quarta-feira, maio 19, 2010

PAINEL DA FOLHA

Deixa estar
RENATA LO PRETE
FOLHA DE SÃO PAULO - 19/05/10

Reunida na véspera da reunião da Executiva do PMDB, ocorrida ontem, a cúpula do partido decidiu colocar de molho qualquer iniciativa de enquadrar os dissidentes pró-Serra, à espera de resposta do TSE à consulta feita pelo deputado peemedebista Eduardo Cunha com esse fim. Se o tribunal assim determinar, a solução terá sido jurídica, e não política.
Tal encaminhamento tem por objetivo evitar atrito com os "anfíbios" que prometem votar com Michel Temer (a favor da aliança nacional com o PT) na convenção, embora em seus Estados façam campanha para José Serra (PSDB). É o caso, por exemplo, do governador de Mato Grosso do Sul, André Puccinelli.


"No show". José Serra encerrou o dia ontem decidido a não viajar para Nova York. Resta saber se alguém ainda o convencerá do contrário.
Presente. Dilma embarca à tarde. Além de participar da homenagem a Henrique Meirelles, falará em seminário organizado pela BMF-Bovespa sobre as eleições no Brasil.
Abre-alas. Cinco empresários saudarão os candidatos em debate da Confederação Nacional da Indústria na próxima terça. São eles: André Gerdau, Paulo Godoy (Abdib), Fleury Curado (Embraer), Robson Andrade (CNI) e Horácio Lafer Piva. Cada um falará por dez minutos.
Pauta. Amanhã, a CNI enviará a Serra, Dilma e Marina Silva a agenda da indústria para os próximos quatro anos. O texto preliminar cobra agências reguladoras independentes, a aprovação de uma nova lei de licitações, estímulo às parcerias público-privadas e diminuição dos prazos de licenciamento ambiental.
Veja bem 1. Uma ala do PT paulista mais ligada ao Planalto trabalha contra a chapa Aloizio Mercadante-Eduardo Suplicy para o governo. Alega que o partido ficará mal na foto se não abrir espaço aos aliados, quando no plano nacional sustenta o discurso aliancista. Os aliados, porém, não estão criando caso nenhum. O PDT já deixou claro que ficará bastante satisfeito se puder indicar o suplente de Marta Suplicy ao Senado.
Veja bem 2. E Marta, que de início protestou contra a perspectiva de não escolher ela mesma o seu suplente, sob o argumento de que estariam tentando prendê-la no Senado por oito anos, saiu de uma reunião com deputados federais petistas convencida das vantagens da ideia.
Prece. A dobradinha entre Suplicy e Mercadante já ganhou apelido: "Suplicante".
Bola de cristal. Após conversar com Lula, Nicolas Sarkozy disse ter ficado com "o sentimento" de que se mantém a perspectiva, manifestada em outubro, de o Brasil comprar os aviões Rafale. "Proximamente", previu.
Fumegante. Em plena campanha eleitoral, a Câmara resolveu reforçar seu estoque de chás. Comprou, em abril, 24,1 mil caixas, por R$ 27,1 mil. Os deputados dão preferência às opções de efeito calmante. Foram pedidas 5,2 mil caixas de chá de erva doce, outras 5,1 mil de erva cidreira, 5,1 mil de hortelã e mais 3,3 mil de chá de camomila.
Visitas à Folha. Luís Inácio Lucena Adams, advogado-geral da União, visitou ontem a Folha, onde foi recebido em almoço. Estava acompanhado de Adão Paulo de Oliveira, assessor de comunicação.
Milú Villela, coordenadora do Comitê de Articulação do Compromisso Todos pela Educação, presidente do Museu de Arte Moderna de SP e do instituto Itaú Cultural, visitou ontem a 
Folha. Estava acompanhada de Mozart Neves Ramos, presidente-executivo do Compromisso Todos pela Educação, de Felipe Chaimovich, curador do MAM, e Eduardo Saron, superintendente de atividades culturais do Itaú Cultural. 

com LETÍCIA SANDER e DANIELA LIMA
Tiroteio 
O pré-sal vai trazer resultado daqui a cinco anos. A ficha limpa, se fizermos nosso trabalho direito, poderá trazer benefícios já em outubro. 

Do senador DEMÓSTENES TORRES (DEM-GO), sobre a determinação do líder do governo, Romero Jucá (PMDB-RR), de pôr em votação o projeto que barra a candidatura de condenados pela Justiça apenas depois que o plenário apreciar as MPs do pré-sal.
Contraponto 
Olho comprido Em reunião ontem da Executiva Nacional do PMDB, o deputado Henrique Eduardo Alves (RN), que atualmente lidera a bancada e sonha em presidir a Câmara na próxima legislatura, sentou-se à direita de Michel Temer (SP), hoje à frente tanto da Casa quanto do partido.
Quando Temer se levantou por um momento e deixou a sala para resolver um imprevisto, o também deputado Eunício Oliveira (CE), que almeja vir a substituí-lo no comando da sigla, brincou com o líder:
-Henrique, não olhe demais porque a tua cadeira não é essa... Essa aí é minha. A tua é a outra... a da Câmara!

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