terça-feira, julho 06, 2010

LUIZ GARCIA

Fora isso
LUIZ GARCIA
O GLOBO - 06/07/10
Brasileiros que gostam acima de tudo do bom futebol — e tenho informação segura que são numerosos e bastante animados — têm uma dívida de gratidão com Dunga e seus rapazes. Graças a eles, e só a eles, acabamos de ter um fim de semana de considerável e sadio entretenimento, acompanhando os embates dramáticos e emocionantes entre Argentina, Alemanha, Paraguai e Espanha.

Nenhuma preocupação com o miocárdio, nada de ranger os dentes ou roer os dedos: unicamente, o prazer de admirar as disputas entre atletas, controladas por árbitros que em todos os momentos agiram com discernimento e fidelidade absoluta às normas do nobre esporte bretão, se me permitem lembrar uma expressão quase erudita, injustamente abandonada pelos cronistas do ramo.

Têm sido partidas talvez emocionantes para os patrícios dos atletas envolvidos — mas principalmente interessantes para quem aprecia o esporte pelo esporte, caso da totalidade da plateia brasileira.

Claro que todos nós tomamos partido nos embates. Mas, civilizadamente. Enquanto isso vinha ao caso, pouco importava quem seriam os vencedores: acima de tudo, estava o espírito esportivo. E também confiança absoluta nas decisões dos árbitros: seguramente, se qualquer de suas decisões nos parecesse peculiar — e nada mais que peculiar — não seria lícito delas duvidar à distância.

Nos próximos dias, nosso prazer certamente será mais deleitoso: não importa quais sejam os vencedores, o que vale é o prazer da disputa. No fundo, ganham todos, porque cada um dos atletas dará o melhor de si, para alegria da plateia de qualquer nacionalidade. Os espectadores — ou “torcedores”, como também se diz —, com absoluta certeza, em momento algum esquecem que o melhor do esporte é a competição em si. O fair play comanda o espetáculo.

Enquanto os bravos rapazes brasileiros ainda estavam na disputa — e embora todos sejam convictos de que o importante é competir, o êxito é secundário —, alguns entre nós talvez não tivessem uma noção muito precisa sobre a importância do fair play. Desde a partida contra os holandeses, que não nos foi favorável no que se refere ao score, a situação mudou consideravelmente. Tanto os apreciadores leigos da chamada “torcida canarinho” como os bravos representantes da mídia brasileira em terras d’África estão, como se diz vulgarmente, botando fair play pelo ladrão.

É como deve ser. Afinal de contas, fora isso, palavrão come solto.

EDITORIAL - O ESTADO DE SÃO PAULO

Portos e aeroportos defasados
EDITORIAL
O Estado de S.Paulo - 06/07/10

Trazer uma carga da China ao Brasil pode tomar menos tempo que a liberação da mercadoria num aeroporto brasileiro. O embarque de produtos para o exterior também é travado pelo congestionamento de portos e aeroportos, sem espaço e sem condições técnicas e administrativas de dar suporte a exportações e importações. Superada a crise, a economia voltou a crescer e aumentou velozmente a corrente de comércio internacional, vendas e compras. O valor acumulado em 2010, até a semana passada, foi 33,9% maior que o de um ano antes. Entre 2000 e 2008, o montante em dólares cresceu 224,3%, mas exportadores e importadores tiveram de vencer dificuldades cada vez maiores nos transportes, para tentar acompanhar o ritmo da globalização comercial.

Reportagens publicadas no Estado no domingo e na segunda-feira mostraram como os gargalos formados em portos e aeroportos consomem tempo e dinheiro, reduzindo perigosamente a eficiência e a competitividade das empresas brasileiras.

Segundo o diretor para mercado internacional da Marcopolo, Paulo Andrade, os produtores brasileiros passam por um momento crítico e perdem mercado para os concorrentes da Ásia, favorecidos por uma logística melhor e custos menores. A Marcopolo fabrica ônibus e exporta 35% de sua produção.

O frete do Brasil para a América do Sul é mais caro que o transporte da Coreia para o México ou para o Chile, informa a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), citada no jornal.

Indústrias com portos privados, caso da Ford na Bahia, conseguem evitar o congestionamento e a lentidão dos embarques e desembarques. Empresas dependentes de portos públicos enfrentam filas para movimentar seus produtos, porque os terminais carecem de equipamentos, de pessoal e de espaço. Transportar mercadorias por milhares de quilômetros de rodovias pode ser uma alternativa preferível, quando o intercâmbio é com países sul-americanos. Essa é a escolha da Fiat para transportar veículos entre fábricas brasileiras e argentinas, na ida e na volta.

Infraestrutura - incluído o sistema portuário - é um item de grande importância na agenda proposta pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) aos candidatos à Presidência da República. Um dos principais obstáculos à ampliação e à modernização de estradas, portos e outras instalações é a burocracia. Entre a decisão de realizar a obra e o início dos trabalhos são consumidos em média 38 meses, segundo tabela publicada no documento entregue aos candidatos.

"A superação das deficiências do setor depende da efetiva participação do setor privado no investimento e na gestão dos serviços", de acordo com os dirigentes da indústria. Mas "a maior participação do capital privado na infraestrutura exige o aperfeiçoamento do marco regulatório, das estruturas de gestão e do planejamento setorial". O mecanismo das Parcerias Público-Privadas (PPPs), lembram os autores do trabalho, pouco avançou no Brasil.

Os dirigentes da indústria poderiam ter lembrado, na elaboração da agenda, também o aparelhamento e o enfraquecimento das agências de regulação, nos últimos sete anos e meio. Desde o início, em 2003, houve uma clara decisão política de centralizar as decisões econômicas e de sujeitar a cooperação com o setor privado a um projeto de poder.

A insuficiência de investimentos na infraestrutura é explicável principalmente por essa decisão política. O setor privado poderia ter proporcionado a maior parte do dinheiro necessário, se o governo houvesse mantido um ambiente propício à sua participação. Mas o governo preferiu o caminho oposto, evitando, por exemplo, um ambiente de regras seguras e bem definidas para o planejamento de longo prazo.

Enquanto pouco se investe e pouco se faz para elevar a eficiência de portos e aeroportos, o comércio global cresce e os empresários brasileiros têm de fazer malabarismos para não ficar muito para trás. O descompasso é cada vez maior e mais custoso. Os navios de contêineres, este é só mais um exemplo, transportam volumes cada vez maiores. Essa é uma tendência normal de elevação da produtividade, mas os portos nacionais estão despreparados para acompanhá-la. Pior para os brasileiros.

ARNALDO JABOR

Minha pátria onde canta a vuvuzela...
ARNALDO JABOR

O ESTADO DE SÃO PAULO - 06/07/10

Não deu outra. O telefone tocou e eu já sabia que era o Nelson Rodrigues - o velho aparelho de ebonite preta soa melodioso como uma trombeta de arcanjo, quando vem do céu...
- Puxa vida, Nelson, me abandonou, hein!...

- Rapaz, está havendo uma grande polêmica aqui no céu... Vou falar baixo para Ele não ouvir: Deus não sabe mais o que é o bem ou o mal... Fica dizendo: "Antigamente era fácil, dez mandamentos, inferno e céu - agora, essa globalização sem vergonha e sem ética. E me misturam até com Alá...".
Cá entre nós, O Senhor anda maltratando o pobre do Hegel, que está exalando cava depressão: "Hegel... você é que criou essa expectativa de racionalidade... Deu nisso! - todo mundo errando em nome do bem!". Já o Nietzsche virou seu "peixinho", é Frederico pra cá, Frederico pra lá.... chegou a torcer pela Alemanha... é caso sério...
- Eu sabia que você ia ligar sobre a derrota do Brasil, Nelson...
- A derrota é um grande momento de verdade. Só diante da vergonha é que entendemos nossa miséria. Num primeiro momento, queremos encontrar uma explicação para o fracasso, mas fracasso não se improvisa - é uma obra calculada, caprichada durante meses, anos até. Não adianta berrar no botequim que o Dunga é uma besta ou que o Felipe Melo é um perna de pau. Não. Nosso fracasso começou antes. Foi uma nova maneira de perder. Em 50, éramos a pátria de chuteiras; em 2006, éramos chuteiras sem pátria... Agora, tínhamos a obrigação de ser as chuteiras da pátria... assim como uma estatal...
- Como assim, Nelson? - pergunto eu, como nos maus diálogos de teatro.
- Ô rapaz... Primeiro, porque o país virou um passado para os plásticos negões falando alemão, francês, inglês, todos de brinco e com louras vertiginosas. Não são ingratos, não; mas neles está ausente a fome nacional, a ânsia dos vira-latas querendo a salvação. E eles tinham de confirmar o otimismo que a mídia oficial lança na cara da gente... Antes, o Lula os recebeu como um pai se despedindo de pracinhas... Agora, quero ver se ele os consola na volta...
O Dunga criou um país fechado... As concentrações eram ilhas secretas... Como o Lula, só ele decidia o que era bom para o povo.
Fez uma lavagem cerebral nos jogadores, que ficaram com um pavor de recrutas diante do sargento. Em vez de orientar as vocações dos rapazes, ensinando-lhes a liberdade, a coragem e o improviso, Dunga achou que todos têm de caber em sua estratégia. O pior cego é o surdo. O técnico devia ser um reles treinador, quase um roupeiro, humilde diante dos craques. Mas o Dunga parecia um "Mussolini" de capacete e penacho. Acho que Dunga tem inveja de craques malabaristas... Queria que todos jogassem como ele. Você reparou como ele esbravejava com liberdade na raiva, mas, na hora da alegria de um gol, celebrava de cabeça baixa e mãos fechadas, como uma dor?
- É mesmo, Nelson... você vê tudo...
- Não, foi o João Saldanha que berrou isso, pois está uma fera, atirando patadas em todas as direções... Falou que vai baixar num terreiro espírita e mandar fazer despacho contra o Dunga; quer enterrá-lo como sapo de macumba...
Dunga errou, pois jogador brasileiro não gosta de planejamentos; quer inventar sozinho. O único criativo na Copa foi o "Loco" do Uruguai e do Botafogo. É isso... sem loucura não se joga... Eu já falei que os escritores brasileiros não sabem bater um escanteio... pois, digo o mesmo dos jogadores de hoje, que não sabem mais o que é poesia... Você viu o Zizinho jogar, rapaz?
- Vi, Nelson!... Era uma obra feita de ar, engano e dança, de fúria e delicadeza, como Pelé depois. Zizinho era um escultor de jogadas...

- Não faz subliteratura, rapaz... Não fica bem pra você... O Zizinho era um craque porque a bola o seguia com a fidelidade de uma cadelinha... Zizinho tinha um peito heroico feito anúncio de fortificante... Vou te dizer uma coisa, rapaz: eu senti até um certo alívio em mim e no povo brasileiro, que era obrigado a torcer pelo time de um técnico odiado. Senti um certo alívio... O povo estava certo: tinha de ter Ronaldinho no banco, Ganso, Neimar etc...
Isso é o óbvio... Dunga nos devolveu à realidade e vamos ficar livres dele antes de 2014...
Você reparou que os jogadores jogavam divididos entre estratégia e improviso? Não sabiam o que escolher... Sentiam-se sem liberdade; quando o Robinho avançava e improvisava era tomado de um sentimento de culpa, como se estivesse pecando... Você veja o Kaká... menino bonito, religioso, ficou tão nervoso que começou a bancar um miniDunga, antipático... Kaká ficou dividido entre Deus e o diabo.

- Mas, por que o Dunga não ouviu a voz do povo?
- O burro acha que ser inteligente é discordar do óbvio, rapaz. E quando o óbvio é desprezado, ficamos expostos ao sobrenatural, ao mistério do destino. Por exemplo, por que começamos o jogo como um corpo de bailarinos eufóricos e, no segundo tempo, ficamos paralíticos como sapos diante de jararacas?
- Acho que a gente ficou com medo da Holanda...
- Não é não. Na sexta-feira, não estávamos com medo da Holanda, não. Até expulsamos os holandeses em 1630, com Maurício de Nassau e tudo... O que tivemos foi medo de nós mesmos. Voltou-nos o complexo de vira-latas e ficamos inibidos até para chupar um picolé...
- Mas por que o medo?
- Foi o empate... lembranças de 50, talvez... Mas também acho que o time se sentia obrigado a manter a euforia midiática otimista do governo Lula, ou do Dunga, que deu uma de chefe de governo. A obrigação de vencer era peso demais para os rapazes. A 10 mil quilômetros, os jogadores ouviam os gemidos ansiosos das multidões de verde e amarelo, como uma asma patriótica. Não esperávamos uma vitória, mas uma confirmação política.
É isso aí, rapaz...

- Mas, Nelson...
- Vou desligar porque vai ter uma mesa-redonda aqui, com o Scassa, o Saldanha e o Feola... Os anjos estão curiosos...
E desligou...

JOSÉ (MACACO) SIMÃO

Tamo livre do Peladona!
JOSÉ SIMÃO
FOLHA DE SÃO PAULO - 06/07/10

Piada pronta: a assessoria de imprensa do Felipe Melo se chama FAIR PLAY!


BUEMBA! BUEMBA! Macaco Simão Urgente! Direto da Cópula do Mundo!
Piada pronta: sabe como se chama a assessoria de imprensa do Felipe Melo? FAIR PLAY! Rarará!
E será que dá tempo de vender a minha vuvuzela pra algum uruguaio? Rarará!
E sabe como é o nome daquele famoso casaco do Dunga? Bilheteiro de montanha-russa!
E olha a grande vantagem do Brasil na Copa de 2014: não precisaremos voltar pra casa! Rarará! Nós não faturamos a Copa de 2010, mas já estamos superfaturando a Copa de 2014!
E graças à AAAAARGHentina ficamos tristes por apenas 24 horas! Rarará!
A Argentina foi nosso prêmio de consolação! E atenção! O Maradona não vai ficar pelado no Obelisco. Vai SENTAR na ponta do Obelisco!
E essa história de o Mick Jagger ser pé-frio? Pé- -frio e pau quente. Rarará!
E o novo comercial da Brahma com o Júlio César: "O que é que nós somos?". Frangueiro! Frangueiro! Frangueiro! Rarará!
E adorei a declaração do Felipe Melo: "A jogada foi normal". Pra ele, foi normal mesmo. Jogada violenta é arrancar o cerebelo do adversário no cravo da chuteira! Rarará!
O Felipe Melo, quando era criança, não ganhava carrinho, ele DAVA!
E o Galvão é a grande dúvida pra Copa de 2014! Na Copa de 1998, ele gritava mais que Tarzan no cio querendo comer a Chita. Em 2002, ele gritava mais que viúva tirando o atraso de cinco anos. Em 2006, cacarejava como galinha com ovo atravessado no fiofó. Em 2010: FOCA DA DISNEY! Rouco como foca da Disney! Rarará!
E a frase bombando no Twitter: "Errar é humano, mas cair de quatro é hermano!" E o Maradona foi quem mais recebeu apelido nesta Copa: Maladona, Nelson Ned da Argentina, Panda com Artrose e Tattoo da "Ilha da Fantasia". E adorei o apelido do chargista Heringer: PELADONA! Rarará!
E hoje: Holanda contra Uruguai! E sabe o que tá escrito no busão da seleção do Uruguai? "Gaúcho é a mãe, tchê!" Rarará! Os urugaúchos!
E o site "Comentando" revela como se fala Dunga em holandês: VAN BORA! Rarará!
Ainda bem que nóis sofre, mas nóis goza.
Que eu vou pingar o meu colírio alucinógeno!

TUTTY VASQUES

Diretas já para técnico da seleção!

TUTTY VASQUES
O ESTADO DE SÃO PAULO - 06/07/10


O timing é perfeito! Se toda Copa do Mundo coincide com ano de eleições para presidente da República no Brasil, por que não deixar o povo escolher, também nas urnas, o técnico da seleção que a cada 4 anos renova-se com as esperanças do hexa?
A CBF poderia até indicar uma lista com meia dúzia de candidatos ao cargo, mas a responsabilidade final pela definição do nome do treinador seria sempre creditada ao voto do torcedor. Que depois não reclame!
Em outubro próximo, todo brasileiro votaria para presidente, governador, senador, deputado federal e técnico da seleção. Diluída na logística do TSE, a consulta esportiva sairia a custo, praticamente, zero para o País. E ainda daria, de quebra, uma tremenda animada na campanha política que se encaminha para um enfadonho 0 x 0 nas pesquisas.
Guardada a independência dos pleitos, nada impediria, por exemplo, que a Dilma subisse no palanque do Felipão, a quem Serra prefere ver no Palmeiras. 
Quem sabe, no futuro, vire praxe acumular as funções de técnico da seleção e vice-presidente da República, o que, convenhamos, dá pra conciliar tranquilamente, né não?
Tira, tira, tira!
A decisão da musa paraguaia Larissa Riquelme de tirar a roupa para pagar promessa de uma graça não obtida - a frustrada classificação de seu país para as semifinais da Copa - abre um precedente perigoso no Mercosul. 
O fantasma de Maradona pelado continua rondando o obelisco de Buenos Aires.
Cacoete de popstar
Cristiano Ronaldo resolveu superar Michael Jackson em matéria de produção independente de filho. Em comunicado de nascimento de seu primeiro rebento, o craque português reserva-se o direito de manter o nome da mãe da criança em absoluto sigilo.
Forra
Chico Buarque voltou de Paris no fim de semana. Não suportou a gozação dos franceses pela eliminação do Brasil na Copa do Mundo.
Lembra dele?
E continua a caça às bruxas! Tem gente em Brasília falando em CPI do Guru do Dunga. Mais cedo ou mais tarde, o fiasco da seleção vai bater no tal Augusto Cury.
O clone
A Polônia elegeu presidente o irmão gêmeo do ex-presidente morto em recente acidente aéreo. Cá pra nós, parece novela do Manoel Carlos, né não?
Feminismo de Estado
Hillary Clinton passou o fim de semana entre o Azerbaijão e a Armênia, tentando resolver os conflitos na região separatista de Nagorno-Karabakh. É mais um passo importante na emancipação feminina, né?
Joaquim alemão
Joachim Löw, técnico da Alemanha, lembra um dos personagens daquela velha piada do Jô: "Era uma vez dois alemães, o Joachim e o Mahnöel..." 

MERVAL PEREIRA

Contradições 
Merval Pereira 

O Globo - 06/07/2010

A primeira versão do programa de governo que a candidata registrou no TSE contemplava apenas as diretrizes aprovadas pelo PT em fevereiro, quando ela ainda era ministra da Casa Civil, com boa parte das reivindicações das alas mais à esquerda da legenda.

O programa que meses depois o PMDB apresentou à candidata, com o objetivo declarado de neutralizar os radicalismos petistas, foi simplesmente ignorado.

Temas como tributação de grandes fortunas, defesa da jornada semanal de 40 horas imposta pelas centrais sindicais ao PT, o “controle social” dos meios de comunicação, e negociação entre as partes antes da reintegração de posse de propriedades invadidas — todas propostas da esquerda radical do PT em documentos como o da Conferência Nacional de Comunicação (Confecom) ou o Programa Nacional de Direitos Humanos — foram incluídos no programa oficial da candidatura petista, e o PMDB anunciou que não o aceitará nesses termos.

Numa manobra tão rápida quanto o receio de revelar seus verdadeiros propósitos e chocar a parte do eleitorado que ainda acredita que Dilma é tão flexível ideologicamente quanto Lula, o programa foi alterado horas depois, com a retirada de pontos polêmicos como o imposto sobre grandes fortunas.

A verdade, porém, é que mesmo que a candidata oficial Dilma Rousseff alegue que não compartilha essas propostas, elas fazem parte de uma espécie de código genético da ala mais radical do petismo, da qual ela já era figura proeminente antes mesmo de surgir do bolso do colete de Lula para ser impingida ao eleitorado como sua “laranja eleitoral”.

Essas ideias estão consubstanciadas na chamada “Carta de Olinda”, documento que basearia a candidatura de Lula em 2002 e que só foi abandonado devido à necessidade de vender o personagem “Lulinha Paz e Amor”, criado naquela ocasião pelo marqueteiro Duda Mendonça.

Eleito, o governo Lula vem tentando implementar essas medidas desde o primeiro ano do primeiro mandato.

A defesa da “democratização” dos meios de informação, por exemplo, é uma ideia recorrente que vem sendo derrotada desde que primeiramente foi oferecida a debate, com a proposta de criação de um Conselho Nacional de Jornalismo, que fiscalizaria os jornalistas para evitar “desvios éticos”.

Ela ressuscitou com a aprovação, na Conferência Nacional da Comunicação (Confecon), de um Observatório Nacional de Mídia e Direitos Humanos para monitorar a “mídia”, com ênfase nas questões ligadas a racismo, diversidade sexual, deficientes, crianças, adolescentes, idosos, movimentos sociais, comunidades indígenas e quilombolas, e é similar à proposta contida no Programa Nacional de Direitos Humanos de punir os órgãos de comunicação que transgredirem normas a serem ditadas por um conselho governamental.

O programa petista original já incluía a crítica ao agronegócio, que também está implícita no programa oficial da candidatura Dilma.

O documento definia que, para resolver a questão da concentração de renda e riqueza, seria necessária a “democratização da propriedade”, com “(...) uma ampla reforma agrária e apoio à agricultura familiar” e “o fim da violência e da impunidade do latifúndio”.

Agora, o programa de Dilma Rousseff registrado no TSE citava o Programa Nacional de Direitos Humanos para defender a “realização de audiência pública prévia ao julgamento de liminar de reintegração de posse”, um dos pontos mais contestados pela Confederação Nacional da Agricultura, pois, na prática, significa negar o direito de propriedade, dando aos invasores uma situação de legalidade que lhes permite negociar com o proprietário da terra invadida de igual para igual.

Diante dos protestos do PMDB, que tem uma grande bancada do agronegócio, essa ameaça foi retirada também do programa oficial, o que não significa que essa ala radical do partido não insistirá nela mais adiante.

As pesquisas de opinião estão mostrando um país dividido entre a candidatura governista e a oposicionista, com mais intensidade ainda do que o que ficou registrado no primeiro turno de 2006, quando Lula era candidato à reeleição.

Naquela ocasião, o candidato oposicionista Geraldo Alckmin recebeu uma votação acima da previsão de todos os institutos de pesquisa — teve 43% dos votos válidos —, enquanto Lula não conseguiu vencer no primeiro turno como esperava e as pesquisas apontavam, recebendo 48% dos votos.

Mas a divisão regional do país já estava registrada ali, com o Sul e o Sudeste e parte do Centro-Oeste agropecuário votando com a oposição, e o governo vencendo no Norte e Nordeste.

Hoje, as pesquisas mostram o mesmo cenário, apesar da aprovação recorde do presidente Lula.

Os grandes centros urbanos do Sul e do Sudeste, onde predomina uma classe média bem informada, e o agronegócio estão novamente na maioria com a oposição, equilibrando a influência do governo no Norte e Nordeste.

A campanha que ora se inicia servirá para definir a escolha do eleitorado, não apenas nos programas da propaganda gratuita pelo rádio e televisão, mas também pelos debates que estão programados pela TV aberta e entrevistas, sobretudo a da bancada do “Jornal Nacional”.

Os candidatos terão que expor suas idéias e estarão expostos às suas contradições.

MÔNICA BERGAMO

Encontro Marcado 
Monica Bergamo 

Folha de S.Paulo - 06/07/2010

Bon Jovi deve se apresentar no estádio do Morumbi, em São Paulo, no dia 8 de outubro. A data foi reservada pelos organizadores da turnê que o roqueiro americano fará pelo Brasil.
Prévia
E a banda canadense Rush deve se apresentar no mesmo Morumbi dois dias antes, em 6 de outubro.
Casa de Penhora
O cantor Nasi teve a penhora de seus bens determinada pela Justiça, para o pagamento de cerca de R$ 500 mil de multa. O juiz considerou que ele descumpriu a decisão que o impede de falar ou escrever na internet sobre seu irmão e ex-empresário, Airton Valadão Junior. O advogado de Nasi, Celio Almada Neto, diz não ter sido notificado. Afirma que o cantor "não publicou mais nada" e que tirou do ar "o que estava sob responsabilidade dele".
Bola Dividida
O presidente do Palmeiras, Luiz Gonzaga Beluzzo, admitiu à coluna que poderia rever sua posição em relação à possibilidade de Luiz Felipe Scolari, o Felipão, se dividir entre o clube e o comando da seleção brasileira. Em princípio contrário à ideia, Beluzzo procuraria o treinador "para ver o que ele quer. Do meu ponto de vista, não é conveniente. Mas, se o Felipão achar que dá para fazer as duas coisas, vamos estudar".
Mão na Bola
E o Palmeiras já vendeu os 12 ingressos de R$ 1.000 que permitirão aos torcedores serem gandulas no amistoso contra o Boca Juniors, na sexta, último jogo antes da reforma do Parque Antarctica.

Está com lista de espera de 30 pessoas.
Sem Costura
A Rosa Chá perdeu um ponto avaliado em R$ 1,7 milhão no shopping Iguatemi, pois não cumpriu o prazo para renovar o contrato. A marca diz que o local era de um franqueado e que negocia a abertura de uma nova loja, maior e própria.
Padrão
Bem natural na novela "Passione", a imagem de Fernanda Montenegro, 80, passou por "recauchutagem" para estrelar campanha do Banco do Brasil. Nela, a atriz aparece quase sem marca de expressão no rosto. A agência Master, que fez as peças publicitárias, diz que Fernanda foi maquiada e que a foto passou por "um tratamento de imagem para se alinhar aos padrões estéticos do anúncio", preservando "a identidade e o reconhecimento da atriz".
Fazendo Contas
O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM-SP), já procura nomes para substituir Antonio Carlos Caruso no TCM (Tribunal de Contas do Município). Ele completa 70 anos e terá que deixar o tribunal por causa da aposentadoria compulsória. Os secretários municipais Alexandre Schneider (Educação) e Rubens Chammas (Planejamento) são cotados para a vaga. Schneider já foi sondado por Kassab.
Outro Olhar
André Fischer, criador do site Mix Brasil, e a promoter Dudi Cotrim estão pegando depoimentos de pessoas para escrever um livro sobre a "visão heterossexual do mundo GLS".

"A ideia é mostrar histórias de pessoas que não são gays sobre esse universo. Haverá coisas tristes e engraçadas", diz Fischer.
Top Vice
A russa Sasha Pivovarova, 2º lugar no ranking do site Models.com, desembarca no país hoje. A top, estrela de campanhas de Chanel e Prada, fotografa para a marca de sapatos Santa Lolla.
Rio Hollywood
As filmagens de "Eclipse de Violeta" (nome provisório), próximo longa de Karim Aïnouz ("Madame Satã", "O Céu de Sueli", "Cinema Aspirinas e Urubus"), começam no dia 29, no Rio de Janeiro. O bairro de Copacabana servirá de locação para o filme, que terá Alessandra Negrini como protagonista.
Na Regência do Samba
O Instituto Vladimir Herzog fez festa no sábado para comemorar seu primeiro ano. O evento, batizado de "Encontro Musical pela Democracia, Educação e Felicidade", na Sala São Paulo, contou com concerto regido por João Carlos Martins e apresentações de Fafá de Belém e da bateria da escola de samba Vai-Vai.
Subiu a Serra
O artista plástico Fabio Delduque é o idealizador do Festival Arte Serrinha, evento que começa na sexta-feira e reúne apresentações de música, teatro, dança e fotografia na cidade de Bragança Paulista (SP). Quando não está organizando o festival, Fabio realiza trabalhos como cenógrafo-é ele quem cuida dos shows de Mart'nália e Mallu Magalhães. No ano passado, ganhou o prêmio de melhor direção de arte em Gramado com o filme "Luz nas Trevas", de Helena Ignez.
Curto-circuito
A Unibes e a Liga Solidária promovem a vinda da Orquestra Sinfônica de Jerusalém para uma apresentação no dia 22 de agosto, na Sala São Paulo.

O trio Rafael Castro & Os Monumentais se apresenta hoje, à meia-noite, no CB. 18 anos.

O projeto Gudi #3 reúne obras de 16 artistas a partir de hoje no Cartel 011.

Acontece hoje a reinauguração da Drogaria Iguatemi, no shopping Iguatemi.

MÍRIAM LEITÃO

Valores relativos 
Miriam Leitão 
O Globo - 06/07/2010

O ministro Celso Amorim deu uma resposta padrão para as críticas em relação à visita a Guiné Equatorial dirigida pelo ditador Obiang Mbasogo: disse que “negócios são negócios”. De fato, são.

Mas a diplomacia sabe também que gestos são gestos. Uma coisa é visitar, outra é acolher na Comunidade de Língua Portuguesa um país que sequer fala o português.

Na espantosamente equivocada diplomacia do governo Lula tudo vive misturado.

Só para lembrar: o Brasil não reconhece o governo de Honduras.

Em maio, condicionou a ida do presidente Lula à reunião da Cúpula União EuropeiaAmerica Latina, na Espanha, a que o governo de Madrid desconvidasse o presidente de Honduras, Porfírio Lobo, alegando o golpe contra Manuel Zelaya. Bom, houve sim um golpe, mas o governo de Lobo foi eleito.

O país tão radicalmente defensor de princípios em Tegucigalpa não faz o mesmo no circuito Havana, Caracas, Teerã; nem parece o mesmo que abona a ditadura corrupta e truculenta da Guiné Equatorial com o argumento de que “negócios são negócios”. O país que não comenta a situação interna do Irã, alegando respeitar o princípio de não interferência em assuntos internos, é o mesmo que compara os presos políticos cubanos a criminosos comuns e que afronta a oposição venezuelana afirmando que na Venezuela tem “democracia demais”.

A diplomacia do governo Lula é um poço de contradições insanáveis. Outro argumento usado pelo ministro das Relações Exteriores é que “o isolamento e a distância só farão com que o país fique mais perto de outros e fique mais longe do que desejamos”.

Esse é o mesmo argumento usado para justificar relações fraternas com Mahmoud Ahmadinejad, sem qualquer pergunta a respeito das abusivas condenações à morte de cidadãos que se manifestaram contra as fraudes nas eleições do ano passado.

Quando foi a Tripoli, o presidente Lula fez declarações sobre uma suposta redemocratização do país que estaria sendo conduzida por Muammar Kadhafi.

Quando convém, o governo Lula usa um dos três argumentos: da frieza comercial, da boa influência brasileira sobre maus governos, ou da não interferência em assuntos internos. Em alguns momentos, faz a defesa ideológica de regimes autoritários como os de Cuba e Venezuela.

Em outros momentos, apresentase como defensor inflexível da democracia, o que ocorreu no caso de Honduras.

Como o governo de Honduras realizou eleições, respeitando o que prometeu, não seria o caso de o ministro Celso Amorim dizer o mesmo que disse sobre Guiné Equatorial, que o país não deve ser isolado, porque a proximidade pode empurrá-lo na direção certa? Será que a diferença é apenas o fato de que Guiné tem promissores campos de petróleo, enquanto Honduras é apenas um pobre país centro-americano? Se for isso, que a diplomacia atual nos poupe dos sermões sobre o golpe contra Zelaya ou da condenação à tentativa de golpe que houve em Caracas em abril de 2002, ou quaisquer outros ataques de principismo seletivo.

O Brasil tem que ter relações comerciais com o maior número de países.

Mas deve evitar gestos que pareçam ser uma aprovação a governos que desrespeitem sistematicamente os direitos humanos e que se perpetuem no poder, como Mbasogo. Deve evitar por dois bons motivos: não são esses os valores brasileiros, e o Brasil tem que se esforçar para construir laços com os países e não com os governos.

Por mais interminável que pareça, um dia acabará o governo Hugo Chávez. As demonstrações recorrentes de apoio ao chavismo não são evidentemente bem vistas pela oposição do país. É preciso manter boas relações com a Venezuela sem abonar um governante histriônico que tem feito um ataque serial às instituições. Da mesma forma, é bom aprofundar relações com Cuba sem que isso signifique apoio do Brasil à ditadura de 51 anos da família Castro.

Esse é o ponto que o governo Lula nunca conseguiu.

Mbasogo é um ditador sanguinário que há 30 anos prende e mata inimigos do seu governo e instaurou um estado policial. Não é o Brasil que vai mudar isso, mas sim os cidadãos do país. Mas o cuidado tem que ser o de visitar o país sem abonar seu governo; prospectar negócios sem demonstrar carinho por um ditador. A boa diplomacia sabe bem como fazer esse equilíbrio. Para isso, existem os gestos. Eles precisam ser calibrados na medida certa para passar a mensagem que se quer passar.

Nos governos autoritários, recomenda-se lembrar de como vários governantes fizeram quando estivemos nós sob ditadura. Programas de visitas ao Brasil de governantes democráticos às vezes continham encontros com outras lideranças da sociedade, inclusive adversários do regime. Um dia, o governo militar acabou e alguns líderes daquela oposição passaram a governar o país.

Ahmadinejad nunca teve bons propósitos com o seu programa nuclear. Defender o direito de o Irã ter um programa pacífico, como o nosso, é totalmente diferente de não ver as contradições entre o que o Irã faz e o que o Irã fala; e de ignorar as razões da preocupação da comunidade internacional em relação ao país.

A diplomacia brasileira já soube defender valores e ser pragmática; abrir mercados e ter distanciamento crítico em relação aos governos.

Hoje, não sabe mais.

MARIA CRISTINA FRIAS - MERCADO ABERTO

Revolução Francesa 
Maria Cristina Frias 

Folha de S.Paulo - 06/07/2010

O governo francês acaba de abrir escritório da Afii (Agência Francesa para Investimentos Internacionais) em São Paulo -o primeiro na América do Sul.

O objetivo é captar investimentos brasileiros para a França. "Queremos pegar essa onda de internacionalização de empresas brasileiras", diz o diretor-geral da Afii, François Removille.

Cerca de 30 companhias brasileiras estão na França, de acordo com Removille.

A agência possui alguns negócios em andamento, principalmente na área de informática. Entre as vantagens que o governo oferece, Removille destaca um programa de incentivo fiscal para empresas com projetos de pesquisa e desenvolvimento. "Permite às empresas deduzirem do IR 30% do valor gasto na pesquisa, incluindo custos com salário, aluguel, entre outros."
Expansão imobiliária impulsiona mercado de seguro para residências
Impulsionado pelo aquecimento imobiliário, o mercado de seguros para residências registrou receita de R$ 378,4 milhões entre janeiro e abril. A alta é de 20,2% sobre o mesmo período de 2009, segundo a Susep.

O aumento já se compara percentualmente ao desempenho do mercado global de seguros do país, que, com exceção de saúde, subiu 22,6% no período, com receita de R$ 27,5 bilhões. O residencial superou os resultados da área de automóveis (16%), já tradicional no Brasil.

O seguro para casas hoje é vendido em pacotes que podem incluir garantia contra incêndio, raios e explosão.

Esse mercado deve apresentar crescimento mais elevado no futuro, segundo Ricardo Saad, diretor-presidente da Bradesco Auto/RE Companhia de Seguros.

"O Brasil tem hoje apenas 10% dos domicílios segurados. Há espaço para crescer. Para este ano, nossa meta é dobrar a carteira", diz Saad.

"A cultura desse seguro está nascendo no Brasil, especialmente nos grandes centros", afirma Rafael Rodrigues, da Allianz.

O crescimento também pode ser atribuído ao aumento de sinistros por mudanças climáticas, segundo Paulo Umeki, da Liberty. Da Carteira de 130 mil residências da empresa, 55% estão na região Sul, vítima de vendavais, e 28%, na cidade de São Paulo, por conta de raios.
Custo menor
A demanda por auditoria jurídica cresceu até 400% no último ano em alguns escritórios. O serviço consiste em identificar quanto a empresa deve reservar para sanar o passivo judicial, evitando o bloqueio desnecessário de verba. Voltado para grandes corporações, o nicho já representa cerca de 10% do faturamento do Villemor Amaral Advogados.
Falência no Futebol
Se comparadas com empresas tradicionais, três das cinco principais ligas do futebol europeu estarão falidas em até dois anos.

Os motivos são os altos salários dos jogadores e a balança de importação e exportação de craques, que fechou a temporada 2009/2010 em ? 566 milhões negativos.

A previsão é da A.T. Kearney, que analisou os clubes da primeira divisão de Espanha, Inglaterra, Itália, França e Alemanha.

Apenas alemães e franceses fogem à regra. Eles são os únicos com ROA (retorno sobre o investimento) positivo: 2% e 0,5%, respectivamente.

A sustentabilidade nesses países se deve à limitação de salários e ao desenvolvimento de novos talentos, o que reduz transferências futuras.

Como os clubes não impõem garantias para a transferência, os esportistas (importados de Brasil, Argentina e Leste Europeu) têm liberdade e posição de barganha.

No entanto, a falência de uma liga pode afetar mesmo as financeiramente estáveis, como ocorrido na zona do euro devido à crise na Grécia, segundo a A.T. Kearney.
Maca Tecnológica
A Santa Casa de Misericórdia de São Paulo acaba de concluir as obras da unidade 2 do Hospital Santa Isabel, que atenderá pacientes particulares e convênios médicos.

A inauguração será no fim deste mês. A previsão é dobrar o número de atendimentos em um ano, com a tecnologia avançada que foi trazida à nova unidade, segundo Kalil Abdalla, provedor da Santa Casa.

Os investimentos, de R$ 30 milhões, foram feitos pela própria instituição.

"Já temos outros terrenos comprados na região e interesse em construir o Santa Isabel 3", afirma.

O hospital terá UTI com janelas e câmeras, leitos com sensor para queda, camas com balança de controle de peso do paciente e equipamento de hemodinâmica moderno.

PAULO GODOY

Prioridades para a próxima década
PAULO GODOY
FOLHA DE SÃO PAULO - 06/07/10

Há muito a ser feito, mas dizer que nada funciona é cometer deslizes históricos; nos últimos 20 anos, muitas tarefas foram enfrentadas



O Brasil é um país de muitos desafios, mas dois deles surgem como prioridade para autoridades e cidadãos a partir das eleições que ocorrem em 2010: realizar reformas estruturantes e aumentar significativamente a relação custo-benefício do funcionamento das instituições do Estado brasileiro. Rever as práticas em torno da governança e do gasto público não é uma tarefa para poucos anos. Por governança, nesse caso, entende-se um relacionamento eficiente e profícuo entre as instituições de Estado e agentes da sociedade. Por gasto, compreende-se um ponto ótimo na gestão dos recursos que são arrecadados e uma relação equilibrada entre custo e benefício.
As diretrizes são conhecidas: direcionar partes maiores do Orçamento para investimentos, a partir de um controle rigoroso sobre despesas com pessoal e gastos correntes; estabelecer indicadores quantitativos e qualitativos para mensurar o resultado do gasto público de acordo com metas; privilegiar o mérito no reajuste salarial do funcionalismo, hoje bastante impregnado por critérios corporativistas.
Outras diretrizes são reorganizar ou remanejar quadros existentes para funções com demandas maiores; criar planos de carreira para funções prioritárias do Estado; rever procedimentos e funções dos órgãos públicos para racionalizar o trâmite dos investimentos e da gestão dos programas.
Esse esforço deve ser acompanhado de ofensiva em prol da transparência, para que a condução das políticas públicas possa colher elogios por metas atingidas e cobrança por resultados insuficientes. Há muito a ser feito, mas dizer que nada funciona é cometer deslizes históricos. Nos últimos 20 anos, muitas tarefas fundamentais foram enfrentadas. A inflação foi controlada e a sociedade não admite retrocessos. A dívida interna foi reestruturada. O sistema financeiro foi fortalecido após um perigoso susto nos anos 90.
Políticas sociais foram criadas, aperfeiçoadas e ampliadas. O estabelecimento de um novo arcabouço regulatório permitiu a volta do empreendedor privado aos investimentos em infraestrutura. Há um ambiente de respeito aos contratos, mesmo que ainda haja passos largos para garantir segurança jurídica completa. Mesmo assim, o Brasil ainda é um país com muitos gargalos e desigualdades.
Fazer frente a esses desafios requer um Estado competente -nem mínimo nem máximo-, e qualquer Estado que almeje esse adjetivo precisa ter estrutura eficiente e eficaz, capaz de induzir a economia à prosperidade e distribuir bem-estar com boa relação custo-benefício.
Sem melhorar a competitividade e a produtividade da economia, sem investimento suficiente em infraestrutura, sem reformas estruturantes, sem métodos e modelos de gestão adequados para os gastos da administração pública e sem melhorias no ambiente de negócios, o crescimento econômico e o desenvolvimento social serão novamente limitados, como aconteceu em décadas passadas. Essa perspectiva tem de mudar.
PAULO GODOY é presidente da Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib).

PAINEL DA FOLHA

Vale este 
Renata Lo Prete 
Folha de S.Paulo - 06/07/2010

Diante do barulho causado pelo programa de governo de Dilma Rousseff entregue ontem ao TSE, no qual se destacam itens como a taxação de fortunas e o "controle social" dos meios de comunicação, o comando da campanha não apenas trocou o texto por uma versão atenuada, já perto do horário-limite, como atribuiu a um erro da "área jurídica" a apresentação do primeiro documento, debatido em fevereiro na pré-convenção do PT. Sobre a ausência de contribuições dos aliados, notadamente o PMDB, o QG dilmista alega que os demais partidos foram estimulados a registrar seus próprios programas, para futura junção. A sigla de Michel Temer nada entregou.
Não... 
 Do presidente do PT, José Eduardo Dutra, quando o partido aprovou o documento na pré-convenção: "Vou falar pela milésima vez: essas são apenas diretrizes, que serão submetidas à candidata, à sociedade e aos partidos aliados".
...e não De Michel Temer, presidente do PMDB e vice de Dilma, na época: "Não vamos nem aceitar prato feito nem brigar. Você só faz coalizão eleitoral dialogando com programas de governo".
De verdade A Rede Globo acredita que será possível realizar seu debate, o último antes do primeiro turno, apenas com Dilma, Serra e Marina -os três candidatos com votação expressiva. Quanto maior o número de participantes, menor a eficiência desse tipo de evento.
Armistício Ontem, depois de participarem de reunião sobre o debate na sede da Globo, no Rio, os marqueteiros de Dilma, João Santana, e de Serra, Luiz Gonzalez, "racharam" um táxi até o aeroporto Santos Dumont.
Língua do P De Dutra, tranquilizando seguidores no Twitter após sofrer uma crise de hipertensão: "Calma pessoal! Foi só um "piriPAC'". Resposta do ministro Alexandre Padilha: "Cuide-se. Meu secretário-executivo ficou tão preocupado que teve um "piriPAC2'".
Em resumo De um veterano observador de campanhas presidenciais: "A situação está mais difícil para Serra do que o PSDB calculava há alguns meses e menos fácil para Dilma do que o PT imaginava semanas atrás".
Melou 1 Apesar dos esforços de última hora das cúpulas dos dois partidos, fracassou a tentativa de entendimento no Pará entre DEM e PSDB, aliados no plano nacional. O tucano Simão Jatene registrou a chapa ao governo com o correligionário Flexa Ribeiro como candidato único ao Senado. Valéria Pires Franco (DEM) sobrou.
Melou 2 A direção do DEM vê na atitude do PSDB local uma tentativa de atrair, no segundo turno, o apoio de Jader Barbalho -daí Jatene ter preferido lançar apenas um nome ao Senado, para o qual o peemedebista tentará se eleger. O problema é que a governadora Ana Júlia (PT), candidata a novo mandato, espera o mesmo de Jader.
Despejo O governo de São Paulo entrou em atrito com o Dieese (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos) ao enviar uma carta dando 60 dias de prazo para a entidade deixar sua sede, no Parque da Água Branca, que será transformada em biblioteca temática de agricultura.
Parada O governador do Espírito Santo, Paulo Hartung (PMDB), organiza uma manifestação, no próximo dia 13, nos moldes do protesto liderado pelo colega Sérgio Cabral (PMDB) no Rio de Janeiro, contra a divisão dos royalties do pré-sal. O presidente Lula visitará o Estado dois dias depois para inaugurar uma plataforma.
Tiroteio
 "Na pressa de registrar a candidatura, eles devem ter entregue o caderno errado." DO DEPUTADO EDUARDO CUNHA (PMDB-RJ), sobre o fato de o programa de governo de Dilma, apresentado ontem ao TSE, não contemplar uma única linha do tão comentado documento com propostas elaborado pelo aliado PMDB.
Contraponto
Imelda Marco Antônio
 Políticos e autoridades de São Paulo se revezavam ontem ao microfone durante a abertura da Francal, maior feira de calçados do país, no Anhembi. Quando chegou a vez de a vice-prefeita, Alda Marco Antônio, discursar, a peemedebista não escondeu a euforia:

-Eu sou a única mulher neste palco, e estou muito feliz, porque toda mulher gostaria de ter cem pares de sapatos no armário!

A plateia riu, e ela ainda teve tempo de emendar:

-As que não têm certamente estão lutando por isso!

CELSO MING

Bem na foto 
Celso Ming
O Estado de S.Paulo - 06/07/2010

Já passamos da metade do ano e, do ponto de vista da economia, dá para dizer que o Brasil vai bem, melhor do que esperava há seis meses e ainda melhor do que tantos outros países por aí.

O ano vai contabilizando um crescimento econômico (avanço do PIB) superior a 7%, com uma boa distribuição entre os setores. Desta vez, não é só a agricultura e a mineração que estão dando conta do recado. A indústria não tem do que se queixar, avança quase 12%; a construção civil menos ainda porque sobra financiamento e o restante do setor de serviços mostra boa saúde (veja tabela).

Não passa um dia sem que algum jornal importante do exterior não publique matéria em que dá conta de que alguns países emergentes, entre eles o Brasil, vão tendo, em 2010, um excelente desempenho. Enquanto isso, os países ricos amargam ou uma recessão ou um crescimento pífio, com um momento ruim para a criação de empregos. Nos Estados Unidos, 9,7% dos trabalhadores estão desempregados; na área do euro são 10,1%, enquanto no Brasil são 7,5%.

Não dá para esconder que esse salto no crescimento econômico vem queimando algum óleo a ponto de elevar o risco de prejudicar o motor. São dois os problemas. O primeiro deles é a falta de sustentação desse ritmo. A margem de ociosidade das máquinas está se estreitando, advertindo que, apesar dos melhores resultados deste ano, falta investimento.

O segundo problema é que esse desempenho não é totalmente "natural". Ele se baseia no crescimento excessivo do consumo das famílias (de 12% ao ano), que, por sua vez, tem a ver com o forte aumento das despesas públicas, de 19,3% no primeiro trimestre deste ano, que é parte importante do governo neste período eleitoral.

E, quando cresce acima da capacidade de oferta da economia, o consumo desemboca no que todos já sabem: na inflação. Para 2010, a meta é de 4,5% e, no entanto, as projeções para este ano são de uma inflação de 5,6%, mais de um ponto porcentual acima do estipulado.

Se quiser conservar a iniciativa neste período de final de mandato, o governo terá forçosamente de agir para desacelerar a atividade econômica. O Banco Central já vem atuando com a calibragem da política monetária (alta dos juros). Mas, desta vez, vai ser preciso ir mais longe. A política fiscal poderá trabalhar já não mais para ganhar as eleições, mas para realinhar as despesas públicas às novas exigências da política econômica. Hoje não há nenhuma indicação sobre quando e em que proporção isso será feito.

Outra área em que o governo federal poderá atuar é no crédito, que está crescendo uma enormidade, nada menos que 18% ao ano. O segmento dos financiamentos para pessoas físicas vem se expandindo a 33%. O Banco Central começou o processo de aumento dos recolhimentos compulsórios por parte dos bancos. Não é um fator que vai inverter o processo, mas não deixa de ser a emissão de um sinal.

Em suma, para um final de mandato, a economia do Brasil continua bem na foto, embora imperiosamente necessitada de ajustes. Se eles não forem feitos, o risco de que a casa se desorganize aumenta muito.
Confira
Tombo
As ações da Petrobrás não param de cair. Só nos dois primeiros dias de julho, escorregaram mais de 1%. As ações ordinárias tiveram perdas acumuladas de 26,8% neste ano e as preferenciais, de 26,5%.
Sem condições
Essa situação não reflete apenas o nível de indefinição sobre o processo que pretende ser a maior oferta pública de ações da história. Reflete, também, a percepção de que o acionista minoritário não vai ter condições de subscrever toda a sua parte. E isso significa perda de participação acionária, cujo maior beneficiário será o Tesouro Nacional.

ILAN GOLDFAJN

À beira de um ataque de nervos
Ilan Goldfajn 
O Estado de S.Paulo - 06/07/10

Cachorro mordido por cobra tem medo de linguiça. Um ano e meio após a crise financeira internacional, o trauma continua. Bastou uma desaceleração econômica no trimestre recém-terminado para voltarem os temores de novo mergulho na recessão global. "Tem mais de 50% de chance", alerta Bob Shiller, famoso economista de Yale, reconhecido por acertar suas previsões. É necessário um novo megapacote de gastos para estimular a economia americana, argumenta Paul Krugman, Prêmio Nobel de Economia, hoje colunista e polemista. Enquanto isso, na Europa a receita é o oposto: Alemanha, Espanha, Itália, Irlanda, Portugal e outros apertam os cintos, cortam gastos e aumentam impostos. O objetivo é mostrar que as dívidas serão pagas, de forma a reduzir o risco (e os juros) e, assim, restaurar a confiança nessas economias para voltar a crescer. A divisão de opiniões parece mais profunda que o normal. Afinal, quem tem razão: é para o governo gastar mais ou menos?

A resposta depende das restrições que o mercado (isto é, capacidade de rolar a dívida) impõe a cada país e da possibilidade de adiar o ajuste fiscal para o médio e o longo prazos. Vejamos.

Por um lado, parece que os governos têm, de fato, de apertar o cinto. As preocupações fiscais ressurgem agora, tal como os tremores sucedem ao terremoto principal. A crise só piorou uma situação que já era delicada. Dívidas que eram frágeis de antemão, dadas as futuras obrigações previdenciárias em países em processo de envelhecimento (mais aposentados para menos contribuintes), receberam um choque adicional no resgate da crise financeira (lembre-se que os governos tiveram de garantir todos os passivos dos bancos e afins). Assim que as preocupações imediatas da crise (depressão, quebras, etc.) se diluíram, os investidores começaram a reavaliar os títulos governamentais que ofereciam "pouco risco", como os da zona do euro, e começaram a demandar juros maiores. Algumas economias não suportaram o olho fino nas suas finanças públicas nem o aumento de juros que se seguiu (para compensar o risco). O caso da Grécia foi o mais emblemático. Quando a maré baixou, muito país ficou nu.

O problema é que vários países desenvolvidos terão de fazer o ajuste fiscal simultaneamente. E se isso impactar muito o crescimento, a relação dívida-PIB não cairá como deveria. Para um economista latino-americano parece o roteiro de um filme da década de 80 (ou de um filme argentino mais moderno). O final será uma ou duas décadas perdidas.

Por outro lado, após vários trimestres de alívio vindo de uma recuperação mais vigorosa, o mundo defronta-se de fato com uma desaceleração neste último trimestre. O mais provável é que não seja o começo do fim (uma depressão), mas sim uma desaceleração temporária, reflexo da volatilidade do crescimento num mundo sujeito a mais dúvidas. Os mais otimistas - que extrapolavam a velocidade da recuperação para um futuro brilhante - desapontaram-se. E os mercados, hoje, sofrem com a desilusão de que o passado brilhante - o de crescimento forte sem (percepção de) risco - não volta. E não volta mesmo: aquele passado era uma bolha, agora sabemos todos, após o seu estouro.

O risco, para Krugman, Shiller e outros, é que não seja uma desaceleração temporária, mas o sinal de que o efeito dos estímulos fiscais, assim como dos juros baixos (em zero) e dos estímulos monetários (via compra de ativos), se esgotou. E que a frágil confiança na economia venha a desmoronar, reduzindo o ímpeto para consumir e investir. Receita para um novo mergulho na recessão.

A proposta econômica desses analistas é coerente com essa visão. Se o estímulo se esgota, há que implementar um novo pacote fiscal e monetário. A princípio, para tais analistas, não haveria o efeito colateral de dobrar a dose fiscal nos EUA. Os juros cobrados nos títulos do governo americano encontram-se muito baixos, não revelando nenhum risco de rolagem ou temor na dinâmica crescente da dívida. Na verdade, ocorre o oposto. Quando os temores globais aumentam, os investidores fogem para os ativos americanos, considerados de menor risco. Isso dá o sinal de que os EUA ainda poderiam implementar mais um estímulo fiscal sem comprometer a sua capacidade de rolar a dívida.

Essa situação é diferente da europeia, em que vários países não têm mais a capacidade de rolar sua dívida a juros baixos. A capacidade de continuar implementando novas políticas fiscais expansionistas não existe mais para vários países da Europa - talvez com exceção da Alemanha, que tem a opção, mas resolveu seguir o caminho da austeridade.

Apesar da aceitação da dívida americana no mercado, isso não significa que não seja necessário um ajuste fiscal no médio e no longo prazos. Para financiar os futuros gastos de saúde e previdência é primordial ajustar as receitas ou diminuir os benefícios. Para alguns, o ideal seria implementar uma política expansionista enquanto é possível e, simultaneamente, anunciar uma política fiscal futura que equacione despesas e receitas no médio e no longo prazos. A dúvida é se o anúncio de austeridade no médio e no longo prazos enfraquece o impacto do estímulo fiscal no curto prazo, e vice-versa. É uma equação possível, mas difícil de implementar. (Para quem tiver interesse nas prescrições do FMI acerca do ajuste fiscal nas economias avançadas, consultar: Olivier Blanchard and Carlo Cottarelli, Ten Commandments for Fiscal Adjustment in Advanced Economies, posted on June 24, 2010 by iMFdirect.)

Em suma, as restrições de rolagem da dívida não permitem à maioria dos países da Europa cogitar de novo estímulo fiscal. Talvez nem seja factível nos EUA, apesar das condições ainda favoráveis de mercado. A ironia é que vários países europeus estouraram as metas de déficit fiscal no passado, antes da crise, quando ainda era possível uma correção de rota sem os difíceis dilemas atuais. É uma lição para o Brasil: momento de corrigir trajetórias equivocadas é quando há confiança e a crise ainda é dos outros.
ILAN GOLDFAJN É ECONOMISTA-CHEFE DO ITAÚ UNIBANCOC

SONIA RACY - DIRETO DA FONTE

Reestruturando 
Sonia Racy 

O Estado de S.Paulo - 06/07/2010

Índio da Costa, vice de Serra, já escolheu quem concorrerá a deputado federal, em seu lugar, pelo DEM do Rio.

Trata-se de outro advogado, Fabio Lins e Silva - quinta geração da família Lins e Silva, que desde o Império tem ligação com o Direito.
Lazer eleitoral
E Serra atraiu curiosos em caminhada... no Shopping Iguatemi, anteontem. Estava acompanhado da filha Verônica e dos netos.
Ponto final
O ministro do STJ Aldir Passarinho Junior homologou a desistência de recursos específicos envolvendo a Bombril, relacionados à briga entre o escritório de advocacia de Antônio Augusto Coelho e Ronaldo Sampaio Ferreira, antigo dono que voltou a controlar da empresa.
Acertou-se alguns milhões para Coelho. Nenhum dos dois quis comentar o assunto.
Homem ao mar
Pedro Grendene se prepara para receber dia 16, em Mônaco, a super lancha italiana SRM, de 150 pés.
Nome? Kate, o mesmo da cachorrinha da família.
Morbidez
Não poderia ser pior. Sites que pirateiam conteúdo pornográfico estão relançando download de filmes com Fernanda Faria e Victoria Sanders - que seriam nomes fictícios de Eliza Samudio, ex-amante desaparecida do goleiro Bruno, do Flamengo.
Tristeza de alguns...Quem está na completa paz é Ronaldinho Gaúcho. Ele curtiu o fim de semana jogando futevôlei na praia da Barra, no Rio. E caiu no samba na quadra da Portela.
Até pandeiro ele tocou.
Barrados no baile
Pessoas foram barradas na porta da mostra de fotos de Maureen Bisilliat, com visita guiada pela própria, domingo. Por superlotação do... guarda-volumes da galeria de arte do Sesi, na Av. Paulista.
Perderam linda exposição.
Cor do verão
Dona Marisa Letícia era esperada ontem no salão de Wanderley Nunes. "Eu vou deixá-la mais loira, antecipando o verão", disse Nunes.
Foco errado
O interesse dos empresários brasileiros sobre o que pensa Dilma Rousseff pôde ser medido ontem, com o comparecimento de 486 deles no almoço oferecido pelo Lide, de João Doria, no Hyatt de São Paulo.
No entanto, seu discurso, segundo vários participantes, deixou a desejar: não deu qualquer dica maior sobre como vê a economia privada nacional. Principal interesse dos presentes.
Margens nada plácidas
Na noite da sábado, na abertura do Festival de Inverno em Campos do Jordão, um pequeno impasse.
A Osesp resolveu inovar e se recusava a tocar o Hino Nacional. Depois de certa canseira e atraso, acabou convencida.
Na frente
Além de reger a Orquestra Sinfônica Brasileira, sexta, Roberto Minczuk ganha uma homenagem. Em Campos do Jordão.

Começa hoje, com 16 filmes, a 4a Mostra de Bollywood e Cinema Indiano. Na Cinemateca.

Ainda há vagas para o cruzeiro do centenário do colégio Dante Alighieri. O navio faz tour em janeiro pela costa brasileira.

Cof Cof. O tempo seco de SP está prejudicando a peça Macbeth, no Sesc Pinheiros. Sábado, mais alto que as falas dos atores era a sinfonia da tosse na plateia.