quinta-feira, julho 15, 2010

PAINEL DA FOLHA

Racha na Força 
Renata Lo Prete 

Folha de S.Paulo - 15/07/2010

A adesão da Força Sindical ao manifesto de CUT, CTB, CGTB e Nova Central contra José Serra gerou crise na segunda maior central do país, com ameaça de debandada de sindicatos filiados. O documento acusa o tucano de "mentir" ao reivindicar a autoria de projeto que originou o Fundo de Amparo ao Trabalhador e ao dizer que tirou do papel o seguro-desemprego. Capitaneados pelos setores de construção civil e alimentos, sindicatos da Força lançarão nota de repúdio. "Isso não foi discutido com ninguém, foi uma besteira", afirma Antônio Ramalho, vice-presidente da Força, sobre a assinatura de Miguel Torres, instalado na presidência durante licença de Paulinho (PDT).
Veja bemDiante da confusão instalada, Miguel Torres admite recuar: "Se tiver que rever, nós vamos chamar a direção da Força e rever. Não foi algo contra o Serra, mas sim para dizer que ele não é o pai dos projetos". O texto afirma que "a marca registrada do tucano foi atuar contra os trabalhadores".
Astro convidadoA coordenação da campanha de Dilma Rousseff bateu o martelo sobre a participação de Lula em eventos que ocorrerão antes do início da propaganda na TV, em 17 de agosto. Além do Rio, onde estará amanhã, o presidente irá com ela a Minas, São Paulo, Paraná e Pernambuco.
PrecursorO PT despachou o líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP), para o Rio ontem. Ele ajudará na organização do comício da Candelária.
Escolta
Chamou a atenção de deputados que participaram do jantar em homenagem a Dilma Rousseff, anteontem na casa de Eunício Oliveira (PMDB-CE), a marcação cerrada dos petistas Antonio Palocci e José Eduardo Cardozo ao lado da candidata. Relato de um participante: "Você não consegue falar com a Dilma sem que antes um dos dois diga algo no ouvido dela. Deve ser para explicar quem é quem".
Ops!Ontem, no encontro em que Dilma recebeu o apoio de políticos do PP, Palocci e Cardozo acabaram, por falta de lugar, sentados no outro extremo da mesa. Coincidência ou não, ela agradeceu ao presidente do partido, Francisco Dornelles, e ao deputado Mario "Montenegro". Que na verdade se chama Negromonte.
Dose a maisAo sair do jantar pró-Dilma, Hugo Leal (PSC-RJ) foi abordado por alguém que lhe pediu uma opinião sobre o discurso da candidata: "Nem sei pra que fazer discurso aqui. Convencer quem? Aqui só tem aliado.... Capaz até de desconvencer".
Pode vir quenteDepois de prestigiar o jantar para Dilma, Michel Temer (PMDB-SP) foi para o restaurante Piantella. Lá, entre um gole e outro, defendeu um debate entre os vices.
Em campoDo presidente do PT, José Eduardo Dutra, acusando Serra de fazer um discurso no Espírito Santo e outro, diferente, no Ceará sobre a divisão dos royalties do pré-sal: "Parece a Jabulani".
UrgenteDo ministro Paulo Bernardo (Planejamento), ao saber que uma comissão da Câmara aprovou o fim da contribuição previdenciária dos servidores públicos: "É melhor o Congresso entrar logo em recesso, para não desarranjar de vez as contas públicas".
Vem aíJoão Batista Rezende é o mais cotado para substituir Ronaldo Sardenberg no comando da Anatel a partir de novembro. Petista e ex-chefe de gabinete de Paulo Bernardo, tem como padrinho Cezar Alvarez, coordenador do Programa de Inclusão Digital da Presidência.
Tiroteio
Agora desmentida, Dilma deve desculpas ao Ministério Público, porque não é vazando dossiês que o PT vai ganhar a eleição.
Contraponto 
Fala sério! 
Tão logo Dilma Rousseff deixou o jantar que reuniu deputados da base aliada em sua homenagem, anteontem, um assunto passou a dominar as conversas: a ameaça imposta a um sem número de candidaturas pela Lei da Ficha Limpa. Diante da preocupação reinante, um comensal tentou acalmar os colegas:

-Ah, o Supremo vai derrubar isso...

Recebeu de volta um balde de água fria:

-Tá louco? Se nós, os principais prejudicados, não tivemos coragem de derrubar, não há a menor hipótese de o Supremo votar contra a Ficha Limpa já!

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