DIRETO DO ALÉM
quarta-feira, abril 14, 2010
BRASIL S/A
Internet e sabão
Antônio Machado |
Correio Braziliense - 14/04/2010 |
Oi poupa governo do fiasco de prover acesso à internet em banda larga como sabonete sem perfume O acesso em alta velocidade à internet, chamada de banda larga, é como sabonete. Sem perfume, é sabão. Sem computador e treinamento, a internet não é nada. A educação e produtividade, funções nobres da web, têm exigências que vão além da universalização do serviço. A ubiquidade do celular, com quase 180 milhões de linhas, atesta a inexistência de barreiras de ingresso. E é essa experiência bem sucedida o que parece inspirar a vontade do governo de disseminar o acesso à internet, como se não existissem diferenças abissais entre ambos os sistemas. A conexão por voz é simples. A internet é mais complexa. Ela “responde” ao que se escreve num teclado, o que já é um limitador raramente mencionado. Mas não só. Se o objetivo for apenas o de oferecer outro canal de comunicação às pessoas, é pouco para o vulto do investimento. Além disso, não bastam computador e internet para tudo se resolver. É só o começo. Milhares de prefeituras receberam financiamento para entrar na era da tecnologia da informação. O resultado tem sido pífio. Falta o básico: treinamento para ensinar o que fazer com o computador. Talvez falte mais: um programa nacional de “volta às aulas”, sem discriminação de idade e grau de instrução, focando conhecimentos gerais, independentemente da educação regular das escolas. O país está atrasado em educação, uma geração inteira ficou para trás ou foi só parcialmente educada, impedindo-a de tirar proveito máximo do mundo de informações e experiências disponibilizadas na internet. Essa segregação cultural, mas também de produtividade no sentido com que é utilizada pelas empresas e escolas na Coréia do Sul, Finlândia, Japão, EUA, exemplos de países engrandecidos pelo uso direcionado e intensivo da internet, ela por si não resolve. A internet, sem educação básica tradicional de qualidade, é como um monoglota largado num país de língua estranha. O computador em sala de aula, com professores despreparados, dispersa mais do que educa. Não dispensa o ensino convencional, mas pode vir a ser uma ferramenta complementar poderosa na educação. E nos negócios. O governo tem pressa em anunciar um programa massivo e de baixo custo de acesso à internet em banda larga, sem um plano que lhe dê consistência, com computadores de ponta, segundo o padrão atual de navegabilidade, a preço baixo, financiamento sem condicionalidades e, sobretudo, os programas de treinamento em larga escala. A urgência é outra Nos termos colocados pelo presidente Lula, o acesso à banda larga não teria discriminação, como não há ao celular. A ser desse modo, e não há como ser diferente para uma política pública, difícil não é universalizar o serviço. É torná-lo operacional para a multidão que mal sabe sair da tela inicial de um PC. O público alvo não é a dos sem-PC que vão às lan houses para usar computador ligado à internet. Os técnicos do governo envolvidos na discussão da banda larga estão com foco equivocado. O público alvo é mais verde, tem outros problemas, que misturam questões de renda insuficiente com educação deficiente. Essa é a urgência a atender. Telebrás era o bug Prover condições para fechar o gap entre a população conectada à internet e quem está fora não tem nada a ver com banda larga — no limite, nem com a internet, mas com educação, reciclagem e renda. O presidente fora levado a um fosso sem fim ao ser convencido de que investir no meio físico do acesso à internet seria o objetivo, e, para isso, deveria descongelar a Telebrás, estatal-zumbi devido a questões legais. Sua sorte foi não confiar tanto no que ouvia. BNDES viu a solução Foi este o pano de fundo da idéia cogitada no BNDES por Luciano Coutinho, presidente do banco, de trazer as teles para o projeto de banda larga sob a liderança da Oi, na qual os fundos de pensão de empresas estatais e o próprio BNDES têm 49% do capital. Absurdo, além da recriação da Telebrás estando o Estado sem caixa para ações mais prioritárias e com R$ 21,8 bilhões contingenciados no orçamento fiscal, seria a Oi, a grande tele nacional criada com suporte público para tornar as telecomunicações um setor de ponta, ficar fora da discussão. E da solução. Simples. As teles têm mais de 200 mil quilômetros de rede. A do governo não chega a 20 mil. E só elas vão até a casa do consumidor. Agora é discutir o custo. O que está aberto Entre o “deixa comigo” da Oi e a decisão de Lula, que avocou a si a pendenga, ainda não está tudo resolvido. A equação do custo e do preço a cobrar continua indefinida. O governo não escapa de ter de subsidiar o serviço, se quiser tarifa compatível com o nível médio de renda dos sem-acesso. A velocidade de conexão é outro desafio. O problema é geral, não apenas para a faixa popular da internet. As teles têm de investir mais em rede. A tributação do setor, que equivale à de artigos de luxo, sobretudo pelo ICMS, é o item mais crítico. A modicidade da tarifa depende desse enrosco. Menos mal que já exista esse entendimento, embora não se saiba como fazer. Algum conforto para a burocracia empenhada em reativar a Telebrás também é cogitado. Sabe-se lá porque a internet virou fetiche para setores do Estado e da esquerda. Quanto mais livre, aberta e menos burocracia tiver a internet, porém, mais estimulante ela será. :) |
SONIA RACY - DIRETO DA FONTE
O Itamaraty, pra lá de Teerã
Sonia Racy
O Estado de S.Paulo - 14/04/2010
Qual é, enfim, a estratégia do Brasil ao defender o direito do Irã a desenvolver pesquisas nucleares sem fiscalização internacional? "Nenhuma", resume Roberto Abdenur, ex-embaixador brasileiro em Washington.
O que há é um "espasmo de voluntarismo" de Lula que, segundo ele, "descredencia e abala os projetos de um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU".
O contrário do desejado.
Pra lá 2
Abdenur lembra, sobre as sanções impostas ao governo de Ahmadinejad, que elas "são parte de um processo diplomático pacífico", votado pelos membros da ONU.
Manter cautela é razoável, "mas não precisava abraçar" um líder que, entre outras coisas, prega a destruição de Israel, pondera o embaixador.
Pra lá 3
A propósito: foi bastante prática a conversa entre Obama e Hu Jintao - na qual a China admitiu rediscutir sanções ao Irã.
Em troca, os EUA se dispõem a ajudar a China a substituir a importação de 12% de seu petróleo do Irã.
Voando baixo
Henning Dornbusch não pode reclamar da vida. No primeiro trimestre, a BMW Brasil vendeu 92,5% a mais. "É um número irreal, o começo de 2009 foi muito fraco. Mas esperamos fechar este ano com crescimento de 25%", conta.
A razão seria o dólar mais fraco, a incentivar a compra de carro importado? Para Dornbusch, é mais do que isso. "Quando o real se fortalece, o consumidor se sente com poder, mais rico. Mesmo que o preço do carro não tenha mudado muito..."
Dragãozinho
Pesquisa da Fecomércio dá razão às queixas gerais sobre pressão inflacionária: em um ano, o Custo de Vida da Classe Média subiu 4,94%.
Vilã? A saúde. Onde os custos subiram 0,22% nos planos e 0,63% nos serviços médicos e laboratórios.
Centro das artes
Dez obras de Caravaggio - entre elas Judith e Holofernes, a Medusa e Baco - desembarcam na Pinacoteca e em Belo Horizonte ano que vem. A mostra - negociada pela Base 7 Projetos Culturais com o Ministério da Cultura italiano - inclui pinturas de seguidores do renascentista italiano.
Sol redondo?
A relatora do caso Cacciola no STF, Cármen Lúcia, conseguiu: dada a importância do assunto, o pedido de habeas corpus do ex-banqueiro será votado amanhã, pelos 11 ministros - e não só por uma turma, de três membros. Na defesa, o advogado José Luís Oliveira Lima.
Meio do caminho
O governo Lula se convenceu de que o edital de Belo Monte foi insuficiente para atrair investidores que sabem fazer contas.Pelo que se apurou, além de benefícios fiscais, vão entrar facilidades do BNDES.
ELIO GASPARI
Lula, dono do Brasil. Qual Brasil? Elio Gaspari O Globo - 14/04/2010 O Lançamento da candidatura de José Serra com uma proposta de superação das divisões políticas nacionais, porque "o Brasil não tem dono" e "pode mais", obriga o comissariado petista a refletir sobre sua plataforma eleitoral. A ideia de uma campanha que contrapõe Lula a Fernando Henrique Cardoso pode ser boa, mas falta combinar com os russos. Os tucanos chegaram com outro jogo. Melhor assim, pois fazer de 2010 um videoteipe de 2002 seria no mínimo uma discussão pouco inteligente. Serra propõe a unidade do país e terá os próximos meses para botar substância nessa proposta. Por enquanto, dispõe da colaboração de Nosso Guia, com suas declarações desrespeitosas ao Poder Judiciário e ao aparelho de fiscalização do Estado. Mais: Lula comporta-se como dono do país quando se mostra confortável na condição de padrinho, animador e empresário de Dilma Rousseff. Lula diz que "não podemos ficar subordinados, a cada eleição, ao juiz que diz o que a gente pode ou não fazer". Tudo bem, vamos ficar subordinados a quem? Nosso Guia defende a mudança da legislação eleitoral, por meio de uma reforma política. Qual? Não diz. Por duas vezes o PT (com socorro do tucanato) tentou aprovar uma reforma que não mexia nas limitações da propaganda eleitoral. Deram prioridade ao voto de lista, que fortalece os aparelhos partidários e confisca dos cidadãos o direito de votar nominalmente em seus candidatos à Câmara dos Deputados. Sente-se na campanha petista um certo desconforto com as instituições. Multado pela Justiça Eleitoral, o Grande Mestre deu-se a gracinhas que levariam à cadeia um motorista que debochasse do guarda de trânsito. A ideia de mais um mandato petista para permitir que o comissariado imponha uma mudança de qualidade às instituições republicanas será divisiva, estimulará radicalismos minoritários e, na melhor das hipóteses, obrigará o PT a escrever uma nova "Carta aos Brasileiros". Nela, pedirá aos eleitores de 2010 que esqueçam suas extravagâncias políticas, assim como em 2002 pediu perdão por suas extravagâncias econômicas. As campanhas eleitorais moldam os candidatos e Dilma Rousseff ainda não se adaptou ao contraditório do cotidiano da contenda. Disse que "nunca abandonei o barco" e, quando foi confrontada com a impropriedade da soberba, acrescentou que só "a má-fé" poderia levar à conclusão de que se referia aos exilados da ditadura, como Serra. Não quis pagar o preço da insinuação e dobrou a aposta, insultando quem a cobrou. Nesse ritmo, perde o controle do verbo em questão de meses. Em política, um candidato tem que dizer quem é. Se não o fizer, será aquilo que os adversários querem que seja. Serra deu uma vaga ideia do que pretende ser. Dilma, nem isso. Erro Estava errada a informação aqui publicada há uma semana, segundo a qual as memórias do escravo Mahommah Baquaqua, que em 1847 fugiu de um navio brasileiro no porto de Nova York, nunca foram editadas no Brasil. Eduardo Coelho, do Arquivo-Museu da Literatura Brasileira da Casa de Rui Barbosa, corrige: elas já foram editadas na Revista Brasileira de História, com apresentação da professora Silvia Hunold Lara e tradução de Sonia Nussenzweig. O texto está disponível, como apêndice, no livro "Questão de Pele", de 2009. |
MÔNICA BERGAMO
Conta telefônica
Mônica Bergamo
Folha de S.Paulo - 14/04/2010
Processada pelo Ministério Público de SP por falhas na prestação dos serviços de telefonia, banda larga e TV a cabo e por deficiências no atendimento ao público, a Telefônica terá que ressarcir os consumidores por danos morais e materiais.
O valor não reclamado pelas vítimas, já estipulado em pelo menos R$ 60 milhões, reverterá para um fundo especial de "reparação de interesses difusos lesados".
É Pouco
O promotor João Lopes Guimarães Jr., que havia pedido que a indenização fosse de R$ 1 bilhão, deve recorrer. "Acho o valor pequeno, se considerarmos o número de vítimas das falhas e do mau atendimento, os lucros na Telefônica no período, a essencialidade do serviço público e a finalidade da indenização, que é desestimular novos prejuízos materiais e morais aos consumidores", diz. A empresa não se manifesta.
O Criativo
O slogan "o Brasil pode mais", repetido por José Serra (PSDB-SP) em suas últimas aparições públicas, foi usado por Geraldo Alckmin em 2006, quando ele perdeu a eleição presidencial para Lula. "O Brasil pode mais, porque você pode mais", disse Alckmin no penúltimo programa eleitoral de sua campanha na TV. O marqueteiro dos dois é Luiz Gonzalez.
O Criativo 2
A incrível coincidência já tinha sido identificada em outro slogan, usado na eleição que escolheu os dirigentes do Santos F.C., no ano passado. "O Santos pode mais" era o slogan da chapa vencedora -da qual fazia parte Fábio Gonzalez, irmão do marqueteiro dos tucanos.
O Advogado
A OAB nacional liberou o ex-ministro José Dirceu para exercer a advocacia.
Profissionais do direito pediam que a ordem suspendesse sua inscrição, alegando que, por ter sido cassado como deputado, ele não tinha mais condições de exercer a profissão. Dirceu foi defendido por Rodrigo Dall'Acqua.
ÉÉÉÉÉ DO BRASIIIIL
A proximidade da Copa do Mundo deste ano, na África do Sul, fez crescerem as encomendas de lingeries com as cores da bandeira do Brasil. A Duloren, por exemplo, vai aumentar em 20% a produção de calcinhas e sutiãs verdes e amarelos. Em março, os número de pedidos dessas peças cresceu 14%, em comparação com o mesmo mês do ano passado.
Na Cola
A escritora cubana Wendy Guerra foi chamada por autoridades cubanas para prestar contas de sua correspondência com o editor brasileiro Thales Guaracy. Os dois estariam tratando de temas considerados "contrarrevolucionários" em suas cartas. Na verdade, Guaracy prepara o lançamento do livro dela, "Nunca Fui Primeira Dama", pelo selo Bemvirá, o braço da editora Saraiva para ficção e não-ficção. Na obra, Wendy narra a história de sua mãe, que teve um relacionamento com Celia Sanches, líder revolucionária e secretária de Fidel Castro, e acabou acusada de ser espiã da CIA.
Bolha Fantástica
O ex-ministro Helio Costa (PMDB-MG) também contará suas memórias, que serão publicadas no livro "Um Tempo Fantástico", também do Bemvirá. Entre as pérolas dos tempos de repórter do "Fantástico", ele revelará os bastidores da reportagem sobre o menino da bolha, de 1976 -tão memorável que, mais de 30 anos depois, foi parar no YouTube.
Tribunal
Ex de Roberto Carlos pede R$ 900 mil de pensões
Depois de Ronaldo, que pediu a revisão da mesada que envia ao filho, Ronald, e de Romário, que já foi parar até no xilindró por não pagar pensão, chegou a vez de Roberto Carlos encarar a ex nos tribunais. Ele está sendo processado por Alexandra Pinheiro, com quem tem três filhos. Ela pede cerca de R$ 900 mil por dívidas de pensão alimentícia.
Em 2003, o casal firmou acordo em que o craque pagaria 15 mil (ou R$ 36 mil) por mês de pensão enquanto Alexandra e as crianças morassem na Espanha, onde ele atuou pelo Real Madrid até 2008. Se Alexandra retornasse ao Brasil, o valor seria revisado.
A ex voltou ao país em 2005 e desde então estaria recebendo valores inconstantes e sempre abaixo dos 15 mil combinados. "O Roberto Carlos passou a pagar do jeito que ele quer, sem que tenha havido uma revisão de valores autorizada pela Justiça", diz Saray Saraiva, advogada da ex-mulher do jogador. Segundo ela, o craque paga despesas das crianças, mas não envia dinheiro à mãe.
Lola França, advogada que defende Roberto Carlos, diz que o jogador notificou a ex-mulher extrajudicialmente estipulando 3.600 como o novo valor da pensão, "pois o padrão de vida europeu é muito maior do que o brasileiro".
Curto-circuito
ACONTECE HOJE a festa Help Rio, à meia-noite, na boate Disco. A renda da bilheteria irá para as vítimas das enchentes do Rio. 18 anos.
O CANTOR Vitor Ramil apresenta o show "Délibáb" amanhã, às 21h, no teatro do Sesc Pompeia. Classificação etária: 12 anos.
O ESTILISTA Reinaldo Lourenço faz o lançamento da coleção de inverno hoje, a partir das 18h30, em sua loja da rua Bela Cintra.
O BAZAR Colheita Especial reúne 12 marcas de moda e acessórios até sábado, das 12h às 20h, na rua Cristiano Viana, 67, casa 5.
O ALFAIATE João Camargo, da Camargo Alfaiataria, realiza desfile da coleção de inverno hoje, às 20h, na Vila dos Ipês.
EDIÇÕES LIMITADAS de obras das artistas plásticas Isabelle Tuchband e Verena Matzen serão lançadas hoje, a partir das 19h, na Livraria da Vila dos Jardins, na alameda Lorena.
CELSO MING
Economia aquecida
Celso Ming
O Estado de S.Paulo - 14/04/2010
O setor produtivo está cada vez mais aquecido. É o que vêm apontando os principais medidores da atividade econômica do País. Sobra alguma polêmica sobre se esse aumento da temperatura já está ou não produzindo uma inflação para além da meta admitida pelo governo.
Um a um, os departamentos econômicos dos bancos e das grandes empresas vão revendo o desempenho do PIB deste ano para acima dos 6%. A Pesquisa Focus, feita semanalmente pelo Banco Central entre 100 instituições, vai projetando um avanço para 5,6%, número que vem crescendo desde o início de março.
Na semana passada, o IBGE e a Conab recalcularam a produção de grãos para níveis recordes, que terá a vantagem dos bons preços das commodities no mercado internacional.
A indústria, por sua vez, vai acusando um aumento da produção de 17,2% (dados do IBGE). Na semana passada, a Fundação Getúlio Vargas (FGV) verificou em sua pesquisa de emprego industrial que, nos 14 subsetores que acompanha, as condições de emprego ou estão equivalentes ou melhores do que antes da crise. Em março, conferiu ainda a FGV, o emprego industrial atingiu seu melhor nível dos últimos dez anos.
Ontem a Fiesp avisou que em março abriu mais 45 mil vagas de trabalho no Estado de São Paulo, o que dá um avanço de 1,37% em relação a fevereiro, já feitos os ajustes sazonais. Nenhum dos 22 subsetores da indústria paulista apontou redução de contratação. Esses números são consistentes com o índice de desocupação do IBGE, que chegou a 7,4% em fevereiro. Os jornais relatam escassez de mão de obra qualificada em praticamente todos os setores.
É por essas e outras razões que a campanha da redução da jornada de trabalho, de 44 horas para 40 horas semanais, vem numa hora imprópria. Se esse novo patamar for adotado, tenderá a derrubar ainda mais a competitividade do produto brasileiro diante do importado, especialmente do proveniente da Ásia, onde a jornada do trabalhador médio é superior a 50 horas semanais.
E, finalmente, o último Relatório de Inflação do Banco Central mostra um crescimento das vendas no varejo de 10,3% em termos anuais.
São informações ainda dispersas que apontam para uma forte atividade econômica no primeiro semestre, cujo ritmo tende a se intensificar à medida que o governo federal, os governadores e os prefeitos forem aumentando as obras públicas com o objetivo de convencer o eleitor a votar nos candidatos oficiais.
Não há mais dúvida de que o consumo está aquecido. Ainda há quem afirme que há ociosidade a ocupar no setor produtivo e que a continuação e o aprofundamento do aquecimento não trarão nenhum efeito nocivo. Mas aumentam as indicações de que essa gente está enganada e que há uma fornada de inflação quase pronta para ser servida.
Em outras palavras, a facilidade com que os preços vão saltando no varejo, especialmente na área de alimentos e serviços, parece indicar que os motores estão queimando óleo e que é preciso tirar um pouco o pé do acelerador.
Confira
Morro abaixo
A demora da aprovação pelo Congresso das regras da capitalização da Petrobrás é uma das explicações da escorregada que os preços das ações estão sofrendo na Bolsa (veja gráfico). A outra é a falta de um Plano B consistente para colocar em marcha se o Congresso não votar o projeto de lei até meados de maio. Ao longo deste ano (até ontem), enquanto o Índice Bovespa teve uma valorização de 3,2%, as cotações das ações preferenciais nominativas da Petrobrás (PETR4) caíram 7,7%.
JOSÉ NÊUMANNE
Nem soberanos, nem vassalos: cidadãos
JOSÉ NÊUMANNE
O Estado de S.Paulo - 14/04/10
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem encontrado muito relevantes motivos para sentir saudades do tempo em que andava pajeando sua candidata à própria sucessão, Dilma Rousseff, pelo País afora. Sem a presença do patrono no palanque, a candidata do PT à Presidência da República em outubro que vem já deu mostras de que não será tão fácil como imagina noço guia genial dos povos da floresta tropical, da roça no cerrado e dos morros da periferia operar o milagre da transformação do prestígio e da popularidade pessoais dele nos votos intransferíveis com que espera elegê-la sucessora.
Ela foi ao Rio, lá posou com Anthony Garotinho e elogiou o marido de Rosinha com tanto entusiasmo que, em vez de a ex-governadora fluminense ficar enciumada, quem ficou foi o aliadíssimo Sérgio Cabral, notoriamente inimigo figadal do líder campista. Depois, em prosseguimento ao vale de lágrimas com que pretende abrandar a imagem de Dama de Ferro das Alterosas aos Pampas, visitou o túmulo de Tancredo Neves no centenário do avô de Aécio. Este se sentiu no direito de reclamar de tal oportunismo, pois, mesmo sendo neto, se negara a tirar proveito eleiçoeiro da efeméride. Para não perder a ocasião de mostrar essa sua vocação para colecionar inimigos e enxotar aliados, a candidata do ex-Lulinha paz e amor resolveu cutucar o alto tucanato com vara curta ao lembrar uma tal de "chapa Lulécio", que, reunindo o presidente e o ex-governador, teria feito, em 2006, um estrago desgraçado na votação de Geraldo Alckmin no Estado natal daquele outro Alkmin, o José Maria. Mas, mostrando que não foi das melhores alunas de tiro do capitão Lamarca à época da guerra suja, em vez de alvejar o inimigo, acertou o próprio joelho ao propagar a "cristianização" do oponente, José Serra, no segundo maior colégio eleitoral da Federação (e berço de Cristiano Machado, abandonado pelo PSD, que, em 1950, preferiu sufragar o petebista Getúlio Vargas), ao juntar seu próprio nome ao do candidato do PSDB ao governo mineiro, Antônio Anastasia. O ex-governador paulista adorou a sugestão de "Dilmasia", por lhe ter lembrado azia e neoplasia. Mas o candidato governista Hélio Costa, do PMDB, detestou e obteve dela um pedido de desculpas. Por fim (e o PT espera que por último), em São Bernardo do Campo, berço do lulismo, criou polêmica ao se vangloriar da coragem de ter ficado no País, enquanto outros não ficaram, insinuando covardia de quem preferiu o exílio aos rigores da tortura nos cárceres da ditadura. É claro que, depois, se diria mal entendida. Mas só isso já deve ter bastado para mostrar ao paraninfo que, sem a ajuda dele, em sua atuação solo, até agora, a candidata tem disparado mais contra o próprio pé que atirado na cabeça do adversário.
Ainda é cedo para dizer que efeitos esses desatinos podem provocar no devaneio continuísta da companheirada. Mas pode ser que tenham servido de combustível para turvar o costumeiro senso comum, principal virtude pessoal e política do presidente da República. Do topo de seus 73% de apoio popular, Sua Excelência já vinha violando de maneira exagerada dois pecados capitais, a vaidade e o orgulho. Mas nem um extremado grau de soberba pode justificar isoladamente as investidas que Lula fez, continuada e deliberadamente, contra a legislação eleitoral e a Justiça especializada que existe para fazer com que ela seja cumprida. Em duas ocasiões ele debochou para plateias loucas para bajulá-lo das multas que lhe foram aplicadas por antecipar uma campanha eleitoral que não tinha sido (nem foi ainda) iniciada. Em vez de "arrecuá os arfe para garantir o resultado", como ensinam os técnicos no futebol da várzea, o ex-peladeiro perguntou ao público que o aplaudia quem se disporia a pagar por ele as multas cobradas.
E foi além. Na abertura de um encontro de tradicional aliado do PT, o Partido Comunista do Brasil (PC do B), cujo modelo de gestão é o da Albânia, o país mais atrasado da Europa e até recentemente uma das ditaduras mais cruéis do planeta, disse literalmente: "Não podemos ficar subordinados ao que um juiz diz que podemos ou não fazer." Depois, em São Bernardo do Campo, tentou corrigir o incorrigível dizendo-se (como Dilma o faria na ofensa aos exilados da ditadura) mal interpretado. Ao tentar negar o inegável, disse que, de fato, havia criticado os partidos políticos, que nada fazem para o Congresso Nacional aprovar uma legislação clara que balize definitivamente as decisões do Judiciário. Se o soneto foi péssimo, a emenda não foi lá uma obra prima. O presidente da República é o chefe partidário que tem mais poder no Legislativo na história recente do Brasil. Se ele quisesse, poderia ter proposto uma legislação eleitoral mais clara, que defenda mais os interesses dos representados e menos os dos representantes. Não o fez não porque não quis, mas por formar parte da elite dirigente, nada empenhada em garantir a igualdade de oportunidades para quem se candidata a mandatos executivos ou a representatividade mais justa da cidadania no Poder Legislativo. E mais interessada em assegurar os próprios privilégios por meio do continuísmo. Foi isso, aliás, que motivou esse palpite infeliz.
Ao reagir ao destempero do maioral do Executivo, o chefe do Judiciário deu a resposta cabível: "Nós não temos soberanos. Todos estamos submetidos à lei." A democracia é o Império da lei. O presidente do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, encontrou a palavra certa para responder ao desaforo de Lula. Numa democracia, não há soberanos, cuja vontade determine o destino de todos. Nem vassalos pagando impostos para servi-los. No Estado Democrático de Direito, todos são cidadãos: do engraxate, que Lula foi na infância, ao presidente da República, cargo que ele ocupa por delegação legítima da maioria da cidadania. Os direitos do engraxate e os deveres do chefe de Estado são fixados pela lei impessoal e, só esta sim, suserana.
MARIA CRISTINA FRIAS - MERCADO ABERTO
Brasil e China já fecham negócios de US$ 430 mi Maria Cristina Frias, Mercado Aberto Folha de S.Paulo - 14/04/2010 Ao menos dez novos negócios estão confirmados para serem assinados hoje entre as empresas brasileiras e chinesas. Ao todo, os contratos chegam a US$ 432 milhões. Os acordos vão de exportações e importações a joint ventures e investimentos. Os principais setores em negociação são os de siderurgia, telecomunicações e cerâmicas. Entre os negócios, está um contrato de US$ 280 milhões que será fechado entre a Cisdi, empresa chinesa de engenharia, e a CSN, segundo o consultor Rodrigo Maciel, ex-secretário-geral do Conselho Empresarial Brasil-China e organizador das rodadas de negócios. A assinatura dos contratos irá contar com a presença do vice-ministro do Comércio chinês, Jiang Yaoping, e de Fábio Martins Faria, diretor do Departamento de Planejamento e Desenvolvimento do Comércio Exterior, do Ministério do Desenvolvimento. Hoje, cerca de 290 empresários brasileiros irão participar de negociações com 65 empresas chinesas que estão em São Paulo. Entre os participantes estão Camargo Corrêa, Odebrecht, Vale e Embraer. Os empresários chineses fazem parte da comitiva que acompanha a visita do presidente da China, Hu Jintao. "Para algumas companhias, esse será o primeiro contato mais intenso com o mercado brasileiro. Já outras estão com negociações em fase mais avançada", afirma Maciel. "A grande dificuldade dos chineses é conseguir informações de empresas brasileiras e achar parceiros para realizar os negócios", acrescenta. Trem mais barato Enquanto a pré-candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, defende enfaticamente o trem-bala, no PSDB a avaliação é que um trem de menor velocidade seria muito mais viável. A redução dos 330 km por hora para 200 km, reduziria o custo, estimado pelo governo entre R$ 35 bilhões e R$ 37 bilhões, pela metade. Para não descarrilhar, o trem-bala não pode ter curvas acentuadas, o que força a construção de longos trechos retos e curvaturas com raios maiores. Isso demanda mais terreno e despesas, principalmente em uma área com entraves ambientais, como o Vale do Paraíba. A viagem mais lenta, de cerca de duas horas e 15 minutos, entre Rio e São Paulo, ainda é competitiva em relação ao avião, alegam. E sobraria dinheiro para outras obras, inclusive, no Nordeste. Leite A alta do ICVM (Índice do Custo de Vida da Classe Média), elaborado pela Fecomercio SP e pela Ordem dos Economistas do Brasil, foi puxada em março pelo grupo alimentação. Os preços dos produtos alimentícios estão, em média, 1,37% mais caros do que estavam em fevereiro. O ICVM terminou março com aumento de 0,24% em relação a fevereiro. Em 2010, o índice subiu 2,1%. No acumulado dos últimos 12 meses, a alta é de 4,94%. Legumes, leite longa vida, batata e feijão apresentaram elevação de 15,09%, 9,59%, 8,38% e 7,05%, respectivamente. O único grupo de alimentos que não teve alta de preços foi o de verduras, que caiu 5,32%. Busca nas Empresas O Google do Brasil vai investir na oferta de sistemas de escritório para empresas. No pacote, software de texto, planilhas, apresentação e e-mail corporativo. As companhias Dedalus, IPConnection, Spread, Setesys, Telesinc, Vertax e Valuenet foram as primeiras a fechar parceria para distribuir os programas para escritório chamados de Google Apps. "A operação no Brasil é a de maior crescimento do Google no mundo", diz Alexandre Dias, diretor-geral do Google Brasil. Segundo Dias, apesar de ser uma companhia aberta nos EUA, a empresa não informa o faturamento nem expectativas de crescimento no Brasil. Cerca de 90% das receitas continuam vindo dos "links patrocinados", os pequenos anúncios em formato de texto que aparecem ao lado dos resultados de busca. Brasileiro é o 2º que mais teme fraude na web Os brasileiros só ficam atrás dos alemães quando o assunto é preocupação com segurança nas compras e transações bancárias pela internet e com vírus e spam, segundo pesquisa em dez países realizada pela Unisys Security Index. No índice de 0 a 300, o nível geral de preocupação dos brasileiros é 146, que é considerado moderado pela pesquisa, já o dos alemães é 156, nota que já entra na categoria "seriamente preocupados". Em ambos os casos, houve alta no índice de preocupação ante o levantamento anterior. Diversos estudos de consultorias estrangeiras vêm apontando o Brasil como maior produtor mundial de spams (lixo eletrônico). A pesquisa mostra que o brasileiro é o mais preocupado com fraudes bancárias -como quando as pessoas conseguem detalhes sobre os dados dos cartões de crédito. Gôndola 1 O Carrefour vai investir em duas novas linhas de marcas próprias. A linha Baby, para bebês, terá produtos como lenços umedecidos, hastes flexíveis e talcos. No segmento de alimentação para animais domésticos, a rede desenvolveu rações de cães e gatos, com 17 itens divididos em premium e standard. Os preços são menores que os das marcas líderes das categorias. Gôndola 2 O Carrefour possui atualmente mais de 1.200 produtos de marca própria. "Nós registramos um crescimento do segmento de 20% no último ano", afirma o diretor da área na rede, Claudio Irie. De acordo com o executivo, haverá mais investimentos na área, para produtos que serão lançados ainda neste ano. "Estimo um crescimento semelhante ao de 2009", afirma. Circulação Após implantar, nos últimos quatro anos, um novo projeto de gestão na companhia, Gerson Schmitt deixa a presidência do Battistella, grupo de empresas de logística, distribuição e veículos pesados. Schmitt se dedicará agora a sua própria empresa especializada em soluções de comércio eletrônico, a Paradigma, e à Associação Brasileira de Empresas de Software, que o elegeu presidente. Desembarque David Sable, COO (Chief Operating Officer) mundial da Wunderman, visita pela primeira vez a unidade brasileira da agência, em São Paulo, nesta semana. Sable se encontra com Eduardo Bicudo, presidente da empresa no país. A Ogilvy Brasil recebe Tham Khai Meng, diretor mundial de criação da Ogilvy Worlwide, em encontro com diretores de criação de outros países. |
FERNANDO RODRIGUES
Erros e explicações
FERNANDO RODRIGUES
FOLHA DE SÃO PAULO - 14/04/10
BRASÍLIA - Há em política uma regra de ouro: tudo o que precisa ser explicado não é bom. Dilma Rousseff tem se explicado muito.
Nenhuma das derrapadas verbais da pré-candidata do PT tem ainda um efeito mortal -como quando em 2002 Ciro Gomes ofendeu um eleitor e as mulheres em geral. São apenas sinais da inexperiência de Dilma quando se trata de ficar sob a tensão de uma campanha.
O caso dos exilados políticos é de todos o mais emblemático. No sábado, num discurso no qual remetia os ouvintes para o seu passado, a petista disse: "Eu não fujo quando a situação fica difícil. Não tenho medo da luta (...) Nunca abandonei o barco". Petistas na internet inundaram blogs e sites de relacionamento interpretando a declaração de Dilma como um ataque velado a José Serra (PSDB).
Durante a ditadura militar, Dilma foi para a luta armada, acabou presa e torturada. Serra se exilou no Chile. O esgoto tomou conta da web. "Fujão" era o qualificativo menos vitriólico que hidrófobos virtuais atribuíam ao tucano. Tudo ia bem até alguns levantarem o dedo dentro do PT. Muitos aliados de Dilma hoje tiveram de deixar o país durante a ditadura.
Era um caso de vida ou morte.
Depois de quase 48 horas do início da celeuma, a petista resolveu se explicar. Desculpas? Nem pensar.
Fez uma pergunta e um ataque: "De onde tiraram que fugir da luta é se exilar? (...) Querer dizer que eu os critiquei só pode ser má-fé".
Os primeiros a interpretarem a fala de Dilma como um ataque a Serra foram os blogs petistas e dilmistas. Basta saber ler e fazer buscas no Google para comprovar a origem dessa suposta "má-fé" agora apontada pela candidata de Lula.
O mais provável é esse fato acabar sepultado. Tem relevância menor. Serve de exemplo sobre como reagem certos políticos quando tensionados. E, vale sempre repetir, a campanha está só no começo.
RUY CASTRO
Pasto para os paparazzi
RUY CASTRO
FOLHA DE SÃO PAULO - 14/04/10
RIO DE JANEIRO - Outro dia, antes das chuvas, quem caminhou de manhã bem cedo pelo calçadão do Leblon deparou com o Flamengo treinando na praia. Lá estavam Adriano, Vagner Love, Leo Moura, Bruno, Petkovic e todo o álbum de figurinhas, correndo e driblando cones na areia, a dois metros do passeio. Alguns transeuntes pararam para espiar. Ao fim, os jogadores deram autógrafos, deixaram-se fotografar, tomaram o ônibus do clube e foram à vida.
Nem era a primeira vez que o clube mais popular do Brasil se exercitava ali, quase na rua. Aliás, não faz muito, era comum ver Romário, Edmundo e Renato Gaúcho jogando futevôlei em Ipanema nas folgas de seus clubes. E, até aquele episódio com o travesti, Ronaldo Fenômeno podia circular sem causar qualquer distúrbio -como, antes dele, Zico, Garrincha, Zizinho ou Leônidas. Ou Tom Jobim, Chico Buarque, Fernanda Montenegro.
Não é esnobismo, é hábito. O Rio convive com figurões desde que era sede da Colônia e do Vice-Reino, capital do Império e da República e habitat das estrelas do teatro de revista, da Rádio Nacional e da TV Globo. E de personalidades como Brigitte Bardot, que, depois de provocar algum tumulto ao chegar em 1964, logo passou a ser saudada com a frase, "Ih, lá vem a chata da Brigitte!".
Já existiam revistecas como "Escândalo" e "Confidencial", que viviam de futricas, mas a imprensa se dava relativamente ao respeito. Nunca ocorreria à "Manchete" ou mesmo à "Revista do Rádio" plantar fotógrafos atrás de árvores para flagrar indiscrições.
Hoje os famosos servem de pasto para os paparazzi no Leblon e na Barra. Mas o Rio é inocente. Tais fotos alimentam revistas feitas longe daqui, para leitores de outras plagas, siderados por celebridades que o carioca vê todo dia ao vivo sem se alterar.
JOSÉ SIMÃO
Doping! Santos usa Cepacol na bunda!
JOSÉ SIMÃO
FOLHA DE SÃO PAULO - 14/04/10
Cameron, diretor do "Avatar'? AHVAITARDE!
BUEMBA! BUEMBA! Macaco Simão Urgente! O esculhambador-geral da República! Direto do País da Piada Pronta!
Denúncia! Doping no jogo São Paulo e Santos! O Santos jogou com Cepacol na bunda. As imagens comprovam! E não foi um jogo, foi um clássico da pedofilia: Bambis x Meninos da Vila! E aquilo atrás do goleiro Rogério Ceni não é rede, é teia de aranha. Rogério Senil cria teia de aranha no gol! Rarará!
E o Arruda foi solto! E agora todo mundo tá perguntando: "Quando a mulher dele vai posar pra "Playboy'?". Uma gata! Arruda promove reunião religiosa na sua casa. Imagino as orações: "Em nome do painetone, do Arruda e do espírito santo, AMEIA!". Não se diz mais amém, é a meia! E outra oração: "O habeas corpus nosso de cada dia nos dai hoje/ não nos deixai cair na prisão/ e livrai-nos de todo federal". E sabe como se chama dinheiro na cueca? CURRUPÇÃO!
E essa: "Ministro dá camisa da seleção ao presidente do Irã". OU seja, BOMBA! Rarará! E o Eramos6 vem com uma dúvida crucial: "Quem é mais bravo, o cachorro que mordeu o Maradona ou a Dilma de TPM!?".
E sabe o que os índios falaram pro James Cameron, diretor do "Avatar"? AHVAITARDE! Rarará! E adorei essa: "Cirurgia íntima. Chega de incomodo nas suas relações sexuais. Tire suas dúvidas com Luciana PEPINO!". Isso não é vocação, é predestinação. Os Predestinados! E esse convite que eu recebi: "Sedcutions Girls. Noite do bi feminino. Camarote com sala VIP privativa". TÁBUA DE FRIOS GRÁTIS! Ueba! Eu vou. Só pela tábua de frios!
E diz que a presidente do Sindicato das Prostitutas foi fazer um discurso em Brasília, mas não sabia como começar. Aí, falaram pra ela: "Começa como quiser". E ela: "MEUS FILHOS...!". Rarará! É mole? É mole, mas sobe! Ou como disse aquele outro: é mole, mas trisca pra ver o que acontece. Antitucanês Reloaded, a Missão.
Continuo com a minha heroica e mesopotâmica campanha Morte ao Tucanês. É que em Juazeiro, no Ceará, tem uma churrascaria chamada PAU DO GUARDA! Ueba! Mais direto, impossível! Viva o antitucanês. Viva o Brasil!
E atenção. Cartilha do Lula. O Orélio do Lula. Mais um verbete pro óbvio lulante. "Evangélica": companheira que se converteu em Angélica! O lulês é mais fácil que o ingrêis. Nóis sofre, mas nóis goza. Hoje só amanhã!
Que eu vou pingar o meu colírio alucinógeno! Pra ver a Dilma e o Serra lindos, simpáticos e fofos!
ANCELMO GÓIS
Caça aos piratas
Ancelmo Góis
O Globo - 14/04/2010
Às vésperas da Copa da África, aumenta o trabalho da CBF na Justiça contra empresas acusadas de uso, sem autorização, de marcas e símbolos de propriedade da entidade.
Ontem, foi a vez da BV Financeira, cujo controle é compartilhado entre Antônio Ermírio de Moraes e o Banco do Brasil, por causa desta campanha da Copa estrelada por Ratinho e Milene Domingues.
Crime e castigo
O Ministério Público do Rio denunciou Raphael Adnet Freire Guimarães, lutador que deu uma cotovelada em Marcelo Novaes, em 2008, na boate carioca 00, por lesão corporal gravíssima.
Segundo Ary Bergher, advogado do ator, o lutador pode pegar de dois a oito anos de prisão
Mas...
Marcelo Novaes, que também faz jiu-jítsu há 23 anos, diz que não quer dinheiro, mas Justiça.
— Não vou abrir mão deste caso porque quero dar exemplo aos meus filhos e às pessoas em geral. Nunca briguei na rua, apesar de lutar há muito tempo — desabafa Marcelo, que teve de passar por uma cirurgia plástica depois da agressão.
Padim Ciço
A vida de Padre Cícero, bença!, vai virar filme.
Terá roteiro e direção do baiano Sérgio Machado, que filmou “Cidade Baixa” (2005).
Pode apagar
O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, enviou parecer ao STF em que considera constitucionais as leis antifumo do Rio e do Paraná.
Os textos serão usados ao julgar as ações nas quais a Confederação Nacional do Turismo alega que as leis teriam de ser feitas pela União, violam a livre iniciativa e bla, bla, bla...
Templo é dinheiro
A Rádio Corredor informa que a Igreja Bola de Neve vai comprar o Olympia, uma das maiores casas de shows de São Paulo. A conferir.
Gol da Gol
A Organização Mundial da Propriedade Intelectual, que tem sede na Suíça, deu à Gol o domínio flyvarig.com na internet.
O endereço estava em poder de uma mulher chamada Maria Garrido, que mora nos EUA. Ela o usava como redirecionador para outros sites.
Mãos ao alto!
Ainda esta semana deve ser deflagrada uma megaoperação policial para coibir fraudes em licitações num hospital da rede pública do Rio.
Calma, gente
Ontem, um bafafá parou a vacinação contra gripe suína no posto de saúde de Copacabana.
Uma jovem se recusou a ser vacinada porque a funcionária já teria chegado com a seringa fora da embalagem: “Como vou saber se é descartável?”, bradou a moça.
Segue...
A auxiliar de enfermagem, revoltada, disse que não daria tempo de vacinar todo mundo da fila se fosse abrir as seringas na frente de cada pessoa.
“Mas é recomendação do Ministério da Saúde!”, insistia a jovem.
Bate boca formado, a turma na fila começou a chiar. A mocinha e várias pessoas, desconfiadas, desistiram da vacina.
Bárbara eterna
Bárbara Heliodora, a grande crítica teatral, vai dar o seu “Depoimento para a posteridade”, a série do Museu da Imagem e do Som, no Rio.
Será entrevistada dia 28, entre outros, pelos atores Ítalo Rossi, Jacqueline Laurence.
Feira de Frei Paulo
A 10° Câmara Cível do Rio determinou que a prefeitura assuma o controle da querida Feira de São Cristóvão.
Segundo os desembargadores, a cooperativa de comerciantes da feira, a Coopcampo, praticava “diversas irregularidades” na administração.
EDITORIAL - O GLOBO
Lula isola Brasil na questão nuclear
EDITORIAL
O GLOBO - 14/04/10
O presidente Barack Obama reuniu 47 líderes mundiais em Washington — é o maior encontro deste tipo desde a criação da ONU, em 1945 — para aumentar a segurança do estoque mundial de materiais nucleares sensíveis.
Foram adotadas medidas para, em até quatro anos, evitar que alguma parte dele caia em mãos de grupos, como a al-Qaeda, capazes de inaugurar a era do terrorismo nuclear.
Não por acaso, o encontro coincide com o momento de pressão máxima dos EUA sobre países ainda recalcitrantes em apoiar sanções mais duras contra o Irã, por conta de seu programa nuclear. O foco foi a China, aliada dos iranianos. Obama obteve do presidente Hu Jintao o compromisso de tomar parte na elaboração do pacote de sanções, embora não a promessa de apoiá-las. Foi um avanço para Washington. Impulsionado pelo “Itamaraty do B”, um grupo do governo que se pauta pelo terceiro-mundismo e antiamericanismo militantes, o presidente Lula embarcou numa diplomacia de alto risco, que apoia ditaduras em Cuba, Venezuela e Irã. No encontro de Washington, Lula ficou isolado. Seu governo faz questão de, em relação ao Irã, insistir na tese da diplomacia até o fim, resistindo às sanções sob o argumento de que não há provas de que o programa nuclear iraniano tenha fins bélicos — como se todo o comportamento dúbio iraniano não contasse.
A iniciativa de Obama para controlar o material nuclear sensível obteve a adesão de todos os líderes, inclusive o do Brasil, como tinha de ser.
EUA e Rússia fizeram novo acordo ontem, para que cada lado descarte 34 toneladas métricas de plutônio, material que pode ser usado em armas atômicas. Foi um novo e inesperado avanço entre os dois antigos inimigos da Guerra Fria. Mas Lula não perde oportunidade de alfinetar.
Há dias, desdenhou de outro acordo entre EUA e Rússia para reduzir seus arsenais nucleares em um terço até 2012, afirmando que são armas de prazo vencido (?). Na canhestra estratégia brasileira, uma delegação de empresários, chefiada pelo ministro Miguel Jorge, desembarcou em Teerã. Detalhe: assim que as Nações Unidas aprovarem novas sanções ao Irã, empresas que negociarem com o país dos aiatolás entrarão na lista negra da ONU. Na questão nuclear iraniana, o Brasil corre o risco da irrelevância — exatamente o contrário do que deveria ser o papel do país, com o peso e projeção ganhos nos últimos 15 anos. Um trunfo, deve achar Lula , é sua viagem a Teerã em maio, em retribuição à visita do linha-dura Ahmadinejad a Brasília em novembro.
O presidente brasileiro pretende esvaziar as sanções ao obter do iraniano provas de que seu programa nuclear tem fins pacíficos.
Corre riscos: 1) as sanções serem aprovadas antes da viagem a Teerã; difícil, mas não impossível; 2) Ahmadinejad não produzir prova alguma, o que é quase certo.
A reunião de Washington foi um passo importante em direção a um mundo mais seguro, embora haja novas ameaças, como a iniciativa do Paquistão de ampliar o arsenal nuclear.
Neste país instável, de governo fraco e grupos islâmicos radicais fortes, esta é a pior notícia para os que desejam evitar que armas atômicas acabem em mãos erradas. É neste jogo em que o Brasil entrou no lado errado.
Governo coloca país em posição vulnerável na crise do Irã
Foram adotadas medidas para, em até quatro anos, evitar que alguma parte dele caia em mãos de grupos, como a al-Qaeda, capazes de inaugurar a era do terrorismo nuclear.
Não por acaso, o encontro coincide com o momento de pressão máxima dos EUA sobre países ainda recalcitrantes em apoiar sanções mais duras contra o Irã, por conta de seu programa nuclear. O foco foi a China, aliada dos iranianos. Obama obteve do presidente Hu Jintao o compromisso de tomar parte na elaboração do pacote de sanções, embora não a promessa de apoiá-las. Foi um avanço para Washington. Impulsionado pelo “Itamaraty do B”, um grupo do governo que se pauta pelo terceiro-mundismo e antiamericanismo militantes, o presidente Lula embarcou numa diplomacia de alto risco, que apoia ditaduras em Cuba, Venezuela e Irã. No encontro de Washington, Lula ficou isolado. Seu governo faz questão de, em relação ao Irã, insistir na tese da diplomacia até o fim, resistindo às sanções sob o argumento de que não há provas de que o programa nuclear iraniano tenha fins bélicos — como se todo o comportamento dúbio iraniano não contasse.
A iniciativa de Obama para controlar o material nuclear sensível obteve a adesão de todos os líderes, inclusive o do Brasil, como tinha de ser.
EUA e Rússia fizeram novo acordo ontem, para que cada lado descarte 34 toneladas métricas de plutônio, material que pode ser usado em armas atômicas. Foi um novo e inesperado avanço entre os dois antigos inimigos da Guerra Fria. Mas Lula não perde oportunidade de alfinetar.
Há dias, desdenhou de outro acordo entre EUA e Rússia para reduzir seus arsenais nucleares em um terço até 2012, afirmando que são armas de prazo vencido (?). Na canhestra estratégia brasileira, uma delegação de empresários, chefiada pelo ministro Miguel Jorge, desembarcou em Teerã. Detalhe: assim que as Nações Unidas aprovarem novas sanções ao Irã, empresas que negociarem com o país dos aiatolás entrarão na lista negra da ONU. Na questão nuclear iraniana, o Brasil corre o risco da irrelevância — exatamente o contrário do que deveria ser o papel do país, com o peso e projeção ganhos nos últimos 15 anos. Um trunfo, deve achar Lula , é sua viagem a Teerã em maio, em retribuição à visita do linha-dura Ahmadinejad a Brasília em novembro.
O presidente brasileiro pretende esvaziar as sanções ao obter do iraniano provas de que seu programa nuclear tem fins pacíficos.
Corre riscos: 1) as sanções serem aprovadas antes da viagem a Teerã; difícil, mas não impossível; 2) Ahmadinejad não produzir prova alguma, o que é quase certo.
A reunião de Washington foi um passo importante em direção a um mundo mais seguro, embora haja novas ameaças, como a iniciativa do Paquistão de ampliar o arsenal nuclear.
Neste país instável, de governo fraco e grupos islâmicos radicais fortes, esta é a pior notícia para os que desejam evitar que armas atômicas acabem em mãos erradas. É neste jogo em que o Brasil entrou no lado errado.
Governo coloca país em posição vulnerável na crise do Irã
MÍRIAM LEITÃO
Sobre Belo Monte
Miriam Leitão
O Globo - 14/04/2010
Por 100 quilômetros o rio Xingu vai passar a ter uma vazão mínima de água, e, às margens dessa área, há tribos, ribeirinhos, floresta. Os técnicos do Ibama escreveram que não garantiam a viabilidade ambiental da hidrelétrica de Belo Monte.
Duas das maiores empreiteiras do país desistiram porque acham arriscado demais economicamente.
Mas o governo diz que fará o leilão.
Há dúvidas de todos os tipos sobre a hidrelétrica: ambiental, econômico-financeira e política. Por que ignorar tantas dúvidas? Por que leiloar a mais polêmica das hidrelétricas brasileiras a seis meses das eleições com um só grupo interessado? Por que tentar forçar a formação improvisada de um novo grupo, manipulando os fundos de pensão? A primeira vez que se pensou em fazer essa hidrelétrica foi no auge do poder do governo militar, em 1975. Nem eles, com AI-5, sem audiências públicas, com um estado maior e mais insensato; nem eles, que fizeram Balbina, tiveram coragem de levar adiante o projeto.
O Ministério Público levanta dúvidas sobre várias questões, mas principalmente não entende a pressa do governo: — Os técnicos do Ibama escreveram que não tiveram tempo de considerar as questões levantadas nas audiências públicas, escreveram que não tinham como garantir a segurança ambiental do empreendimento, há dúvidas sobre a viabilidade econômicofinanceira e mesmo assim o governo diz que fará a obra — diz o procurador da República Bruno Alexandre Gutschow, do Pará.
Há vários outros pontos que estão sendo analisados pelo Ministério Público e novas ações podem ser propostas nas próximas horas.
Eles entraram com duas ações pedindo a suspensão do leilão. E a vice-procuradorageral da República, Débora Duprat, enviou um ofício ao presidente do BNDES exigindo respostas para várias perguntas: se o banco fez estudo da viabilidade econômico-financeira do projeto; quanto pretende financiar; se pesou o custo sócio-ambiental de deslocar 50 mil pessoas.
No mês passado, o Ministério Público tinha feito essas perguntas ao BNDES, e ele admitiu que desconhece os detalhes do empreendimento.
Estranhíssimo. Ele será o grande financiador, como pode desconhecer? O governo claramente está forçando a barra diante de todas as dúvidas. Ontem, a Aneel adiou o prazo de inscrição para participar do leilão.
E, sem qualquer transparência, o governo tenta montar um novo consórcio.
O Ministério Público se perguntou numa das ações propostas: como manter a biodiversidade da área impactada pela redução da vazão de água? Como manter a segurança alimentar da população da área? Como garantir a navegabilidade do rio? Dúvidas que ficaram sem respostas porque os técnicos do Ibama disseram várias vezes em seus pareceres e de forma contundente o seguinte: “A equipe mantém o entendimento de que não há elementos suficientes para atestar a viabilidade ambiental do empreendimento.” O pesquisador Francisco Hernandez, da USP, que estudou Belo Monte, define como um “monumento fluvial” o Rio Xingu, pela sua exuberante biodiversidade.
O procurador Gutschow diz que há mais espécies de peixes lá do que em toda a Europa.
Mas alguém pode considerar que tudo isso deve ser sacrificado por uma hidrelétrica que será a terceira do mundo e que vai produzir 11 mil MW. Isso é um enorme engano. A produção média mal passará de 4 mil MW, e por três ou quatro meses no ano pode ser de meros 1 mil MW pelo regime das águas do rio.
Alguém pode argumentar que a hídrica é uma energia barata. É mesmo? A obra está calculada em R$ 19 bilhões, mas o que as empreiteiras estão dizendo é que talvez chegue a R$ 30 bi. Essa incerteza é que afasta muitos competidores. Além disso, há o custo não contado dos enormes linhões atravessando a floresta e muito distantes dos centros consumidores.
Pode-se argumentar também que se não forem feitas as hidrelétricas da Amazônia, restará ao Brasil a energia fóssil vinda do carvão, ou petróleo. É mesmo? Há inúmeras outras alternativas num país como o Brasil: biomassa, eólica, solar, eficiência energética, pequenas usinas, marés. A Coppe tem protótipo de usinas de marés, há estudos mostrando que se deveria estimular a autogeração renovável de fontes alternativas pelas indústrias.
Se você concorda com a ex-ministra Dilma, para quem nenhuma dessas fontes pode ser levada a sério, em grande escala, veja os números da Europa: A Alemanha no final de 2009 tinha 25.800 MW de energia eólica; a Espanha, 19.150 MW. Em toda União Europeia, 75 mil MW. Na Dinamarca, representa 20% da energia; em Portugal, 15%. Os Estados Unidos têm 35 mil MW. Isso sem falar do enorme potencial fotovoltaico (solar) do Brasil.
O Brasil explorou intensamente seu potencial hídrico, agora ele está em local distante, de grande impacto ambiental, com custos de construção e manutenção mais altos e incertos. A tendência agora é descentralizar a geração, e produzir barragens menores que reduzam o estrago ao meio ambiente.
Enfim, quem pensa que só existe barragem ou fóssil precisa urgentemente atualizar seus conceitos.
PAINEL DA FOLHA
Deixa rolar
Renata Lo Prete
Folha de S.Paulo - 14/04/2010
Para evitar atrito maior com a Câmara e eventuais prejuízos à candidatura de Dilma Rousseff, o governo planeja deixar caducar, em 1º de junho próximo, a medida provisória dos aposentados, substituindo-a por uma nova MP que poderá ser votada até 14 de outubro, ou seja, depois da eleição.
Esse plano B começou a ser costurado ontem, em reunião de Alexandre Padilha (Relações Institucionais) com líderes da Câmara, depois de o ministro ouvir que não há mesmo hipótese de a Casa aprovar o reajuste de 7% oferecido pelo Planalto. Os deputados alegam que arcariam com todo o ônus, pois o Senado certamente aumentaria depois esse valor.
Protocolo
Foi a pedido do presidente do PT, José Eduardo Dutra, que Cid Gomes conversou com Dilma Rousseff. O governador do Ceará disse que "jamais" deixará de recebê-la, mas que apoiará o irmão na eleição presidencial. A convidada optou por não perguntar como será se Ciro não concorrer.
TestemunhoCid defendeu que a permanência do irmão na disputa é melhor para o campo lulista. Frase do governador, horas após o encontro com Dilma: "Ciro não está atrás de mandato. É um patriota que quer servir o país".
RebolationDilma deixou os seguranças de cabelos em pé em Fortaleza ao avisar, na porta da Câmara Municipal, que faria "como Lula", ou seja, partiu para o corpo a corpo.
Em casaEmbora o fenômeno da divisão do palanque governista vá se repetir, a próxima viagem de Dilma tende a ser menos polêmica do que as passagens por Minas e Ceará. Ela irá ao Rio Grande do Sul, onde iniciou sua vida pública.
CategóricoPetistas repetem que Dilma não se referiu ao exílio de José Serra quando declarou que "não fugiu da luta" contra a ditadura, mas aliados da candidata se manifestaram exatamente dessa forma sobre o tema. Sociólogo ligado ao PT, Emir Sader escreveu: "Serra saiu do Brasil no primeiro grupo de pessoas que abandonou o país". Na sequência, a comparação: "Dilma lutou na clandestinidade contra a ditadura, nessa luta foi presa, torturada, condenada, detida quatro anos".
ViveiroPesquisa feita pelo instituto Opinião para o PSDB dá a José Anibal 12,4% das intenções de voto para o Senado em SP, contra 6,8% de Aloysio Nunes. Serra já avisou, porém, que a prioridade é do ex-chefe da Casa Civil.
Antena 1O novo ministro das Comunicações, José Artur Filardi, vai mexer na cobiçada secretaria de comunicação eletrônica, que trata das concessões de rádio e TV. Sai Zilda Beatriz. Entra José Vicente Santos, que foi chefe de gabinete de Hélio Costa no Senado e assessor parlamentar quando este era ministro. Santos era o responsável por encaminhar à pasta as demandas dos congressistas.
Antena 2O irmão de Santos integra o Conselho de Administração da Telebrás. A filha trabalhou no gabinete de Wellington Salgado (PMDB-MG), suplente de Costa.
MegahairEm campanha para voltar ao Senado, Salgado anunciou que só contratará cabos eleitorais cabeludos como ele. Quem não tiver madeixas naturais e quiser emprego que use peruca.
CenárioPesquisa do instituto Mapa em Santa Catarina aponta o ex-governador Luiz Henrique da Silveira (PMDB) na liderança pela corrida ao Senado, com 28,9% das intenções de voto. Esperidião Amin (PP) é o segundo, com 19%.
SarneylândiaPresidente do PSDB local, o deputado federal Roberto Rocha anunciou que enfrentará Roseana Sarney (PMDB) para dar palanque a José Serra no Maranhão. Isso isolaria o ex-governador Jackson Lago (PDT), ao qual restaria a opção de disputar o Senado na chapa tucana.
Tiroteio
"Depois de criar confusão em Minas e no Ceará, a próxima parada da campanha de Dilma deverá ser na Venezuela."
Contraponto
Puxão de orelha
Em Brasília na quinta-feira passada para o evento no qual o PC do B oficializou apoio a Dilma Rousseff, o vereador paulistano Jamil Murad resolveu aproveitar a viagem para fazer uma série de contatos políticos.
Assim, esticou sua permanência na capital até sábado, quando as atenções acabaram tomadas pelo lançamento da candidatura do tucano José Serra à Presidência da República, destaque do noticiário de televisão.
Nesse dia, Murad resolveu telefonar para sua mãe. Mal começou a falar, a nonagenária senhora o repreendeu:
-Mas meu filho, você agora está do lado do Serra? Eu já não entendo mais nada...