terça-feira, novembro 23, 2010

ILIMAR FRANCO

O frentão 
Ilimar Franco 
O Globo - 23/11/2010

Governadores eleitos, de todos os partidos, desembarcam hoje em Brasília. À frente Geraldo Alckmin (SP), Antonio Anastasia (MG) e Sérgio Cabral (RJ). Eles vêm pedir aos líderes partidários e ao presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), que seja engavetada a PEC 300, que cria piso salarial para as polícias militares. Essa será a primeira ação conjunta entre os governos estaduais e o futuro governo, do qual Temer é vice-presidente. A aprovação da PEC custará bilhões.

Henrique e Vaccarezza aplaudem
Os líderes do governo, Cândido Vaccarezza (PT-SP), e do PMDB, Henrique Alves (PMDBRN), apoiam a decisão da presidente eleita, Dilma Rousseff, de não interferir na disputa pela Presidência da Câmara. “Isso é bom. Nós somos capazes de resolver as questões do Legislativo. Já foi assim na eleição de Arlindo Chinaglia (PTSP)”, comentou Henrique Alves. A não interferência do Executivo é o melhor para Vaccarezza, cuja aposta é num acordo com o PMDB para compartilhar a gestão da Câmara. “Vamos chegar a um acordo com os pretendentes no PT para que não haja confronto e aposto num acordo com o PMDB”, afirmou.

Em 2011
Quando deixar o cargo, o presidente Lula atenderá às dezenas de convites para receber títulos de “Honoris Causa” de universidades estrangeiras. E decidir para quais jornais, nacionais e estrangeiros, escreverá artigos periódicos.

Sacudida
O governador reeleito Antonio Anastasia (MG) quer colocar sangue novo no governo. Vai renovar seu time. Ele pediu a todos os secretários, subsecretários e dirigentes de autarquias e estatais que coloquem seus cargos à disposição.

Governo Dilma procura nome do mercado
A presidente eleita e o núcleo da transição estão quebrando a cabeça para escalar o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio. A intenção é escalar um empresário. Mas existe muita resistência destes para aceitar a função. Todos temem publicidade negativa, pois é difícil uma empresa no Brasil que não tenha um processo na Receita e na Previdência. Além disso, o salário que o governo oferece é baixo e quando o ministro deixa a pasta, mesmo que tenha feito tudo certo, ainda vai ter de responder a algum processo.

Um encontro sem data para ocorrer
A conversa com a presidente eleita, Dilma Rousseff, cavada pelo presidente do BC, Henrique Meirelles, ainda não tem data para ocorrer. A ideia ontem era que ela fosse realizada discretamente, para não provocar mais marola. No núcleo da transição prevalece a avaliação de que a confusão “foi obra de um assessor ou amigo trapalhão”, pois Meirelles seria tudo “menos primário” e deveria saber que “não se arromba a porta de um presidente recém-eleito”.

A PRESIDENTE eleita, Dilma Rousseff, está montando a equipe econômica ouvindo o ministro Guido Mantega.

INICIA hoje, em Florianópolis, a reunião anual da Estratégia Nacional de Combate à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro. Na pauta, o projeto da “extinção de domínio”, que permite à União recuperar bens de “laranjas” de organizações criminosas.

O DEPUTADO Mário Negromonte (PP-BA) reage: “Quando fizeram a brincadeira sobre mudança de sexo, por causa da formação do Ministério da Dilma, minha reação foi dizer ‘me respeite’. Tenho 60 anos, sou nordestino e não aceito este tipo de brincadeira”.

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