domingo, setembro 26, 2010

MARIA CRISTINA FRIAS - MERCADO ABERTO

Febre de distribuição
MARIA CRISTINA FRIAS

FOLHA DE SÃO PAULO - 26/09/10

Vantagem tributária leva Drogasil a abrir depósito em Minas Gerais

Com a temperatura do consumo em alta, mais e mais empresas anunciam investimentos em centros de logística.
É o caso da Drogasil, que afirma estar prestes a inaugurar seu segundo polo de distribuição em Contagem, em Minas Gerais.
O investimento de cerca de R$ 3 milhões em um centro de quatro módulos, de 6.000 m2, não se concretizou apenas para estar próximo de clientes de outros Estados.
Vantagens tributárias nortearam a decisão de ter em Minas um centro distribuidor, além do depósito de São Paulo, segundo o presidente da companhia, Claudio Ely.
Quando a empresa abre um centro de distribuição em um outro Estado, em vez de adotar o regime de débito e crédito de ICMS, o Estado dá um crédito presumido.
Esse crédito resulta em uma tributação negociável com cada Estado em torno de 3%, na saída da mercadoria, e deixa, assim, o regime de crédito e débito.
"Cada Estado está legislando como um país", afirma. "O objetivo é ter um depósito em todo o país", diz.

EXPANSÃO NO CANADÁ
A Eliane, companhia de revestimentos de cerâmica, acaba de implantar um centro de distribuição em Toronto, no Canadá, país que representa 15% de suas exportações totais.
O investimento é de US$ 1 milhão. Com a nova operação, a empresa, que faturou R$ 592,7 milhões em 2009, projeta elevar em 35% a receita de 2011.
"O centro vai atender grandes redes de varejo e suprirá materiais mais rápido e com custo menor", diz Edson Gaidzinski Jr., presidente da empresa. Os produtos Eliane são fabricados no Brasil, na Turquia e na China e enviados para 65 países.
A empresa está atenta a outros locais atrativos para instalação de centros logísticos, segundo Gaidzinski. "As Américas são um mercado natural para nós", diz.

Grupo LVMH traz perfume Fendi ao Brasil

A Fendi entra com perfume no mercado brasileiro. "Fan di Fendi" será lançado amanhã, no país, ao mesmo tempo em que chega às lojas na Itália e na França.
O grupo LVMH, dono, entre outras marcas, das grifes Louis Vuitton e Dior, acabou de anunciar a vinda de outra fragrância, da Loewe.
O grupo vai abrir três lojas para produtos Dior, em São Paulo, em 2011, e no Rio e Brasília, em 2012.
"Estamos em negociação com alguns shoppings. O investimento será de cerca de R$ 4,5 milhões", diz o diretor-geral da divisão de perfumes e cosméticos, Renato Rabbat, que projeta crescimento no Brasil de 20% neste ano.

PARA UM JOVEM ECONOMISTA

Luciano Coutinho, presidente do BNDES

O professor Luciano Coutinho, que comanda o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), aconselha a iniciantes na economia o uso de modelos próximos do mundo real.

Conselhos: "Prefira sempre trabalhar com modelos mais complexos, com mais indeterminações, baseados em supostos realistas a modelos elegantes baseados em hipóteses simplificadoras, afastadas do mundo real. Nunca esquecer que economia sem história, sem poder e sem conhecimento dos fatos reais facilmente se transmuta em abstração ideológica."

Livro básico: "A última versão de "Macroeconomia Financeira", de Michel Aglietta." (Editora Loyola)

AVANÇO EM SP
A mineira Port, distribuidora de artigos de papelaria, informática e material de escritório, acaba de inaugurar um centro logístico em Barueri, na Grande São Paulo.
O objetivo é simplificar a distribuição e encurtar os prazos de entrega no interior.
"Esses suprimentos requerem agilidade na entrega. Com o novo centro, estaremos mais perto dos nossos clientes", afirma Mauro Araújo, diretor-executivo da empresa.
A companhia, que atende todo o país, já possui escritórios de distribuição no Espírito Santo e no Distrito Federal, além de Minas.
Inicialmente, a nova unidade vai atender só o Estado de São Paulo, porém, no futuro, a meta é abastecer a região Sul. O investimento foi de R$ 5 milhões, em infraestrutura, estoque e tecnologia.
O mercado de suprimentos vive um momento de concentração de distribuidores, segundo Araújo.
"A tendência é ter menos distribuidores, porém, maiores. O distribuidor em escala consegue minimizar custos."

com JOANA CUNHA, ALESSANDRA KIANEK e FLÁVIA MARCONDES

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