terça-feira, maio 25, 2010

JOSÉ SIMÃO

Gorete virou a Mulher Gorila!
JOSÉ SIMÃO
FOLHA DE SÃO PAULO - 25/05/10

E ela ficou a cara da Marcia Goldsmith! Mas ela não queria ser Gisele? Eu entrava no Procon! Rarará!


BUEMBA! BUEMBA! Macaco Simão Urgente! O esculhambador-geral da República! Direto do País da Piada Pronta!
TVs entram em PÂNICO! Transformação de Gorete faz "Pânico" bater recorde de audiência. Emocionante. Parecia final de novela da Glória Perez! Com o quadro "Gorete quer ser Gisele!".
Paula Veludo, a Gorete, era desdentada e estrupiada. Aí, ela foi na Ligia Kogos e passaram reboco na cara dela. Depois, ela foi no dentista Anderson e botaram um piano na boca dela.
E ela ficou a cara da Marcia Goldsmith! Mas ela não queria ser Gisele? Eu entrava no Procon. Rarará! Podia ter sido pior, ficado com a cara da Sonia Abrão. Ela ficou incrível, mas com dente demais. Cuidado com o boquete! Rarará!
E como disse o Hugo Gloss no Twitter: "Agora, ela vai ficar com um megatique nervoso chupando dente o resto da vida!". E um outro: "A Dilma é a Gorete do Lula!". E uma outra: "Adorei a Gorete. Todo mundo devia ter acesso à beleza paga, vencer o determinismo genético". Rarará! Não existe mulher feia, mas sim desprovida de money. Agora eu quero ver ao contrário: a Gisele virar Gorete. Transformação de circo: Mulher Gorila!
E domingo, dia 23, foi Dia Mundial da Tartaruga. E por coincidência ou perseguição era o aniversário do Rubinho. Então, parabéns ao Rubinho e a todas as outras tartarugas. Rarará!
E o recado da secretária eletrônica do Lula: "Não posso falar agora, fui até ali resolver os problemas do mundo e volto logo".
E a Cópula do Mundo? Frase do ônibus da seleção do Brasil: "O único ônibus com oito volantes". E a frase no ônibus da seleção da Grécia: "Vende-se!".
Seleção dos Leitores! Os leitores continuam mandando seleções melhores que a do Dunga! Fala pro Dunga levar o time de futebol society, ao lado do Shopping Morumbi: Catota, Zezinho Pigmeu, Boneca, Japa Louco, Julio Putanheiro, Jão Cueca Freada, Dente Podre, Suvaco de Cobra e Pum de Véia!
E essa direto de Salvador: Adriano Come Lixo, Alex Caganheta, Messias Beiço de Chupar Limão, Neco Louco e Danilo Psicopata! Hexa garantido!
É mole? É mole, mas sobe! Ou como disse aquele outro: é mole, mas trisca pra ver o que acontece!
Antitucanês Reloaded, a Missão. Continuo com a minha heroica e mesopotâmica campanha Morte ao Tucanês. É que em Diadema tem um salão de beleza chamado O INCRÍVEL RUQER! Ueba! Mais direto, impossível. Viva o antitucanês! Viva o Brasil!
E atenção! Cartilha do Lula. O Orélio do Lula. Mais um verbete pro óbvio lulante. "Melancólico": companheiro depois de comer a Mulher Melancia. Nóis sofre, mas nóis goza. Hoje só amanhã. Que eu vou pingar o meu colírio alucinógeno.

MARIA CRISTINA FRIAS - MERCADO ABERTO

Decisão de taxa de juros fica mais difícil BC 
Maria Cristina Frias

Folha de S.Paulo - 25/05/2010

Com a piora na crise europeia, analistas começam a questionar se o Banco Central tomará decisão tão rigorosa quanto se esperava.

O mercado já trabalhava com a perspectiva de elevação da taxa básica de juros, a Selic, entre 0,75 ponto percentual e um ponto percentual na próxima reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central, no dia 15 de junho.

Com as incertezas acerca do impacto das turbulências sobre a atividade no Brasil, a decisão do BC torna-se mais delicada. A crise, porém, não terá o peso do caso Lehman Brothers, pelo menos pelo que se deslumbra até agora, segundo analistas.

Não há sinal de ruptura do fluxo interbancário, como ocorreu em 2008.

"A situação de Portugal e Espanha não parece tão grave quanto a da Grécia", afirma Francisco Pessoa, da LCA Consultores.

No cenário doméstico, permanecem sinais de pressão inflacionária. Para Pessoa, que já estimava aumento de 0,75 ponto percentual, a decisão da autoridade monetária deverá ser nesse patamar.

Alexandre Schwartsman, economista-chefe do banco Santander, diz que o BC não irá mudar a sua trajetória.

"Há uma clara piora do cenário inflacionário, para 2010 e 2011. O BC elevará os juros em 0,75 ponto percentual e continuará em passos contínuos e em muitos passos."
No meio
Após mais de 20 anos na Ernst & Young -12 anos como sócio-, Carlos Miranda deixa a empresa para abrir seu próprio negócio, a BR Opportunities, uma gestora de fundos de "venture capital".

O primeiro fundo nasce com capital de R$ 100 milhões e será focado no setor de alimentos e varejo.

Miranda diz que a meta será atuar numa faixa intermediária, que ele chama de "growth capital", um estágio entre o "private equity" e o "venture capital". "Há uma faixa de empresas já com porte razoável e outra muito perto do estágio inicial. Quero estar no meio, nas empresas que já têm taxa de crescimento agressiva, mas ainda estão na gestão do empreendedor", diz.

Miranda está formando um conselho consultivo que já tem Nizan Guanaes, Rodrigo Teles (Instituto Endeavor) e Jacques Gelman, da FGV.
Curativo
A Abimo (associação das indústrias médico-hospitalares e odontológicas) e a Apex-Brasil assinam nesta semana um convênio para estimular as exportações e reduzir o deficit da balança do setor, atualmente estimado em US$ 2,7 bilhões.
RemédioA expectativa é que as exportações do setor alcancem US$ 650 milhões em 2010, alta de 17% ante o ano passado, segundo a Abimo. Estão previstas a participação em feiras e missões empresariais, além de rodadas de negócios para recepcionar potenciais compradores no Brasil.
De verde e amareloMarcos Quintela, da Y&R, Sérgio Amado, da Ogilvy Brasil, e Eduardo Bicudo, da Wunderman, irão participar do seminário "Brasil 2014-2016. Potencial de Marketing", organizado por Martin Sorrel, da WPP. O evento, que acontece hoje no Copacabana Palace, no Rio de Janeiro, irá debater os desafios e oportunidades do marketing sobre a Copa de 2014 e a Olimpíada de 2016.
MarcaAs 60 fábricas de embalagens do Grupo Saint-Gobain no mundo passam a ter o mesmo nome, inclusive no Brasil, que responde por 8% do resultado global.
FemininoNa última semana, subiu para mil o número de mulheres trabalhando no canteiro de obras da hidrelétrica Santo Antônio, no rio Madeira (RO). Como pedreiras, carpinteiras, soldadeiras e dinamiteiras, as mulheres agora representam mais de 9% do número de funcionários.
AntecipadoApós novos estudos, uma segunda antecipação para o início da geração de energia da Santo Antônio foi calculada e o início da operação pode ser ainda em dezembro de 2011. A primeira antecipação reduziu o prazo de dezembro de 2012 para maio de 2012.

TAJ MAHAL
A brasileira TCI, de tecnologia da informação, fechou contrato neste mês com a consultoria indiana The Jai Group.

A companhia quer entrar no mercado indiano de BPO (Business Process Outsourcing), que é a terceirização dos processos alheios ao negócio principal de uma empresa.

"A Índia já é um celeiro de TI, mas o diferencial é a tecnologia, que no Brasil é mais avançada na área de bancos", diz Roberto Marinho, presidente da TCI.

A meta é encontrar empresas de menor porte na Índia para fazer aquisições, ou de grande porte para joint ventures. O faturamento estimado para este ano é de R$ 300 milhões. Em 2009, a empresa faturou R$ 171 milhões.

MÍRIAM LEITÃO

Tudo falhou 
Miriam Leitão 

O Globo - 25/05/2010

No sistema de concessão, se ocorrer um desastre ambiental no Brasil como está ocorrendo no Golfo do México, com a BP, a responsabilidade será da empresa. No sistema de partilha, o governo também seria responsável. A sonda necessária para explorar o pré-sal custa quatro vezes mais do que a multa que foi aplicada à BP. O Brasil não está preparado para um evento como esse.

O horroroso desastre ambiental que há 34 dias está enchendo de poluentes as águas do Golfo do México tem várias lições para nós. A primeira é que o Brasil precisa se preparar melhor para o risco de eventos assim.

Lá, a tecnologia de prevenção e os programas de contenção falharam, onde a exploração ocorre a 1.500 metros de profundidade. O présal é mais profundo e a nossa exploração é muito mais longe da costa.

O que os especialistas ouvidos dizem é que não há plano de emergência, o Brasil não tem fábrica de dispersantes, nem capacidade logística para importar esse produto em grande quantidade.

A Petrobras gastará US$ 300 milhões em cada uma das 21 sondas para iniciar a perfuração no pré-sal, como contou ontem Ancelmo Gois. A British Petroleum pagará ao governo americano US$ 75 milhões de multa por ter provocado o maior desastre ambiental americano.

O professor Segen Estefen, diretor de Tecnologia e Inovação da Coppe/UFRJ, explica que todos os procedimentos conhecidos e tecnologias disponíveis falharam ao tentar conter o vazamento. O desastre pode ser bem maior, porque o petróleo não permanece apenas na superfície, fica também no fundo do mar. As estimativas oficiais falam em 4 milhões de litros por dia, mas há projeções de que o número pode chegar a 13 milhões.

— O vazamento expôs a indústria de petróleo como um todo, não só a BP. Todos os métodos usuais falharam.

A principal arma para conter o vazamento falhou.

Os procedimentos que eram considerados infalíveis falharam. É uma situação nunca vista na indústria e se o óleo permanecer jorrando por mais uma semana, esse estrago será maior que o da Exxon Valdez (no Alasca) — afirmou.

Stefan acha que a luz amarela na indústria foi acesa.

Haverá uma nova corrida tecnológica para evitar acidentes e conter estragos.

A indústria que opera em águas ultraprofundas terá novos gastos e desafios.

— Nossa lâmina d’agua (a distância entre a superfície do oceano e o fundo do mar) é cerca de 50% mais profunda que nesse vazamento.

E a profundidade em que se encontra o petróleo na terra é cerca de 30% maior. Isso quer dizer que estamos mais expostos no processo de perfuração e temos maior probabilidade de acidentes — afirmou.

Após o vazamento, o presidente Barack Obama disse que “há uma relação promíscua entre as agências reguladoras e as empresas de petróleo”. Stefan explica que desde o acidente com a petrolífera Piper Alfa, na costa da Escócia, em 1988, que matou 167 pessoas, a responsabilidade pelo quesito segurança deixou de ser das agências e ficou a cargo das empresas. Isso aconteceu porque a petrolífera Occidental Petroleum alegou que havia cumprido as determinações exigidas pela agência, se esquivando de responsabilidades.

— Desde então, as agências se afastaram dessa função para deixar com as próprias empresas a responsabilidade pelos acidentes.

Há um lado bom nisso que é fazer com que a própria empresa assuma o problema.

Mas o lado ruim é que os órgãos se enfraqueceram tecnicamente. Acho que haverá uma rediscussão desse modelo — afirmou.

No Brasil, a legislação do modelo de concessão considera as empresas culpadas.

Essa é uma vantagem do modelo.

Mesmo assim, a multa máxima permitida é pequena: R$ 50 milhões. O especialista na área de petróleo Jean-Paul Prates acredita que se o acidente fosse no país, haveria um grande jogo de empurra entre vários órgãos.

— A ANP perdeu muita qualidade técnica e prestígio nos últimos anos por conta de um esvaziamento ocorrido no governo Lula.

Hoje, a ANP fala e ninguém obedece. Em casos de acidente em alto-mar, teríamos três órgãos envolvidos: Marinha, ANP e próprio Ministério do Meio Ambiente.

Seria um grande jogo de empurra — explicou.

Essa é uma das lições que o Brasil precisa aprender com o acidente no Golfo do México.

Em casos assim, não há espaço para improviso. A gestão precisa ser centralizada e os planos de logística precisam estar previamente definidos. Teremos aeroportos e portos preparados para levar rapidamente equipamentos até o local da exploração do pré-sal, que acontecerá a centenas de quilômetros da costa? Se for preciso importar matéria-prima para a fabricação de dispersantes, haverá menos burocracia alfandegária? Teremos uma legislação preparada para situações de emergência? Jean Paul Prates acredita que o acidente no Golfo do México colocou em xeque o setor de SMS (Segurança, Meio Ambiente e Saúde) como um todo. O resultado disso será um adiamento na exploração de petróleo em áreas remotas, como no Alasca, e na própria costa americana.

— A exploração das áreas mais sensíveis do Planeta, ou mais remotas, como em florestas, no alto-mar e em áreas geladas ficará sepultada por ora — disse.

MÔNICA BERGAMO

Descanso de vilã 
Mônica Bergamo 

Folha de S.Paulo - 25/05/2010

A atriz Adriana Birolli, que interpretou Isabel na novela "Viver a Vida", da TV Globo, posa no camarim do teatro Jaraguá minutos antes de sua estreia na peça "Manual Prático da Mulher Desesperada"
Dolorosa
Já chega a R$ 850 milhões o montante de impostos que deixarão de ser pagos à União na Copa de 2014. É que, à isenção de R$ 500 milhões que a Fifa obteve do governo para organizar o Mundial, somam-se agora outros R$ 350 milhões da decisão de isentar mercadorias e bens usados na construção e reforma dos estádios brasileiros que sediarão os jogos.
Sem Fundo
No cálculo, feito pela Receita e por uma autoridade envolvida diretamente nas negociações, estão incluídos só tributos federais, que correspondem a 5% do que será investido nas obras -cerca de R$ 7 bilhões. Outro tanto (8%, ou R$ 560 milhões) equivalem a impostos estaduais e municipais.
Pequena Ajuda
E cresce no governo federal a opinião de que estádios privados, como o Morumbi, em SP, sejam reformados com a ajuda do governo do Estado e da prefeitura. "Estimava-se que as obras poderiam ser feitas com R$ 250 milhões. Mas já se fala até em R$ 600 milhões, tantas são as exigências da Fifa", diz uma das autoridades que dialoga com os cartolas. "Os governos vão lucrar com turistas. Nada mais justo que ajudem os clubes na hora da conta."
Santa Ceia
Vereador mais votado do DEM em São Paulo (teve mais de 80 mil votos em 2008), Milton Leite decidiu apoiar Aloizio Mercadante (PT-SP) para o governo. "O [Geraldo] Alckmin nunca me ligou pra pedir apoio, então acho que ele não precisa. Minha chapa é Mercadante para o governo e Aloysio Nunes (PSDB-SP) pro Senado", diz. O apoio ao petista foi selado com café da manhã no domingo, depois que ambos estiveram na missa do padre Marcelo Rossi.
Ainda o Cingapura
Novo capítulo de uma disputa entre o Ministério Público e a Prefeitura de SP por causa do projeto Cingapura. A Justiça negou recurso da administração para impedir que os 39 conjuntos habitacionais do programa sejam vistoriados para verificar irregularidades em questões como posse dos terrenos e ausência de licenças ambientais. A inspeção, determinada em 2002, nunca foi cumprida, diz o MP. A prefeitura não se manifesta.
Mimo
Um jogo de 60 copos Baccarat, de R$ 50 mil, e um faqueiro de 130 peças da Christofle, de R$ 22,5 mil, estão na lista de presentes de casamento de Victoria Vasconcellos Martins e Fernando Augusto Camargo de Arruda Botelho, filho de Fernando e de Rosana Camargo de Arruda Botelho, da Camargo Corrêa. Eles se casam no dia 19 de junho, com festa para 600 convidados, em Paraty, no Rio.
Sopro
Um jardim com 60 cataventos, de cerca de dois metros de altura cada um, será montado na Bienal durante a São Paulo Fashion Week, que começa em 9 de junho.
Sonho Realizado
Surtiu efeito o apelo de Cássio Clemente, presidente da Apae, por uma garrafa de Chateau Petrus para incluir no 3º Leilão de Vinhos da entidade, que acontece hoje. Um doador anônimo doou uma garrafa para ser incluída no pregão.
Dedicação
E a renda da venda do livro "Descasos - Uma Advogada às Voltas com o Direito dos Excluídos" (Ed. Saraiva), da advogada Alexandra Lebelson Szafir, será doada à Associação Brasileira de Esclerose Lateral Amiotrófica. A autora, filha de Beth Szafir, é portadora da doença e se comunica por meio de movimentos dos olhos e da cabeça. O lançamento, no dia 31, será no Iate Clube de Santos, em Higienópolis.
Boleiros
O Museu Afro Brasil inaugura em 19 de junho a mostra fotográfica "O Negro no Futebol: de Arthur Friedenreich a Edson Arantes do Nascimento". Além de fotos de Pelé, Garrincha e outros, a exposição homenageará Mario Filho, autor de "O Negro no Futebol Brasileiro".
Curto-circuito
Ricardo Carvalho lança hoje o livro "O Cardeal e o Repórter - Histórias que Fazem História" (Global Editora), às 18h30, na Livraria Cultura do Conjunto Nacional.

Leão Serva, Caio Túlio Costa, Adolfo Leirner e Beto Ricardo expõem fotografias suas a partir de hoje na mostra "4 Viagens", no Espaço de Arte Trio, das 12h às 15h, na Vila Olímpia, em SP. No dia 1º de junho, as fotos serão leiloadas para arrecadar fundos para o Instituto Democracia e Sustentabilidade.

Lulu Librandi e Mariângela Bordon oferecem jantar para a atriz francesa Fanny Ardant, hoje, nos Jardins.

Laís Bodanzky e Luiz Bolognesi comemora cinco anos do projeto Cine Tela Brasil, hoje, às 20h, na praça Cívica do Memorial da América Latina, na Barra Funda.

A mostra "Corpos - A Exposição" será aberta hoje, às 20h, na Oca do parque Ibirapuera.

GENTE COLORIDA...
A Casa Cor fez festa anteontem no Jockey Club para comemorar a abertura de sua edição de 2010.

...NA CASA COLORIDA
Ana Maria Braga e Gugu inspiraram suítes da mostra de decoração. "É um espaço para a Ana relaxar, se jogar na banheira com vista para o jardim [uma parede com plantas] e fazer um spa vertical [um chuveiro que vira sauna]", diz a arquiteta Karina Afonso.

MERVAL PEREIRA

Polarização 
Merval Pereira 

O Globo - 25/05/2010

O empate entre os dois candidatos à Presidência da República dos partidos que polarizam a política nacional nos últimos 20 anos — José Serra pelo PSDB e Dilma Rousseff pelo PT — demonstra que as estratégias de ambos para este início de campanha estão corretas. Serra adiou o quanto pôde seu lançamento, adiando assim o confronto direto com um governo bem avaliado.

E Lula antecipou o quanto pôde o debate eleitoral, fugindo a todas as regras tradicionais da política, para ter tempo de incutir no eleitorado o nome de sua candidata.

A polarização da eleição serve aos interesses de Lula, que sempre quis uma disputa plebiscitária, por considerar que tem mais o que vender ao eleitorado do que o rival PSDB.

Serra também queria o plebiscito, mas não sobre o governo Lula em contraposição ao de FHC, mas entre ele e Dilma.

Considera que tem uma vida política mais experiente e bem-sucedida do que sua adversária e espera vencer na guerra do currículo, político e administrativo.

É certo que não esperava que o presidente Lula transferisse com tamanha intensidade sua popularidade para a candidata oficial, enquanto Lula joga todo o seu empenho na aposta de que o eleitorado votará em Dilma confiando em sua escolha.

Contra todos os prognósticos, tirou Ciro Gomes do páreo sucessório para facilitar a polarização, uma jogada arriscada que se mostrou correta.

Contra as pressões do PT, obrigou seu partido a aceitar acordos com o PMDB onde pareciam impossíveis, como em Minas Gerais.

Hoje, a parceria com o PMDB está praticamente selada, e os problemas com os aliados parecem bem encaminhados.

Pontas estão sendo acertadas nos estados.

Quando não vai por bem, vai por mal, como no caso do Maranhão, onde Lula está impondo ao PT o apoio a Roseana Sarney.

O PMDB é uma federação de interesses e tem conseguido coisas que pareciam bastante complicadas. Minas é o principal sinal — a vitória de Fernando Pimentel facilitou muito o apoio do PT a Hélio Costa, do PMDB, que está na frente nas pesquisas.

Outro avanço importante é no Ceará, contra a candidatura de José Pimentel ao Senado.

O governador Cid Gomes apoia Tasso Jereissati para o Senado, e o PMDB terá Eunício Oliveira como candidato a senador.

O Pará continua uma confusão só, com a disputa de projeto de poder entre Jader Barbalho e a governadora petista, Ana Carepa.

Mas no Pará e no Amazonas Lula tem 100% de popularidade, e dificilmente haverá brigas insolúveis.

No Sul, o PMDB está indo todo para Serra. A disputa no segundo turno vai ser com o PT, e, no Rio Grande do Sul, Serra tem o dobro de Dilma, e no Sul todo está na frente.

Mesmo que a diferença se reduza, como está se reduzindo, lá os programas sociais têm muito menos impacto.

Santa Catarina e Paraná também tendem para o acordo político com o PSDB.

Centro-Oeste, Norte e Nordeste ficam com Dilma, e Sul, com Serra. No Sudeste, o PMDB se divide: a ala paulista, controlada por Orestes Quércia, está com Serra, e Rio e Minas, com Dilma.

A avaliação dos governistas é que também Serra anda tropeçando. Procuram ressaltar que a irritação pública com jornalistas tem se repetido, e as duas vezes em que brigou foi com jornalistas mulheres.

A arrancada inicial cheia de tropeços não inviabilizou a caminhada de Dilma, que estranhamente está sendo construída em público, tanto física quanto politicamente, sem provocar rejeição.

No campo da plástica, a candidata já fez várias correções, culminando com uma mudança radical do corte de cabelo, que lhe deu um ar mais jovial.

Na parte política, está deixando de lado o tom radical que imprimiram à sua biografia no início da campanha, provavelmente para ganhar o eleitorado de esquerda, e está caminhando para o centro à medida que o ex-ministro Antonio Palocci vai se impondo dentro da campanha.

A exemplo de Lula, é na economia que a candidata oficial está se mostrando mais moderada. Aproveitando as críticas do candidato tucano ao Banco Central, especialmente sua posição não muito simpática à autonomia operacional da instituição, Dilma Rousseff passou a dar ênfase justamente ao contrário, realçando a importância do Banco Central na recente crise econômica mundial.

Essa dicotomia entre a política interna, mais à esquerda no segundo governo Lula, e a economia, sempre mais conservadora, está se repetindo no comando da campanha da candidata do PT.

Enquanto o partido ainda joga com a possibilidade de identificar o PSDB com uma política neoliberal que ameaça os programas sociais do governo Lula, a campanha vai enviando aos investidores mensagens moderadas, identificando o adversário com os perigos de uma guinada na política econômica.

Recentemente, em seminário em Nova York, foram muitas as mensagens de que Henrique Meirelles poderá continuar à frente do Banco Central num futuro governo Dilma. E o cicerone da candidata oficial foi Palocci, que continua com excelente trânsito junto aos investidores internacionais.

Também o discurso externo muda. Enquanto aqui dentro, para os militantes, o governo anterior é demonizado, lá fora a própria Dilma repete Palocci e atribui nossa atual prosperidade à continuidade das políticas econômicas dos últimos 20 anos.

A candidatura tucana provavelmente conseguirá algum gás com os programas eleitorais partidários de junho, e é possível que a campanha oficial comece com os dois ainda empatados.

A presença de Lula no programa do PT a exaltar as qualidades administrativas de Dilma exigirá, porém, que o programa do PSDB passe a atacar mais diretamente a candidata oficial, tentando levar a polarização para o campo da experiência política e administrativa. E será inevitável tentar desconstruíla e aos programas do governo, como o PAC. A briga, então, chegará a Lula.

MOZART VALADARES PIRES

Vamos fiscalizar
MOZART VALADARES PIRES
O GLOBO - 25/05/10

Já se vão vinte e cinco anos desde que a população brasileira jogou a última pá de cal sobre o túmulo da ditadura militar. Da luta pelas Diretas e Constituinte aos dias de hoje vamos moldando, paulatinamente, a democracia almejada.

Não é um processo fácil. E a campanha pela aprovação do projeto de lei Ficha Limpa é um exemplo das dificuldades que a sociedade enfrenta.

A Associação dos Magistrados Brasileiros lançou, em 2006, as campanhas Contra a Corrupção e pela Ética na Política e Eleições Limpas, ambas de caráter permanente. E, em 2008, disponibilizou em seu site a lista dos candidatos a prefeito e vice-prefeito que respondiam a processos.

Ainda em 2008, a AMB propôs ao Supremo Tribunal Federal a reinterpretação da legislação eleitoral, por meio de uma Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF), a fim de tornar autoaplicável o § 9o, art. 14 da Constituição. Esse parágrafo afirma que a vida pregressa do candidato tem que ser considerada fator de inelegibilidade para proteger a probidade administrativa e a moralidade para o exercício do mandato. O preceito está lá, mas nunca foi cumprido porque o Congresso não aprovou uma lei complementar regulamentando sua aplicação.

No entendimento da AMB, a reinterpretação permitiria ao juiz eleitoral impugnar candidatos réus em processos por improbidade administrativa ou criminal.

Seria um avanço, mas prevaleceu no Supremo o entendimento de que aos candidatos cujos processos não haviam transitado em julgado — ou seja, confirmado em última instância, sem possibilidade de novos recursos — caberia sempre a presunção de inocência. O que é um equívoco, pois na Justiça eleitoral o preceito que deve prevalecer é o da conduta ilibada.

Isso porque o voto é um cheque em branco que o eleitor passa ao político.

E ninguém é obrigado a assumir esse risco frente a alguém que já deu sinais de desonestidades. Esse ponto de vista, originado na ação da AMB, foi confirmado com a aprovação da lei Ficha Limpa.

As ações da AMB foram executadas concomitantes às promovidas pelo Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE), do qual faz parte junto com outras mais de 40 entidades. Seriam inócuas se não fossem precedidas pelo anseio da população em mudar a situação do país, tomado por ondas frequentes de denúncias de corrupção.

Cabe agora ao presidente da República a sanção rápida da lei para que ela possa vigorar ainda este ano. Efetivado este primeiro passo, a sociedade e suas entidades organizadas, entre elas a AMB, estarão em campo para garantir o cumprimento do texto aprovado.
MOZART VALADARES PIRES é presidente da Associação dos Magistrados Brasileiros

ELIANE CANTANHÊDE

Adoção
ELIANE CANTANHÊDE
O ESTADO DE SÃO PAULO - 25/05/10

BRASÍLIA - Hoje é o Dia Nacional da Adoção, boa oportunidade para discutir, em ano de eleições gerais, que papel positivo o Congresso Nacional pode ter para o país e para os cidadãos. Creia, nem tudo são mensalões, cuecões e contas bilionárias no exterior.
O Estatuto da Adoção, sancionado em agosto de 2009, foi bastante discutido, até ser aprovado em plenário num piscar de olhos, por voto simbólico de lideranças. Cria regras e prazos em favor de um encontro que define destinos para sempre: o de pais que procuram filhos com o de filhos em busca de pais.
Num resumo rápido: o cadastro nacional passou a ser levado a sério; foi contemplada a possibilidade de a criança ficar na família biológica, ao ser adotada por avós e tios; o juiz passou a ter um prazo de 30 dias para cadastrar as crianças que chegam aos abrigos.
Além disso, a polêmica questão da adoção por estrangeiros foi regulamentada. Se havia juízes radicalmente contra pais do exterior, por preconceito ou ideologia, e juízes radicalmente a favor, por considerarem que "era melhor" para os adotados, agora eles têm que se guiar pelo mesmo estatuto, pelas mesmas regras.
A adoção já não pode ser por intermédio de qualquer advogado, de qualquer pessoa, mas sempre por uma agência reconhecida no país de origem e no de destino. A avaliação não é mais por preconceito a favor ou contra. Nem de uma única cabeça, uma única sentença.
A lei não é uma solução para tudo, muito menos para a estigmatização de crianças negras, mais velhas ou com algum tipo de deficiência, mas a soma de boas leis e cidadãos mais esclarecidos e mais humanos gera um país, uma sociedade e um futuro melhores.
É por essas e tantas outras que a educação e o voto consciente são fundamentais, uma verdadeira prioridade nacional. E eles andam juntos, passo a passo.

ARNALDO JABOR

O mistério do gambá gigante


ARNALDO JABOR


O GLOBO - 25/05/10


Há seis anos, escrevi um artigo que repito, em parte, pois lembro emocionado que dali saiu o desejo profundo de fazer o filme "A Suprema Felicidade", que estou finalizando agora.
Era um artigo em que meu filho, então com 4 anos, perguntava sobre meu passado. Lembro que pensei: "Acho que vou filmar coisas que vi e vivi na adolescência; acho que talvez haja nisso uma verdade maior do que buscar teses ou certezas sobre a vida hoje"... Não é um filme biográfico, nem de época. Ao contrário, é um filme que tenta captar o que há de permanente no curso dos anos que passaram. Como disse o Fellini, "a única objetividade que conheço é a subjetividade".

Hoje, só há um enorme presente e um passado que nos parece uma decadência em preto e branco. Perdemos a pista do que éramos ou até mesmo do que pensávamos ser.
O artigo era mais ou menos assim: "Antigamente, quando eu era pequenininho..." - com essa frase mágica eu cortava qualquer choro de meu filhinho, qualquer bagunça em curso e ele subia em meu colo de olhos abertos, lágrima secando, largando a geleca trêmula no chão, para ouvir as histórias de meu passado.
"Papai, antigamente não tinha DVD?". "Não". "Não tinha televisão?". "TV estava começando, tinha mais rádio". "Tinha Homem Aranha?". "Acho que não; mas, tinha o Tocha Humana, tinha o Homem de Borracha, tinha Super-Homem, mas só apareciam no gibi".
"O que é ‘gibi’?" "revista de quadrinhos, respondo, mas tinha Príncipe Submarino, que hoje não tem mais, um super-herói que lutava no fundo do mar contra os polvos malvados e as lulas venenosas". "E ele não morria afogado?" "Não, meu filho, porque ele era meio ‘peixe’ também". "E pescavam ele?". "É... tinha uns homens malvados que queriam pescar ele, mas ele era craque".
"E tinha você, antigamente?". "Eu?". "É... você - com seu papai e sua mamãe?". "É, filho, tinha... tinha eu... mas eu era pequenininho também... olha aqui no retrato". "Por que você está chorando no colo do seu avô?". "Não sei; eu acho que já era vocação ha! ha!".
"Quem eram seus amigos?". "Bem... tinha o Bertoldo, o Bertoldinho e o Cacasseno (personagens de um livro de histórias) e também o meu amigo Albertinho Fortuna..." (não sei por que transformei esse cantor popular dos anos 50 num "amigo de infância"... Sempre achei graça nesse nome: "Albertinho Fortuna"...).
"E vocês caçavam o gambá gigante?". "Sim; a gente ia lá na floresta, cada um com um pau na mão e subíamos até a caverna do gambá gigante, que ficava no alto do Corcovado". "Lá onde tem o ‘Quisto Redentor’?". "Isso, filhinho; a gente ia subindo a pé porque antigamente não tinha o trenzinho e, quando chegávamos perto da casa do gambá gigante, a gente sentia o cheiro... argghhhh... era um cheiro horroroso e aí não adiantava nem bater nele; a gente gritava de fora, tapando o nariz: ‘Gambá-gigante! Sai daí!’ Aí, quando o gambá saía, zangado, porque estava dormindo, e ia atacar a gente, o Albertinho Fortuna pegava um vidro de perfume Coty e tacava nele e aí o gambá gigante ficava cheirozinho e ficava amigo da gente... E pronto... E aí todo mundo ia dormir, feito você, agora...".
E aí, enquanto meu filhinho começava a dormir, pensando no gambá cheiroso, eu pensei em sua pergunta profunda: "Pai, tinha você, antigamente?".
Bem - respondo para mim mesmo - antigamente, tinha eu, outro "eu", diferente desse casca-grossa de hoje... tinha nossa casinha de subúrbio, pequena, com quintal, galinha e mangueira e, fora de casa, tinha minha curta paisagem de menino: rua, poste, fogueira no capinzal, a luz de carbureto do pipoqueiro, a luz nas poças com a lua tremendo na água, balões coloridos no céu, trêmulos de lanterninhas, balões-tangerina, balões-charuto. De dia, tinha o sol que era meu, a chuva, que era minha, tinha as nuvens girafa, as nuvens-camelo, que eu olhava deitado no chão onde as formigas eram minhas, com meus caramujos nas folhas deslizando em sua gosminha madrepérola...
Uma vez, houve um grande eclipse, e eu fiquei olhando minha família olhando o sol negro, através de cacos de vidro escuros e, eu me lembro, tive a sensação dolorida de que a casa, papai de uniforme de capitão, minha irmãzinha chorando, a triste empregada com pano branco na cabeça, as árvores, as galinhas, tudo ia passar, e que nós íamos nos apagar também, como o sol, tudo indo para longe, como os urubus, mais longe, quase no infinito, na bruma.
Nas ruas, tinha uma luz mortiça nas janelas das casas, com o som do rádio com as novelas deprimentes e o seriado do "Capitão Atlas", tinha os amores impossíveis, os suicídios com guaraná e formicida, as luas de mel fracassadas, as TVs em preto e branco, tinha um Brasil mais micha, cambaio, mas bem mais brasileiro que hoje, em seu caminho que o golpe de 64 interrompeu e que, agora, essa mania vertiginosa de "Primeiro Mundo global" acabou matando à tapa. Hoje, essa pobreza é disfarçada pela falsa exuberância de um progresso que fabrica ratos verdes com genes de "águas-vivas", mas não consegue diminuir a miséria e a destruição da natureza.
E eu penso: "Antigamente, filho, não tinha esse povo arrebentado, dividido, tonto. Era uma pobreza mais pobre, mas menos - como direi? - menos insolúvel. Tinha uma nacionalidade ilusória sim, com o povo apinhado nos bondes, mais burro que hoje, sem defesas, mas ainda havia formas possíveis de consertar, apesar de acharmos que bastava o grito das massas e a vontade de justiça para que um novo país se realizasse. Em 63, não sabíamos ainda que a democracia custaria tanto. Havia um "vazio" no Brasil; mas era um vazio que dava ideia de que ia surgir uma sociedade nova, mesmo num futuro cheio de urubus.
E aí, eu me perguntei, vendo meu filhinho dormir: "Como fazer, meu filho, para restaurar aquela ideia de Brasil, sem fugir das regras implacáveis da vertigem global?". Eu não sabia e não sei ainda. Nem ele - sonhando com o gambá gigante, sob a voz melodiosa de Albertinho Fortuna, cantando por cima do tempo.

BRASIL S/A

New look de Dilma
Antonio Machado

CORREIO BRAZILIENSE - 25/05/10

Candidata muda visual, assume o zelo fiscal e diz que é chegada a hora do mercado de capitais


Ao se definirem os nomes de Dilma Rousseff e José Serra à disputa pela sucessão do presidente Lula, empresários e economistas faziam careta quando indagados sobre o que seria o governo com um deles na Presidência, expressando que teria um ligeiro viés antimercado.

Ambos seriam dirigistas, com Serra mais propenso a afinar o gasto público. E Dilma, a favorecer a ampliação do Estado. Suposições.

Uma série de eventos nos últimos dias começa a provocar mudanças sensíveis nessa percepção, deixando Serra isolado na argumentação contra o Banco Central, a gastança fiscal e o dirigismo moldado a la anos 1960 — um dos preconceitos, no mundo empresarial, contra esses ex-alunos da Unicamp, considerados discípulos do pensamento estruturalista da velha Cepal, a Comissão Econômica para a América Latina. Pelo menos de público, Dilma mudou suas concepções.

A ex-ministra de cara brava, suavizada pelas mãos hábeis de Celso Kamura, o cabeleireiro das poderosas de São Paulo, também aprendeu a falar o que o mercado financeiro quer ouvir com a ajuda de outro craque — o ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci. Olhos e ouvidos de Lula na campanha de Dilma, Palocci é cada vez mais influente na transformação da técnica fria em liderança política convincente.

No teste a que se submeteu em Nova York, na última sexta-feira, a ex-ministra foi aprovada com aplausos ao discursar para executivos de Wall Street num dos eventos à margem da homenagem ao presidente do BC, Henrique Meirelles, distinguido como Homem do Ano segundo a Câmara de Comércio Brasil-EUA. Palocci, com a ajuda de Meirelles, abriu as portas de Wall Street para Dilma. Mas ela falou por si.

Dilma se mostrou segura tanto quanto a autonomia que defendeu ao BC, marcando posição em relação a Serra, que fala o oposto. E fez mais: contrariando a percepção dos mercados, ela tomou também de Serra a preocupação fiscal, conforme a reconstituição de sua fala pelo jornalista Alex Ribeiro, do Valor. Dilma associou a queda da dívida pública à “redução significativa da taxa de juros real”.

Agora é ela. Não é ele
Uma declaração dessas já define uma política econômica. Mas Dilma julgou necessário aprofundá-la. Dissociou-se da ideia dos mercados segundo a qual, se eleita, priorizaria o investimento público sob a marca do PAC em detrimento da responsabilidade fiscal.

“Primeiro”, disse, “definimos uma meta fiscal, que era a dívida pública cair a 30% do PIB, depois, os investimentos do PAC”. Vá lá que Lula, nos últimos dois anos, trata a receita como se fosse de borracha, e aprova gastos, com Dilma de co-piloto, bem além do que permite a consistência macroeconômica. Mas agora é ela. Não é ele.

Elogios de Wall Street
Em campanha eleitoral, palavra de candidato muita vezes é como a folha solta levada para cá e para lá conforme o vento. Dilma tem a seu favor o bom momento da economia. Os mapas dos gastos públicos, em contraponto, dão solidez ao discurso fiscalista de Serra, além da contraprova do novo ciclo de alta dos juros pelo BC. A questão, hoje, é quem melhor amarra os fatos às contradições e faz disso um sopão racional e crível para a política econômica no pós-Lula. Com sua estreia elogiada no palco de Wall Street, Dilma leva vantagem.

Bem mais que “trololó”
Em Nova York, Dilma levou seu discurso ao território de 2011, ao declarar que “a crise mostrou que foi muito importante que o país tivesse bancos públicos”. E daí? Daí que o financiamento de longo prazo, hoje virtual monopólio do BNDES e de capitais estrangeiros, não pode ser feito, segundo ela, só com bancos públicos.

“Nós atingimos o limite”, disse ela. Fez mais: reconheceu uma das maiores fragilidades para a continuidade do crescimento alavancado a investimentos nos próximos anos. Sem remover essa barreira, que implica criar poupança pública, o crescimento termina por exaustão do processo — mas com a culpa atribuída aos juros altos do BC.

Dilma não apontou o atalho fiscal como saída para o financiamento de longo prazo. Indicou o mercado de capitais doméstico, que é dos mais importantes para calçar o investimento, mas que não prescinde da base fiscal. Tudo bem. O que revelou foi mais que “trololó” — como Serra diria. Foi propositiva, o que é muito para uma eleição.

A ideia que pegou
A fala de Dilma chamou a atenção não só por sua vontade de não se indispor com o mercado financeiro, que não elege ninguém, mas pode quebrar as pernas de qualquer político, como tem feito neste tempo de crise na Europa. E quase tira o doce da boca de Lula em 2002.

O destaque, segundo lideranças empresariais, foi a sua coragem em abrir tanto sobre o seu projeto para a economia diante de platéia que não engole demagogia e tem meios de cobrar compromissos, como o pessoal da banca nova-iorquina. O que ela expôs parece ter base.

Dois dias antes, em Madri, com Lula ao seu lado, Luciano Coutinho, presidente do BNDES, também afirmou a empresários europeus que “a pergunta relevante é como financiar a expansão do investimento”, e falou em parceria com o sistema financeiro para alongar o crédito e os instrumentos de poupança, hoje focados no curto prazo.

Isso é mais que discurso: um grupo de talentos na área se debruça na formulação de propostas para apresentá-las antes das eleições, como contribuição ao debate. A ideia do progresso pegou no país.

PAINEL DA FOLHA

Alta quilometragem
RENATA LO PRETE
FOLHA DE SÃO PAULO - 25/05/10

Na tentativa de dar novo impulso a José Serra nas pesquisas, o comando da campanha tucana decidiu que, independentemente de outras providências, sua agenda será vitaminada nas próximas semanas. Nesta, além de Brasília, onde ele participa hoje de sabatina na CNI, e de Pernambuco, onde estará na sexta, devem ser incluídos Rio, Gramado (RS) e Cuiabá (MT).
O PSDB quer submeter Serra a uma superexposição que "prepare o terreno" para o programa partidário, a ser estrelado pelo candidato, já oficializado em convenção, no final de junho. Antes disso ele aparecerá também em inserções do DEM e do PPS.


Pra valer. Serra tem manifestado impaciência diante da ausência de debates. Eventos como o da CNI excluem o confronto direto entre os candidatos. O tucano acredita que a experiência pode beneficiá-lo no embate com Dilma Rousseff (PT).
Entendeu? Novo argumento ouvido entre tucanos em favor de Aécio Neves como companheiro de chapa de Serra: se concorrer ao Senado, ele discursará nos eventos antes de Antonio Anastasia (PSDB), seu debutante candidato a governador de Minas, o que poderia dispersar a plateia. Como vice, no entanto, Aécio encerraria os comícios locais.
Donzela. Do senador Osmar Dias (PDT), cobiçado por tucanos e petistas para composição eleitoral no Paraná, negando no Twitter os rumores de que já teria decidido seu destino: "Estão todos muito afoitos. Não há aliança fechada com ninguém".
Enquanto isso Lula, que tempos atrás recebeu Osmar Dias na tentativa de selar o casamento PT-PDT, vai se encontrar nos próximos dias com o governador Orlando Pessuti, cujo PMDB tornaria mais robusto o palanque de Dilma no Estado.
Ajuda aí 1. José Sarney (PMDB-AP) aproveitou tempo a sós com Michel Temer (PMDB-SP) em Nova York para pedir que o presidente da sigla ajude a desatar o nó eleitoral no Maranhão.
Ajuda aí 2. O problema da vez é o DEM. Aliado de todas as horas da governadora Roseana (PMDB), o partido ameaça pular do barco se não lhe for dada vaga na chapa majoritária. Antes de ir a NY, Temer já havia discutido o caso com o presidente do DEM, Rodrigo Maia.
Boi na linha Roseana, que tenta reverter a opção do PT do Maranhão pró-Flávio Dino (PC do B), pode sofrer outro revés. A cúpula petista, desde sempre refratária à ideia de fazer intervenção no Estado, a despeito da pressão de Lula, agora testa a hipótese de negociar um acordo segundo o qual o partido não apoiaria formalmente nem Dino nem Roseana.
Revezamento. Deborah Guerner, promotora do Ministério Público do DF que, segundo o gravador-geral Durval Barbosa, recebeu propina e vazou informações privilegiadas para o então governador José Roberto Arruda, ficará longe do trabalho até 2 de junho. Ela está de licença médica. Voltará ao batente um dia depois de encerrado o mandato de Leonardo Bandarra à frente do MP. Deborah e Bandarra, segundo Durval, atuavam juntos em favor de Arruda.
Visita à Folha Emílio Odebrecht, presidente do Conselho de Administração da Odebrecht S.A., visitou ontem a Folha, onde foi recebido em almoço. Estava com Márcio Polidoro, diretor de Comunicação. 

com LETÍCIA SANDER e DANIELA LIMA
tiroteiro
Nenhuma surpresa quanto à conduta dos Sarney. Já o PT tem dois caminhos: ficar com Flávio Dino (PC do B) ou se acabar no curral da oligarquia do Maranhão.

DO DEPUTADO DOMINGOS DUTRA (PT-MA), sobre relatos de oferta de dinheiro a correligionários em troca de apoio à reeleição de Roseana Sarney (PMDB).
contraponto
Estranho no ninho No lançamento da candidatura de Paulo Skaf ao governo, na sexta passada, o presidente da Fiesp estava ladeado por toda a caciquia do PSB: o presidente nacional, Eduardo Campos, o dirigente da sigla em São Paulo, Márcio França, e os líderes na Câmara e no Senado, entre outros. Diante do pelotão de políticos, André, um dos cinco filhos de Skaf, observou:
-Veio todo mundo, né?
E, apontando para o proeminente nariz do pai:
-Veio até um tucano...

SONIA RACY - DIRETO DA FONTE

Arrecada quieto 
Sonia Racy 

O Estado de S.Paulo - 25/05/2010

Discretamente, como quem não quer nada, a Secretaria da Fazenda paulista finalmente colocou no seu site o resultado da arrecadação do Estado obtido durante o mês de abril. Normalmente, o dado sai antes dos números da União.

Na comparação com abril do ano passado, ela cresceu, em termos reais, nada menos que... 22,4%. E de janeiro a abril aumentou 16,9%, totalizando R$ 37,2 bilhões. Procurado, Mauro Ricardo Costa não retornou as ligações para confirmar se o resultado é ou não inédito.

Para efeito de comparação, Otacílio Cartaxo, da Receita Federal, anunciou com alarde, semana passada, a arrecadação recorde da União para o mês de abril. Na comparação com abril do ano passado, cresceu 16,7%.

No quadrimestre, essa engorda foi de 12,52%, totalizando R$ 256,8 bilhões.

Grande Prêmio

Pode vir nova confusão no Maranhão. Desta vez, envolve Roseana Sarney e a Cemar.

Repouso
Maria da Conceição Tavares cancelou homenagem que receberia hoje, em Brasília, da Secretaria de Políticas para as Mulheres. Ela está com pneumonia.

Noves fora

Alfredo Sirkis, do PV-RJ, jura que não há relação entre a sua ausência no lançamento de Gabeira e a inclusão de Cesar Maia na chapa do partido no Estado. "Estava ajudando a Marina, minha prioridade nesse momento, a se preparar para o debate da CNI".

Raio X

O Financial Times publicará encarte especial com 45 páginas sobre o Brasil.

Precoce

No reino do faz de conta, Luciana Gimenez contratou empresa especializada em "drinques para crianças" para a festa de 11 anos de Lucas Jagger, sábado. Erra quem pensar em álcool. As bebidas, de sucos de frutas, só vão imitar as de gente grande.

Alento

Passando por problemas de saúde, Maria de Jesus Garriga, lavradora do Paraná, foi a primeira vencedora do Páreo da Sorte promovido pelo Jockey de São Paulo. Levou para casa R$ 200 mil.

VIP

Quem chegou sábado em Guarulhos, vindo de Miami, se espantou: além da tradicional fila gigante, deu-se preferência aos estrangeiros. "Não basta a gente ter que esperar no país dos outros. Nós perdemos a prioridade no nosso", reclama uma passageira.


Sabáticos

Tanto Dilma quanto Serra, desligaram parcialmente o motor-presidencial na noite de sábado.

Ela, acompanhada de Marta Suplicy, Marcio Toledo e outros dois amigos, foi vista alegre no restaurante três estrelas Daniel, em Nova York. O sofisticado jantar, regado a champanhe, foi servido pelo próprio dono do local, Daniel Boulud.

Serra, por sua vez, brindou em São Paulo, na festa de casamento de Carolina Malzoni Rabello (ao lado) e de Felipe Nobre, onde ficou até às três da manhã. Sem dançar.


Meu coração...

Pixinguinha, quando jovem, vira tema de longa-metragem.

O cineasta ainda não foi escolhido, mas estão cotados Miguelzinho Faria e Sérgio Rezende. O supervisor musical? Ninguém menos que Paulinho da Viola.

Próximo capítulo

Não será dessa vez que Izabel Goulart deixará as passarelas para estrelar uma novela da Globo. A top recusou, mais uma vez, convite por não poder se comprometer durante seis meses.

Casa do Lobo

Edu Lobo disse sim à Flip. Abre a festa literária embalado pelo quarteto de cordas da academia da Osesp, em show inspirado na obra de Gilberto Freyre.

Planilha

Heitor Martins, da Bienal, pilota jantar, dia 1º de julho, no Iguatemi. Lá, faz espécie de prestação de contas do que foi feito nos últimos tempos. E anuncia lista oficial dos participantes da 29º Bienal.

Deus Sol

Além das peças do Museo del Oro de Bogotá, em exposição a partir de sábado na Pinacoteca, desembarca por aqui sua presidente, Clara Isabel Botero. Com direito a jantar, quinta, oferecido por Renata e Julio Landmann.

O pai de Julio, Oscar, foi responsável pela montagem de uma das mais importantes coleções de arte pré-colombiana do mundo.


Na frente

Dominique Strauss-Kahn, do FMI, chega hoje a SP. Seu primeiro compromisso será visita ao IPT com Alberto Goldman. Quer conhecer o Centro de Engenharia Naval.

A APAE promove, hoje, seu tradicional leilão de vinhos. No Terraço Daslu.

A Moët & Chandon pilota festa na estreia de Sex and the City 2. Hoje, na Pink Elephant.

Marco Luque encarna, a partir de amanhã, um octogenário ex-campeão de futebol em um programa armado no MSN. Ideia da New Content.

Hoje, data comemorativa da independência da Jordânia, o Arábia Vilaboim abre mostra de fotos do país feitas por Marcos Pacheco.

Vincent Chaperon, da Dom Pérignon, faz jantar harmonizado com cardápio de Alex Atala. Hoje, no D.O.M.

O livro Centenário Simão Mathias será lançado hoje, na Livraria da Vila do Itaim.

Pérola da internet sobre o resultado dos nanicos radicais na última pesquisa eleitoral: se é para ser zero que, pelo menos, seja à esquerda.

KÁTIA ABREU

A esquerda não quer a reforma agrária
KÁTIA ABREU 
O Estado de S.Paulo 25/05/10

Nada obsta mais a reforma agrária no Brasil que a manipulação político-partidária que dela se faz. A estratégia criminosa de invasões de terras é a ponta de lança desse processo. Transforma o produtor rural em vilão e o invasor em vítima, numa espantosa inversão de valores. A entidade que tudo patrocina, o Movimento dos Sem-Terra (MST), inexiste juridicamente, o que impede reparações judiciais.

O governo, que deveria garantir a segurança dos contribuintes, faz vista grossa, emite declarações simpáticas aos invasores e chega ao requinte de produzir um decreto, o PNDH-3, em que os considera parte a ser ouvida antes de o invadido recorrer à Justiça para reclamar a reintegração de posse. Pior: financia os invasores, via ONGs constituídas com a única finalidade de gerir uma entidade abstrata, embora concreta em seu objetivo predatório. Acumulam-se aí ilícitos: além da invasão, há o ato irregular governamental, denunciado pelo ministro Gilmar Mendes, do STF, de financiar entidades que burlam a lei.

Quanto já foi gasto - sabe-se que são centenas de milhões de reais - a pretexto da reforma agrária, em dinheiro repassado a essas ONGs? E o que de concreto foi feito para realizá-la? Qual a produtividade dos assentamentos do MST? São perguntas sem resposta, que justificaram a instalação de uma CPI mista no Congresso Nacional, sistematicamente sabotada pela maioria governista.

Em vez de respondê-las, os agentes partidários, travestidos de funcionários públicos, empenham-se em difundir a infâmia de que a maioria dos produtores rurais ou é predadora do meio ambiente ou escravagista. A manipulação de causas contra as quais ninguém, na essência, se opõe é um dos truques de que se vale uma certa esquerda fundamentalista, adversária da livre-iniciativa, para manter como reféns os produtores rurais, difamando-os.

Nenhuma pessoa de bem - e a imensa maioria dos produtores rurais o é - é a favor do trabalho escravo ou da destruição do meio ambiente. Mas isso não significa que concorde com qualquer proposta que se apresente a pretexto de defender tais postulados. Não basta pôr na lei punições contra o "trabalho degradante". É preciso que se defina o que é e o que o configura concretamente, princípio elementar da técnica jurídica.

A lei não pode ser meramente adjetiva, o que a torna, por extensão, subjetiva, permitindo que seja aplicada conforme o critério pessoal do agente público. Foi esse o ponto que me fez, como deputada federal e depois como senadora, exigir emendas a uma proposta legislativa de punição por trabalho escravo. Não o defendo e o considero uma abjeção inominável. Quem o promove deve ser preso e submetido aos rigores da lei, sem exceção, sem complacência. Mas tão absurdo e repugnante quanto o trabalho escravo é manipulá-lo com fins ideológicos.

O que se quer é o fim da livre-iniciativa no meio rural, pela sabotagem ao agronegócio, hoje o segmento da economia que mais contribui para o superávit da balança comercial do País.

A fiscalização das propriedades rurais está regulada pela Norma Regulamentar n.º 31 do Ministério do Trabalho (MT), que tem 252 itens e desce a detalhes absurdos, como estabelecer a espessura do pé do beliche e do colchão.

Afirmei, em razão desses excessos, ser impossível cumpri-la em sua totalidade e que havia sido concebida exatamente com essa finalidade. Tanto bastou para que fosse acusada de defender o trabalho escravo, recusando-me a cumprir práticas elementares, como o fornecimento de água potável e condições básicas de higiene. Desonestidade intelectual pura.

A Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), que presido, tem sido bem mais eficaz que o Estado na fiscalização trabalhista nas propriedades rurais. Basta conferir os números: os grupos móveis de fiscalização do MT percorreram, em sete anos - de 2003 até hoje -, 1.800 fazendas. A CNA, em 90 dias, percorreu mil fazendas e já está promovendo o circuito de retorno, para averiguar as providências tomadas.

A CNA, com o objetivo de aprimorar o trabalho no meio rural, vai criar um selo social - uma espécie de ISO 9000 trabalhista - para qualificar as propriedades-modelo, qualificando também sua produção. Esse selo indicará não só zelo social, mas respeito ao meio ambiente e adoção de práticas produtivas adequadas. Não queremos responder às injúrias com injúrias, mas com demonstrações concretas de nosso empenho em contribuir para o desenvolvimento econômico e social do País.

É preciso que se saiba que 80% dos produtores rurais brasileiros são de pequeno e médio portes e não suportam economicamente esse tipo de sabotagem, que se insere no rol de crimes contra o patrimônio, de que as invasões de terras são a ponta de lança.

Em quase todos os casos, os enquadrados como escravagistas não são processados. E por um motivo simples: não o são. As autuações trabalhistas que apontam prática de trabalho escravo são insuficientes para levar o Ministério Público a oferecer denúncias pela prática de infrações criminais. O resultado é que, enquanto isso não ocorre, o produtor tachado de escravagista fica impedido de prosseguir em seu negócio e acaba falido ou tendo de abrir mão de sua propriedade. A agressão, como se vê, não é somente contra o grande proprietário, mas também contra a agricultura familiar, cuja defesa é o pretexto de que se valem os invasores e difamadores.

Diante disso tudo, não hesito em afirmar que se hoje o processo de reforma agrária não avança no País a responsabilidade é dessa esquerda fundamentalista, que manobra o MST, consome verbas milionárias do Estado e proclama a criminalização dos movimentos sociais. Não há criminalização: há crimes, com autoria explícita. O MST, braço rural do PT, não quer a reforma agrária, mas sim a tensão agrária, de preferência com cadáveres em seu caminho, de modo a dar substância emocional a um discurso retrógrado e decadente. Reforma agrária não é postulado ideológico, é imperativo do desenvolvimento sustentado. Por isso a CNA a apoia. Por isso o MST e a esquerda fundamentalista não a querem.

SENADORA (DEM-TO), É PRESIDENTE DA CNA