segunda-feira, maio 31, 2010

PAINEL DA FOLHA

Onde pega
RENATA LO PRETE

FOLHA DE SÃO PAULO - 31/05/10

Na origem do desentendimento entre Cezar Peluso e Gilmar Mendes a propósito do custo do mutirão carcerário está a insatisfação da magistratura paulista, da qual o atual presidente do CNJ é egresso, com providências tomadas na gestão de seu antecessor.
Foi na era Gilmar que o conselho acabou com o "auxílio-voto" -contratação de juízes de primeira instância para absorver parte do trabalho dos desembargadores, prática disseminada no TJ-SP. Foi também sob Gilmar que o CNJ proibiu a venda de 30 dos 60 dias de férias dos juízes. Tudo somado, há quem sinta no ar o intuito de limitar o raio de ação do conselho.

É fria Técnicos do CNJ disseram ontem ter alertado previamente auxiliares de Peluso para o fato de que a cifra de R$ 7 mi, citada por ele em reunião do conselho como correspondente ao total de gastos com o mutirão, estava errada. Foram R$ 4 mi.

Geografia Na gestão Peluso, o departamento do CNJ encarregado do sistema prisional está sob a responsabilidade de dois juízes do Rio Grande do Sul, Estado que não participou do mutirão.

E só No discurso de posse de Peluso, chamou a atenção de um convidado ilustre a observação de que "cabe ao conselho zelar pela autonomia dos tribunais", não acompanhada de referência à possibilidade de intervenção federativa representada pela existência do CNJ.

Consultório Fernando Pimentel (PT) conversou na quinta-feira passada com o marqueteiro Duda Mendonça. O movimento confundiu ainda mais os que ainda não sabem se o ex-prefeito de BH permanecerá na coordenação da campanha de Dilma Rousseff ou se lançará candidato ao governo de Minas.

Ele voltou Marcus Flora, número dois da Secom na era Luiz Gushiken, reapareceu do exílio provocado pelo escândalo do mensalão. Está analisando pesquisas para a campanha de Dilma.

Pela ordem O QG de Dilma não se alarma com a constatação, feita pelo Datafolha, de que seus eleitores consideram Serra mais experiente. Segundo pesquisas internas, os atributos mais valorizados seriam compromisso com os mais pobres, ideias novas e honestidade.

Piscou pra mim 1 A semana começa com tucanos e petistas igualmente confiantes na perspectiva de sacramentar aliança com Osmar Dias (PDT) no Paraná. Os primeiros querem que o senador dispute a reeleição na chapa de Beto Richa (PSDB). Os segundos, que ele se lance ao governo, ancorando o palanque de Dilma no Estado. Os dois lados afirmam ter recebido sinais de compromisso do pedetista.

Piscou pra mim 2 Candidato ao Senado, o ex-governador Roberto Requião (PMDB), que vive aos tapas com o PT, no momento trabalha em rara sintonia com o partido. Quer afastar a concorrência de Osmar Dias.

Um dia... Voltou a crescer a pressão para que ACM Júnior (DEM) aceite se recandidatar ao Senado pela Bahia. O argumento é que a chapa encabeçada pelo correligionário Paulo Souto padece de um nome eleitoralmente forte em Salvador e na região metropolitana.

...depois do outro O esforço para vitaminar o palanque de Paulo Souto, esteio de José Serra no quarto colégio eleitoral do país, visa empurrar para o segundo turno a disputa com o governador Jaques Wagner (PT), líder isolado nas pesquisas.
com LETÍCIA SANDER e DANIELA LIMA

tiroteio

"Encomendamos um novo estudo para fazer uma reforma administrativa de verdade no Senado. Quem está criando caso queria aprovar um absurdo na surdina." DO SENADOR PEDRO SIMON (PMDB-RS), sobre as críticas à contratação de nova consultoria da Fundação Getúlio Vargas.

contraponto

Bola de cristal

Na semana passada, quando o ministro Marcio Zimmermann (Minas e Energia) falava a uma subcomissão do Senado sobre a construção da hidrelétrica de Belo Monte, Flexa Ribeiro (PSDB-PA) aproveitou para dizer que José Serra, se eleito, dará continuidade e ampliará os projetos do governo nessa área. Foi interrompido pelo colega Delcídio Amaral (PT-MS), que protestou:
-Você está fazendo campanha...
O tucano rejeitou de pronto a acusação:
-Não é campanha, é premonição!

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