quinta-feira, maio 06, 2010

PAINEL DA FOLHA

Polícia eleitoral
RENATA LO PRETE
FOLHA DE SÃO PAULO - 06/05/10

A PF realiza até sexta, em sua superintendência em Brasília, seminário fechado com delegados de todo o país sobre segurança nas eleições. O evento, que ontem incluiu palestra do presidente do TSE, Ricardo Lewandowski, é parte da estratégia de dar à corporação papel inédito de monitoramento da campanha.
Em abril, o anúncio de que a Polícia Federal vigiará em tempo real as contas dos candidatos suscitou polêmica jurídica, pois a PF investiga, mas não tem poder de fiscalização. A oposição viu na iniciativa, entre outros riscos, o de constrangimento a quem doar para seus candidatos. Ontem, relatos a respeito do seminário foram motivo de apreensão no Congresso.


Esclarecimento. Em sua palestra, Lewandowski registrou a importância do papel que a PF pode vir a desempenhar no pleito, mas ressaltou que a corporação deverá trabalhar "em estreita sintonia com a Justiça Eleitoral".
Líquido e certo. Na tarde de anteontem, o líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves, localizou no interior de Alagoas seu colega do Senado, Renan Calheiros, para falar do reajuste de 7,7% para aposentados. Ouviu que o partido votará no Senado pela manutenção do percentual, contrariando o governo.
Em tempo. Alves, que liberou a bancada peemedebista na aprovação dos 7,7%, sonha presidir a Câmara a partir de 2011. É o mesmo projeto alimentado pelo líder do governo, Cândido Vaccarezza (PT-SP), grande derrotado na votação de anteontem.
Fome zero. De Lula, ao final da reunião bilateral anteontem em Montevidéu: "Dito isto, agora eu quero experimentar uma boa carne que o presidente Mujica vai oferecer a um presidente faminto como eu". Ele havia chegado à capital uruguaia vindo diretamente da reunião extraordinária do conselho da Unasul em Buenos Aires.
Tarde no salão. Um curioso reparou que Dilma Rousseff (PT) apareceu com um penteado diferente e uma nova cor de cabelo no jantar a dois com Michel Temer (PMDB), a quem convidou para ser vice em sua chapa.
Ansiosa. Na conversa, Dilma pediu que o PMDB antecipe o anúncio da escolha de Temer. O partido vem sinalizando o contrário, inclinado a esperar pela definição das alianças nos Estados. Mas, para atender à candidata, a Executiva Nacional peemedebista, que se reunirá no próximo dia 18, estuda dar (mais) algum "sinal", ainda que não definitivo, da indicação de Temer.
Magoei. Ainda no jantar, Dilma aproveitou para deixar claro seu descontentamento com a recepção oferecida pelo peemedebista Cezar Schirmer, prefeito da gaúcha Santa Maria, a José Serra na terça.
Aprovei. Já o tucano não poderia estar mais satisfeito com a visita a Santa Maria: disse a auxiliares que a recepção nas ruas foi a mais calorosa desde que deixou o governo e iniciou o roteiro de viagens.
A cizânia. No núcleo da campanha de Dilma, há quem aposte que o pré-candidato gaúcho Beto Albuquerque (PSB), próximo de figuras do PP local, possa contribuir para abortar as negociações do partido com o PSDB.
Fórceps. Muito a contragosto, o presidente do PT de Minas, Reginaldo Lopes, finalmente endossou a tese do palanque único, mas sem deixar claro que encabeçado por Hélio Costa (PMDB). A capitulação ocorreu ontem, em reunião que teve a participação de Costa e do pré-candidato petista Fernando Pimentel.
Filosófico. De um dirigente do PSB, em encontro no qual o partido, depois de descartar a candidatura de Ciro Gomes, cobrou de Dilma participação no núcleo da campanha: "Tem aliado que entrega a mercadoria. E tem outros que só aparecem para buscá-la".

com SILVIO NAVARRO e GABRIELA GUERREIRO
Tiroteio 
O mensalão do PT é virótico, assume várias formas mutantes. Essa é mais uma delas. 

Do deputado (DEM-SC), sobre a revelação de que a UTC Engenharia, que fechou contratos com a Petrobras, doou R$ 150 mil mensais ao PT-SP. O partido de Bornhausen esteve recentemente no centro do escândalo do mensalão do Distrito Federal.
Contraponto 
Sem legendas Sentado ontem entre Hélio Costa (PMDB) e Fernando Pimentel (PT) em mais uma reunião para tentar resolver o impasse do palanque lulista em Minas, o líder peemedebista na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN), percebeu a certa altura que os dois pré-candidatos cochichavam, sem no entanto entender o que diziam.
Logo em seguida, Costa e Pimentel se deram as mãos, posando para os fotógrafos. Intrigado, Alves achou que era hora de pedir socorro aos presidentes do PMDB, Michel Temer, e do PT, José Eduardo Dutra:
-Me ajudem com a tradução. Esse mineirês que aqueles dois estão falando o nordestino aqui não entende!

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