segunda-feira, agosto 30, 2010

CHRISTIANE SAMARCO

Sem folga para o futuro presidente

Christiane Samarco
O Estado de S. Paulo - 30/08/2010
 
 A despeito do esforço do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para eleger candidatos a senador de partidos da base governista, o cenário eleitoral indica que o futuro Senado não dará vida fácil ao próximo presidente. Nem mesmo na hipótese de vitória da petista Dilma Rousseff. 
A cúpula do PMDB não tem dúvida de que será dona da maior bancada de senadores e, na avaliação de um líder do partido, o perfil dessa nova bancada será o de "captura" do futuro governo. Cacife e experiência para isso não lhe faltarão. 

Em cena, à frente do futuro Senado, deverá estar o velho triunvirato formado pelo atual presidente da Casa, José Sarney (PMDB-MA), que não disputou a eleição porque tem mais quatro anos de mandato, o líder Renan Calheiros (AL) e o hoje deputado Jader Barbalho, que lidera as pesquisas de intenção de voto para senador no Pará. Também é dada como certa a reeleição do atual líder do governo no Senado, Romero Jucá (RR). 

Com essa cúpula, o plano de ocupação do partido já inclui, nos bastidores, o comando da Casa e a liderança do governo, além das presidências das principais comissões técnicas e futuras Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs), por onde passarão todos os interesses do Executivo. 

Nas projeções mais otimistas do PMDB, a legenda vai eleger 22 senadores. Se a realidade confirmar a hipótese mais pessimista; o partido deverá chegar ao Senado do mesmo tamanho que tem hoje, com 17 representantes. A aposta geral é que o status de maior bancada será mantido. 

Além de aliados influentes nesta e na futura administração, seja quem for o presidente, o PMDB também vai eleger senadores de perfil mais independente ou oposicionista, sugerindo que o governo deverá ter trabalho para aprovar propostas polêmicas ou impopulares. Alista dos independentes será encabeçada pelos senadores Jarbas Vasconcelos (PE) e Pedro Simon (RS), que têm a metade do mandato pela frente. Mas a ala dos "contra" pode ser maior. As pesquisas eleitorais indicam que estão. no páreo os peemedebistas Orestes Quércia (SP), Germano Rigotto (RS), Luiz Henrique (SC) e Roberto Requião (PR).

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