sábado, abril 03, 2010

PAINEL DA FOLHA

Múltipla escolha
RENATA LO PRETE
FOLHA DE SÃO PAULO - 03/04/10

Com a recusa do prefeito de Indaiatuba, Reinaldo Nogueira, em deixar o cargo para ser vice de Aloizio Mercadante ao governo de São Paulo, o PDT preparou uma lista de nomes para apresentar ao PT na próxima semana. São três sindicalistas (duas mulheres) ligados à Força e o deputado João Dado, mas este o PDT prefere ver puxando votos para a Câmara.
Do outro lado, o PT prevê confusão com a CUT caso o vice venha da Força. O partido acha que se o prefeito de Campinas, Doutor Hélio, desde sempre o pedetista favorito para compor com Mercadante, não topar, talvez seja mais fácil encontrar um nome no PR.
Padrão. Presidente do PDT-SP, o deputado Paulinho responde, lembrando que o vice em Campinas, Demétrio Vilagra, é do PT: "Eles reclamaram que fechamos com o [José] Fogaça no Sul e ficamos com a prefeitura de Porto Alegre, mas se puderem farão o mesmo em Campinas".
Prancheta 1. Chama a atenção, no questionário de pesquisa Vox Populi sobre a sucessão presidencial com campo em 30 e 31 de março, a inclusão de pergunta relativa aos cargos que os candidatos já ocuparam, quebrando o fluxo das respostas espontânea e estimulada sobre intenção de voto. Esse tipo de procedimento é conhecido por distorcer resultados.
Prancheta 2. Para completar, as opções diante do nome de José Serra (PSDB) estão incompletas. Há apenas "governador" e "governador de São Paulo".
Pior para eles. Mergulhado na leitura da biografia de Bismarck, Cesar Maia (DEM) diz que não vai se desesperar diante da rejeição do PV de Fernando Gabeira em tê-lo na chapa como candidato ao Senado: "Para mim tanto faz. A coligação interessa aos deputados".
Outro lado. A propósito da definição dos palanques regionais, o ex-ministro da Integração Geddel Vieira Lima diz que o PMDB é oposição ao PT na Bahia, mas que sua candidatura ao governo estará alinhada à de Dilma Rousseff.
No rastro. O Ministério Público abriu processo para apurar suspeita de irregularidades na declaração de bens de Wilson Lima (PR). O governador em exercício do DF justificou parte dos gastos de sua campanha com a venda de um microonibus a uma servidora indicada por ele. O veículo não foi declarado ao TSE.
Empurra. Em defesa de Agnelo Queiroz (PT), que teve um aliado preso por desvios no Ministério dos Esportes, que ele chefiou, o PT-DF fez circular que o convênio fraudulento com a ONG de kung fu é assinado por Orlando Silva (PC do B), hoje à frente da pasta, mas à época do contrato secretário-executivo.
Vidraça. No próprio PT, entretanto, houve quem aproveitasse o caso para reavivar a disputa interna com o derrotado Geraldo Magela. O argumento é que, como as investigações ainda estão em curso, o nome de Queiroz poderá voltar ao noticiário policial no meio da campanha.
Sacolejo. O cantor Edigar Mão Branca (PV-BA) aproveitou seu último dia na Câmara para gravar, em pleno Salão Verde, o clipe de "Eu Sou Mesmo Forrozeiro". Suplente de Geddel, ele perdeu a cadeira com a volta do titular, que deixou o Ministério da Integração Nacional para disputar o governo da Bahia.
Caravana. De carona na comemoração do Dia do Índio, o Planalto planeja levar Lula em 19 de abril à reserva Raposa/Serra do Sol, palco recente de confronto entre índios e produtores rurais. Hoje no Supremo, José Antonio Toffoli deve integrar a comitiva. À frente da Advocacia Geral da União, ele defendeu a tese pró-demarcação contínua da área e saída dos arrozeiros. 

com SILVIO NAVARRO e LETÍCIA SANDER 

Tiroteio 

Antes de sentar na cadeira, seria bom que o novo ministro lesse todos os compromissos que o Lula já firmou contra o desmatamento. 
De PAULO TEIXEIRA (PT-SP), membro da Comissão de Meio Ambiente da Câmara, sobre a fala do ministro da Agricultura, Wagner Rossi, segundo o qual "quem deve dizer como se preserva a natureza é quem produz".
Contraponto 
Convescote
Uma equipe de 12 funcionários do PSDB foi encarregada de telefonar a prefeitos convidando-os para o lançamento da candidatura de José Serra à Presidência, no próximo dia 10 em Brasília. Numa dessas ligações, o "cerimonialista" tentava entrar em contato com o tucano Agapito Coelho da Cruz, que administra o município de Capitão Gervásio Oliveira, no Piauí. A chamada, porém, caiu num orelhão, e quem atendeu forneceu um outro número. Também este era um orelhão, e o interlocutor, ao explicar que a prefeitura estava sem telefone, se identificou:
-Fique tranquilo, porque eu sou filho do Agapito e vou dizer pra todo mundo descer pra Brasília no dia 10...

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