domingo, junho 06, 2010

ANCELMO GÓIS

Ensaboa, mulata
ANCELMO GÓIS

O GLOBO - 06/06/10

Veja só. O censo de 1872, o primeiro feito no país, registrou que o percentual de escravas ocupadas no serviço doméstico era de 24,3% do total.

Em 2010, passados 138 anos, 23,3% das mulheres pretas e pardas que trabalham estão no serviço doméstico, diz a Pesquisa Mensal de Emprego do IBGE.

Segue...

Os dados são do Relatório Anual das Desigualdades Raciais no Brasil, 2aedição, coordenado por Marcelo Paixão, do Instituto de Economia da UFRJ.

No mais, é como diz o samba “Ensaboa”, de Cartola e Monsueto: “Ensaboa, mulata/ Ensaboa!/ Ensaboa! Tô ensaboando...”

Nova classe média

Este ano o crescimento das vendas na Casa&Vídeo na Zona Norte do Rio e na Baixada é em média 25% superior ao alcançado nas lojas da Zona Sul, de poder aquisitivo maior.

A empresa está contratando 300 funcionários no Rio para fazer frente ao boom de consumo da classe C.

No mais

Há uma semana, ninguém fala da ameaça nuclear do Irã. Mahmoud Ahmadinejad, o homembomba, deveria ser grato ao primeiroministro de Israel, Benjamin Netanyahu, que conseguiu, com uma estupidez, desviar a atenção da ditadura iraniana.

Ninguém merece.

O DOMINGO É (mais uma vez) de Mariana Ximenes, 29 anos, a linda paulista que ilumina o Rio, desde que se tornou atriz da TV Globo. Agora, aos 29 anos, vive a primeira vilã de sua carreira, a Clara da novela “Passione”. Nos próximos capítulos da trama de Silvio de Abreu, aliás, ela será desmascarada por Diana, personagem de outra loura, Carolina Dieckmann.

Mariana também brilha num cinema perto de você, no elenco do longa “Quincas Berro d’água”, dirigido por Sérgio Machado

Questão de altitude

Quarta, a Fifa faz sua assembleia geral na África do Sul, país da Copa. Um dos temas interessa de perto o Brasil: a adoção de restrições a jogos em condições extremas (altitude, calor etc).

A CBF até hoje não engoliu a conjuração dos países hermanos para manter partidas na altitude de cidades como La Paz, a 3.600m do nível do mar.

Colégio eleitoral

Uma das propostas a serem discutidas na pajelança da Fifa diz respeito à eventual ampliação do colégio eleitoral para escolha de dirigentes das confederações (como o caso da CBF).

Serra vira filme

A vida de José Serra ganhará 12 filmetes dirigidos por Guilherme Coelho, que serão veiculados na internet.

Ferreira Gullar falará sobre o tempo em que o tucano presidiu a UNE (1963/64). O poeta, à época, dirigia o CPC, braço cultural da entidade.

ZONA FRANCA

Amanhã, às 19h, na Travessa do Shopping Leblon, será lançado o livro “Sustentabilidade e geração de valor — a transição para o século XXI”, organizado por David Zylbersztajn e Clarissa Lins com artigos de Israel Klabin, Sérgio Abranches, Celso Lemme, José Luiz Alquéres e Célia Rosemblum.

Rosana Abreu lança sua coleção de inverno de caixas de madeira pintadas (rpachecoabreu@gmail.com).

O ministro Miguel Franco assume a embaixada de Moscou em julho.

Sérgio Volpato abre inscrições para escolinha de futebol no Rio Cricket.

Julio Zucca abre quarta curso sobre produção cultural.

O advogado João Augusto Basilio ministra curso na PUC-Rio.

Carnaval de cinema

“Salgueiro apresenta: o Rio no cinema” é o título do enredo da vermelho e branco da Tijuca, criação do carnavalesco Renato Lage, o melhor da Sapucaí (veja a logomarca, acima).

Cocoricó

Acredite. Quinta passada, às 14h30m, uma senhora passeava pela Rua Uruguaiana, no Centro do Rio, carregando um galo com... coleira. Há testemunhas.

Até figurinha

A febre do álbum da Copa chegou a níveis impressionantes.

Uma carioca postou na agência N. Sra. da Paz dos Correios duas figurinhas que completariam o álbum do filho de uma amiga que mora no Humaitá.

O envelope chegou ao destino vazio, colado com uma fita adesiva que não existia quando foi enviado.

Ilha da fantasia

Outro dia no Chopin, edifício de bacanas em Copacabana, houve uma festa a fantasia. A dona do baile avisou o porteiro: — O senhor vai identificar fácil os convidados. Todos que estiverem fantasiados ou vestidos de forma diferente, mande subir.

Ao que o paraíba (ou seria sergipano?) ponderou: — Se a senhora soubesse o tanto de gente vestida diferente que entra aqui. Nem precisa de festa a fantasia.

Pano rápido.

MARCEU NA COPA

Novas impressões de viagem

ÁFRICA DO SUL GAY I: O casamento entre homossexuais é legalizado na África do Sul desde 2006. Há muitos gays aqui. Mas, como o preconceito permanece imenso, a turma se esconde no armário. As lésbicas, por exemplo, são as maiores vítimas de estupros.

ÁFRICA DO SUL GAY II: Outro dia, no shopping Mandela Square, em Johannesburgo, o repórter Marcos Penido, do GLOBO, foi abordado assim por um nativo insuspeito, figura discreta, careca, já de certa idade: “Baby, não está com frio?” Era um gay fofo, preocupado com a friagem no nosso Penido, que é espada e fumava na área descoberta, sob menos de 10 graus.

TOP, TOP, TOP: Sabe aquele gesto de “top, top, top”, em que uma mão aberta bate na outra fechada, comum no Brasil, que significa “se f...”? Aqui todo mundo faz. Até Mandela e o bispo Desmond Tutu. Mas, para eles, é coisa inocente. Só quer dizer que um lugar está cheio.

PAÍS DO BUNDO: “Bunda”, em zulu, dialeto mais usado pelos sul-africanos (até os brancos falam), é... “bundo”, no masculino.

Aliás, como os brasileiros, os nativos apreciam demais esta parte do corpo feminino, bem farta nas mulheres daqui também (veja mais sobre o “bundo” das africanas no Caderno de Esportes de hoje).

LOURA AFRICANA: O vinho da África do Sul é ótimo. Mas a cerveja também. Segundo pesquisa de campo feita com brasileiros pelo DataGois/MarceuNaCopa, a Castle, marca mais popular do país, é bem melhor do que qualquer uma das nossas louras nacionais mais vendidas.

RESQUÍCIOS DO APARTHEID: Por lei, desde o fim do apartheid, em 1994, todas as escolas têm de aceitar crianças negras e brancas. Mas não há brancos nas escolas públicas. E, nos colégios privados, apesar de a criançada preta e branca sentar lado a lado, na hora do recreio, normalmente, brincam e lancham separadas.

CHAP CHAP: Você pergunta a um sul-africano se está tudo bem, e ele responde: “Chap chap”. Dá bom dia, e ouve: “Chap chap”. Quer saber se a vida anda boa, e ele: “Chap chap”. Dá tchau, e... “Chap chap”. É gíria local, similar ao nosso “beleza”.

NO MAIS... Chap chap.

COM ANA CLÁUDIA GUIMARÃES, MARCEU VIEIRA, AYDANO ANDRÉ MOTTA, BERNARDO DE LA PEÑA E VIVIAN OSWALD

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