ANCELMO GÓIS

Volta aos palcos

ANCELMO GÓIS

O GLOBO - 11/07/10

 
Depois de quase quatro anos, o Kid Abelha volta aos palcos em turnê que estreia em Tóquio, dia 4 de setembro.
Será o primeiro show do grupo de Paula Toller, George Israel e Bruno Fortunato no continente asiático.

O garoto Dunga 
Um gaiato acha que a Oi, apesar de ter pago R$ 1,6 milhão para Dunga ser seu garotopropaganda, não deve estar de todo infeliz com o técnico.
Afinal, ninguém usava o telefone durante os jogos do Brasil. As perdas de receita das operadoras são estimadas em 5% e 7%. Sem jogo do Brasil, a turma voltou a falar.

O sósia de Serra 
Antes de se fixar em Índio da Costa para vice na sua chapa, José Serra tentou outros nomes.
Primeiro quis emplacar Drauzio Varella. O médico chegou a se filiar ao DEM.

Vice jovem 
Depois, Serra cogitou o nome do deputado ACM Neto.
Ficou surpreso ao saber que ele é tão jovenzinho (31 anos) que não tem idade suficiente (35 anos) para se candidatar a presidente ou vice.

Canelada 
Mas agora Serra está tão feliz com o seu vice que anda repetindo por aí: — O Índio tem mais condições de assumir a Presidência do que a Dilma. Ela não consegue falar sem teleprompter.
Há controvérsia.

Casal Nardoni 
O julgamento do casal Nardoni, condenado pela morte da menina Isabela, vai virar livro.
A escritora é Ilana Kasoy.

Novas linhas 
A África está na moda e não é só por causa da Copa.
A Anac fechou acordos aéreos com a Nigéria, Gana e Etiópia.

Freyre revisitado 
FH, diante dos rumores de que a Petrobras desistiu de patrocinar a Flip por sua causa, sugeriu a retirada do seu nome da lista dos palestrantes para não prejudicar a festa.
A direção não topou.
A Petrobras, como se sabe, negou que a recusa da estatal tenha conotação política.

Tenda dos autores 
A 8ª edição da Flip, que começa 4 de agosto, vai homenagear Gilberto Freyre.
Os debates sobre o grande sociólogo em Paraty vão contar com intelectuais como Luiz Felipe de Alencastro, Edson Fonseca, Moacyr Scliar, Hermano Vianna, Alberto Costa e Silva.

Casa-grande 
FH integrou o grupo de esquerda da USP liderado por Florestan Fernandes que, nos anos 1960, divergia das ideias do autor de “Casa-grande e senzala”.
À época, Freyre não quis participar da banca de doutorado de FH. A relação piorou com o apoio inicial do gênio de Apipucos ao golpe de 1964.

ZONA FRANCA

Christina Autran lança “O meu Alentejo”, dia 21, na Argumento, com degustação de vinhos.
Quarta, será lançado o “Projeto de Fomento à Transparência nas Contas Públicas” com apoio do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável.
O Visage Coiffeur criou o SPA dos Amigos.
O advogado Jackson Grossman lança terca, na Travessa do Leblon, o livro “Combatendo a Discriminação”.
Presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso será homenageado pela Estácio, no Copacabana Palace, na quinta.

Dilma é fashion 
Dilma Rousseff usou quarta, num comício em São Paulo, esta presilha tique-taque em formato de flor vermelha.
O acessório está na moda entre os jovens.

Viva Ezequiel! 
O travesti Jane di Castro vai homenagear Ezequiel Neves e Cazuza, terça, no Teatro Rival, durante o “Divinas divas”.
Vai cantar a música “Exagerado”, composição dos dois com Leoni.

Vida de gado 
A maioria dos desabrigados da chuva de abril de Niterói que foram para o 3º Batalhão de Infantaria só recebeu o dinheiro referente a um mês de aluguel social no valor de R$ 400.
Segundo eles, para receber o segundo aluguel, é necessário que assinem um documento comprovando que vão sair do local em 15 dias.

Ato pelo verde 
A Associação de Moradores da Fonte da Saudade está plantando 200 mudas no Morro dos Cabritos, na Lagoa, no Rio, onde ocorreu outro dia um incêndio.

Tourada em Madrid 
A ONG Fala Bicho, da ativista Scheila Moura, aproveita o jogo hoje da Espanha para panfletar contra as touradas no país do craque Iniesta.

Amor em tempo de cólera 

Está fazendo 80 anos o desfecho trágico de um romance que abalou a República.
Foi assim: domingo, 22 de outubro de 1930, uma jovem de 25 anos, Anayde Beiriz, resolve se matar ingerindo arsênico, o mesmo veneno letal que teria causado a morte de Shakespeare e de Napoleão.
Poetisa (“Noite nupcial / As telhas viram tudo/ Se as moças fossem telhas/ Não casariam”), envolvida na luta pela emancipação feminina, ela desafiava, com seus belos olhos negros e cabelos curtos — à la garçonne —, preconceitos da sociedade paraibana no início do século passado, onde estava determinado que lugar da mulher era na cozinha.
A tragédia começa quando Anayde passa a viver um romance tórrido com o advogado João Dantas, adversário político de João Pessoa, presidente da Paraíba. Por conta dessa rivalidade, a polícia invade o escritório do namorado da poetisa e, com ajuda do jornal governista “A União”, torna pública a troca de cartas que narram “atos amorais” do casal.
Dantas resolve se vingar e mata Pessoa. Preso, morre na prisão.
Sua amada Anayde se suicida dezesseis dias depois.
A memória de Anayde foi resgatada em livro por José Jofilly e no cinema por Tizuka Yamasaki em “Parahyba mulher macho”, em 1983.
A tragédia serviu de estopim para a Revolução de 30, que leva Getúlio Vargas ao poder. Os insurgentes disseram que o crime, já que Pessoa era próximo de Vargas, foi por motivação política. Mas aí é outra história.

PONTO FINAL

No mais 
Na Copa, cronistas esportivos importantes erraram feio na previsão de resultados de jogos. A turma da coluna também não acertou uma. Fica uma lição do Ananias, que jogou no Santa Cruz de Recife e que, perguntado sobre a previsão do resultado de um jogo, respondeu: “Prognóstico só depois da partida.”