria.
A intenção é continuar o processo de internacionalização da arquitetura brasileira, que começou em maio de 2009.
Após a conclusão da primeira fase do projeto, a Asbea pretende aumentar o número de escritórios com negócios no exterior.
"Agora vamos ao ataque. Faremos ações mais fortes de prospecção, na carona de medidas diplomáticas do Brasil", diz o presidente da Asbea, Ronaldo Rezende.
Os mercados que mais atraem a atenção da associação são Angola, Colômbia e Qatar.
"Também estamos de olho em Cuba, pois a abertura econômica é iminente e temos muitas chances de superar os americanos, que são fortes concorrentes", diz Rezende.
Em 2010, mais de dez escritórios de arquitetura ganharam prêmios internacionais, segundo a gerente do projeto da Asbea, Carina de Carvalho.
com JOANA CUNHA, ALESSANDRA KIANEK e VITOR SION

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