quinta-feira, novembro 11, 2010

RENATA LO PRETE - PAINEL DA FOLHA

Mão dupla 
Renata Lo Prete 
Folha de S.Paulo - 11/11/2010

Ala expressiva do PT passa a questionar as bases de um acordo com o PMDB que preveja exclusivamente rodízio entre os dois partidos na presidência da Câmara nos próximos quatro anos sem a garantia de contrapartida equivalente para o comando do Senado.
Deputados consideram tal arranjo unilateral, cobram José Eduardo Dutra e ouvem do presidente petista que o pacto ainda não está sacramentado. Além do impasse entre as duas legendas, outros partidos aliados e de oposição já fizeram chegar ao PT o recado de que não aceitam "prato feito".

Para entender Michel Temer tem dito aos petistas que não pode se comprometer com um acordo no Senado. O PMDB argumenta que é "regimental" na Casa que o presidente pertença ao partido de maior bancada - no caso, o próprio PMDB.

Bombardeio Nunca antes neste país houve fogo amigo tão intenso quanto o dos petistas para evitar que Antonio Palocci ocupe a Casa Civil, ou mesmo outro posto no Palácio do Planalto, no governo de Dilma Rousseff.

Aliança tática Preocupado com o apetite do emergente PSB, o PMDB buscou e ganhou o respaldo de PP, PR, PTB e PSC para a tese de que cada partido deveria ficar, salvo um ou outro ajuste, com as pastas que já controla hoje na Esplanada.

Prevenção A reação pública de lideranças do DEM rechaçando a tese de fusão com o PMDB foi detonada após nova rodada de conversas do prefeito Gilberto Kassab com Rodrigo Maia (RJ), José Agripino (RN) e Demóstenes Torres (GO).

Estilo Dilma Líder do PT, Aloizio Mercadante (SP) recepcionou anteontem atuais e futuros senadores do partido com uma explanação sobre o funcionamento regada a PowerPoint.

Divã Em documento distribuído aos filiados, o PT-SP credita ao Erenicegate a derrota de Mercadante na disputa pelo governo. Diagnóstico assinado pelo presidente estadual, Edinho Silva, sustenta que o escândalo na Casa Civil prejudicou o diálogo do partido com a classe média e impediu o segundo turno.

Plano B Inicialmente refratário à candidatura de Geraldo Alckmin a governador, Alberto Goldman faz discreto movimento para permanecer numa secretaria do Bandeirantes em 2011.

Calculadora Um dos argumentos da equipe de transição paulista para rebaixar a Secretaria de Comunicação ao status de coordenadoria é aritmético. Em 2006, Alckmin deixou o governo com aprovação de 69%. Seu sucessor, José Serra, turbinou o gasto publicitário e transmitiu o cargo com 55% de conceitos ótimo e bom.

Vitrines O DEM, do vice eleito Guilherme Afif, entrou no páreo por duas secretarias cobiçadas pelos tucanos: Desenvolvimento e Emprego.

Transição 2.0 Ainda neófito no universo digital, Alckmin passou a ser vítima de nova modalidade de assédio: aliados já apelam ao Twitter para pedir obras. A prefeita de Ribeirão Preto, Darcy Vera (DEM), inaugurou a pressão via redes sociais cobrando empenho no projeto do aeroporto.

Visita à Folha Cláudio Berquó, presidente do J.P. Morgan, visitou ontem a Folha. Estava acompanhado de Valeria M. Cafe, diretora de Marketing do banco, Sandra Muraki e Alethea Batista, assessoras de imprensa.

tiroteio

"Agora ficamos sabendo o real motivo da visita de Silvio Santos a Lula em setembro. E também está claro quanto custou a famosa bolinha de papel: R$ 2,5 bilhões."
DO DEPUTADO JUTAHY JÚNIOR (PSDB-BA), relacionando o socorro oficial ao PanAmericano e o noticiário do SBT sobre a agressão a José Serra na campanha.

contraponto

Evolução da espécie


Na dupla condição de presidente da Câmara e do PMDB -para não falar na de futuro ocupante do Palácio do Jaburu-, Michel Temer recebeu anteontem a bancada da Paraíba de seu partido.
Em meio a uma sequência de elogios, o vice de Dilma ouviu do deputado Vital do Rêgo:
-O senhor é um dos primatas do PMDB!
José Maranhão tratou de corrigir o correligionário:
-Olhe, eu sou mais primata do que o Temer. Estou no PMDB há mais tempo do que ele!

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