sexta-feira, abril 16, 2010

LUIZ CARLOS MENDONÇA DE BARROS

A economia do país em direção ao muro
LUIZ CARLOS MENDONÇA DE BARROS 
Folha de S. Paulo - 16/04/2010
A euforia pelo crescimento nos levará a bater no muro das restrições econômicas; esse filme tem final triste
A ACELERAÇÃO do crescimento econômico no Brasil começa a me assustar. Com base nos dados do primeiro trimestre deste ano, um grupo de analistas já fala em crescimento do PIB de mais de 7% em 2010. Nós, na Quest Investimentos, ainda não chegamos a tal, talvez porque meus colegas sejam mais cautelosos do que eu...
O crescimento da demanda interna pode ficar próximo a 10% em 2010. As importações respondem por essa diferença entre PIB e a chamada absorção interna. Mas elas acomodam a demanda aquecida apenas no grupo dos chamados bens "tradables", isto é, aqueles que podem ser comprados em outros países. A maior parte da oferta na economia brasileira é constituída por bens e serviços que não podem ser importados. O mais importante deles é o mercado de trabalho e nele é que está a componente mais ameaçadora que vejo para a frente. Também a infraestrutura econômica não está preparada para acomodar tal crescimento econômico. Afinal, são quase oito anos sem investimentos federais relevantes.
Poderemos chegar ao fim deste ano com uma taxa de desemprego da ordem de 6%, mantido o crescimento atual da geração de postos de trabalho. Em março, o número de empregos formais aumentou em 266 mil, número muito forte para o mês. O ministro do Trabalho, encantado com o próprio sucesso, disse ontem que esse número deve se repetir neste mês. Dada a composição da oferta de mão de obra no país, a desocupação ainda elevada esconde uma situação de escassez nas faixas profissionais mais qualificadas.
A pressão sobre os salários desse segmento dos trabalhadores já está ocorrendo e deve se acelerar. Na construção civil, um dos pontos mais aquecidos da economia, os salários já estão crescendo a mais de 10% ao ano. Mas outros sinais também alertam o analista mais cuidadoso. São evidências de instabilidade grave. Dou um exemplo: a produção de caminhões da Mercedes-Benz brasileira em março foi o dobro da matriz na Alemanha. Mesmo com a crise na Alemanha esse número é um aleijão para mim.
Minha experiência profissional diz que estamos entrando em um daqueles momentos em que a euforia do brasileiro -aqui incluído trabalhadores, empresários e governo- vai nos levar a bater no muro das restrições econômicas. E a inflação é o problema mais grave que vamos enfrentar. Não me surpreenderia se, em poucos meses, estivermos falando de uma taxa de inflação, 12 meses à frente, superior a 6% ao ano.
O governo -que teve atuação exemplar durante a curta crise que vivemos- entrou agora na defesa de uma macroeconomia keynesiana utópica e muito perigosa. Segundo a equipe econômica, os investimentos privados estão acontecendo e devem assegurar o equilíbrio entre oferta e demanda. São os eternos canarinhos que voam no universo dos economistas brasileiros. Já vi esse filme no passado e posso assegurar ao leitor que o final será triste.
Por outro lado, a dinâmica eleitoral esta criando uma onda de benesses que apenas agrava o quadro de superaquecimento. Contabilizem os aumentos de gastos que estão saindo do Congresso nesses últimos meses e façam as contas. Isso joga mais lenha na fogueira da demanda privada.
Para tentar esfriar o entusiasmo de todos, parece restar apenas a atuação do Banco Central. Mas trazer de volta o senso do real nesta altura do campeonato apenas com juros mais elevados será uma tarefa difícil e com prazo longo de maturação.
LUIZ CARLOS MENDONÇA DE BARROS , 67, engenheiro e economista, é economista-chefe da Quest Investimentos. Foi presidente do BNDES e ministro das Comunicações (governo Fernando Henrique Cardoso).

RUY CASTRO

Caça aos votos

Ruy Castro 
Folha de S. Paulo - 16/04/2010
 
RIO DE JANEIRO - Virgem em pelejas eleitorais -nunca disputou sequer o cargo de monitora da sua turma de bandeirantes- e já candidata à Presidência, Dilma Rousseff precisará se adaptar depressa aos rituais de campanha, os quais costumam exigir muita paciência, grande resistência física e mental e nervos e estômago de aço.
Em suas excursões à caça de votos nos mais remotos burgos, da Cisplatina ao Guaporé, Dilma terá de enfrentar a culinária local com a mesma bravura com que dispara contra seus desafetos políticos. Isso implicará almoçar cerca de cinco vezes por dia, em todas limpando o prato e estalando a língua, para não fazer uma desfeita aos caciques políticos desses arraiais.
Não são simples almoços, mas banquetes, e nenhuma das refeições é exatamente light. Nas profundas do Brasil, as pessoas ainda não foram picadas pela "mauvaise conscience" alimentar e se atiram com gosto ao sal, às banhas e às entranhas -em certas regiões, buchada de bode é comida para convalescentes. Donde Dilma já pode ir preparando o antiácido, a balança e a contagem do colesterol.
Dilma terá de se habituar a apertar as mãos encharcadas do povo brasileiro (sem enxugar as suas nem mesmo em discretos lencinhos) e a beijar bebês de nariz escorrendo (beijar o bebê de Madonna foi fácil) e sujeitar-se a repentinos esguichos (nem todos os bebês brasileiros vêm equipados com fraldas). E submeter-se a abraços um pouco mais sôfregos por parte de cabos eleitorais dispostos a posar de íntimos para seus eleitores.
Mais que tudo, Dilma terá de demonstrar sincero interesse pelo que os próceres de cada curral lhe disserem -cada um tem seus problemas, e cada curral, suas exigências. Enfim, terá de aprender uma ciência e arte que ainda não domina: a de ouvir em vez de só falar.

NELSON MOTTA

A loba e o raposão

NELSON MOTTA
O Globo - 16/04/2010

Usar de todos os meios para derrubar a ditadura e convocar eleições gerais livres e abertas a todos os partidos.

Seria patriótico e democrático, se não fosse mentira. O objetivo da luta armada no Brasil era trocar uma ditadura por outra, baseada na revolução cubana.

Zé Dirceu, Dilma e Tarso Genro se orgulham disto. Cegos de fé, juventude e generosidade, sonhavam com uma ditadura legitima, do bem, porque do povo, do proletariado. Também acreditei nisto, como muitos jovens oprimidos e ingênuos, até que a razão, os fatos e a história me convenceram do engano.

Mas uma loba guerrilheira nunca vai admitir que, além de um erro estratégico e político, a sua luta e o sacrifício de tantos companheiros eram para instituir uma ditadura socialista no Brasil.

Dirá que foi pela liberdade do povo. A mesma que os cubanos têm hoje? Ninguém ousa lhe perguntar.

Muitos dos seus ex-companheiros de armas, graças à democracia, ocupam postos importantes no governo, e reconhecem que a luta armada foi um erro de avaliação, talvez por excesso de juventude e generosidade. Mas ela nunca reconhecerá, nem que a vaca tussa. Ela não abandonou o barco nem fugiu da luta, não avaliou que seu sacrifício e de tantos companheiros poderia se voltar contra eles, como uma greve de fome, e até atrasar o processo de redemocratização.

Mas, para versões bolcheviques de velhos hippies de rabo de cavalo, parece que o sonho não acabou. Cordeiro em pele de lobo, Lula, o raposão, jamais sonhou com uma cubanização do Brasil. Cresceu e se desenvolveu como sindicalista por sua inteligência e capacidade de negociação.

Loba em pele de loba, ela se acostumou a planejar e a mandar — e obedecer ao chefe — no que deve ser competente: é condição indispensável a uma gestora de gestores.

Lula também tem um lado lobo, quando esbraveja e bravateia nos palanques, mas deve as maiores conquistas do seu governo, e sua popularidade, à sua formação e aptidão de grande negociador, que o levou a harmonizar partidos, corporações e interesses conflitantes para o sucesso de seus programas econômicos e sociais.

Mas a loba ama a luta.

MÔNICA BERGAMO

Emergência 
Mônica Bergamo 

Folha de S.Paulo - 16/04/2010

O bilionário Eike Batista cancelou toda a sua agenda, ontem, para voar para Brasília e se encontrar com o presidente da China, Hu Jintao, que teve que encurtar sua visita ao Brasil e retornar ao seu país, atingido por um terremoto nesta semana.

O empresário tinha que assinar com o mandatário acordo para a construção de uma siderúrgica no Rio, da qual a companhia chinesa Wisco terá 70% das ações e a EBX, de Batista, os outros 30%.
No Páreo
Marcelo Frisoni, marido de Ana Maria Braga, vai tentar mais uma vez um cargo político. Ele será candidato a uma vaga de deputado na Assembleia Legislativa de SP pelo PP de Paulo Maluf. O partido pode apoiar a ex-ministra Dilma Rousseff (PT) à Presidência. Em 2008, Frisoni concorreu a vereador em SP.
Charme e Simpatia
Frisoni, por sinal, está "encantado" com Dilma Rousseff. Ana Maria Braga e ele jantaram com a ex-ministra anteontem, na casa deles em SP. "É uma das pessoas mais encantadoras que conheci nos últimos tempos. Uma mulher de tirar o chapéu por seu charme, simpatia, conhecimento e história de vida." Ele diz que Ana Maria recebeu Dilma como "amiga". "Foi uma visita de comadres."
Louro José
O jantar, para poucos convidados, foi preparado pelo chef Alessandro Segato. No cardápio, risotos, carnes e peixes.
Longa Caminhada
Um deficiente físico, com má formação de um dos braços, vai percorrer a pé o trajeto entre São Paulo e Brasília. Estará acompanhado por um cadeirante, que vai empurrar a própria cadeira. O objetivo de Orlando Galati, 50 anos, e de José Gonsalo Neto, 44 anos, é colher depoimentos de deficientes de 38 cidades de São Paulo, Minas Gerais e Goiás e apresentar um relatório ao presidente Lula. A dupla, que tem o apoio da vereadora Mara Gabrilli (PSDB-SP), sai de SP no domingo e prevê chegar à capital federal no dia 27 de maio.
Tato
E Dudu Braga, filho do cantor Roberto Carlos, vai visitar pela primeira vez, no dia 29, a exposição em homenagem ao pai, na Oca. Estará acompanhado por 40 ouvintes de seu programa de rádio, que venceram uma promoção. Braga, que é cego, poderá tocar em algumas das peças, como os carros antigos. Permissão concedida pelo Rei a todos os deficientes visuais que visitam a mostra.
Favela Chic
Cacá Diegues, que vai para Cannes em maio com "Cinco Vezes Favela - Agora Por Nós Mesmos", irá levar os cinco diretores do longa, moradores de favelas cariocas, para desfilar no tapete vermelho da boulevard Croisette. "Esse filme é sobre favela, violência, mas não tem autopiedade, autocomiseração. Eu brinco que o "Cidade de Deus" é o filme que mostra a favela dos bandidos, "Tropa de Elite", a favela dos policiais, e "Cinco Vezes Favela", a favela dos moradores", diz Cacá, produtor do longa.
A Próxima Tropa 
E, depois de "Tropa de Elite 2", Wagner Moura vai integrar o elenco de "A Cadeira do Pai", longa de Luciano Moura produzido pela O2, ao lado de Fernanda Torres e Lima Duarte. O filme, um drama estilo "road movie" sobre três gerações de pais e filhos, será rodado no segundo semestre.
Problema Antigo
O musical "É com Esse que Eu Vou", que estreia em agosto no Rio, com direção de Charles Möeller e Claudio Botelho, vai dedicar um dos blocos temáticos às enchentes do Estado. Sem falas, o espetáculo será narrado por meio de cem sambas compostos no século passado, até a década de 1970. "Os grandes sambistas já retratavam esse problema em suas canções", diz Botelho.
Beijo de Ouro
Após ser flagrada aos beijos com o ator Jonatas Faro, a atriz Danielle Winits, que se separou recentemente do ator Cássio Reis, pulou da 85ª posição para a quarta no site www.celeb.com.br, que mede a popularidade de brasileiros por meio de citações na mídia e em sites como o Twitter. À frente dela, apenas Dilma Rousseff, o presidente Lula e o jogador Neymar. Faro passou da 1.016ª posição para a sétima.
Slogan Tucano
"O que é bom as pessoas têm que copiar" 
O presidente do Santos F.C., Luis Alvaro de Oliveira Ribeiro, que se elegeu no clube com o slogan "O Santos pode mais", falou à coluna sobre a adoção da frase pelo ex-governador José Serra (PSDB-SP), que tem dito, na pré-campanha à Presidência da República, que "o Brasil pode mais". Luiz Gonzalez, marqueteiro de José Serra, é irmão de Fábio Gonzalez, que integrou a chapa que hoje dirige o Peixe.

FOLHA - O slogan ajudará Serra?
LUIS ALVARO DE OLIVEIRA - Acredito que sim. Ele é uma espécie de síntese do que a gente pensava a respeito do Santos e do que o Serra pensa a respeito do Brasil. A eleição não pode e não deve ser um plebiscito, como a eleição do Santos não foi.
A convicção de que o Santos podia mais do que vinha tendo é construtiva, não destrutiva. E acho que o pessoal de marketing do Serra deve ter acompanhado o resultado de nossa campanha, que foi um fogo morro acima e água morro abaixo. A gente, com toda dificuldade de enfrentar um candidato que estava no poder havia dez anos [o ex-presidente Marcelo Teixeira], apareceu como um sopro de renovação.
Acho que os marquetólogos do Serra têm muita competência, porque, ao invés de falar mal do governo Lula, que está fazendo um trabalho muito bom, o Serra acrescenta a ideia de que pode fazer ainda mais do que está sendo feito. Ele foi muito feliz em escolher o slogan que a gente tinha usado.

FOLHA - O Luiz Gonzalez, marqueteiro do Serra, criou o slogan da campanha de vocês?
OLIVEIRA - O Luiz participou com opiniões, sempre muito ponderadas, a respeito da nossa estratégia, mas o autor da frase é o Armênio Neto, nosso gerente de marketing.
Mas o Luiz é o homem de comunicação do Serra e, como ele é sócio do Santos, acompanhou a eleição e votou na nossa chapa, deve ter ficado impressionado com a repercussão fantástica que nossa candidatura teve nas ruas.

FOLHA - O ex-governador Geraldo Alckmin usou o slogan em 2006.
OLIVEIRA - Usou sem muita ênfase. Não foi o carro-chefe. Para nós, foi. Durante a campanha, a torcida musicou o slogan. O Pacaembu lotado e a torcida começou: "O Santos pode mais, o Santos pode mais, o Santos pode maaais". O que é bom as pessoas têm que copiar mesmo.

FOLHA - Mas, até agora, a única vitória do slogan foi a do senhor.
OLIVEIRA - Não bastam boas ideias, mas a empatia que você desperta em uma proposta despretensiosa e construtiva certamente sinaliza uma campanha de alto nível, que é o que o Brasil espera. Me deu vontade de dizer: "Serra, eu não vou cobrar "copyright", porque passou a ser de domínio público". Mas eu acho que eles tiveram bom gosto de usar esse slogan.

FOLHA - E o senhor vota no Serra?
OLIVEIRA - Eu não posso contar.


Curto-circuito
O ESPETÁCULO "Após a Chuva", de Silvio Guindane, estreia hoje, às 21h, no teatro Juca Chaves. Classificação etária: 14 anos.

A CANTORA Teresa Cristina lança seu novo CD, "Melhor Assim", amanhã, às 21h, no Sesc Pinheiros. Classificação: dez anos.

O ATOR Celso Frateschi integra o elenco da peça "O Inquisidor", que estreia hoje, às 21h, no teatro Ágora. 14 anos.

A SEGUNDA EDIÇÃO da festa Grito acontece hoje, à meia-noite, no clube Lions, com discotecagem de Alexandre Herchcovitch, Aline Prado e Paulo Troya. 18 anos.

A MOSTRA "Preto & Branco", de Marie Hippenmeyer, será inaugurada amanhã, a partir das 11h, na Caixa Cultural.

O CONCURSO MUSICAL Nelson Freire Orquestra Sinfônica Brasileira Jovens Solistas tem inscrições abertas até o dia 20. Informações no site
www.osb.com.br.

A GUITARRISTA Mônica Agenda, da banda Natiruts, se apresenta hoje, às 19h, na Livraria Cultura do shopping Bourbon. Livre.

SONIA RACY - DIRETO DA FONTE

PSDB no ataque 
Sonia Racy 

O Estado de S.Paulo - 16/04/2010

Além de pedir à Justiça que multe a Sensus, o PSDB quer mais. "Não excluímos o pedido de novas investigações", diz Ricardo Penteado, advogado do partido.

Os tucanos acham estranho que o tesoureiro do Sintrapav, que bancou a pesquisa (patrocinada inicialmente por outro sindicato, o Sindecrep), não soubesse de sua existência - e da despesa de R$ 110 mil. "Isso significa 10% do orçamento anual do sindicato", alerta Penteado.

Matagal
Aldo Rebelo está desanimado. Conduziu 65 audiências e ouviu centenas de entidades de 19 Estados por oito meses... e não consegue completar seu texto sobre o novo Código Florestal.

"As ONGs não sabem o que é a vida no campo", lamenta.

Bem me quer
Itamar Franco vinha flertando com a campanha de Marina Silva, mas desistiu - em cima da hora - de recebê-la em Juiz de Fora.

É que o ex-presidente, hoje no PPS, negocia dobradinha com Aécio, para o Senado.

Escudo
Pelo menos cinco policiais militares que faziam a segurança de Serra no Bandeirantes deixaram o cargo para continuar na cola do pré-candidato.

Entre eles, dois ajudantes de ordens do ex-governador.

Cesta ou sela
Os filhos de Hortência estão arrasando no esporte. Basquete? Que nada. Antonio Victor, 13 anos, e João Victor Marcari Oliva, de 14, venceram, em suas categorias, o Concurso de Adestramento Nacional.

Três em um
Bruno Musatti, colecionador, decidiu abrir seu acervo para a Ricardo Camargo Galeria.
Com obras raras de Nuno Ramos, Rivane Neuenschwander e Artur Barrio, a exposição começa no dia 24.

Não imita a vida

Enquanto as cidades rezam para parar de chover, a equipe de O Médico e o Monstro batalha pelo contrário.

Precisam despejar 4.000 litros de água por noite, simulando dez minutos de chuva no palco do Teatro Bradesco. A peça estreia em junho.


Haja saúde

A Qualicorp, respeitada corretora de saúde, quer ver até o diabo. Mas não quer ver o banco Morgan Stanley pela frente.

Motivo? IPO da Brasil Insurance.

Terceira, a idade
Dilma corre para alcançar Serra... na disputa da eleição como avó.
Em Porto Alegre, hoje, ela acompanha o ultrassom da filha Paula, que será mãe... em outubro.

Promessa
Representantes do futebol estilo livre se reúnem no fim do mês, na África do Sul, para o campeonato mundial Red Bull Street Style.

O Brasil entra com Arthur Mansilla, que anda deixando até os craques de boca aberta.

Tradução
A Globo vendeu a novela Páginas da Vida, de Manoel Carlos, para... Mongólia e Vietnã.


Terra nostra
Toquinho e o escritor chileno Antonio Skármeta assinaram com o selo RAI, da TV italiana.
As criações da dupla começam a ser gravadas na Itália, no segundo semestre.

Inimigo íntimo
Frequentadores da Igreja Universal de Luziânia estão revoltados. Admar de Jesus Santos, acusado de violentar meninos, era frequentador do templo.

Na frente

Nilton Bonder se junta a 49 intelectuais, dia 29, em Roma. Participam do Conselho de Reconciliação da ONU.

Marilia Razuk abre duas exposições simultâneas, amanhã: a de Kboco e do coletivo chileno dos jovens artistas Joquín Cociña, Niles Atallah e Cristóbal Leon.
A OSB recebe inscrições para o Concurso Nelson Freire de Jovens Solistas até 20 de abril. Pelo site da orquestra.

Nada de motorista embriagado. Depois da rave Skol Sensation, amanhã, o festeiro recebe passe de volta para o metrô. Com integração de ônibus grátis.

Lula lançou ontem mais um PAC - desta vez, de alcance internacional. Assinou documento ambicioso com Hu Jintao, da China, abrangendo diversas áreas. O título? Plano de Ação Conjunta. Para os mais chegados, PAC.

GILMAR MENDES

Uma aula de Brasil

GILMAR MENDES
O Globo - 16/04/2010
 
Comecemos pelo óbvio: preso é gente. E gente precisa de alimento, educação e trabalho.

No Brasil, porém, a realidade às vezes consegue revogar até axiomas. Aqui os presídios não são casas correcionais socializadoras, mas depósitos de seres humanos, que, lá chegando, transformamse em coisas — pelo menos para a maioria — e como tal são tratados.

É o que vem sendo escancarado ao país desde que o Conselho Nacional de Justiça pôs em execução o Programa dos Mutirões Carcerários.

As deficiências são de toda ordem: superpopulação, lixo acumulado, infestação por ratos. Faltam técnicos, quando não estrutura mínima de funcionamento nas varas e, enquanto escasseiam defensores, sobram processos aguardando instrução, num quadro em que o excesso de prazo é a regra.

Nos mutirões constatou-se déficit de 167 mil vagas no sistema prisional — a custodiar mais de 473 mil pessoas — que cresce em média 7,11% ao ano. Contudo, mesmo diante dos milhares de mandados de prisão não cumpridos, o investimento na construção de presídios não chega a 3% dos recursos necessários à criação dessas vagas.

A ineficiência sistêmica é mais flagrante no paradoxo de que milhares de réus encontram-se soltos sem perspectiva de julgamento enquanto tantos se acham ilegalmente encarcerados, alguns cumprindo provisoriamente penas superiores à do delito que cometeram.

É para reverter tais ignomínias que o CNJ trabalha.

Examinados mais de 111 mil processos em um ano e meio, foram concedidos cerca de 34 mil benefícios legalmente previstos, entre os quais mais de 20,7 mil liberdades. Ou seja, por dia, 36 pessoas indevidamente encarceradas reouveram o direito à liberdade. Quanto à racionalização dos gastos, os mutirões resultaram na realocação de vagas equivalentes à capacidade de 40 presídios médios.

A Lei de Execuções Penais determina que os condenados trabalhem ou tenham acesso ao ensino fundamental.

Todavia, pesquisas revelam que, em 2008, a média de presos sem trabalho é de 76%, e só 17,3% estudam.

Entre os detidos que trabalham, a chance de reincidência cai a 48%. Para os que estudam, reduz-se a 39%.

Ora, o alto índice de reincidência demonstra que o sistema prisional não atende ao principal objetivo — recuperar, reabilitando ao convívio social, aqueles que delinquiram.

Os explosivos indicadores da violência urbana, o aumento da criminalidade e da sensação de insegurança evidenciam que o problema se agrava e precisa ser resolvido com medidas pragmáticas, a exemplo das parcerias que o CNJ vem fazendo com órgãos públicos e com a comunidade para viabilizar a capacitação profissional necessária à reinserção dos presos na sociedade, além do acesso a serviços básicos, como a previdência e assistência social.

Dentre as ações do CNJ direcionadas à reinserção de egressos, destacamse projetos como o Começar de Novo, Advocacia Voluntária, Recambiamento de Presos e a criação do Departamento de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário, legados estruturantes dos mutirões carcerários, com frutos no plano da justiça criminal. Não por outro motivo, 2010 foi eleito pelo Judiciário como o ano da justiça criminal.

Ao ministrar essa aula de Brasil, os mutirões mostraram que apenas com esforço conjunto e programado se superam desafios de tal porte. Daí a elaboração da Estratégia Nacional de Justiça e Segurança Pública, alicerçada na colaboração entre o Judiciário, o Executivo e o Ministério Público, em explícito reconhecimento de que, não cabendo a transferência de culpas, cumpre abraçar a corresponsabilidade, com planejamento e atuação articulados.

Por ação ou omissão, o tirano nessa história não há de ser mais o Estado brasileiro, cujo crescimento econômico tem despertado admiração.

Passa da hora de o país alçar ao ranking da responsabilidade social, garantindo proteção aos direitos fundamentais, sobretudo dos segmentos mais vulneráveis da população.

PAINEL DA FOLHA

Última instância  
Renata Lo Prete 

Folha de S.Paulo - 16/04/2010

Aliados que acompanham o impasse sobre a candidatura (ou não) de Ciro Gomes (PSB) à Presidência avaliam que, ao atacar duramente o partido em artigo publicado ontem em seu site, o verdadeiro destinatário do recado seria o presidente Lula. Ou seja, ao exigir do PSB uma definição sobre seu futuro, Ciro estaria cobrando de Lula o alegado compromisso de não inviabilizar sua permanência na disputa. Segundo leitores de sinais, não à toa ele se queixou da "briga provinciana dos políticos de São Paulo", Estado para o qual transferiu seu domicílio eleitoral a pedido do presidente. "Ele só aceita ser derrotado pelo partido inteiro. Ou pelo Lula", diz um aliado no Congresso.
Corda
No PSB, além da dificuldade em encontrar uma saída, há o temor de que Ciro não aceite a eventual orientação do presidente da sigla, Eduardo Campos (PE), para desistir e recorra ao Diretório Nacional do partido. Feito isso, o problema seria empurrado para a convenção de junho, o que atrapalharia ainda mais as alianças estaduais.
Essencial
De um dirigente nacional do PT, sobre a turbulência na relação com o principal aliado: "Esqueça as outras exigências. O que importa para o PMDB é Minas e Michel Temer na vice. E isso nós vamos providenciar".
Remédio
O PT nacional admite intervir em Minas caso a seção local insista em lançar candidato próprio ao governo, uma vez realizadas as prévias de 2 de maio, à revelia do acordo com o PMDB. "No limite, a direção nacional dos dois partidos irá dizer: vai ser assim e pronto", sustenta o presidente da sigla, José Eduardo Dutra.
Trincheira
Presidente do PT-MG, Reginaldo Lopes devolve: "A realização da prévia é o fortalecimento da candidatura própria ao governo. É mais natural a aliança com o PMDB no segundo turno do que no primeiro. Vamos insistir até o final de junho".
Com que roupa?
Dilma Rousseff (PT) foi orientada pela equipe de campanha a usar mais o tom lilás. O argumento é que a cor identifica o gênero feminino e "representa prosperidade".
AssessoriaConvocada por Dilma para ajudar na campanha presidencial, a prefeita de Fortaleza, Luizianne Lins (PT), entrou em campo durante uma entrevista da candidata à TV Cidade, do Ceará. Luizianne interrompeu duas vezes a repórter para impedir perguntas sobre um hospital e uma refinaria no Estado.
MemóriaO Estado de Alagoas, onde José Serra esteve ontem, foi o único em que o tucano derrotou Lula no segundo turno de 2002: 56,39% a 43,61%. Na ocasião, Renan Calheiros (PMDB) estava a seu lado. Desta vez, coordenará os esforços pró-Dilma.
Voo próprioO governador Teo Vilela (PSDB) lembra o resultado de 2002 e a vantagem de Serra nas pesquisas feitas em Alagoas para defender que o desempenho do tucano não será limitado pelo desenho das alianças locais.
Às falasNova ministra-chefe da Casa Civil, Erenice Guerra cobrou de José Artur Filardi, ministro das Comunicações, providências para a crise dos Correios, às voltas com atrasos na entrega de correspondências. Lula também tratará do caso com o presidente do órgão, Carlos Henrique Custódio.
AfagoA indicação de Raul Araújo Filho para ministro do STJ foi interpretada no Senado como um agrado do governo a Ciro Gomes. O futuro ministro foi procurador-geral do Ceará quando Ciro era governador do Estado.
Visita à FolhaLuiz Flávio Borges D'Urso, presidente da OAB-SP, visitou ontem a Folha. Estava acompanhado de Santamaria Nogueira Silveira, assessora.
Tiroteio
"A aliança do PT com Cid Gomes vem desde 2006. Quem não faz parte dela é o PSDB, que tem de enfrentar seu próprio dilema no Ceará."

Contraponto

Ideia fixa
Em acalorada reunião de líderes de bancada há algumas semanas para discutir a votação do projeto da "ficha limpa", que impede a candidatura de condenados por algum colegiado, João Pizolatti (PP-SC) reclamou de Michel Temer (PMDB-SP) por não lhe dar a palavra:

-Olhe para este lado da mesa, presidente!

Temer se mostrou um tanto embaraçado, e Chico Alencar (PSOL-RJ) aproveitou para fazer piada a respeito da esperada indicação do peemedebista para o posto de vice na chapa de Dilma Rousseff:

-Vocês sabem que o presidente, ultimamente, não tem olhado muito para a direita...

ROGÉRIO L. FURQUIM WERNECK

O modelo Rousseff

Rogério L. Furquim Werneck
O Estado de S. Paulo - 16/04/2010
 

 A ruidosa licitação da Usina de Belo Monte permite perceber com clareza em que, afinal, redundou a reforma do setor elétrico, comandada nos últimos sete anos por Dilma Rousseff. Para assegurar a expansão da oferta de energia, o governo se vê obrigado a aplicar doses maciças e crescentes de dinheiro público em cada novo projeto de investimento.
Quando assumiu o Ministério de Minas e Energia em 2003, Dilma anunciou que seu objetivo fundamental na remodelagem do setor elétrico era garantir a modicidade tarifária. Objetivo mais que defensável. O desafio estava em remover entraves à expansão da oferta de energia e estabelecer regras e práticas de regulação bem concebidas, capazes de reduzir a incerteza regulatória e atrair sólido fluxo de investimento para o setor. Não há melhor forma de assegurar tarifas módicas do que manter ambiente propício à expansão da oferta de energia em compasso com o crescimento da demanda. Infelizmente, não foi esse o programa de ação escolhido pela ministra. A proposta que apresentou em meados de 2003 deixou o setor elétrico horrorizado. Entre "pontos inegociáveis" e delírios voluntaristas, o documento que veio a público mostrava total descaso por incentivos e riscos que condicionam decisões de investimento no setor. Foi preciso bem mais de um ano para que, com a ajuda de especialistas de fora do governo, o documento inicial fosse convertido em algo que servisse de base para uma proposta menos rudimentar de reforma do setor elétrico. Mas o vezo voluntarista e o desprezo por forças de mercado que marcaram a formulação da proposta original jamais puderam ser completamente eliminados. E afloraram agora, de forma clara, na licitação da usina de Belo Monte.
A preocupação central com a modicidade tarifária permanece. O problema é que, sem poder contar com um ambiente de investimento que engendre tarifas módicas de forma natural, o governo vem tentando assegurar a modicidade tarifária na marra, despejando nas novas usinas todo o dinheiro público que for necessário. O ponto de partida em Belo Monte foi um esquema de financiamento que permitisse fixar em nível arbitrariamente baixo a tarifa máxima, que poderá ser exigida na licitação. Feito o orçamento preliminar do projeto, constatou-se que tarifa tão baixa só seria viável se 49% dos investimentos fossem bancados pela Eletrobrás, que se contentaria com uma remuneração "patriótica" dos recursos investidos. Na verdade, a Eletrobrás nem conta com tais recursos. A empresa terá de ser capitalizada pelo Tesouro, direta ou indiretamente, por meio do BNDES, com fundos advindos de emissão de dívida pública. Só assim a Eletrobrás poderá se mostrar tão "patriótica" quanto se espera.
Como o orçamento inicial estava excessivamente irrealista, a tarifa máxima teve de ser elevada. Contudo, mesmo essa tarifa vem sendo considerada insuficiente por investidores que poderiam ter interesse na licitação de Belo Monte. Em face das reclamações, o natural seria que o governo elevasse mais uma vez a tarifa máxima ou, confiante nas suas contas, se recusasse a alterá-la, fazendo ouvidos moucos a investidores insatisfeitos. Mas o que o governo tem feito é algo bem diferente. Tacitamente, reconhece que a nova tarifa máxima é insuficiente, mas se recusa a elevá-la. Prefere despejar mais dinheiro público no projeto. Dispõe-se a financiar 70% da usina pelo BNDES, em 30 anos, a juros de 4%. Obriga fundos de pensão a entrar no projeto com recursos que não são públicos, mas que o governo trata como se fossem. E, por fim, temendo que tudo isso ainda seja insuficiente, considera o desatino de isentar de impostos os lucros auferidos no projeto, como já fez nas usinas do Rio Madeira. Salta aos olhos que há algo de profundamente errado em tudo isso. Ao fim e ao cabo, o que se vê é a modicidade tarifária viabilizada por gigantesco e demagógico programa de subsídio à energia elétrica, bancado por recursos públicos que poderiam ter utilização alternativa incomparavelmente mais nobre.

Rogério L. Furquim Werneck -ECONOMISTA, DOUTOR PELA UNIVERSIDADE HARVARD. É PROFESSOR TITULAR DO DEPARTAMENTO DE
ECONOMIA DA PUC-RIO

CAIO LUIZ DE CARVALHO



A Fifa também precisa de São Paulo
CAIO LUIZ DE CARVALHO
FOLHA DE SÃO PAULO - 16/04/10


São Paulo quer a abertura da Copa, mas não a qualquer custo; seguiremos apoiando o estádio do Morumbi como sede dos jogos na cidade




DESDE QUE COMEÇOU a corrida pela Copa de 2014 no Brasil, o estádio do Morumbi foi indicado como sede dos jogos em São Paulo por vários motivos.
Ele é o maior da cidade, tem a capacidade exigida, tem a melhor infraestrutura e o SPFC se comprometeu a investir recursos próprios nas reformas, inclusive assinando oficialmente esse compromisso.
O governo do Estado e a Prefeitura de São Paulo, após estudo inicial, consideraram que seria uma irresponsabilidade construir um grande estádio com dinheiro público, já que só o município possui outros sete, alguns subutilizados.
Um novo, com mais de 65 mil lugares para abrigar a abertura, seria caro e apenas mais um para bancar após a Copa. Dessa forma, optamos por focar os investimentos em intervenções realmente necessárias, como transporte público e mobilidade.
O comitê paulista e o SPFC têm feito sucessivos esforços para atender às exigências da Fifa para o estádio, sempre visando a partida de estreia da Copa. O projeto do Morumbi passou por várias adaptações, o que é natural, já que se trata de um processo dinâmico e que conta com análises constantes da Fifa.
E assim ocorreu com outras cidades. Mas, apesar de Belo Horizonte e Brasília também pleitearem a abertura, só se fala na capital paulista. No fim do mês passado, representantes da entidade declararam que os últimos ajustes teriam deixado o projeto do estádio "no caminho certo", apesar de ainda apontarem ajustes para termos abertura ou semifinal.
Assim, um novo projeto do Morumbi foi entregue à Fifa nesta quinta e atende à integralidade das exigências técnicas, incluindo a eliminação dos "pontos cegos". Está estimado em menos do que os R$ 400 milhões que serão liberados por meio de empréstimo do BNDES.
Para se ter uma ideia, o estádio Mané Garrincha, em Brasília, custará inicialmente R$ 700 milhões, somente com a reforma do local. Então levanto algumas questões: quem vai pagar essa conta? Esse investimento vale a pena? E, principalmente, como será o dia seguinte?
Temos de adaptar a Copa à nossa realidade, e não gastar bilhões em estádios, com tantos problemas no país. É preciso trabalhar pela infraestrutura das cidades. E ainda precisamos ver as lindas maquetes serem concretizadas, pois nenhum tijolo foi colocado. E o Morumbi já possui muitas necessidades prontas.
Contudo, até o estádio paulista, que fica no centro financeiro do país e será menos dispendioso que os demais, teve dificuldades para atrair patrocinadores. Por isso, podemos imaginar o que enfrentarão as outras cidades.
Ou seja, no fim, o governo federal terá de pagar a conta de estádios caros, que poderão ter um custo ainda maior até o fim das obras (pelo histórico nacional, com certeza terão) e correrão o risco de ser "elefantes brancos", a exemplo do Engenhão. Não nos esqueçamos que, das 12 cidades-sede, nove contarão com estádios públicos.
Além disso, acreditamos que São Paulo vai ganhar com a Copa, de uma maneira ou de outra. Continuamos brigando pela abertura e, com o projeto atual do Morumbi, acreditamos que é muito possível, mas ainda que não consigamos a partida inaugural, poderemos ter até seis jogos.
A capital paulista também deve receber o congresso da Fifa, com mais de 5.000 pessoas, e realizará as "fan fests", que movimentaram milhões na Alemanha e já estão sendo estrategicamente pensadas. Ao mesmo tempo, temos de lembrar que São Paulo recebe 70% dos voos internacionais, distribui outros 70% dos voos pelo país, detém 15% do PIB nacional, possui a grande maioria das sucursais de multinacionais, tem a maior oferta hoteleira da América do Sul e abriga o maior número de eventos internacionais das Américas.
O negócio está aqui. São Paulo quer a abertura da Copa, mas não a qualquer custo. Governo do Estado e prefeitura não farão festa com verba pública.
Seria irresponsabilidade tentar erguer agora um novo estádio para 65 mil pessoas, que custaria mais de R$ 1 bilhão, com um projeto que teria de sair do zero. E a Fifa decretou que as obras devem começar em maio.
Vivem nessa metrópole 1 em cada 10 brasileiros, e temos outras prioridades. Vamos concentrar nossos esforços para resolver os maiores gargalos, que são a mobilidade e o transporte público, legados que ficam quando a festa se for. São Paulo quer a Copa, mas a Fifa também precisa de São Paulo. Essa é a verdade.
E temos uma matriz de responsabilidade traçada pelo prefeito Gilberto Kassab e o então governador José Serra que não será violada enquanto capitanearmos o comitê paulista.


CAIO LUIZ DE CARVALHO é presidente da SPTuris, coordenador do Comitê Paulista para a Copa de 2014 e professor da FGV (Fundação Getúlio Vargas). Foi ministro do Esporte e Turismo e presidente da Embratur (governo Fernando Henrique).

MÍRIAM LEITÃO

Fora da curva 
Miriam Leitão 

O Globo - 16/04/2010

Um ponto fora da curva causou espanto nos analistas. A Fiesp divulgou dias atrás uma queda forte no Nível de Utilização da Capacidade Instalada (Nuci), que não foi registrado pela FGV, e que entra em contradição com outros indicadores industriais do IBGE e da própria Fiesp. Ninguém entendeu. A se levar a sério, a capacidade ociosa voltou a níveis próximos do auge da crise. Assim, sem mais nem menos.

Os dados da Fiesp mostram que o Nuci caiu de 82,05% em novembro para 78,45% em fevereiro. Recuo de 3,6 pontos em três meses, puxado por uma revisão nos dados de dezembro e janeiro: queda de 0,8 ponto em dezembro; de 2,3 pontos, em janeiro; e de 0,5 ponto em fevereiro.

Quando divulgou o indicador, a Fiesp explicou que chegaram novas informações das empresas, que houve ganhos de produtividade e maturação de investimentos, que permitiam à economia crescer sem o aumento do Nuci. Ou seja, as empresas teriam investido em aumento de capacidade de produção e isso estaria aparecendo agora.

Mas os dados do IBGE mostram que a crise reduziu os investimentos. Com as incertezas, os empresários seguraram os projetos. A Formação Bruta de Capital Fixo, foi de 18,7% do PIB, em 2008, para 16,7%, em 2009.

A discrepância dos dados salta aos olhos no gráfico abaixo, que mostra indicadores de três entidades: da própria Fiesp, da FGV, e CNI.

Até novembro, eram compatíveis.

Neste início de ano, os dados de São Paulo estão destoando.

Nos números da FGV, o uso da capacidade de produção está em alta: em janeiro, era 83,8%; saltou para 84%, em fevereiro; e 84,3%, em março.

Já os dados da CNI refletem os da Fiesp, é uma média das informações das federações, e São Paulo representa 40% do indicador da CNI. De dezembro para janeiro, houve queda de 0,8 ponto, e estabilidade no mês de fevereiro, em 80,4%. O resultado pegou economistas de surpresa.

A LCA consultoria apostava em alta de 1,4 ponto percentual, para 81,8%. A mediana das projeções da Bloomberg era de alta para 81,7%. Mas ele não subiu pelo peso da queda de São Paulo.

— Estamos tentando entender o que houve com a informação da Fiesp. Justificar com maturação de investimentos não é razoável.

Queda na produção não houve, e também é difícil apostar em choque de produtividade.

Não queremos acreditar em influência política — disse um analista.

Olhando por dentro dos dados se vê que o aumento da ociosidade aconteceu no setor de alimentos e bebidas: uma queda de surpreendentes 18,5 pontos em janeiro.

Mas na FGV o uso da capacidade do setor de alimentos não para de subir este ano: foi de 80,3%, em janeiro; para 81,1%, em fevereiro; e 81,7%, em março.

— Na nossa pesquisa, não captamos nenhum tipo de comportamento diferenciado no Nuci dos setores de alimentos e bebidas — disse o superintendente de Ciclos Econômicos da FGV, Aloisio Campelo.

A Abia (Associação das Indústrias de Alimentação) também não tem informações de eventos extraordinários em São Paulo. Já o economista da coordenação de indústria do IBGE, André Macedo, diz que nacionalmente o setor de bebidas está operando com uma produção 16,3% acima do nível de setembro de 2008.

O diretor do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos da Fiesp, Paulo Francini, admitiu que essa queda tem características de ponto fora da curva. Diz que foi motivada pelas indústrias de álcool e açúcar, que interromperam a produção por questões sazonais: — Geralmente, no início do ano há uma paralisação no setor de açúcar e álcool.

Certamente o Nuci voltará a subir nos próximos meses.

Pode ser. Mas os dados do setor dos últimos três anos não mostram quedas tão abruptas como a de janeiro.

Além disso, em fevereiro, houve nova queda.

O economista-chefe da CNI, Flávio Castelo Branco, disse que é preciso esperar mais alguns meses para ver o que está acontecendo.

Essa discussão é importante porque a utilização da capacidade instalada, o tal Nuci, é um dos itens analisados pelo Banco Central na definição dos juros. Se a ociosidade está alta, é sinal de que a indústria pode aumentar a produção e segurar preços.

Se está baixa, mostra que a indústria não tem fôlego para acompanhar o consumo. Prenúncio de inflação.

ANCELMO GÓIS

Contagem regressiva 
Ancelmo Góis 

O Globo - 16/04/2010

Será finalmente publicada hoje, cinco meses depois, a decisão do STF sobre a extradição de Cesare Battisti para a Itália.

Lula, a quem cabe dar a palavra final, já disse que decidiria o destino do ex-ativista depois que saísse este acórdão.

Luta continua...

Com a publicação da sentença, vários professores de direito vão encaminhar a Lula uma carta com motivos jurídicos pelos quais Battisti não deveria ser extraditado.

A carta é subscrita por Nilo Batista, Celso Antônio Bandeira Mello, Dalmo de Abreu Dallari , José Afonso da Silva e outros.

Caravana de Lula

Lula já negou três vezes que vá pedir licença para atuar na campanha de Dilma. Mas veja só. José Alencar, o vice, teria dito num almoço, quarta, em Brasília, que desistiu de disputar o Senado a pedido do presidente, “pois ele deve se licenciar para viajar pelo país com Dilma”.

A conferir.

Aliás...

Lula anda meio irritado.

Gama Filho

Wellington Salgado, o senador suplente que é dono da Universidade Salgado de Oliveira, no Rio, fez ontem uma proposta de compra da Gama Filho.

Herói Villa-Lobos

A Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados aprovou a inclusão do nome do nosso genial maestro Villa-Lobos no Livro dos Heróis da Pátria. Merece.

Caso Watergate

Carl Bernstein, o coleguinha do “Washington Post” que, com Bob Woodward, derrubou em 1974 o então presidente dos EUA, Richard Nixon, no chamado caso Watergate, estará no Rio no Dia Internacional da Liberdade de Imprensa, 3 de maio.

Será a estrela do seminário Liberdade de Expressão, na Escola de Magistratura do Rio.

Investigação na CGU

O Ministério do Esporte explica que não pagou o devido às empresas que cuidaram da participação brasileira no Encontro de Negócios do Esporte, em Munique, como foi dito aqui, porque “a execução do contrato está sob análise da CGU”, órgão oficial que apura irregularidades.

Pé em São Paulo

A carioca Rede D’Or fechou ontem a compra do Hospital Brasil, em Santo André, SP, que fatura R$ 250 milhões por ano

Caça aos fora da lei

A máfia das máquinas caçaníquel vem sendo atacada por todos os lados. A Operação Barreira Fiscal, de combate à sonegação no Estado do Rio, apreendeu em Nhangapi, Itatiaia, sete máquinas dessas e R$ 282.350 da contravenção.

Quatro homens foram presos — dois que transportavam os caça-níqueis numa van e outros dois que foram mais tarde tentar subornar os fisicais com R$ 10 mil em espécie.

Barraco na areia

O movimento Rio de Paz ergue amanhã um barraco nas areias de Copacabana com escombros de casas destruídas pelas chuvas recentes.

É um protesto contra as “condições precárias de moradia nas favelas cariocas”.

Além disso...

Haverá uma faixa: “O cronograma de obras das Olimpíadas deve começar pela construção de moradia para o pobre”.

É. Pode ser.

Fala sério, Flu

Um menino de 7 anos foi barrado ontem na porta do Fluminense, no Rio, porque usava uma camisa da seleção da Inglaterra.

É que o clube veta a entrada de pessoas com camisas de qualquer outro times que não seja o Fluminense.

Grande maestro

O maestro Isaac Karabtchevsky será o diretor artístico de 15 corais que a secretária Tereza Porto está criando em escolas da rede pública estadual.

A TELEVISÃO brasileira ficará mais bonita a partir de 17 de maio, quando entra no ar, na TV Globo, “Passione”, a novela de Sílvio de Abreu que vai substituir “Viver a vida”. É que a belezura da foto, Mariana Ximenes, a talentosa atriz, estará na trama.

Será Clara, uma das vilãs. A loura, musa suprema do coleguinha Jorge Bastos Moreno, aparece na foto em versão primavera europeia durante as gravações na Itália. Bem-vinda de volta

LUIZA BRUNET, eterna musa da coluna e do Brasil, enfeita o lançamento de uma coleção de joias, no Rio.

Viva ela!

MESTRES JOSÉ Ramos Tinhorão e Ruy Castro, que já divergiram nas opiniões sobre samba e bossa nova, fazem pose de paz na Livraria Folha Seca, em noite de autógrafos do primeiro prestigiada pelo segundo

PONTO FINAL

No mais


Veja como Sérgio Besserman, o economista boa-praça, reagiu ao saber da articulação para fazer dele candidato tucano ao governo do Rio: — Fico muito honrado com a lembrança, mas acho que, quando acabou a reunião de quem bolou esta articulação, todos devem ter voltado para casa de táxi para evitar a blitz da Lei Seca...

EDITORIAL - O GLOBO

Venezuela no reino do 'sim, senhor'
EDITORIAL
O GLOBO - 16/04/10

Hugo Chávez não tem limites em seu desvario de criar na Venezuela um regime cada vez mais parecido com o cubano. Desde que, certamente, não haja risco de os Estados Unidos imporem um embargo econômico ou deixarem de comprar seu petróleo sulfuroso.

O contraste entre a ideologia do tempo das cavernas de Chávez, o tal “socialismo bolivariano”, e o dinamismo da sociedade civil venezuelana é de arrepiar. Em ato digno de figurar num documentário sobre ditaduras latinoamericanas, ele escolheu o 13 como “Dia da Milícia Bolivariana, do Povo em Armas e da Revolução de Abril”, comemorando oito anos de sua volta ao poder após a tentativa de golpe de 2002. Para coroar a data, tomou juramento de 30 mil milicianos armados para defender “a pátria de Bolívar, a revolução socialista”.

A meta do regime chavista é armar 1 milhão de pessoas (o país tem 28 milhões), formando o quinto braço das Forças Armadas, ao lado do Exército, da Guarda Nacional, da Marinha e da Aeronáutica. Chávez comanda este show de mobilização popular porque, diz, o país está sob ameaça, e ele mesmo pode sofrer um atentado a qualquer momento.

As milícias, discursou o presidente no ato do dia 13, lutarão “até libertar a Venezuela”.

Retoricamente, ele mesmo perguntou: “De quem?” E respondeu: “Dos ianques, da burguesia.” Esta prometeu varrer se “aventurar-se em outro golpe de Estado” (referindo-se a 2002).

O mais espantoso foi o que declarou a seguir, referindo-se às eleições do dia 26 de setembro, que, ao que tudo indica, não serão tão fáceis para seus candidatos. Chávez declarou que “a burguesia” também será “varrida” caso receba mais votos que o seu partido, o Socialista Unido da Venezuela (PSUV). “Não podemos permitir que a burguesia ocupe espaços na Assembleia Nacional. Toda a Assembleia deve ser do povo”, sentenciou. Depreende-se, então, que no país do “sim, senhor” pode haver eleições, desde que o caudilho ganhe. Apesar de tudo, para o presidente Lula, na Venezuela “há democracia demais”. A imprensa crítica é perseguida implacavelmente — a rede RCTV foi fechada, assim como dezenas de emissoras de rádio. Mas, para o assessor de política externa de Lula, Marco Aurélio Garcia, “há liberdade de expressão”.

Existe coerência no erro: se é válido apoiar a ditadura castrista em Cuba, por que não o regime de Chávez? Aliás, Cuba sempre foi o ideal do coronel. Dissidentes presos e exilados também existem em Caracas, conforme mostrou reportagem do GLOBO domingo. Em evento recente no Brasil, o presidente da RCTV, Marcel Granier, criticou, com razão, “o silêncio e a cumplicidade das democracias latinoamericanas a respeito das restrições à liberdade de expressão em Cuba e na Venezuela”.

A leniência do Brasil sabe-se o porquê.

Onde Chávez perde disparado é nas modernas tecnologias como internet, Twitter e redes sociais, usados pelos venezuelanos para driblar o cerco à livre circulação da informação.

O governo treina estudantes para a “guerrilha de comunicação”: combater “a falsa informação espalhada pelas redes de comunicação burguesas e fascistas que ajudaram no golpe de 2002”, segundo a ministra da Comunicação, Tania Díaz. Pelo menos, esta é uma guerra perdida para o caudilho.

Chávez, ditador à antiga, mira agora na moderna tecnologia da informação

ROBERTO SMERALDI

"Xingubras", uma aposta na incerteza
ROBERTO SMERALDI
FOLHA DE SÃO PAULO - 16/04/10

Convocar o leilão de Belo Monte às pressas foi decisão assumidamente política, e contraria o parecer formal da equipe técnica do Ibama

É IMPOSSÍVEL atestar a viabilidade econômica da usina de Belo Monte, no rio Xingu. É igualmente impossível atestar o contrário. Mas estamos às vésperas de um leilão que, num quadro de incerteza por decisões liminares da Justiça, comprometeria maciços recursos do contribuinte e trabalhador brasileiros, em detrimento de investimentos cuja viabilidade e interesse público seriam, ao contrário, garantidos.
Por exemplo, reduzir as enormes perdas na distribuição, como no caso paradoxal do "linhão" de Itaipu. Pelos dados disponíveis, o atual projeto é inviável, e um eventual plano B não é apenas desconhecido, mas expressamente negado pelo governo.
A hipótese pela qual a usina geraria 4,6 mil MW de energia firme depende da construção de outros quatro reservatórios a montante, com custos adicionais inestimados. Sem isso, a energia firme ficaria, em meses mais secos, entre 690 e 2,2 mil MW, dependendo de diferentes estudos disponíveis. Há também duas estimativas no meio, de 1,1 e 1,8 mil MW.
Apesar da margem de incerteza, todas elas tornariam o Valor Presente Líquido (VPL) do empreendimento negativo. Note-se que energia firme significa produção máxima contínua e ininterrupta, e não energia média: é como confundir renda média per capita com renda mínima.
Por outro lado, os impactos das barragens complementares parecem de natureza e tamanho inaceitáveis na sociedade contemporânea: o próprio governo nega terminantemente a hipótese de sua construção, sem, porém, assumir isso formalmente. Em suma, realiza um leilão deixando de fora aquilo que poderia tornar o investimento viável, e joga para governos futuros a incômoda escolha entre sacrificar mais recursos do contribuinte ou mais capital natural e social do país.
Também ficaram fora da conta as chamadas externalidades, ou seja, os próprios custos ambientais e sociais desta primeira fase.
Isso não é privilégio de Belo Monte, sendo procedimento padrão nas demais grandes obras do PAC, mas nesse caso elas seriam muito expressivas: passivos oriundos da realocação de dezenas de milhares de pessoas, da perda de biodiversidade, da emissão de gases estufa, do comprometimento da atividade pesqueira, dos custos sociais para atender o fluxo populacional para a região, entre outros. Para dar uma ideia, trata-se de secar 100 km do curso de um enorme rio e afetar pelo menos 100 mil pessoas, com cerca de 30 mil a serem realocadas.
Tais custos deveriam ser bancados pelo mesmo poder público que também bancaria o resto da obra, com recursos do Tesouro Nacional, do Fundo de Amparo do Trabalhador e de fundos de pensão das estatais. Ao incorporá-los, o VPL da obra se tornaria ainda mais negativo.
Prova é que esta usina nunca seria construída se dependesse do setor privado assumir o risco: jamais empresas aceitariam se engajar em um empreendimento que nem sequer demonstra capacidade de remunerar o investidor. Por essa razão, no caso de Belo Monte o subsídio público teria de abranger tudo: obra, empreendedor e tarifa.
A decisão de convocar o leilão às pressas foi assumidamente política: contraria o parecer formal da equipe técnica do Ibama, que havia atestado a impossibilidade de conceder a licença, assim como as advertências do Tribunal de Contas da União.
Este apontou para inúmeras falhas, como o fato de que "estudos cartográficos possuem elevados níveis de incerteza, incompatíveis com o porte da obra", alertando: "Somando-se aos problemas apresentados em Belo Monte, há casos de projetos de responsabilidade tanto da iniciativa privada quanto públicos que tiveram aumentos consideráveis de custos como consequência de erros, omissões ou falta de detalhamento de estudos de viabilidade".
Concessão de licenças por decisão política não é novidade, e pode até passar imune na guerra de liminares em primeira instância, mas fatalmente irá complicar as obras na medida que o contencioso atingir o julgamento do mérito.
Não é razoável empurrar goela abaixo do país uma obra a respeito da qual existe, pelo menos, incerteza fundamental na esfera da viabilidade econômica. Preocupações com cronograma eleitoral não deveriam pautar a agenda de bancos estatais ou de fundos de pensão, que deveriam se pautar pela cautela.
Pior, para viabilizar os subsídios haverá mais sangria do Tesouro em prol do BNDES, que já comprometeu boa parte de sua carteira em outros investimentos além da prudência, como os de Jirau, Santo Antônio e alguns frigoríficos: coincidentemente, todos também caracterizados por expressivos passivos socioambientais.
ROBERTO SMERALDI, 50, jornalista, é diretor da Oscip Amigos da Terra - Amazônia Brasileira e autor do "Novo Manual de Negócios Sustentáveis" (Publifolha, 2009).

JOSÉ SIMÃO

Ueba! China vende lolex pro Lula!
JOSÉ SIMÃO
FOLHA DE SÃO PAULO - 16/04/10

E a foto do Lula com o presidente da China? O Hu Jintao! Mas ele prefere Hu Jintônica!


BUEMBA! BUEMBA! Macaco Simão Urgente! O esculhambador-geral da República! Direto do País da Piada Pronta! E diz que o Lula tá a cara do Brasil: um dia na maior água, outro dia na ressaca! E o Lula bebe e o Serra que tem cara de ressaca! Testa de bater bife e cara de ressaca! E diz que a Dilma é a expressão da BRAVURA nacional! Dona Bravura! Rarará!
E um amigo meu com colesterol alto fazendo compras no supermercado: "Gosto mas não posso, gosto mas não posso, gosto mas não posso e POSSO, MAS NÃO GOSTO!". E avisa pro Obama que arma nuclear é quando minha sogra toma Luftal! E a reunião dos BRICS em Brasília?
E a foto do Lula com o presidente da China? O Hu Jintao! Mas ele prefere Hu Jintônica! Ops, HUM JINTÔNICA! Rarará! E sabe como se diz "tô perdido", em chinês? U ÓMI LULA! É verdade! U ÓMI LULA! Tamô perdido. E sabe como se chama Rolex em chinês? Lolex. E Prada? Plada! A China veio vender lolex. Mas a pulsela paga sepalado!
A Terra treme! China treme, Taiwan treme, México treme, Chile, o chão dos Vigilantes do Peso treme! As três causas clássicas do terremoto: a Madonna esqueceu o vibrador ligado, o Zé Mayer quebrou a cama e a Gretchen soltou um pum sentada no trono! Atravessou o planeta e arrombou a China! Como diz a minha amiga Carla Perez: "8,1 degraus na escada Richard!".
E sabe como se chama o governador de La Paz, Bolívia? Cesar COCA RICO! Não é mais vocação, é predestinação. Os Predestinados. E o São Paulo ganhou a Taça das Bolinhas. Ops, Taças das Boiolinhas. E o padre falando pro papa: "Há anos que eu comunguei". "Não pode meu filho, tem que comungar sempre."
"O senhor não entendeu. Há anos que eu como um gay." Rarará! E sabe como chama o papa em polonês? Papiesa Benedykta 16. Rarará! É mole? É mole, mas sobe! Ou como disse aquele outro: é mole, mas trisca pra ver o que acontece! Antitucanês Reloaded, a Missão.
Continuo com a minha heroica e mesopotâmica campanha Morte ao Tucanês. É que em Bodocó, Pernambuco, tem um bar chamado Mais Tú Bar! E na foto o bar aparece fechado porque era feriado e o dono é muito religioso. Ueba. Mais direto, impossível! Viva o antitucanês! Viva o Brasil!
E atenção! Cartilha do Lula. O Orélio do Lula. Mais um verbete pro óbvio lulante. "Vigilância sanitária": companheiro que espia pelo buraco da fechadura! O lulês é mais fácil que o ingrêis. Nóis sofre, mas nóis goza.
Hoje só amanhã. Que eu vou pingar o meu colírio alucinógeno! E vai indo que eu não vou!