sexta-feira, abril 02, 2010

PAINEL DA FOLHA

Sujou
RENATA LO PRETE
FOLHA DE SÃO PAULO



Michel Temer (PMDB-SP), que toureava entidades de aposentados pela votação de um reajuste à classe, passou de interlocutor a vilão. Após não ter sido recebida, a Confederação Brasileira de Aposentados e Pensionistas fez cartazes: “Aposentados prometem dar o troco ao deputado que almeja ser vice-presidente da República”. 

Mão na massa
Agora que José Serra (PSDB) anunciou a saída do governo de São Paulo para iniciar a campanha ao Palácio do Planalto, lideranças do DEM e de outras siglas que devem apoiá-lo pressionam o tucano a se envolver pessoalmente na solução de divergências nos palanques estaduais.
Na lista de problemas, Rio, Bahia, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul. Nas quatro praças, o litígio envolve candidaturas de “demos” e de peemedebistas que fazem oposição ao governo Lula, além do PV de Fernando Gabeira, que não topa chapa com Cesar Maia (DEM) para o Senado no Rio. A direção do PSDB resiste à intervenção direta de Serra. “Não é hora de ele ficar perto de problema”, diz um dirigente.
Escala - O PSDB nacional acertou que uma das primeiras viagens de Serra será a Pernambuco. Tucanos aguardam o retorno do senador Jarbas Vasconcelos (PMDB) do exterior para que ele anuncie a candidatura ao governo.
Holofotes - Já fora da Casa Civil, Dilma Rousseff (PT) foi convidada a ser a atração na segunda de evento na Câmara organizado pelo PR para empossar Alfredo Nascimento na presidência da sigla. Ele deixou o Ministério dos Transportes para disputar o governo do Amazonas, dando a ela palanque no Estado.
Tromba d’água - Candidato ao Senado, o governador do Amazonas, Eduardo Braga (PMDB), foi surpreendido anteontem no meio do seu discurso de despedida do cargo, feito na parte externa da sede do governo, por um forte temporal. O peemedebista e aliados tiveram de correr para se abrigar num salão.
Em progresso 1 - Fechado o acordo PT-PDT no Paraná, os partidos buscam atrair outras siglas em torno da candidatura do pedetista Osmar Dias ao governo. PR, PC do B e PSC já estão no barco.
Em progresso 2 - De uma dessas siglas sairá o vice, já que o PT terá a candidata ao Senado: Gleisi Hoffmann.
Complementar - Em conversa com Lula anteontem, Osmar Dias ponderou que o vice deve ser um nome de expressão em Curitiba, já que ele tem mais força no interior.
Fôlego 1 - Deputados próximos a Marta Suplicy, que já respiravam aliviados com a opção da ex-prefeita por disputar o Senado, pois uma candidatura à Câmara tenderia a “matar” outras à sua volta, festejaram a liderança folgada (43%) registrada por ela no Datafolha. Avaliam que ela carregará vários correligionários com sua votação, especialmente na capital paulista.
Fôlego 2 - Animado com os 25% na mesma pesquisa, Romeu Tuma (PTB) mandou o filho Robson deixar uma diretoria da Liquigás (sistema Petrobras) para concorrer à Câmara, até então seu plano B, caso a candidatura ao Senado começasse a patinar.
Regente - Preterido na disputa pela vaga do PSDB paulista ao Senado, Paulo Renato enviou e-mail anteontem para a equipe na Secretaria da Educação anunciando a decisão: “Se é para o bem de todos, digam ao povo que fico”.
Parceiro - O presidente do PT-SP, Edinho Silva, diz que a perspectiva de unidade partidária em torno de Aloizio Mercadante foi o que levou Eduardo Suplicy a abdicar da pré-candidatura ao governo.
De fora - Paulo Skaf (PSB), 1% no Datafolha, desligou-se de conselhos vinculados ao governo paulista, cargo que almeja disputar, e à União - entre eles o “Conselhão”.
Tiroteio
Se a oposição pensa em ganhar a eleição montada no caso Bancoop, vai dar com os burros n’água.
Do deputado paranaense ANDRÉ VARGAS , secretário de Comunicação do PT, sobre o modorrento depoimento do tesoureiro do partido, João Vaccari Neto, ao Senado.
Contraponto
Homens de boa vontade

Em reunião da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, na terça passada, José Genoino (PT-SP) propôs um acordo sobre a ordem de votação das matérias, imediatamente endossado por Mendonça Prado (DEM-SE).
O presidente da CCJ, Eliseu Padilha (PMDB-RS), saudou o entendimento entre um deputado governista e outro da oposição, fenômeno que atribuiu ao “espírito da Quaresma”. Logo em seguida, porém, Colbert Martins (PMDB-BA) divergiu do combinado, o que levou Marcelo Itagiba (PSDB-RJ) a brincar:
- Realmente, o espírito da Quaresma opera milagres. Hoje o PT está mais perto do DEM que do PMDB!

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