CLÁUDIO HUMBERTO

“As cenas são muito fortes...”
PRESIDENTA DILMA, APOS VISITAR ÁREAS ATINGIDAS PELAS ENCHENTES NO RIO DE JANEIRO

LULA CRIOU NOVA ESTATAL NO ÚLTIMO DIA DE GOVERNO 
Na véspera de deixar o cargo, dia 31, Lula editou medida provisória (nº 520) criando a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares, de sigla tão “jabuti” quanto seu objetivo: Ebserh. Mais estranho: é vinculada ao Ministério da Educação e fará “gestão hospitalar”, concorrendo com o SUS na gestão de hospitais e assistência médica, além da formação de pessoal da Saúde. Terá sede em Brasília e “escritórios” nos Estados. 

BOQUINHAS SAUDÁVEIS 
O “jabuti” que Lula jogou no colo de Dilma e do contribuinte terá um “conselho de administração” para alegria da “cumpanherada”. 

ALEGRIA NOS FUNDOS 
A nova estatal contratará empregados temporários e poderá “patrocinar” fundos de pensão – que fazem a festa dos “companheiros”. 

SEM LICITAÇÃO 
O DEM vai questionar a constitucionalidade da MP, que inclui dispensa de licitação em contratos da Ebserh com outras empresas do governo. 

PERGUNTA AO RECRUTA 
Será que haverá novo caminhão de mudança de Lula saindo do Forte dos Andradas?

DF: HELICÓPTERO DO GOVERNO TEM INICIAIS DE RORIZ 
Em operação há dez anos, o helicóptero do governo do Distrito Federal tem prefixo com iniciais de quem o adquiriu: PT-JDR, de Joaquim Domingos Roriz, ex-governador conhecido por confundir público e privado. O prefixo será trocado, assim como a tripulação. Novos pilotos – oficiais da Polícia Militar – já estão sob treinamento. E o governador Agnelo Queiroz (PT), por enquanto, prefere manter os pés no chão.

SEM ASSUNTO 
O portal do governo do Rio tem o estilo de Sérgio Cabral: vive voando. Pedia desculpas ontem, em meio a tragédia, por não ter aviso de pauta.

TOTALMENTE LOBISTAS 
O governador paulista Geraldo Alckmin (PSDB) defendeu “investigação total” contra seu cunhado lobista. Faltou mencionar o sobrinho idem.

CORO EUROPEU 
O Parlamento Europeu deve aprovar, quinta-feira (20) uma resolução pedindo ao Brasil a extradição do bandidão Cesare Battisti para a Itália. 

ENTEADO CONVERSADOR 
O enteado de Lula, Marcos Cláudio, 39, é bom de boca como o pai adotivo: ele desabafou irritado no Twitter que iria devolver o passaporte diplomático providenciado pelo ex-chanceler bajulador Celso Amorim. Uma semana depois, ainda não apareceu para cumprir a promessa.

INTERVENÇÃO FEDERAL 
O secretário de Segurança do DF, Daniel Lorenz de Azevedo, confiou a colegas da Polícia Federal a varredura de suas instalações. Apesar de a Polícia Civil, ao contrário da PF, dispor dos sistemas Oreon e Oscor para esse fim. A varredura foi considerada humilhante pelos policiais.

OLHO NO MERCADO 
O ex-policial Laerte Bessa (PSC-DF), que não foi reeleito deputado federal, aposta no aumento de uma demanda inquietante: atuará agora como negociador de sequestros, em nome das famílias das vítimas.

ROUPA SUJA 
Além das mordomias, senadores e servidores do Senado têm duas lavanderias “em caso de necessidade”, por R$ 28 mil mensais, e “lavanderia cirúrgica” por R$ 86,6 mil anuais, para socorro. Socorro! 

DILEMA DO BISCOITO 
É trabalho de mais ou tempo de menos: a agenda da presidenta Dilma indicava ontem menos de uma hora de sobrevoo à devastada região serrana do Rio e reunião de meia-hora com o governador Cabral. 

NINGUÉM É PREFEITO 
O ex-prefeito do Rio Cesar Maia (DEM) avaliou que o Nordeste deu ao governo Lula a melhor avaliação e uma avalanche de votos a Dilma, mas foi pífia a de prefeitos da base do governo: ruim-péssimo Recife (PE) 34%, Fortaleza (CE) 50% e Salvador (BA) 45%. 

NÃO COLOU 
Os Correios são ruim de Sedex e de senso de humor: justificam com os padrões internacionais de preço o “valor de face” do título de nota na coluna sobre o selo Lula de R$ 2. É barato ante da arrogância do “cara”. 

CICLISTA NA CHUVA 
O artista plástico Eduardo Cezar Sansin, o “Ciclista Prateado AG 47, primeiro super-herói brasileiro”, se diz “solidário aos parentes das vítimas”, após doar tela sobre náufragos ao governo e Prefeitura de São Paulo.

PENSANDO BEM... 
Quando os ricos também morrerem na chuva, talvez os governos se preocupem com o Rio. 

PODER SEM PUDOR
O FAMOSO QUEM? 
O ex-secretário de Estado americano Henry Kissinger visitava o então governador de São Paulo, Mário Covas, em meio às notícias sobre intervenção federal no Banespa, o finado Banco do Estado de São Paulo. A certa altura, na entrevista coletiva sobre planos de investimento de empresas americanas no Brasil, Covas sugeriu que se fizessem perguntas ao visitante. Um jovem repórter, mais perdido do que os correntistas e trabalhadores do banco, indagou a Kissinger:
– O senhor veio aqui tratar do Banespa?