Ainda o dossiê Igor Gielow FOLHA DE SÃO PAULO - 10/07/10 É preocupante a ligeireza com a qual é tratado um crime, e como isso se aproxima da mulher que almeja ser presidente e seu partido. Dilma Rousseff afirma que nunca ordenou a confecção de tal dossiê, que circulou entre petistas. Fica em seu favor o benefício da dúvida, embora ela tenha dito o mesmo sobre um papelório com gastos de FHC e de sua mulher -apenas para sabermos que ele foi gestado nos computadores da repartição na qual ela dava as ordens. No poder, o PT acostumou-se com a prática de fuçar o alheio, e o caso dos aloprados de 2006 é apenas a prova mais vistosa. É sintomático que o Rasputin da Medvedev de Lula atenda pelo nome de Antonio Palocci. "Boa fonte", como dizem alguns jornalistas, geralmente os mesmos que relativizam sua participação no episódio da quebra de sigilo do caseiro Francenildo para abafar a divulgação de lobbies "y otras cositas más". Todos os políticos fazem dossiês e os vazam para a imprensa. O chamado jornalismo investigativo não passa, em digamos 90% dos casos, de apuração de informações que surgem de interesses contrariados. É do jogo. Mas há uma diferença entre levantar informações públicas e usar de meios ilegais para a desconstrução do adversário -em especial quando o resultado é manipulado para parecer algo que não é. É o caso do dossiê contra EJ. Que diz menos ao tucano e mais à segurança da sociedade. É imperativo saber o nome de quem quebrou seu sigilo, e para quem ele foi vazado. |
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