terça-feira, abril 27, 2010

MARIA CRISTINA FRIAS - MERCADO ABERTO

Caixa quer setor privado no financiamento de aterros 
Maria Cristina Frias

Folha de S.Paulo - 27/04/2010

A Caixa Econômica Federal estuda novos modelos para atrair a iniciativa privada ao financiamento de projetos de empreendimentos voltados ao tratamento de resíduos sólidos, como a substituição de aterros e lixões precários.

O programa do banco na área de saneamento ambiental, o chamado Saneamento para Todos, tem cerca de R$ 5 bilhões ao ano, estabelecidos pelo Conselho Curador do FGTS. A linha destina-se à realização de empréstimos a empreendimentos nas áreas de água, esgoto, drenagem e resíduos sólidos. Mas a procura por financiamento a projetos de resíduos sólidos é quase nula.

"A demanda nesse segmento sempre foi muito baixa. A percepção é que, por haver coleta em cerca de 90% das residências, não houve, por parte da sociedade, maior preocupação com o destino do lixo coletado, que é o problema a ser enfrentado e que precisa de financiamentos específicos", afirma o superintendente nacional de saneamento e infraestrutura da Caixa, Rogério Tavares.

"Do que financiamos em saneamento no PAC, a demanda para resíduos foi de menos de R$ 300 milhões", diz Tavares.

Está em fase de conclusão um estudo, feito em parceria com o Banco Mundial, que busca formas de ampliar a participação privada. O modelo mais adequado deve ser o de PPPs.
No dia 19, a Caixa se reuniu com empresários na Abdib (associação de indústrias de base). "As diretrizes e os detalhes do plano já foram discutidos com o setor", diz Newton Azevedo, vice-presidente da entidade.

No setor de resíduos sólidos, a Abdib estima necessidade de investimentos anuais de R$ 500 milhões para reposição da capacidade dos aterros sanitários, além de gastos anuais de R$ 800 milhões para destinação final dos resíduos e R$ 1 bilhão na operação dos serviços.
Na Taça
O produtor francês Julien Seydoux, proprietário do Chateau des Estanilles, vai inaugurar nesta semana um escritório em Santana de Parnaíba (Grande São Paulo). Seydoux quer ampliar o consumo no Brasil dos vinhos da região francesa de Languedoc-Roussillon. A unidade será responsável pela comercialização dos vinhos da marca para toda a América do Sul. Não haverá importador. "Os consumidores brasileiros formam um mercado de alto potencial, conhecem bem os vinhos de Bordeaux, mas estão precisando conhecer mais franceses", diz. Seu objetivo é ofertar no país um produto orgânico que custa entre R$ 190 e R$ 430. Seydoux participa da ExpoVinis Brasil, maior feira de vinhos da América Latina, nesta semana, em São Paulo.
De Carona
O sucesso do filme "Avatar" alavancou a produção de Blu-ray no país. A Microservice produziu 35 mil discos do filme para a Fox Home Entertainment -a maior tiragem de um título já feita no Brasil. Normalmente, a produção de discos em Blu-ray é de 1.000 a 2.000 por título, segundo Isaac Hemsi, presidente da Microservice, que começou a fabricar os discos com a nova tecnologia em dezembro de 2009. No ano passado, foram vendidos 150 mil unidades de Blu-ray no país. Só nos primeiros três meses deste ano, esse número já atingiu 80 mil. A diferença entre o DVD e o Blu-ray é que este apresenta melhor definição de imagem, além de capacidade maior de armazenamento. Enquanto o DVD tem capacidade de 9 gigabytes, o Blu-ray armazena 50 gigabytes. Após a Copa do Mundo, as vendas de Blu-ray devem crescer no país. "O Mundial irá elevar as vendas de aparelhos de televisão com alta definição e, consequentemente, esse será um grande potencial para o mercado de Blu-ray", diz Hemsi.
Decidido
O livro "Como as Decisões Realmente Acontecem" (editora Leopardo, 241 páginas), de James March, aborda fatores que influenciam as decisões como riscos, lideranças, política e interesses dos grupos que atuam em uma empresa. March propõe-se a definir a inteligência decisória e a apresentar ideias práticas de como usá-la.
Jornada
Cerca de 60% dos administradores apoiam a redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais, segundo levantamento feito pelo CRA-SP (Conselho Regional de Administração de São Paulo), entre os dias 12 e 16 deste mês. Foram ouvidos 1.800 profissionais filiados, dos quais 56,2% disseram ser favoráveis à redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais; cerca de 38%, à manutenção das 44 horas semanais; e 5,6% defenderam a redução para 42 horas semanais.
Estágio
Além da reformulação dos Estatutos, a assembleia-geral do Centro de Integração Empresa-Escola, em Florianópolis, elegeu os novos membros do Conselho Diretor dos CIEEs. Ruy Martins Altenfelder Silva (SP), Arnaldo Nisker (RJ) e Otto Beiser (RS) foram eleitos respectivamente presidente e vice-presidentes para o triênio 2010 - 2013.

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